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FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO DOENÇAS RESTRITIVAS M.SC. GLÍVIA BARROS Graduação em Fisioterapia- UFPE Mestre em Patologia– Núcleo de Pós-Graduação em Patologia/UFPE Coordenadora de Fisioterapia- Santa Casa de Misericórdia de Recife Título de Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pelo COFFITO Suplente da Regional de Pernambuco da ASSOBRAFIR Docente Estácio- Recife •Síndromes Fisiopatológicas: 1.Obstructiva Asma, Bronquite e Enfisema (DPOCs) 2. Restrictiva Pneumonia, Tuberculose, Fibrose Pulmonar, Sarcoidose 3. de bloqueo alvéolo/capilar SDRA 4. de defeito da perfusão TEP 5. de desproporção V/P HPA Principais Causas de Insuficiências Respiratórias DOENÇAS RESTRITIVAS Redução na capacidade de expansão pulmonar Redução da complacência Hipoventilação crônica Insuficiência respiratória hipercápnica Principalmente na fase inspiratória DOENÇAS RESTRITIVAS • Mecanismos Fisiopatológicos x Locais das Doenças Restritivas Complacência Pulmonar = doença do parênquima (Atelctasia, fibrose pulmonar, silicose, tumores) Complacência da Caixa Torácica = doenças da c. torácica (Hipercifose) Alteração da pressão pleural = doenças da pleura (Derrame Pleural e Pneumotórax ) Alteração neuromuscular = doenças neuromusculares DOENÇAS RESTRITIVAS • Resumo: Fisiopatologia – diminuição da complacência Local – parênquima, pleura, tórax e músculos Fase da Ventilação – inspiração > expiração Alteração – volumes e capacidades pulmonares A restrição pulmonar também é um achado comum em condições não pulmonares, como obesidade e gravidez • Processo inflamatório agudo dos pulmões, englobando as vias aéreas distais, os alvéolos e o parênquima pulmonar, causado por uma infecção Agente patogénico deverá atingir as vias respiratórias inferiores em número e virulência suficiente capaz de superar as defesas do organismo PNEUMONIA DOENÇAS PARENQUIMATOSAS PNEUMONIA • Prognóstico reservado na era pré-antibiótica; • É a infecção nosocomial mais comum entre pacientes submetidos à terapia intensiva, especialmente quando associada à VM; • Responsável por elevadas taxas de morbidade e mortalidade hospitalar; • Aumento do tempo de internação e de custo anual; DOENÇAS PARENQUIMATOSAS FISIOPATOLOGIA • Infecção aguda do parênquima Inflamação do parênquima pulmonar Exsudado inflamatório nos alvéolos Condensação pulmonar Aumento peso pulmões Alterações nas trocas gasosas DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA FISIOPATOLOGIA • Implicações na função respiratória Diminuição da complancencia pulmonar Diminuição das capacidades pulmonares Diminuição da razão ventilação/perfusão Hipoxemia e hipercapnia DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA CLASSIFICAÇÃO • Local de aquisição: Pneumonias adquiridas nos hospitais Pneumonia associada ao ventilador Pneumonia associada a cuidados de saúde Inflamação aguda do parênquima pulmonar de origem infecciosa, adquirida em ambulatório Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) Pneumonia associadas a serviços de saúde ou nosocomial Surge ≥48 horas após internamento e até 10 dias após alta, e que não estava em incubação na altura da admissão DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA CLASSIFICAÇÃO Etiologia Bacteriana Viral Fúngica Parasitária Patologia Pneumonia lobar Broncopneumonia Pneumonia intersticial Pneumonia miliar Estado imunitário Pneumonia do imunocomprometido DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA PATOGÊNESE • Seis mecanismos patogênicos podem contribuir: Inalação de partículas; Aspiração de organismos; Inoculação direta de organismo; Disseminação de estruturas adjacentes para o pulmão; Disseminação para o pulmão à partir do sangue; Reativação de infecção latente. DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA DIAGNÓSTICO CLÍNICO A PAC tem um diagnóstico clínico de elevada probabilidade na presença de: • Tosse (obrigatoriamente) • Toracalgia, taquipneia ou dispneia (pelo menos 1) • Febre, sudorese, arrepios ou mialgias, leucocitose, expectoração purulenta (pelo menos 1) • Alterações focais identificadas de novo no exame objetivo do tórax • Idosos com PAC podem não apresentar febre e ter sinais e sintomas inespecíficos como confusão, dores abdominais, incontinência urinária e descompensação de patologia associada Infiltrado no RX Tórax DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA DIAGNÓSTICO CLÍNICO Inspecção Taquipneia, eventualmente tiragem, cianose, pieira e adejo nasal Palpação Aumento da percepção das vibrações vocais Percussão Sinais de macicez Auscultação Estertores crepitante ou sub-crepitantes Sibilos Roncos Exame objetivo DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • A PACS, a PAH e a PAV se apresentam no início com uma manifestação de febre em pacientes hospitalizados ou institucionalizados; • Pacientes não intubados podem ter uma história recente de vômitos, convulsão ou síncope, durante a qual a aspiração de secreções orofaríngeas ou gástricas pode ter ocorrido. • Em pacientes intubados, a PAV tradicionalmente apresenta-se com um novo episódio de febre, secreções endotraqueais purulentas e um novo infiltrado pulmonar. DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA PNEUMONIA x VM (PAV) PNEUMONIA MORTALIDADE 30% PNEUMONIA ASSOCIADA À VM 48 - 72 Hs após a intubação 20 - 40 % dos pacientes em VM Mortalidade > 10% Pneumonia + SDRA = 88% mortalidade custo e morbidade DIRETRIZES SOBRE PNEUMONIA ASSOCIADA A VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV) – 2006; Haringer DMC. Pneumonia associada à ventilação mecânica. Pulmão RJ 2009; CAUSAS Nebulização Colonização Trato aero- digestivo Circuitos e equipamentos Secreção contaminada VAS Broncoaspiração Postura inadequada Procedimentos invasivos PNEUMONIA x VM DIRETRIZES SOBRE PNEUMONIA ASSOCIADA A VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV) – 2006; Haringer DMC. Pneumonia associada à ventilação mecânica. Pulmão RJ 2009; DIAGNÓSTICO IMAGIOLÓGICO Podem ser distinguidos 4 padrões: Lobar ou alveolar Intersticial Segmentar Miliar DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA Normalmente tem origem bacteriana. Microorganismos responsávies mais comuns:Streptococcus pneumoniae e Klebsiella pneumoniae. Não costuma ocorrer em infecções virais. PADRÃO LOBAR OU ALVEOLAR • Condensação homogênea • Bordos bem delimitados • Broncograma aéreo • Ausência de perda de volume Opacidade em “toalha” da metade inferior do pulmão direito, delimitada superiormente pela pequena cisura com ligeiro repuxamento superior do diafragma homolateral DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA Psitacose – padrao reticulo-micro nodular PADRÃO INTERSTICIAL • Opacidades lineo/micronodulares dispersas • Multi-segmentar • Pluri-lobar • Não há variação de volume Expressão radiológica das “pneumonias atípicas” (M. pneumoniae) e vírus. DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA Broncopneumonia PADRÃO SEGMENTAR • Múltiplos focos de condensação de distribuição segmentar (difusa), com aspecto algodonoso. • Pode estar associado a patologia pulmonar prévia (bronquite crónica ou bronquiectasias), onde o processo inflamatório foi exacerbado pela infecção • Pode existir redução do volume (atelectasias subsegmentares) • Não existe broncograma aéreo Associado a infecção normalmente por H. influenzae, S. Aureus e, eventualmente, L. pneumophila. DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA Staphylococcus tendem a causar necrose e abcessos pulmonares; Bacilos gram – (klebsiella) tambémpodem originar abcessos; Streptococcus pneumoniae quase nunca causam abcessos. PADRÃO MILIAR • Opacidades micronodulares dispersas • Ocorre na disseminação broncogénica como na tuberculose • Dependendo do grau de imunocomprometimento pode haver formação de granulomas, necrose caseosa e focos de necrose. DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA ESTRATIFICANDO RISCO NA PAC • O manejo ideal da PAC requer reconhecimento imediato do paciente gravemente enfermo para definir, com precisão, a necessidade de internação hospitalar ou na UTI; • Informações sobre as co-morbidades são importantes para a avaliação de risco para PAC grave, como a presença de asma, DPOC, insuficiência renal/diálise, insuficiência cardíaca, DAC, diabetes mellitus, neoplasias, doenças neurológicas crônicas e hepatopatia crônica/abuso de álcool. DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA ESCORE DE GRAVIDADE CURB-65 • O CURB-65 é uma modificação do critério original da British Thoracic Society (BTS). • Cada letra equivale a 1 fator de risco para morte em 30 dias e equivale a 1 ponto no escore. • Escore 0 – 1, pode ser tratado ambulatorialmente, • Escore ≥3, ser internado, pois tem critérios de gravidade. NÃO é capaz de reconhecer os pacientes que necessitam de internação em UTI! DOENÇAS PARENQUIMATOSAS- PNEUMONIA C U R B 65 FIBROSE PULMONAR Caracteriza-se por ser progressiva e geralmente letal. Após a realização do diagnóstico, a sobrevida é de aproximandamente 3 a 5 anos, com mortalidade variando entre 30 a 50% Rubin, et al 2012 FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA (FPI) Definição: FPI é uma doença intersticial crônica e progressiva (restrita ao pulmão) de causa desconhecida, caracterizando- se por uma infiltração celular inflamatória crônica e variáveis graus de fibrose intersticial. Epidemiologia: dados epidemiológicos são raros na literatura nacional, variando de 14-43 casos por 100.000 habitantes Rubin, et al 2012 FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA (FPI) CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS adultos (> 60 anos) homem > mulher ( 2:1); > raça branca início insidioso (normalmente > 6 meses antes do diagnóstico) dispnéia progressiva e tosse seca restrição, hipoxemia e ↓ difusão prognóstico ruim: mortalidade 65% e sobrevida média 3 anos Dispnéia (100%) Tosse (84%) Secreção (55 %) Presença de estertores crepitantes inspiratórios tipo (velcro) em base( 98 %) Baqueteamento / hipocratismo digital (38 %) Taquipnéia Sinais de HAP + disfunção do VD (edema de extremidades inferiores ou distensão de veia jugular), podem ocorrer tardiamente ATS, and ERS, 2000 (O óbito ocorre cerca de 05 anos após o início dos sintomas e 02 anos após diagnóstico) SINAIS E SINTOMAS FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA (FPI) PATOGENIA / FISIOPATOLOGIA Biópsia pulmão: revela distorção e fibrose, com desnudamento e solução de continuidade na membrana basal, substituição de pneumócitos tipo I por tipo II, perda de capilares e edema intersticial. Agressão inicial: Formação complexos imunes produção de imunoglobulinas (cels. B) ação contra elementos pulmonares ativação macrófagos alveolares (liberação de fatores quimiotáticos p/neutrólitos= liberação de radicais oxigênio e proteases). Lesão Pulmonar ATS, and ERS, 2000 PATOGENIA DA FPI O alargamento fibroso do interstício é a marca registrada da Doença pulmonar intersticial crônica. 1º) Ativação de fibroblastos no interstício com produção de matriz colágena. Ex.: Edema intersticial – septo ocupado por fluído e mais tarde por fibroblastos e tecido conjuntivo. Sarcoidose – interstício ocupado por granulomas , que gradualmente esclerosam e preenchem o septo. 2º) Fibrina ou tecido fibroso, originalmente dentro dos espaços aéreos são incorporados ao interstício. Ex.: PNM em Organização – a fibrina dentro do espaço alveolar é organizada, colagenizada, coberta por epitélio alveolar e incorporada à parede do alvéolo. Os fibroblastos migram através da membrana alveolar com dano para o espaço alveolar, levando à obliteração do interstício. PATOGENIA DA FPI Pulmão normal (superfície de corte) FPI - Pulmão com fibrose e antracose IMAGEM RX tórax (infiltrado reticular difusos mas com predomínio nas periferias e bases). Tomografia do tórax: (lesões sub pleurais e inferiores) c/ presença de bronquiectasias de tração e “faveolamento”. IMAGEM Pulmão em favo de mel – Estágio final de FPI. Superfície pleural nodular. Muitos dos espaços císticos representam bronquíolos respiratórios e ductos alveolares que estão dilatados como resultado do colapso ao redor do alvéolo e tração aumentada das paredes dos espaços aéreos (bronquiolectasia e bronquiesctasia). ASBESTOSE : Exposição de asbesto ou amianto (Doenças Ocupacionais) DOENÇAS INTERSTICIAIS PULMONARES SILICOSE: Exposição de silício ou amianto (Doenças Ocupacionais) DOENÇAS INTERSTICIAIS PULMONARES PNEUMONITE DE HIPERSENSIBILIDADE ( Alveolite Alérgica Extrínseca ) É uma doença pulmonar granulomatosa intersticial difusa de natureza imunológica causada pela exposição e inalação repetida de poeiras orgânicas ou substâncias químicas. O diagnóstico na sua fase crônica é difícil devido à apresentação clínica e radiológica semelhante à de outras doenças intersticiais, sendo frequentemente necessária a realização de biópsia pulmonar para seu diagnóstico. DOENÇAS INTERSTICIAIS PULMONARES Pulmão de fazendeiro Pulmão dos criadores de pássaros Sistemas de ar condicionado e de umidificação do ar Exposição à poeira de cana armazenada Substância química: Isocianato – usado em tintas e em materiais de poliuretano PNEUMONITE DE HIPERSENSIBILIDADE ( Alveolite Alérgica Extrínseca ) DOENÇAS INTERSTICIAIS PULMONARES Exposição às poeiras Sensibilização dos linfócitos e formação de anticorpos Inflamação dos pulmões e acúmulo de leucócitos nas paredes dos alvéolos Mofo das paredes da casa de um paciente com PH Aguda : Infiltrado de neutrófilos nos alvéolos e bronquíolos, com PNM intersticial crônica não-específica. Subaguda: Pneumonite intersticial linfocítica com granulomas, PNM em organização e fibrose. Crônica: Bronquiolite crônica celular com inflamação intersticial peribronquiolar. PNEUMONITE DE HIPERSENSIBILIDADE ( Alveolite Alérgica Extrínseca ) FIBROSE CÍSTICA = MUCOVISCIDOSE • é uma doença genética de herança autossômica recessiva; • Gen acometido controla a produção de uma proteína que regula a transferência de cloreto e sódio (sal) através das membranas celulares. • Sua principal característica é o acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo. • sintomas respiratórios, gastrointestinais e presença excessiva de cloro no suor A FIBROSE CÍSTICA AFETA QUASE TODAS AS GLÂNDULAS EXÓCRINAS (GLÂNDULAS QUE SECRETAM FLUÍDOS EM UM DUTO). nas glândulas dos intestinos e do pâncreas as secreções são grossas ou sólidas e podem bloquear completamente as glândulas. as glândulas produtoras de muco dos pulmões produzem secreções anormais que entopem as vias aéreas e permitem a multiplicação de bactérias. as glândulas de suor, parótidas, e as glândulas salivares produzem secreções que contêm mais sal do que o normal. FIBROSE CÍSTICA • Morbimortalidade muito elevada (1/3 idade ; < 10% ultrapassando os 30 anos de idade) • sobrevida média é de 40 anos em países desenvolvidos; SINTOMAS • Fase neonatal: entupimento do intestino, dificuldade de ganhar peso, tosse com secreção e desidratação sem motivo aparente. • Fase tardia: desnutriçãoprogressiva, tosse crônica com muita secreção, sinusite crônica, formação de pólipos nasais, doença hepática (cirrose biliar), infecções respiratórias e infertilidade. PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES: • HEMOPTISE: sangramento pulmonar; • Infecções graves; • Pneumotórax (>10%); • Obstrução intestinal-síndrome do íleo meconial (com distensão abdominal, impossibilidade de evacuação e vômitos); • Insuficiência respiratória e cor pulmonale; • Puberdade tardia e infertilidade. DIAGNÓSTICO PRECOCE • Teste do pezinho. A metodologia usada baseia‐se na dosagem do tripsinogênio imunorreativo (IRT), que éum indicador indireto da doença, pois avalia a integridade da função pancreática • Teste do suorCloro Significado <30 mEq/l Teste negativo. >30 mEq/l y < 60 mEq/l Teste duvidoso. >60 mEq/l Teste positivo. TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR! • Objetivo: melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida. • “O principal foco na criança pequena é a nutrição adequada. Seguir dietas mais calóricas e fazer reposição das enzimas do pâncreas; • A desnutrição está associada à piora da doença pulmonar.
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