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Dimensão Humana e Contemporânea - UVB
Faculdade On-line UVB23
Aula 4
Sociedade Pós-Industrial: 
a Estratificação Social, seus conflitos, interesses 
e valores na sociedade contemporânea.
Objetivos desta aula 
Permitir a você compreender as características mais 
fundamentais da sociedade pós-industrial. Ao final desta 
aula você deverá ser capaz de interpretar a sociedade 
contemporânea e suas sucessivas transformações, bem 
como ser capaz de analisar os diferentes atores sociais, seus 
conflitos, interesses, valores e posicionamentos ideológicos 
na sociedade contemporânea.
 
Sociedade Pós-Industrial: o capitalismo do século XX
No século XX, com o desenvolvimento da indústria de massa, 
ocorreu uma inversão na relação original de produção e demanda. 
A produção não se desenvolveu mais conforme a demanda, mas 
por causa dos recursos tecnológicos, o que gerou uma sociedade da 
fartura, ou seja, na qual diversos produtos estariam à disposição de 
seus consumidores.
Durante um longo período do século XX aconteceram numerosas 
guerras, revoluçõe s e depressões econômicas. Nas democracias 
industrializadas da Europa e dos Estados Unidos, o capitalismo passou 
por uma espécie de provação quando enfrentou na década de 30 a 
Grande Depressão, uma das mais duras crises enfrentadas desde o 
início do século XVIII.
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Esta crise e as duas Guerras Mundiais afetaram a capacidade 
produtiva das nações desenvolvidas, o que acabou impulsionando, 
em alguns países subdesenvolvidos, a formação de uma indústria 
local de bens de consumo.
À medida que as economias dos países desenvolvidos se recuperavam, 
o panorama das relações econômicas internacionais foi mudando 
com o surgimento das empresas multinacionais. Após a Segunda 
Guerra Mundial, algumas dessas empresas sediadas em países 
desenvolvidos, como Estados Unidos e Europa, abriram filiais em 
países subdesenvolvidos, como Brasil, México e Argentina, e outros 
países do Terceiro Mundo. 
Se por um lado este investimento incentivou o surgimento de fábricas 
de componentes, de construção civil e de transportes, por outro, criou 
uma grande concorrência que impediu o extenso desenvolvimento 
das indústrias de grande porte nos países onde se instalavam as 
multinacionais.
As multinacionais sempre foram beneficiadas com uma considerável 
redução nos custos de produção, pois nos países subdesenvolvidos, 
a terra era mais barata e os salários mais baixos. Mesmo porque, 
os governos dos países subdesenvolvidos criaram ainda muitos 
mecanismos para facilitar a instalação das multinacionais, tais como: 
a isenção de impostos durante a implantação dos parques industriais, 
doações de terras, além da elaboração de projetos de modernização 
no intuito de propiciar o consumo e a expansão industrial.
 
No entanto, atualmente, com a globalização da economia capitalista 
industrial, acabaram sendo ainda mais reforçadas as desigualdades 
estruturais entre os países desenvolvidos e os chamados países em 
processo de desenvolvimento.
 
Assim sendo, a abertura de mercado imposta pelo neoliberalismo, 
trouxe como grande conseqüência, em um primeiro momento, sem 
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dúvida, a criação de novos entraves ao desenvolvimento das indústrias 
nacionais dos chamados países emergentes, as quais ainda não 
estavam, de certa forma, adequadamente preparadas para competir 
com produtos bem mais baratos, provenientes de mercados altamente 
competitivos. No entanto, segundo alguns especialistas renomados, 
esse fator de dificuldade competitiva só se faria presente em um dado 
momento, sendo provavelmente superado após as indústrias dos 
países emergentes terem adquirido alto grau de competitividade. 
Assim, conforme salienta Marins (2004), “ ... o Brasil será nos próximos 
anos, uma das maiores plataformas exportadoras de produtos populares 
para grandes mercados como a China e Índia.” 
A Estratificação Social: seus conflitos, 
interesses e valores na sociedade 
contemporânea:
 
A estratificação é o conceito empregado para descrever uma sociedade 
a partir da distribuição de renda, poder, prestígio e outros recursos 
de valor. O processo de estratificação cria classes sociais distintas, 
principalmente no tocante a certos fatores diferenciais, tais como: 
cultura, comportamento e organização social. Sendo assim, o nível de 
estratificação pode ser claramente determinado pela desigualdade de 
recursos, pela distribuição de riquezas, e pela própria distinção que se 
faz entre as várias classes sociais. 
Todo indivíduo está situado na sociedade conforme sua classe social, 
raça e sexo. Desta forma, classe, raça e sexo são, por sua vez, partes 
componentes das estruturas sociais, as quais constituem um sistema 
de estratificação social. A posição de determinado indivíduo nessas 
estruturas tem sua origem social na família, sendo que torna-se 
extremamente difícil para qualquer um alcançar uma posição social 
de ordem superior, uma vez que a mudança de posição pode ser 
muitas vezes por demais lenta.
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Os sistemas de estratificação social surgem sempre a partir do conflito 
e do poder entre grupos sociais, mas são protegidos pelas instituições 
da sociedade, ou mesmo ainda, pelas idéias em que a maior parte dos 
indivíduos são doutrinados a acreditar.
Neste sentido, pode-se dizer que o cotidiano dos indivíduos os quais 
pertencem a uma determinada camada social na sociedade capitalista 
contemporânea está marcado conseqüentemente pelo consumo de 
serviços de publicidade e de comunicação – uso de novas tecnologias 
(internet) -, pesquisa, empresas de comércio e finanças, etc.. 
Embora a expansão e o desenvolvimento da sociedade pós-
industrial tenha trazido grandes inúmeros benefícios à chamada 
economia globalizada, proporcionou, no entanto, o agravamento 
das desigualdades sociais, ou do que costumamos definir atualmente 
como processo de exclusão social. A exclusão social ocorre em 
determinados grupos que não têm acesso ao mínimo de bens 
produzidos pela sociedade.
Na sociedade contemporânea encontramos o paradoxo da pobreza e 
da fartura. De um lado, temos a indústria de massa que produz diversos 
bens e põe em circulação diversos produtos para poucos grupos. De 
outro, temos uma parcela enorme de miseráveis e excluídos que não 
têm acesso a esses bens.
Entretanto, o mercado está inundado por milhares de produtos e 
seus similares concorrendo entre si. Mercadorias que tornam-se 
ultrapassadas ou obsoletas em pouco tempo, devem ser rapidamente 
substituídas, pois o mercado exige consumidores sempre ávidos por 
novas compras. Desta forma, a desigualdade social agrava-se, e torna-
se cada vez mais contraditória e perturbadora.
Nesta aula, foi possível analisarmos alguns pontos essenciais da 
expansão e do desenvolvimento do capitalismo no século XX, ou 
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seja, os reflexos do capitalismo doravante presentes na sociedade 
pós-industrial.
Abordamos também a questão da estratificação social, e da 
desigualdade social na sociedade contemporânea.
Na próxima aula, veremos os seguintes conceitos de trabalho: a 
divisão do trabalho, a burocracia e o emprego.
Referências Bibliográficas
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política, Brasília, Editora Universidade 
de Brasília, 12ª edição, 1999.
CHOMSKY, Noam. A Democracia e os Mercados na Nova Ordem Mundial. 
Lisboa, Antígona, 2000. 
MARINS, Luiz. A Antropologia Corporativa e os Desafios Empresariais do 
Século XXI. In: www.anthropos.com.br.