Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Receita Extra-Orçamentária É aquela que não integra o orçamento público. Compreende os recolhimentos feitos e que constituirão compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de autorização orçamentária e, portanto, independe de autorização legislativa. Por conseguinte, o Estado é obrigado a arrecadar valores que, em princípio, não lhe pertencem. O Estado figura apenas como depositário dos valores que ingressam a esse título, como por exemplo: as cauções, as fianças, as consignações e outras. As cauções, as fianças e os depósitos efetuados em títulos, apólice ou outro valor diferente da moeda nacional corrente, serão classificados em contas de compensação, não sendo, nestes casos, considerados receitas extra- orçamentárias. Outros Aspectos da Classificação da Receita Quanto ao Poder de Tributar → Sob esse aspecto, a receita é dividida conforme a discriminação constitucional das rendas em: - Federal: quando de competência da União - Estadual: quando de competência do Estado - Municipal: quando de competência do Município Quanto Coercitividade - Originária → proveniente de bens pertencentes ao patrimônio do Estado, é a receita segundo a qual os recursos ou meios financeiras são obtidos mediante a cobrança de preço pela venda de bens e serviços. Neste caso, o Estado funciona como particular mediante a exploração de atividades privadas. Exemplos: • prestação de serviços públicos: estradas de ferro, água, luz, telefone, telecomunicações, etc.; • venda de bens intermediários ou finais: minérios de ferro, petróleo e derivados, etc.; • outras receitas de serviços tais como: projetos na agricultaria: Emater, Pesagro, Siagro e Projetos de Assistência Técnica: Finep. - Derivada → receita proveniente do exercício da competência ou do poder de tributar os rendimentos ou o patrimônio da coletividade. E caracterizada pelo constrangimento legal para sua arrecadação. Soberania do Estado. (Giacomoni, p 133) Exemplos: • as receitas de tributos; • as receitas decorrentes de empréstimos e contribuições compulsórias; • em geral todas as receitas cuja percepção dependa de disposição legal. Quanto a Mutacão Patrimonial - Efetiva: são aquelas que, sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, integram-se ao patrimônio público, como elemento novo e positivo, e deste modo aumentam o patrimônio líquido. Exemplo: Receitas Correntes - Mutaçoes Patrimoniais: são aquelas oriundas de mutações que nada acrescem ao patrimônio líquido, constituindo simples entradas ou alterações compensatórias nos elementos que o compõem. Exemplo: Receitas de Capital Quanto à Regularidade - Ordinária → são aquelas com características de continuidade, ou seja, as que representam ingressos permanentes e estáveis do Tesouro, servindo-lhe de fonte perene de recursos, pela regularidade na sua arrecadação. Exemplos: ICMS, IPI, IPTU, IPVA. - Extraordinária → são aquelas sem a característica de continuidade, ou seja, as que representam ingressos de caráter acidental de natureza transitória ou, pelo menos, inconstante e, não raro e excepcional. Exemplos: doações, impostos lançados por motivo de guerra. Estágios da Receita Pública São etapas consubstanciadas nas ações desenvolvidas e percorridas pelos órgãos e repartições encarregados de executá-las. O Regulamento de Contabilidade Pública dispõe que a receita percorre três estágios: fixação, arrecadação e recolhimento. Alguns estudiosos, no entanto, discordam considerando os seguintes estágios para a receita pública (Previsão, Lançamento, Arrecadação e Recolhimento). 1º) Previsão A previsão indica a expectativa da receita por parte da Fazenda Pública e configura o que se pretende arrecadar no exercício financeiro com o objetivo de custear os serviços públicos programados para o mesmo período, compreendendo as seguintes fases: • organização das estimativas que servirão de base às parcelas indicadas na proposta orçamentária; • conversão da proposta em orçamento público (ato legislativo). Para se realizar a organização da estimativa acima citada, temos alguns métodos tradicionalmente conhecidos, tais como: • Método das médias trienais: é condenado pelos especialistas, uma vez que seu uso traz grande desequilíbrio nas previsões, principalmente quando ocorre um crescimento contínuo na arrecadação efetiva, pois a base da média trienal anterior seria falsa e aquém das reais possibilidades da fazenda pública. • Método automático: é o que determina que a estimativa não pode exceder a quantia arrecadada no exercício anterior e, por isso, sua aplicação deixa muito a desejar. • Método direto: é aquele segundo o qual a estimativa é efetuada em torno das várias circunstâncias que tenham influído ou venham a influir numa melhor arrecadação. • Método das majorações: é o que leva em conta a média dos excedentes das arrecadações dos três ou cinco últimos anos, bastante falho. • Método da extrapolação: é apoiado na estatística e no princípio de que a freqüência de um fato no passado é de provável ocorrência no futuro. Qualquer que seja o método utilizado caberá sempre ao gestor a responsabilidade do desenvolvimento de metodologias que permitam, com razoável precisão, conhecer as estimativas a serem incluídas na Lei Orçamentária Anual, no caso das receitas próprias, uma vez que elas têm influência direta nas metas fiscais e, por via de conseqüência, nos resultados orçamentários. 2º) Lançamento É o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. A Lei n° 4.320/64 especifica unicamente como objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato. Pelo Código Tributário Nacional, não somente os impostos diretos são objetos de lançamento, como também os indiretos, além das taxas e das contribuições de melhoria. As modalidades de lançamentos é que variam, de acordo com as características de cada um desses tributos. Existem três modalidades de lançamento: o direto, o indireto, e o por declaração. Lançamento direto é o lançamento feito unilateralmente pela autoridade administrativa, sem intervenção do contribuinte. Ex: IPTU Lançamento por homologação também chamado indireto ou autolançamento, é o lançamento feito pelo próprio contribuinte, e apenas posteriormente verificado pela autoridade pública. Ex: ICMS Lançamento por declaração é o lançamento feito pela autoridade administrativa, com a colaboração do próprio contribuinte ou de uma terceira pessoa obrigada por lei a prestar informações sobre a matéria de fato indispensável à sua efetivação. Ex: IRPF, IRPJ. Obs: O lançamento é composto das seguintes fases: 1 - Determinação da matéria tributável (coleta de dados, fixação da base de cálculo, etc) 2 - Cálculo do imposto 3 - Identificação do obrigado (sujeito passivo) 4 - Notificação 3º) Arrecadação É o ato em que são pagos os tributos ou as diversas receitas ao agente arrecadador. Agentes arrecadadores classificam se em dois grupos: agentes públicos são as próprias repartições do Governo com atribuições legais para arrecadar receitas públicas. São as tesourarias, as delegacias fiscais, alfândegas; agentes privados são os bancos autorizados investidos das mesmas atribuições conferidas aos agentes públicos. 4º) Recolhimento É o fato que se relaciona com a entregados valores arrecadados pelos agentes arrecadadores ao Tesouro Público. Só através do recolhimento, em conta específica, é que se pode dizer que os recursos estarão efetivamente disponíveis para utilização pelos gestores financeiros, de acordo com a programação que for estabelecida. E neste momento que se verifica o princípio de unidade de caixa.
Compartilhar