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Faculdade Pitágoras Engenharia de Minas Roteiro para Prática de Moagem de Amostras de Minério de Ferro Belo Horizonte – Outubro de 2017 2 Sumário 1. Introdução 3 2. Procedimentos 4 3. Resultados 6 4. Anexos 7 5. Referências Bibliográficas 7 3 1. INTRODUÇÃO Este roteiro tem o objetivo de descrever os procedimentos para se determinar o índice de trabalho (WI) para minérios ou materiais sujeitos a processos de moagem em moinhos de bolas, segundo a terceira lei da cominuição, formulada por Bond. O índice de trabalho (WI) corresponde, numericamente, à energia total, expressa em kWh por tonelada curta (907 kg), necessária para reduzir o minério, desde um tamanho teoricamente infinito até 80% passante em 106 µm (Figueira et al., 2004). O WI corresponde à resistência do minério à moagem e, com esse parâmetro, torna-se possível calcular a energia (kWh/t) necessária para moer o minério a uma determinada granulometria, além de ser um parâmetro importante para o dimensionamento de moinhos de bolas (Herbst et al., 2003). A lei de Bond estabelece que a energia necessária para fragmentar uma massa unitária de um minério homogêneo é inversamente proporcional à raiz quadrada do diâmetro das partículas (Barrat e Sherman, 2002). A Equação 1 é a expressão matemática da lei de Bond: [ 1 ] onde: W energia em kWh para moer uma tonelada curta do minério; WI índice de trabalho (work index); P abertura da peneira, em micrômetros (µm), através da qual passam 80% da massa do produto; F abertura da peneira, em micrômetros (µm), através da qual passam 80% da massa da alimentação. Os ensaios para determinar o WI, em laboratório, são conduzidos em um moinho padrão, usado para essa finalidade, cujo desenho esquemático, bem como o diagrama do circuito fechado encontra-se na Figura 1 (ABNT – NBR 11376). O moinho possui diâmetro e comprimento iguais a 12 polegadas e opera com 70 rpm. A sua carga moedora consiste de 285 bolas de aço, pesando 20,125 kg e massa específica de 7,83 g/cm3, conforme distribuição da Tabela 1. A moagem é conduzida, a seco, em circuito fechado, com a carga circulante de 250%, quando a operação atinge o seu estado de equilíbrio Quando o circuito atinge o estado de equilíbrio, isto é, a carga circulante torna-se constante e igual a 250%, pode-se escrever as relações abaixo, com base no diagrama esquemático da Figura 1. M = X + CC [2] M = Y + CC [3] No regime, tem-se: X = Y Como a carga circulante é de 250%, tem-se: CC/X = 2,5 → CC= 2,5X Substituindo o valor de CC em (3): M = Y + 2,5X, como: X = Y, quando o circuito entra em regime [4] Vem: M = 2,5Y + Y ou Y = M/3,5 [5] O valor de Y é a massa que deve ser adicionada ao sistema (AAR), a cada ciclo, durante a realização do teste. 4 A determinação do WI pode ser feita pelo método direto ou comparativo. O método direto é utilizado para minério in natura e com a granulometria entre 3,327 mm e a malha teste, seguindo as normas estabelecidas por Bond. O método comparativo é utilizado para determinar o WI de minérios ou pré-concentrados que devem ser remoídos. Esse método se baseia no WI de um minério conhecido, denominado material de referência (Mosher e Bigg, 2002). Figura 1: Esquema de carga circulante no experimento de Bond 2. PROCEDIMENTOS O procedimento para a execução do ensaio, com a alimentação previamente britada e 100% passante em 3,35 mm, consiste das seguintes etapas: 1) Peneirar o minério de modo a obter uma porçao de ensaio que seja 100 % passante em 3,35 mm. 2) Montar pilha longitudinal com a amostra de minério 100 % passante em 3,35 mm. 2) Proceder à análise granulométrica da alimentação. Representar em gráfico a porcentagem passante acumulada na ordenada e a abertura das peneiras na abscissa, Determinar, por interpolação, A, ou seja, a abertura da peneira através da qual 80% da massa da alimentação é passante. 3) Retirar uma alíquota de material da pilha montada e colocá- la em proveta graduada de 1000 ml. Compactar levemente o material, vibrando-o. Completar o volume até 700 ml. Pesar este material. Este valor é a massa da alimentação do ensaio (M), sendo dado em gramas. 4) Calcular Aar, que é a massa da alimentação que deveria ser acrescentada quando em regime estacionário, a qual é igual a M/3,5, com o objetivo de se atingir uma carga circulante de 250%. [6] 5) O professor definirá a abertura da malha de classificação do ensaio (Am). 5 6) Carregar o moinho com a carga de bolas e o material contido na proveta. Para o 1ª ciclo, moer o material por um número definido de 100 rotações, dependendo das características do material quanto à moagem. 7) Determinar por peneiramento a massa passante em Am. Para o primeiro ciclo esse valor denomina-se Ma1 (coluna 3 na Tabela 1) e pode ser estimado diretamente da análise granulométrica do material inicial. 8) Descarregar o moinho e peneirar o material em Am, recomendando-se a utilização de peneiras de alívio. Determinar a massa retida (coluna 4). A massa do material passante (Mpi) é calculada por diferença, evitando-se a introdução de erros por perda de ultrafinos. Esta é a alimentação nova a acrescentar para o próximo ciclo (coluna 5). 9) Descartar o material passante (exceto no último ciclo). 10) Subtrair Mai (coluna 3) de Mpi (coluna 5). Este valor é passante líquido gerado no ciclo i (coluna 6). 11) Recompor a alimentação nova igual a Mpi, à massa retida. Utiliza-se para isto de incremento tirado da amostra inicial. 12) Calcular a massa passante em Am contida no material que será introduzido no moinho a partir da análise granulométrica. Este é o valor de M ai+1 (coluna 3). 13) Subtrair o valor da alimentação nova a acrescentar (Mpi) de Aar determinada no item d. A diferença é o desvio correspondente ao ciclo i (coluna 7) 14) Dividir a quantidade líquida passante, determinada no item j (coluna 6) pelo respectivo número de rotações aplicado (coluna 2). Este valor é denominado mobilidade (Mobi - coluna 8), e corresponde à massa em gramas passante em Am gerada em cada rotação do moinho. 15) Carregar novamente o moinho. Calcular o número de rotações para o ciclo seguinte (Ni+1), (coluna 2) por meio da seguinte fórmula: [7] 16) Proceder à moagem com o número de rotações calculado. 17) Repetir as operações descritas nos itens de g a p. 18) Prosseguir o número de ciclos até que os valores de Mobi (coluna 8) atinjam o equilíbrio ou invertam a tendência de crescimento ou decréscimo, em três ciclos. A verificação desse equilíbrio é feita extraindo-se a média aritmética dos três últimos valores de Mob i, não devendo a diferença entre o maior e o menor valor ser superior a 5% em relação ao valor médio 19) Determinar o wi pela equação seguinte 6 Onde: Am abertura da malha de classificação do ensaio (µm); WI índice de trabalho para moagem (kWh/t); P abertura da peneira pela qual passam 80% da massa dos produtos em µm; F abertura da peneira pela qual passam 80% da massa da alimentação em µm; Mob média dos três últimos valores do índice de moabilidade no estado de equilíbrio,2,17 no presente caso; 1,1 fator de conversão de tonelada curta para tonelada métrica. 3. Resultados Obter a tabela seguinte preenchida e o wi do minério calculado e criticado conforme valores de referência no anexo deste roteiro. Tabela 1: Tabela de cálculo de Wi 7 4. Anexo 5. Referências Bibliográficas SAMPAIO, J. A.(Ed.) ; FRANÇA, S. C. A.(Ed.); BRAGA, P. F. A. (Ed). Tratamento de minérios: práticas laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM, 2007. 570p. Barratt, D. J. e Sochocky, M. A. Wakeman, J. S. Factors which influence selection of comminuition circuits. In: Mullar, A. L. e Jergensen, II; G. V. (Ed.). Design and installation of comminuition circuits. SME, 1982, p.1-26. Dor, A. A.; Bassarear Primary grinding mills: selection, sizing and current practices. In: Mular, A. L. and Jergensen, G.V. (Ed.). Design and installation of comminution circuits. SME/AIME, 1982, p.439-473. Herbst, J. A.; Lo, Y. C. E Flintoff, B. Size reduction and liberation. In: Fuerstenau, M. C. E Han, K. N. (Ed.). Principles of mineral processing.SME, 2003, p.61-118. Kelly, E. G. e Spottiswood, D. J. Introduction to mineral processing. New York: John Wiley & Sons, 1982, p.127-168.
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