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fundamentos da psicologia da saude aula 2

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AULA 2:
A Lei 8.080/90 de 19.09.90
O SUS é definido pelo artigo 198 da Constituição Federal Brasileira (1988) e regulamentado pela Lei 8080 promulgada em 19 de setembro de 1990. A lei estabelece a integração das ações e serviços de saúde, substituindo um sistema regionalizado e hierarquizado. A saúde é assegurada, na Constituição Brasileira, como um dever do Estado. Mas nesse contexto, o Estado não diz respeito apenas ao governo federal. O Poder Público, no que diz respeito à saúde, abrange a União, os Estados e os municípios. A implementação do SUS implica a integração das obrigações de todas as esferas do governo e a construção de políticas setoriais, adequadas às diferentes realidades regionais.
A lei Orgânica da Saúde regulamenta as ações do SUS em todo o território nacional, estabelecendo diretrizes e detalhando as competências de cada esfera governamental. A lei:
 
“Determina como competência do SUS a definição de critérios, valores e qualidade dos serviços. Trata da gestão financeira, define o Plano Municipal de Saúde como base das atividades e da programação de cada nível de direção do SUS e garante a gratuidade das ações e dos serviços nos atendimentos públicos” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
Na lei 8.080/1990 estão formuladas a estrutura do SUS e as bases para o seu funcionamento. Faz parte da legislação que ampliou a definição de saúde, considerando-a também a partir de aspectos sociais, dentro da noção de qualidade de vida. Assim, são levados em conta diversos fatores determinantes, como: alimentação, moradia, saneamento básico, trabalho, educação, lazer e acesso a bens e serviços essenciais.
A Lei 8.142/90 de 28.12.90 
A Lei 8.142/90 trata do papel e participação da comunidade na gestão do SUS e da transferência de recursos financeiros entre União, estados e municípios. Fica estabelecida a participação da comunidade, que deve ser concretizada através dos Conselhos de Saúde.
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) institui um espaço de participação social na administração do Sistema Público. O Conselho Nacional consolida o controle social por intermédio dos Conselhos Estaduais e Municipais.
“O CNS é uma instância coletiva, com poder de decisão. Ligado ao Poder executivo, é composto por 50% de usuários, 25% de trabalhadores de saúde e 5% de prestadores de serviços. Representantes do governo, profissionais de saúde e usuários estão entre os participantes e o número de conselheiros varia entre 10 e 20 membros. O Presidente é eleito entre os membros e a representação depende da realidade existente em cada área, preservando-se o princípio da paridade em relação aos usuários” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
Quanto ao funcionamento, as reuniões ordinárias do CNS ocorrem uma vez por mês, podendo haver reuniões extraordinárias por convocação do Presidente do Conselho ou por deliberação do plenário (fóruns deliberativos). Ente as atribuições dos Conselhos de Saúde, destacam-se:
• Propor a adoção de critérios que definam qualidade e melhor funcionamento do sistema de saúde;
• Fiscalizar a movimentação de recursos;
• Propor critérios para a execução financeira e orçamentária do Fundo de Saúde;
• Examinar propostas e denúncias;
• Estimular a participação social na administração do SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
As leis 8.080/90 e 8.142/90 preveem os princípios de funcionamento do SUS, baseados em premissas que modificam a concepção de saúde e, consequentemente, o modelo de assistência:
“O Sistema Único de Saúde é, por definição constitucional, um sistema público, nacional e de caráter universal, baseado na concepção de saúde como direito de cidadania e nas diretrizes organizativas de: descentralização, com comando único em cada esfera de governo; integralidade do atendimento; e participação da comunidade. A implantação do SUS não é facultativa e as respectivas responsabilidades de seus gestores – federal, estaduais e municipais – não podem ser delegadas. O SUS é uma obrigação legalmente estabelecida” (CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE, 2012).
A política que rege o SUS determina:
A descentralização (os estados e municípios passam a fornecer atendimento conforme as necessidades locais).
A integralidade do atendimento (disponível a todos os cidadãos).
A participação da comunidade nas decisões importantes relativas à saúde pública.
Os princípios do SUS
Dentro do programa de políticas públicas para a saúde, existem princípios (alguns já mencionados no tópico anterior) que são elementos fundadores da visão ampliada de saúde, associados às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. São elementos doutrinários e de organização do SUS. Dentre eles, destacam-se:
Universalidade
A saúde passa a ser vista como um direito de todos, como afirma a Constituição Federal de 1988. Promover e garantir a atenção à saúde para toda a população brasileira, sem distinção, torna-se obrigação do Estado. Esta foi a principal reivindicação do movimento sanitarista, que impulsionou a reformulação da política púbica no setor de saúde e a criação do SUS.
Descentralização político-administrativa
O processo de descentralização, como já foi visto, consiste na redistribuição do poder, estabelecendo uma nova relação entre os três níveis (esferas) do governo – federal, estadual e municipal. Desta forma, cada uma das esferas tem atribuições próprias. Os municípios têm assumido papel cada vez mais importante no gerenciamento dos próprios recursos e demandas específicas da população.
Integralidade
A partir da criação do SUS, a atenção à saúde inclui tanto o tratamento quanto a prevenção da doença, englobando os meios individuais e os coletivos. As necessidades de saúde das pessoas ou de grupos devem ser levadas em conta. Cabe ressaltar que, dentro da visão ampliada de saúde, a qualidade do serviço oferecido também é valorizada, e não apenas o número de atendimentos.
Equidade
O princípio da equidade refere-se à igualdade de oportunidades. Todos devem ter acesso ao sistema de saúde. Leva-se em conta a desigualdade de condições socioeconômicas que caracteriza o Brasil. A partir das disparidades regionais, que englobam fatores sociais e econômicos, as necessidades da população variam no que diz respeito à saúde. Porém, de acordo com a Lei Orgânica da Saúde, mesmo dentro da diversidade, é fundamental garantir a igualdade com relação ao acesso à saúde.
Participação da comunidade
Esse princípio também é chamado de controle social. É regulado pela lei nº 8.142, que garante o direito de participação dos usuários na gestão do SUS. Essa participação se dá através dos Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados organizados em todos os níveis (nacional, estadual e municipal) e também através das Conferências de Saúde, que acontecem a cada quatro anos. Trata-se de dispositivos que visam à democratização das decisões no campo da saúde, dando à população papel ativo na gestão e fiscalização da política pública da saúde.
Esses princípios são elementos que fundamentam a proposta do SUS, de atenção à saúde de forma global – da prevenção ao restabelecimento –, promovendo a aproximação dos cidadãos às instâncias político-administrativas, com o objetivo de garantir a universalidade do acesso à saúde.
O SUS e a cidadania
O movimento que culminou na criação do SUS representa um avanço no que diz respeito à valorização da cidadania. Paim (2011) observa que, mesmo sendo visível a distância entre a formalização e a garantia concreta, a implementação do SUS representa um avanço e uma iniciativa que vai ao encontro do direito à cidadania. Segundo o autor, é um desafio manter uma gestão descentralizada num país com uma dimensão territorial do Brasil.
A gestão descentralizada é um tema que demanda reflexão constante por parte dos envolvidos no setor da saúde, assim como fiscalização e tomadas de decisão que avaliem a situação local e as especificidades de cada região. Ressaltamos, ao finalizar esta aula, a importância da difusão da informação, com o objetivo de promover para a população a consciência do direitoà saúde.
A educação em saúde é um tema fundamental, que pode ser compreendido como:
 
“Processo que objetiva promover, junto à sociedade civil, a educação em saúde, baseada nos princípios da reflexão crítica e em metodologias dialógicas (ou seja, que tenham como base o diálogo). É instrumento para a formação de atores sociais que participem na formulação, implementação e controle social da política de saúde e na produção de conhecimentos sobre a gestão das políticas públicas de saúde, o direito à saúde, os princípios do SUS, a organização do sistema, a gestão estratégica e participativa e os deveres das três esferas de gestão do SUS” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Dentro da concepção ampliada de saúde, a educação é contemplada como um dos fatores condicionantes. A educação em saúde, especificamente, faz parte da preocupação com a prevenção da saúde, seja levando informações sobre doenças e cuidados essenciais, seja propagando os direitos do cidadão assegurados pela política pública vigente. A conscientização é o primeiro passo para a participação efetiva dos usuários na gestão do SUS.

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