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A História da Astrologia (Sóror Fortuna)

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A História da Astrologia 12
Por Sóror Fortuna
Na mais remota antiguidade, os egípcios já usavam a astrologia, no entanto esta dependia do fervor religioso e do poder econômico da sua civilização. Os antigos egípcios acreditavam que os ricos eram preferidos dos Deuses, enquanto que os pobres flagelados estavam sendo castigados por suas faltas. O rio Nilo era a fonte de toda a vida; e os egípcios acreditavam que as inundações que traziam fertilidade às regiões desérticas eram provocadas pela ação conjunta do Sol e Sírius, a estrela brilhante que como conseqüência desta crença, adquiriu uma importância inusitada.
No túmulo do Faraó Ramsés VI, que reinou durante a vigésima dinastia (1200 - 1085 a.C.), encontra-se um interessante mapa estelar em forma de um homem sentado. Segundo alguns cientistas, era possível ler neste mapa as posições das estrelas em cada hora, todas as noites do ano.
Na Grécia, a Astrologia apareceu relativamente tarde. Entretanto, cerca do ano 250 a.C., Berosus - astrólogo babilônico, impressionou o mundo clássico com os seus estudos, conseguindo inclusive fundar uma escola para astrólogos na ilha de Cos. Nos quatrocentos anos que se seguiram, os gregos adaptaram a astrologia caldeia às suas próprias tradições, tornando-a cada vez mais formal e complicada. Divulgaram um sistema de diagnóstico pela astrologia, reservado até esse momento somente aos soberanos e desenharam um método para calcular o destino individual baseando-se no momento do nascimento. (Mapa natal)
O primeiro compêndio moderno de astrologia, o Tetrabiblos, é atribuído ao grande astrônomo, matemático e geógrafo Cláudio Ptolomeu, nascido em Alexandria. Ptolomeu foi um dos maiores intelectuais do seu tempo, trabalhou trinta anos, entre os anos 150 e 180 d.C. e criou as bases das influências cósmicas que constituem o fundamento da prática astrológica atual. Sob a influência da cultura grega e com Ptolomeu em particular, o zodíaco racionaliza-se e criam-se as bases do seu funcionamento que, ainda hoje, permanecem quase inalteradas.
Na Roma imperial, os astrólogos chegaram ao auge sendo contratados inclusive por diversos imperadores. Tibério, sempre consultava os astrólogos e deu-lhes proteção. Juvenal discriminava-os ironicamente chamando-os de “rebanho caldeu”, Cláudio preferiu deixar-se orientar pelos augúrios e baniu os astrólogos de sua corte.
Juvenal, por volta do ano 100, descreve a posição e o prestígio social que gozou a Astrologia, referindo que existiam algumas pessoas que não eram capazes de aparecer num banquete ou nos banhos, sem antes haver consultado as efemérides. Estas afirmações, dizem por si só, a importância que a Astrologia alcançou em Roma.
Na Europa por volta de 180, a Astrologia entra em declínio, principalmente porque, nesta época se perde a habilidade técnica para fazer observações e cálculos. Com a queda do Império Romano, a Astrologia é temporariamente transformada em superstição.
A Igreja Católica atacou veementemente a astrologia ignorando as referências astrológicas no Novo Testamento. Os Magos do Evangelho de São Lucas são um dos muitos exemplos. Apesar disso, nem tudo se perdeu e a Igreja Oriental conservou certa ligação com a Astrologia científica.
Entre os primeiros padres da Igreja, empenhados em acabar com a astrologia, destaca-se San Agustín de Nipona (354 - 430) que, apesar de ter aceitado a Astrologia em sua juventude, condenou-a totalmente mais tarde. Conforme as suas afirmações, a Astrologia era, no melhor dos casos, uma fraude; e se os astrólogos acertavam algumas vezes, isso se devia à invocação de espíritos diabólicos.
A sobrevivência da ciência e da filosofia clássicas deve-se, em grande parte, ao fato de ter sido conservada e utilizada pelas culturas árabes do Norte de África e do Mediterrâneo Oriental, aproximadamente desde o século VIII.
Os árabes demonstraram desde cedo uma extraordinária habilidade nos campos da medicina e da astronomia. Em Bagdad e Damasco instalaram importantes centros de estudo e o Califa de Bagdad, Al - Mansur (filho de Harun Al Rasid), criou um observatório e uma biblioteca, fazendo desta cidade a capital astronômica do Mundo. Os estudos astronômicos árabes contribuíram de forma importante para a orientação astrológica. 
Os árabes definiram uma nova e um pouco duvidosa forma de astrologia prática que podia ser utilizada no dia a dia para todo o tipo de prognósticos, como os momentos propícios para empreender uma viagem, começar um negócio, contrair matrimônio, etc., enfatizavam sobre indicações “favoráveis ou desfavoráveis”, ao invés vez de profetizar acontecimentos.
Albumansur ou Abu Maaschar (805 - 885), foi o maior dos astrólogos árabes e o seu tratado Introductorium in Astronomiam mostra uma clara influência aristotélica e foi um dos primeiros livros cuja tradução chegou à Europa, através da Espanha, no início da Idade média e teve uma grande influência no renascimento da Astrologia e da Astronomia.
Na Idade Média os teólogos tiveram de confrontar-se com o dilema de classificar a Astrologia, como ciência legítima ou como uma arte divinatória proibida. John de Salsbury (1115-1180) decidiu que, pelas suas amplas aspirações proféticas e a sua aparente negação do livre arbítrio, a astrologia usurpava o poder das estrelas ao próprio Criador.
Já no Liber Introductorius”, de Michael Scott (1235), encontra-se a seguinte citação: “Todo o astrólogo é digno de ser considerado e respeitado, porque tem o favor de Deus, seu Criador, uma vez que com a sua doutrina e os seus conhecimentos de astronomia conhece, talvez, muitos segredos divinos e outras coisas que poucos conhecem”.
Santo Alberto Magno (1200 - 80) foi o grande responsável pela separação da astrologia das suas associações pagãs. Foi ele o primeiro a compreender o valor teológico da ciência e das filosofias grega e árabe. O seu grande mérito foi tornar este conhecimento acessível à civilização ocidental, sobretudo os ensinamentos de Aristóteles, segundo os quais a base da doutrina afirmava que os acontecimentos terrenos eram governados pelas esferas celestes. Santo Alberto chegou à conclusão de que, ainda que as estrelas não pudessem exercer influência sobre a alma humana, influenciavam o corpo e a vontade humana.
São Tomás de Aquino (1225-1274), um dos mais importantes teólogos cristãos, concretizou ainda mais as idéias de Santo Alberto. A astrologia, excluindo os elementos de magia, poderia ser aceita como objeto digno de estudo e, além disso, poderia considerar-se como um complemento da visão de Universo e da própria Igreja.
A Astrologia, a partir de então passa a ser respeitada e nas novas universidades européias, os estudos astrológicos passaram a fazer parte do Currículo Universitário. A Universidade de Bolonha, onde estudaram Dante e Petrarca, teve uma cátedra de Astrologia desde 1125. O título de astrólogo era tão importante como qualquer outro e o astrólogo era tratado com muito respeito pela sociedade, assim como os médicos. 
Infelizmente, no decorrer da Idade Média, talvez no afã de se promoverem e chamar a atenção dos reis e nobres foi crescendo entre os astrólogos uma tendência ao exagero, o que fez que a Astrologia caísse em descrédito. Guido Bonatti – conhecido astrólogo do séc. XIII, escreveu um livro que se tornou muito popular e esteve ao serviço do Conde Guido de Montefeltro. Tamanho era o exagero que, ao iniciarem-se as campanhas militares do Conde, mandava, por indicação das estrelas, tocarem um sino para que os soldados colocassem a armadura, outra vez para que montassem a cavalo e outra para que partissem a galope. Dante Alighieri, no seu “Inferno” – poema épico parte de “A Divina Comédia”, condenou Bonatti, acusando - o de misturar ciência e magia e, nos últimos livros de sua obra, voltou a dar à Astrologia a dignidade que merecia. 
Nos primeiros tempos do Renascimento a Astrologia gozava de grande popularidade e o Papa Júlio II, consultou um astrólogo para fixar o dia da sua coroação. O Papa SixtoIV (1414- 1484) foi um dos primeiros Papas que interpretou um horóscopo.
Dizia Santo Tomás de Aquino (1225- 1274): “Os corpos celestes são a causa de tudo o que se passa no mundo sub-lunar.”
Mas no decorrer do Renascimento, caiu a popularidade da Astrologia, mas desta vez foram os próprios Papas seus a protetores.
A Índia é na atualidade a única parte do Mundo onde a astrologia possui uma grande influência na vida quotidiana. O texto hindu de astrologia mais antigo que se tem referência foi escrito cerca do ano 3000 a.C..
Os Vedas, importantes textos hindus do ano 1000 a. C., contêm referências astrológicas e aproveitam a idéia hermética grega da passagem das almas ao céu, para se converterem em estrelas. 
No século III d.C. a astrologia já estava bastante desenvolvida e gozava de um enorme apoio popular. Uma das razões da sua contínua popularidade deve-se ao fato de que relacionam a astrologia com o conceito de Karma, comum às principais filosofias orientais. O Karma é, grosso modo, a transmigração da alma através de sucessivas reencarnações, até alcançar a união com o infinito; a conduta durante uma vida, determina o ponto de partida na seguinte. A astrologia neste caso é utilizada para averiguar a etapa alcançada pela alma durante a sua ultima encarnação e determinar assim a missão que a alma deve cumprir na vida atual. 
Uma das principais diferenças entre a astrologia contemporânea ocidental e a hindu, é a utilização do Zodíaco Sideral, ou seja, a observação dos planetas em relação com as constelações, ao invés de se considerar a sua posição nos signos do Zodíaco. Há sem dúvida, também grandes semelhanças: as correspondências entre as partes do corpo regidas por cada signo, por exemplo, a relação entre Câncer e os seios, Escorpião e os órgãos genitais e Capricórnio e os joelhos. Também os atributos dos planetas são semelhantes. Cada mês de gestação é atribuído a um determinado planeta, exceto o oitavo, considerado o mais crucial para a sobrevivência do feto, que é regido pelo horóscopo completo.
A influência da astrologia hindu nos assuntos domésticos é, muito presente. Examinam-se os horóscopos dos noivos, para verificar a compatibilidade de gênio e quaisquer outros fatores relevantes, antes do consentimento dos pais.
Para construir uma casa, contrata-se o astrólogo ao mesmo tempo em que o arquiteto e o construtor. É necessário determinar exatamente quando se deve colocar a primeira pedra, cavar o poço ou começar a viver na casa. Cada objeto da natureza é considerado como um libertador de determinada quantidade de força cósmica, e assim, quando se têm de combinar vários materiais numa construção, devem unir-se no momento correto se não quiser que a sua interação seja desfavorável.
Provavelmente a Astrologia foi introduzida na China através das rotas comerciais da Ásia Central no terceiro milênio antes de Cristo. 
Ao longo dos séculos a Astrologia chinesa criou as suas próprias peculiaridades. O conceito chinês de Universo e a teoria das causas subjacentes uniram-se à astrologia para formar uma filosofia com conceitos bastante complexos. 
Segundo a Astrologia Chinesa, o Universo divide-se em cinco moradas (o ponto central e as quatro regiões cardinais), existem cinco elementos (madeira, fogo, terra, metal e água) e cinco planetas além do Sol e da Lua. Todas as partes desta estrutura estão relacionadas entre si, de tal forma que todos os fenômenos – cores, planetas, signos, emoções, elementos, etc., possuem relações especiais. Além disso, cada coisa é Yang, masculino, claro e móvel, ou Yin, feminino, obscuro e estático. Os doze signos do Zodíaco estão representados por animais, a saber: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, cabra, macaco, galo, cão e porco. Estes signos não dividem o firmamento, como no sistema babilônico, mas sim o Equador. Correspondem a cada uma das doze horas-duplas usadas para medir o dia e cada um dos doze meses do ano.
Os astrólogos eram frequentemente consultados por imperadores e chefes militares que queriam saber datas propícias para cerimônias e campanhas. 
O equipamento básico utilizado pelos astrólogos clássicos até há relativamente pouco tempo era o disco mágico Lo - King, um horóscopo dividido em seis círculos para predizer o futuro de um indivíduo. Marco Polo (1245- 1324) cita que o viu ser utilizado durante a sua permanência na China sob o domínio mongol de Kublai Khan, e que servia para fixar a data de cremação dos dignitários que faleciam. As cerimônias não podiam ser realizadas até que os planetas de nascimento do morto estivessem no ascendente e, assim os corpos poderiam permanecer embalsamados e fechados no ataúde, durante semanas e até meses. Este hábito perdurou até o século XIX.
Durante o Renascimento, o prestígio da astrologia aumentou consideravelmente, assim como o número de astrólogos. Talvez por ser uma época conturbada por crises espirituais, perturbações sócio-econômicas e conflitos armados.
Em épocas de crise, o Homem sente necessidade de procurar no céu a resposta para as suas dúvidas. Nesta perspectiva, os astrólogos foram aumentando a sua influência e grandes figuras do Renascimento ficaram intimamente ligadas à Astrologia, por exemplo, Martinho Lutero, que chegou a escrever o prefácio para um livro de astrologia de Johannes Lichtenberger, reforçando a idéia de que tudo o que acontece tem uma justificação nos sinais dados pelo Céu e pela Terra.
No entanto outros como Calvino e a Inquisição condenavam-na com muita veemência. Na verdade aqueles que condenavam a astrologia por motivos científicos, eram em menor número do que aqueles que o faziam por motivos puramente religiosos.
Nesta mesma época viveu Nostradamus, que foi médico-astrólogo da Rainha Catarina de Médicis e muitos outros personagens, escritores como Rabelais e o pintor Durer .
Cornélio Agrippa também deu sua contribuição com a sua obra “Filosofia Oculta” e Paracelso que, segundo o seu sistema, a astrologia tradicional encontra o seu lugar, inclusive no âmbito médico. Também podemos citar Francis Bacon e Kepler que realizou os seus cálculos matemáticos das órbitas planetárias há cerca de 350 anos, trazendo grandes mudanças para a Astrologia.
O interesse manifestado pelos astrólogos do Renascimento pela alquimia, numerologia e outros campos despertou, no público em geral, o interesse pelas revelações do oculto, fazendo dispersar o núcleo do pensamento astrológico, o que contribuiu em parte para sua decadência no decorrer deste período.
Em 1543, Copérnico, astrônomo polaco, publicou uma obra na qual expunha a teoria de que era o Sol e não a Terra que se situava no centro do sistema solar. Os estudiosos renascentistas já conheciam esta teoria heliocêntrica, defendida por Aristarco - matemático grego, muitos séculos antes. Consciente dos perigos da ira da Igreja, Copérnico só publicou o seu livro no fim de sua vida: na realidade, quando se tornaram evidentes as implicações da sua obra nos 50 anos seguintes, a Igreja demonstrou toda a sua hostilidade.
Em 1600, um seguidor de Copérnico foi queimado na fogueira por defender as suas idéias e, em 1663, Galileu foi obrigado a retratar-se publicamente. Apesar de nesta época a Igreja já tolerar as formas simbólicas e proféticas da Astrologia, sentiu seu poder ameaçado por estes novos astrólogos.
As teorias de Copérnico não estavam totalmente certas e ele não teve à sua disposição os meios para comprová-las. Ironicamente, foi um astrólogo que se opunha às suas idéias - Tycho Brahe - uma das figuras mais excêntricas da nova era da astrologia telescópica, quem acabou por comprovar as suas teorias.
Tycho Brahe, anunciou em 1566 um eclipse da Lua que coincidiria com a morte do Sultão da Turquia. O aparecimento de uma nova estrela, tão brilhante que podia ser observada à olho nu em plena luz do dia, (sabe-se hoje que se tratava de uma supernova) fez com que o Rei da Dinamarca financiasse um observatório na Ilha de Huen, en Sund, onde o astrônomo trabalhou por vinteanos - entre 1576 e 1596, reunindo um catálogo muito preciso de estrelas e fazendo observações sobre as posições dos planetas, em especial, Marte. Brahe ocupou o cargo de matemático imperial do Sagrado Imperador Romano, Rodolfo II, na Boemia, onde um alemão de nome Johannes Kepler se tornou o seu primeiro ajudante.
Kepler, também chegou a matemático imperial depois da morte de Tycho em 1601 e utilizou as observações exatas de Tycho para provar que a Terra e outros planetas giram em elipses e não em círculos em volta do Sol.

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