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MADEIRAS COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS + CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS + CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS DIFICILMENTE SE ENCONTRAM EM OUTRO MATERIAL EXISTENTE CARACTERÍSTICAS POSITIVAS DAS MADEIRAS: - Resistência mecânica tão na compressão do que na tração na flexão; 1o material de construção a ser utilizado em colunas e vigas. - Resistência mecânica elevada (superior aos concretos convencionais) com peso reduzido (densidade) - Resistência elevada a choques e esforços dinâmicos (tenacidade) - Boas características de isolamento térmico e absorção acústica (seca) - Fogo: demora para queimar - Facilidade de afeiçoamento e simplicidade de ligações: podem ser trabalhadas com ferramentas simples fácil para transportar - Custo baixo de produção... - Abundante, renovável, reaproveitável: eco-material - Durabilidade com manutenção adequada - No estado natural: estético e decorativo 1 CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS: problemas com as madeiras no estado natural - Existe mais de 30000 espécies diferentes de árvores ⇒ Alta variação nas propriedades “REMÉDIO”: BOA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA - Degradação das propriedades e surgimento de tensões internas devido a alterações da sua umidade “REMÉDIO”: - SECAGEM ARTIFICIAL CONTROLADO - IDENTIFICAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DE EQUILÍBRIO - Deterioração devido a predadores “REMÉDIO”: TRATAMENTOS DE PRESERVAÇÃO - Heterogeneidade (defeitos e imperfeições), anisotropia (estrutura fibrosa orientada), limitação de suas dimensões “REMÉDIO”: PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO - Fogo (combustível) “REMÉDIO”: TRATAMENTOS E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO - Isolamento acústico “REMÉDIO”: USO EM PAREDES SANDUÍCHE FLUXOGRAMA DE RENDIMENTO INDUSTRIAL MADEIRA ROLIÇA ↓ MADEIRA SERRADA : peças estruturais (+MLC) ↓ LÂMINAS : chapas de madeira compensada ↓ APARAS : chapas de madeira aglomeradas ↓ FIBRAS : chapas de madeira reconstituída (MDF) CELULOSE LIGNINA ↓ Resinas Polpa: papel Taninos ↓ Moléculas: raiom (seda artificial) ↓ Compostos químicos: açucares, álcoois, resinas, etc. 2 TODA A MADEIRA DE UMA ÁRVORE: TRONCO, GALHARIA, RAÍZES REDUZIDA EM APARAS OU FLOCOS REAGLOMERAÇÃO GRANDE VARIEDADE DE NOVOS MATERIAIS HOMOGÊNEOS E ISOTROPOS “CHAPAS E ARTEFATOS DE MADEIRA TRANSFORMADA” ORIGEM, ESTRUTURA E PRODUÇÃO DAS MADEIRAS CLASSIFICAÇÃO DAS ÁRVORES MADEIRA NATURAL Produto do lenho dos vegetais superiores (árvores e arbustos lenhosos) Todas as características com material de construção são decorrentes dessa sua origem de seres vivos e organizados ⇓ Para o conhecimento do material é necessário considerar os diferentes tipos de árvores e as diferenças no tecido lenhoso BOTÂNICA VEGETAIS SUPERIORES FANERÓGAMAS EXÓGENAS → Vegetais completos com raízes, caule, copa, folhas, flores e sementes GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO EXTERNO ⇒ ANÉIS DE CRESCIMENTO 3 Angiospermas ou Dicotiledôneas Frondosas, FOLHOSAS (hardwood) Ginospermas Coníferas, RESINOSAS (softwood) “árvores de madeira de lei” - Perdem as folhas no inverno - Não resinosos - Representam 65% das espécies conhecidas - São1500 espécies úteis (50% tropicais, 15% temperadas) - Não produzem frutos, tem suas sementes (pinhas) descobertas - Tem folhas geralmente perenes em forma de agulhas, folhas aciculares - Geralmente lenho de madeira branca - Com resina - Representam 35% das espécies conhecidas - São 400 espécies industrialmente úteis 4 FISIOLOGIA E CRESCIMENTO DAS ÁRVORES Estrutura de uma árvore: - RAIZ - COPA - TRONCO OU CAULE 1) A CASCA protege o lenho veículo da seiva elaborada das folhas para o lenho do tronco * CASCA EXTERNA: CORTIÇA ou camada cortical Tecido morto * CASCA INTERNA: LÍBER ou floema Tecido vivo (seiva elaborada) 2) O CÂMBIO É A “USINA” DE MADEIRA (tecido merismático) Transformação dos AÇÚCARES E AMIDO em CELULOSE E LIGNINA ANÉIS ANUAIS DE CRESCIMENTO Refletem as condições de desenvolvimento da árvore 5 Zona temperada Zona subtropical e tropical LENHO INICIAL (Earlywood) Lenho de primavera Lenho de primavera- verão LENHO TARDIO (Latewood) Lenho de verão Lenho de outono- inverno CONSEQÜÊNCIA ANISTROPIA DA MADEIRA ⇓ a) DIREÇÃO TANGENCIAL: transversal tangencial aos anéis de crescimento b) DIREÇÃO RADIAL: transversal radial aos anéis de crescimento c) DIREÇÃO AXIAL OU LONGITUDINAL: longitudinal ao caule, no sentido das fibras 6 FALSOS OU DESLOCAMENTOS DE ANÉIS DE CRESCIMENTO (Interrupção de crescimento - Estiagens - Ataques de pragas - Abalos sofridos pela planta) 3) O LENHO Núcleo de sustentação e resistência da árvore Seção útil do tronco par a construção civil 7 ALBURNO EXTERNO (SAPWOOD) madeira branca Pode ser considerado como uma madeira “inacabada” ou “imperfeita” - Formado de células vivas e atuantes - Dá resistência à árvore - É condutor de seiva bruta (ascendente) CERNE INTERIOR (HEARTWOOD) (mais escuro que o alburno) - Formado por células mortas e esclerosadas - Vem do espessamento das paredes das células (do alburno) provocados por sucessivas impregnações de lignina, resina, tanino e corante. COMPARADO COM O ALBURNO, O CERNE TEM: Maior densidade e compacidade Maior resistência mecânica, Maior durabilidade Menor umidade e permeabilidade RETIRAR TODO O ALBURNO COMO IMPRESTÁVEL PARA A CONSTRUÇÃO? 4) MEDULA - Miolo central da seção transversal do tronco (vestígio do vegetal jovem) - Tecido frouxo, mole e esponjoso, até apodrecido - Não tem resistência mecânica e durabilidade - Sua presença em peças de madeira serradas constitui um defeito 5) RAIOS MEDULARES - Desenvolvimentos transversais radiais de células lenhosas - Transporte e armazenamento de nutrientes na seção transversal - Efeito estético e decorativo - Amarram transversalmente as fibras impedindo que elas “trabalham” exageramente frente às variações do teor de umidade da madeira 8 ESTRUTURA FIBROSA DO LENHO ESTRUTURA ANATÔMICA CELULAR ⇓ COMPORTAMENTO FÍSICO-MECÂNICO HETEROGÊNEO E ANISOTRÓPICO Desempenho desigual de peças proveniente de espécies diferentes ou diversamente localizadas na mesma tora LENHO NAS FOLHOSAS LENHO NAS RESINOSAS 9 AS RESINOSAS apresentam: Crescimento rápido; Densidade inferior à das folhosas (no entanto, têm boa resistência); Baixa retração e inchamento limitado; Facilidade de trabalho com ferramentas e maquinas; Facilidade de tratamento de preservação. Madeiras geralmente macias: pinheiro do Paraná (Araucária), pinus (elliottii) pinheiros europeus e norte americanos. Usadas em construções internamente e externamente, em laminada- colada, pisos, revestimentos, esquadrias, portas, etc. AS FOLHOSAS, quando comparadas com as resinosas, apresentam: Crescimento mais lento; Maior densidade e dificuldade de trabalho; Resistência maior; Retração e inchamento maior; Maior durabilidade natural. Exemplos: peroba, ipê, aroeira, carvalho, etc. Usadas em construções internamente e externamente, estruturas, elementos de construção expostos às intempéries. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA C (50%), O (42%), H (6%), N (1%), outros(1%) REPARTIDOS EM CELULOSE - HEMICELULOSE - LIGNINA Outros compostos (0-1%): óleos, resinas, açúcares, amidos, taninos, substâncias nitrogenadas, sais orgânicos, ácidos orgânicos. Molécula de CELULOSE (cadeia): A PAREDE DA CÉLULA: UM COMPÓSITO COM FIBRAS Composta por: - MICROFIBRAS (ou microfibrilas) constituídas por 100 até 2000 cadeias celulósicas; serão as “fibras” - LIGNINA E HEMICELULOSE são os ligantes das microfibras; serão os componentes da “matriz” 10 Camada S2: - 75% da espessura da parede celular - Microfibras formam um ângulo em volta de 15o em relação ao eixo principal do tubo Consequência importante em “engenharia de madeira”: ANISOTROPIA NAS VARIAÇÕES DIMENSIONAIS A MADEIRA: UM DUPLO COMPÓSITO COM FIBRAS 1) LENHO DO TRONCO: composto por pequenos tubos (“fibras”) colados entre si por lignina (“matriz”) 2) PAREDE DO TUBO: composto por microfibras de celulose (“fibras”) coladas entre si por uma mistura de hemicelulose e lignina (“matriz”) IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA DAS ESPÉCIES LENHOSAS 1) IDENTIFICAÇÃO VULGAR Nome vulgar da espécie que é geralmente relacionado a uma característica predominante Ex: - Açoita-cavalo revela uma resistência dinâmica elevada (tenacidade) - Pau-ferro revela uma grande resistência mecânica - Pau-marfim revela uma aparência homogênea do lenho 11 2) IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA Identificação do gênero e da espécie do exemplar pelo nome botânico Ex: - Peroba-rosa: aspidosperma polyneuron - Peroba dos campos: paratecoma peroba - Pinho do paraná: araucária augustrifolia 3) IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA-TECNOLÓGICA Identificação cientificamente exata, baseada no estudo comparado da estrutura anatômica do lenho: observação no microscópio da estrutura do lenho PRODUÇÃO DE MADEIRAS A exploração de reservas florestais deve ser realizada com racionalização para conseguir um aproveitamento econômico ecológico adequado 1) O CORTE Em épocas apropriadas: meses de inverno 2) A TORAGEM A árvore é desgalhada e traçada em tora de 5 a 6 m (transporte) Pode ser descascada (descortiçada) e “falquejada” (retirar 4 costaneiras) 12 3) O DESDOBRO (OU DESDOBRAMENTO) Obtenção de pranchões ou “couçoeiras” com espessura superior a 7,0 cm e largura superior 20,0 cm. 13 4) O APARELHAMENTO DAS PEÇAS Obtenção de peças nas bitolas comerciais por serragem e resserragem das pranchas A nomenclatura e as dimensões da madeira serrada estão fixadas na PB5 da ABNT: Madeira Serrada e Beneficiada 14 COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DIFICILMENTE SE ENCONTRAM EM OUTRO MATERIAL EXISTENTE “REMÉDIO”: BOA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA “REMÉDIO”: - SECAGEM ARTIFICIAL CONTROLADO - IDENTIFICAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DE EQUILÍBRIO “REMÉDIO”: TRATAMENTOS DE PRESERVAÇÃO “REMÉDIO”: PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO “REMÉDIO”: USO EM PAREDES SANDUÍCHE FLUXOGRAMA DE RENDIMENTO INDUSTRIAL MADEIRA ROLIÇA MADEIRA SERRADA : peças estruturais (+MLC) APARAS : chapas de madeira aglomeradas TODA A MADEIRA DE UMA ÁRVORE: TRONCO, GALHARIA, RAÍZES “CHAPAS E ARTEFATOS DE MADEIRA TRANSFORMADA” ORIGEM, ESTRUTURA E PRODUÇÃO DAS MADEIRAS CLASSIFICAÇÃO DAS ÁRVORES MADEIRA NATURAL BOTÂNICA VEGETAIS SUPERIORES FANERÓGAMAS EXÓGENAS COMPARADO COM O ALBURNO, O CERNE TEM: REPARTIDOS EM Em épocas apropriadas: meses de inverno
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