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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E 
GOVERNO: CONCEITO E OBJETIVOS.
ESTADO:
O Estado é uma criação humana destinada a manter a coexis-
tência pacífica dos indivíduos, a ordem social, de forma que os se-
res humanos consigam se desenvolver e proporcionar o bem estar 
a toda sociedade. Pode ser definido como o exercício de um poder 
político, administrativo e jurídico, exercido dentro de um determi-
nado território, e imposto para aqueles indivíduos que ali habitam.
GOVERNO:
É o conjunto de órgãos e as atividades que eles exercem no 
sentido de conduzir politicamente o Estado, definindo suas dire-
trizes. Não se confunde com a Administração Pública em sentido 
estrito, que tem a função de realizar concretamente as diretrizes 
traçadas pelo Governo. Portanto, enquanto o Governo age com 
ampla discricionariedade, a Administração Pública atua de modo 
subordinado. 
Sistema de Governo é o modo como se relacionam os poderes; 
Executivo e Legislativo. Existem os seguintes sistemas de gover-
no: 
a) Presidencialista: O Chefe de Estado também é o chefe de 
Governo. É o sistema adotado no Brasil; 
b) Parlamentarista: A chefia de Estado é exercida por um pre-
sidente ou um rei, sendo que a chefia de Governo fica a cargo de 
um gabinete de ministros, nomeados pelo Parlamento e liderados 
pelo primeiro-ministro; 
c) Semi-presidencialista: Também chamado de sistema híbri-
do, é aquele em que o chefe de Governo e o chefe de Estado com-
partilham o Poder Executivo e exercem a Administração Pública; 
d) Diretorial: O Poder executivo é exercido por um órgão 
colegiado escolhido pelo Parlamento. Ao contrário do parlamen-
tarismo, não há possibilidade de destituição do diretório pelo Par-
lamento. 
As formas de Governo (ou sistemas políticos) dizem respeito 
ao conjunto das instituições pelas quais o Estado exerce seu poder 
sobre a sociedade e, principalmente, o modo como o chefe de Es-
tado é escolhido. Existem duas formas: 
a) Presidencialismo: Escolhido pelo voto (direto ou indireto) 
para um mandato pré-determinado; 
b) Monarquia: Escolhido geralmente pelo critério hereditá-
rio, sua permanência no cargo é vitalícia - o afastamento só pode 
ocorrer por morte ou abdicação. A monarquia pode ser absoluta, 
em que a chefia de Governo também está nas mãos do monarca; 
ou parlamentarista, em que a chefia de Governo está nas mãos do 
primeiro-ministro; 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
A administração pública pode ser definida objetivamente 
como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve 
para assegurar os interesses coletivos e, subjetivamente, como o 
conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a Lei atribui o 
exercício da função administrativa do Estado.
Sob o aspecto operacional, administração pública é o desem-
penho perene e sistemático, legal e técnico dos serviços próprios 
do Estado, em benefício da coletividade.
A administração pública pode ser direta, quando composta pelas 
suas entidades estatais (União, Estados, Municípios e DF), que não 
possuem personalidade jurídica própria, ou indireta quando compos-
ta por entidades autárquicas, fundacionais e paraestatais.
Segundo ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro o conceito de 
administração pública divide-se em dois sentidos: “Em sentido obje-
tivo, material ou funcional, a administração pública pode ser definida 
como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob 
regime jurídico de direito público, para a consecução dos interesses 
coletivos. Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, pode-se definir 
Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pes-
soas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função adminis-
trativa do Estado”.
Assim, administração pública em sentido material é administrar 
os interesses da coletividade e em sentido formal é o conjunto de 
entidade, órgãos e agentes que executam a função administrativa do 
Estado.
ELEMENTOS DO ESTADO:
1) População: Reunião de indivíduos num determinado local, 
submetidos a um poder central. O Estado vai controlar essas pessoas, 
visando, através do Direito, o bem comum. A população pode ser 
classificada como nação, quando os indivíduos que habitam o mesmo 
território possuem como elementos comuns a cultura, língua e reli-
gião. Possuem nacionalidades, cultura, etnias e religiões diferentes.
2) Território: Espaço geográfico onde reside determinada po-
pulação. É limite de atuação dos poderes do Estado. Vale dizer que 
não poderá haver dois Estados exercendo seu poder num único ter-
ritório, e os indivíduos que se encontram num determinado território 
estão submetidos a esse poder uno.
3) Soberania: É o exercício do poder do Estado, internamente 
e externamente. O Estado, dessa forma, deverá ter ampla liberdade 
para controlar seus recursos, decidir os rumos políticos, econômicos 
e sociais internamente e não depender de nenhum outro Estado ou 
órgão internacional. 
PODERES DO ESTADO:
A existência de três Poderes e a idéia que haja um equilíbrio 
entre eles, de modo que cada um dos três exerça um certo controle 
sobre os outros é sem dúvida uma característica das democracias mo-
dernas. A noção da separação dos poderes foi intuída por Aristóteles, 
ainda na Antiguidade, mas foi aplicada pela primeira vez na Inglater-
ra, em 1653. Sua formulação definitiva, porém, foi estabelecida por 
Montesquieu, na obra “O Espírito das Leis”, publicada em 1748, e 
cujo subtítulo é “Da relação que as leis devem ter com a constituição 
de cada governo, com os costumes, com o clima, com a religião, com 
o comércio, etc.”
“É preciso que, pela disposição das coisas, o poder retenha o 
poder”, afirma Montesquieu, propondo que os poderes executivo, le-
gislativo e judiciário sejam divididos entre pessoas diferentes. Com 
isso, o filósofo francês estabelecia uma teoria a partir da prática que 
verificara na Inglaterra, onde morou por dois anos. A influência da 
obra de Montesquieu pode ser medida pelo fato de a tripartição de 
poderes ter se tornado a regra em todos os países democráticos 
modernos e contemporâneos.
Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Executivo e Legislativo
Em primeiro lugar, pode-se citar o poder Executivo que, em 
sentido estrito, é o próprio Governo. No caso brasileiro - uma re-
pública presidencialista - o poder Executivo é constituído pelo 
Presidente da República, supremo mandatário da nação, e por seus 
auxiliares diretos, os Ministros de Estado.
O poder Executivo exerce principalmente a função admi-
nistrativa, gerenciando os negócios do Estado, aplicando a lei e 
zelando pelo seu cumprimento. Além disso, o Executivo também 
exerce, em tese de modo limitado, a atividade legislativa através 
da edição de medidas provisórias com força de lei e da criação 
de regulamentos para o cumprimento das leis. No entanto, desde 
o fim da ditadura militar, em 1985, os presidentes brasileiros de-
monstram uma tendência a abusar das medidas provisórias para 
fazer leis de seus interesses, quando estas só deveriam ser editadas, 
de acordo com a Constituição, “em caso de urgência e necessidade 
extraordinária”.
Fazer leis ou legislar é a função básica do poder Legislativo, 
isto é, o Congresso Nacional. Composto pelo Senado e pela Câ-
mara dos Deputados, o Congresso também fiscaliza as contas do 
Executivo, por meio de Tribunais de Contas que são seus órgãos 
auxiliares, bem como investiga autoridades públicas, por meio de 
Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs). Ao Senado Fede-
ral cabe ainda processar e julgar o presidente, o vice-presidente 
da República e os ministros de Estado no caso de crimes de res-
ponsabilidade, após a autorização da Câmara dos Deputados para 
instaurar o processo.
O Poder Judiciário
Já o poder Judiciário tem, com exclusividade,o poder de apli-
car a lei nos casos concretos submetidos à sua apreciação. Nesse 
sentido, cabe aos juízes garantir o livre e pleno debate da questão 
que opõe duas ou mais partes numa disputa cuja natureza pode 
variar - ser familiar, comercial, criminal, constitucional, etc. -, per-
mitindo que todos os que serão afetados pela decisão da Justiça 
expor suas razões e argumentos.
FINS:
A Administração Pública tem como principal objetivo o inte-
resse público, seguindo os princípios constitucionais da legalida-
de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Quanto à organização e aos princípios, vamos estudar mais 
adiante em tópico oportuno.
2. EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO 
BRASIL
A evolução da administração pública em nosso país passou 
por três modelos diferentes: a administração patrimonialista, a ad-
ministração burocrática e a administração gerencial.
Essas modalidades surgiram sucessivamente ao longo do tem-
po, não significando, porém, que alguma delas tenha sido definiti-
vamente abandonada.
Na administração pública patrimonialista, própria dos Estados 
absolutistas europeus do século XVIII, o aparelho do Estado é a 
extensão do próprio poder do governante e os seus funcionários 
são considerados como membros da nobreza. O patrimônio do Es-
tado confunde-se com o patrimônio do soberano e os cargos são 
tidos como prebendas (ocupações rendosas e de pouco trabalho). 
A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de adminis-
tração.
A administração pública burocrática surge para combater 
a corrupção e o nepotismo do modelo anterior. São princípios 
inerentes a este tipo de administração a impessoalidade, o for-
malismo, a hierarquia funcional, a ideia de carreira pública e a 
profissionalização do servidor, consubstanciando a ideia de poder 
racional legal.
Os controles administrativos funcionam previamente, para 
evitar a corrupção. Existe uma desconfiança prévia dos adminis-
tradores públicos e dos cidadãos que procuram o Estado com seus 
pleitos. São sempre necessários, por esta razão, controles rígidos 
em todos os processos, como na admissão de pessoal, nas con-
tratações do Poder Público e no atendimento às necessidades da 
população.
A administração burocrática, embora possua o grande mérito 
de ser efetiva no controle dos abusos, corre o risco de transformar 
o controle a ela inerente em um verdadeiro fim do Estado, e não 
um simples meio para atingir seus objetivos. Com isso, a máquina 
administrativa volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua 
missão básica, que é servir à sociedade. O seu grande problema, 
portanto, é a possibilidade de se tornar ineficiente, auto-referente 
e incapaz de atender adequadamente os anseios dos cidadãos.
A administração pública gerencial apresenta-se como solu-
ção para estes problemas da burocracia. Priorizase a eficiência da 
Administração, o aumento da qualidade dos serviços e a redução 
dos custos. Buscase desenvolver uma cultura gerencial nas or-
ganizações, com ênfase nos resultados, e aumentar a governança 
do Estado, isto é, a sua capacidade de gerenciar com efetividade 
e eficiência. O cidadão passa a ser visto com outros olhos, tor-
nando-se peça essencial para o correto desempenho da atividade 
pública, por ser considerado seu principal beneficiário, o cliente 
dos serviços prestados pelo Estado.
A administração gerencial constitui um avanço, mas sem 
romper em definitivo com a administração burocrática, pois não 
nega todos os seus métodos e princípios. Na verdade, o gerencia-
lismo apóiase na burocracia, conservando seus preceitos básicos, 
como a admissão de pessoal segundo critérios rígidos, a merito-
cracia na carreira pública, as avaliações de desempenho,o aperfei-
çoamento profissional e um sistema de remuneração estruturado. 
A diferença reside na maneira como é feito o controle, que passa a 
concentrarse nos resultados, não mais nos processos em si, procu-
rando-se, ainda, garantir a autonomia do servidor para atingir tais 
resultados, que serão verificados posteriormente.
Aceita-se também uma maior participação da sociedade ci-
vil na prestação de serviços que não sejam exclusivos de Estado. 
São as chamadas entidades paraestatais, que compõem o terceiro 
setor, composto por entidades da sociedade civil de fins públicos 
e não lucrativos, como as organizações sociais e as organizações 
da sociedade civil de interesse público (OSCIPs). Este setor passa 
a coexistir com o primeiro setor, que é o Estado, e com o segundo 
setor, que é o mercado.
Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Na administração gerencial, a noção de interesse público é 
diferente da que existe no modelo burocrático. A burocracia vê o 
interesse público como o interesse do próprio Estado. A adminis-
tração pública gerencial nega essa visão, identificando este inte-
resse com o dos cidadãos, passando os integrantes da sociedade a 
serem vistos como clientes dos serviços públicos.
Atualmente, o modelo gerencial na Administração Pública 
vem cada vez mais se consolidando, com a mudança de estruturas 
organizacionais, o estabelecimento de metas a alcançar, a redu-
ção da máquina estatal, a descentralização dos serviços públicos, 
a criação das agências reguladoras para zelar pela adequada pres-
tação dos serviços etc. O novo modelo propõe-se a promover o 
aumento da qualidade e da eficiência dos serviços oferecidos pelo 
Poder Público aos seus clientes: os cidadãos.
www.editoraferreira.com.br 2 Luciano Oliveira
3. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO 
DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO.
CAPÍTULO VII 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos 
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, as-
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de 
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e 
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para 
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
ração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois 
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con-
vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de 
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos con-
cursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a 
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições 
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
buições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre as-
sociação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites 
definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públi-
cos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios 
de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo deter-minado para atender a necessidade temporária de excepcional inte-
resse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que 
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por 
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção 
de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) (Regulamento)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fun-
dacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato 
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou 
outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não 
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Su-
premo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, 
o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio 
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio 
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo 
e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado 
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio 
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no 
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Mi-
nistério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder 
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
tivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do 
serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998)
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão de 
acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998)
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e 
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos 
XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, 
I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, 
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em 
qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científi-
co; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
da Constitucional nº 34, de 2001)
Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda-
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controla-
das, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais 
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedên-
cia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia 
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de 
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste 
último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, 
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições 
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga-
ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, 
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de quali-
ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
mento das obrigações. (Regulamento)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio-
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi-
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades 
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento 
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convê-
nio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in-
formativo ou de orientação social, dela não podendo constar no-
mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III impli-
cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos 
termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário 
na administração pública direta e indireta, regulando especialmen-
te: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos 
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao 
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos 
serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X 
e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - a disciplina da representação contra o exercício negli-
gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração 
pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in-
disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos 
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem pre-
juízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos 
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
rado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo 
ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que 
possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos 
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser 
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas 
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor 
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, di-
reitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.”
§ 9º O disposto noinciso XI aplica-se às empresas públicas 
e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que rece-
berem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio 
em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os 
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti-
vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação 
e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998)
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remune-
ratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas 
de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 47, de 2005)
 § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput des-
te artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, 
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e 
Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desem-
bargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa 
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal 
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o 
disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e 
Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 47, de 2005)
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autár-
quica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se 
as seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 19, de 1998)
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, 
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
ração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibi-
lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego 
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não 
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exer-
cício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para 
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
tamento, os valores serão determinados como se no exercício es-
tivesse.
Seção II 
DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico 
único e planos de carreira para os servidores da administração pú-
blica direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN 
nº 2.135-4)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios instituirão conselho de política de administração e remunera-
ção de pessoal, integrado por servidores designados pelos respec-
tivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com-
ponentes do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade 
dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998)
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas 
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores 
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requi-
sitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração 
de convênios ou contratos entre os entes federados. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o 
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, 
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisi-
tos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exi-
gir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os 
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão 
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor re-
muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, 
o disposto no art. 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão 
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e 
empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários pro-
venientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autar-
quia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de 
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, moderni-
zação, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive 
sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em car-
reira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas au-
tarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter 
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente 
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, obser-
vados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o 
disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
41, 19.12.2003)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que 
trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a par-
tir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais 
ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em servi-
ço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, 
na forma da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo 
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e 
cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez 
anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efe-
tivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condi-
ções: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se ho-
mem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mu-
lher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos deidade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribui-
ção. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de 
sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo ser-
vidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de 
referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião 
da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas 
como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdên-
cia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para 
a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata 
este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementa-
res, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 47, de 2005)
Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 47, de 2005)
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 47, de 2005)
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais 
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão 
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, «a», 
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e no en-
sino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 20, de 15/12/98)
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção 
de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência 
previsto neste artigo.(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por 
morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 41, 19.12.2003)
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor faleci-
do, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime 
geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de 
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposen-
tado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
41, 19.12.2003)
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no car-
go efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo esta-
belecido para os benefícios do regime geral de previdência social 
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela 
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluí-
do pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser-
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios 
estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 41, 19.12.2003)
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal 
será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor-
respondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de con-
tagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total 
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da 
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de ou-
tras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de pre-
vidência social, e ao montante resultante da adição de proventos 
de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma 
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdên-
cia dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no 
que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de 
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 15/12/98)
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem 
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se 
o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional nº 20, de 15/12/98)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
desde que instituam regime de previdência complementar para os 
seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, 
para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo 
regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para 
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o 
art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o 
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Exe-
cutivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que 
couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência com-
plementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos par-
ticipantes planos de benefícios somente na modalidade de contri-
buição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver 
ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de 
instituição do correspondente regime de previdência complemen-
tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o 
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualiza-
dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003)
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta-
dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo 
que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com per-
centual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos 
efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado 
as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, 
III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono 
de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previden-
ciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória 
contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003)
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de 
previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e 
de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente 
estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape-
nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão 
que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os be-
nefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for 
portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 47, de 2005)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de 
concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº19, de 1998)
Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
rada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de de-
sempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defe-
sa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor 
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, 
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
muneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em 
outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída 
para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998)
PRINCÍPIOS EXPRESSOS CONSTITUCIONALMENTE
A atividade administrativa, em qualquer dos poderes ou esfe-
ras, obedece aos princípios gerais e constitucionais da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, como im-
põe a norma fundamental do artigo 37 da Constituição da Repúbli-
ca Federativa do Brasil de 1988, que assim dispõe em seu caput: 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qual-
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-
de, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”.
Diante de tais princípios expressos constitucionalmente te-
mos:
Princípio da Legalidade: Este é o principal conceito para a 
configuração do regime jurídico-administrativo, pois se justifica 
no sentido de que a Administração Pública só poderá ser exercida 
quando estiver em conformidade com a Lei.
O Administrador Público não pode agir, nem mesmo deixar de 
agir, senão de acordo com o que dispõe a Lei. 
Para que a administração possa atuar, não basta à inexistência 
de proibição legal, é necessária para tanto a existência de deter-
minação ou autorização de atuação administrativa na lei. Os par-
ticulares podem fazer tudo o que a Lei não proíba, entretanto a 
Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei autorizar.
Importante ainda esclarecer que a administração pública está 
obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não ape-
nas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos princí-
pios jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas editadas 
pela própria administração pública.
Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos que a Ad-
ministração Pública tem que manter uma posição de neutralidade 
em relação aos seus administrados, não podendo prejudicar nem 
mesmo privilegiar quem quer que seja. Dessa forma a Administra-
ção pública deve servir a todos, sem distinção ou aversões pessoais 
ou partidárias, buscando sempre atender ao interesse público. 
Impede o princípio da impessoalidade que o ato administrati-
vo seja emanado com o objetivo de atender a interesses pessoais 
do agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade exclu-
sivamente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e impessoal.
Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade possui 
estreita relação com o também principio constitucional da isono-
mia, ou igualdade, sendo dessa forma vedadas perseguições ou 
benesses pessoais.
Princípio da Moralidade: Tal princípio vem expresso na Cons-
tituição Federal no caput do artigo 37, que trata especificamente da 
moral administrativa, onde se refere à ideia de probidade e boa-fé. 
A partir da Constituição de 1988, a moralidade passou ao sta-
tus de principio constitucional, dessa maneira pode-se dizer que 
um ato imoral é também um ato inconstitucional. 
A falta da moral comum impõe, nos atos administrativos a 
presença coercitiva e obrigatória da moral administrativa, que se 
constitui de um conjunto de regras e normas de conduta impostas 
ao administrador da coisa pública.
Assim o legislador constituinte utilizando-se dos conceitos da 
Moral e dos Costumes uma fonte subsidiária do Direito positivo, 
como forma de impor à Administração Pública, por meio de juízo 
de valor, um comportamento obrigatoriamente ético e moral no 
exercício de suas atribuições administrativas, através do pressu-
posto da moralidade.
A noção de moral administrativa não esta vinculada às con-
vicções intimas e pessoais do agente público, mas sim a noção de 
atuação adequada e ética perante a coletividade, durante a gerência 
da coisa pública.
Princípio da Publicidade: Por este principio constitucional, te-
mos que a administração tem o dever de oferecer transparência de 
todos os atos que praticar, e de todas as informações que estejam 
armazenadas em seus bancos de dados referentes aos administra-
dos.
Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e 
busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos pratica-
dos devem ser acessíveis aos cidadãos. 
Por tal razão, os atos públicos devem ter divulgação oficial 
como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei, 
onde o sigilo deve ser mantido e preservado.
Princípio da Eficiência: Por tal principio temos a imposição 
exigível à Administração Pública de manter ou ampliar a qualida-
de dos serviços que presta ou põe a disposição dos administrados, 
evitando desperdícios e buscando a excelência na prestação dos 
serviços.
Tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa 
prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais 
econômica, melhorando o custo-benefício da atividade da admi-
nistração pública. 
O administrador deve procurar a solução que melhor atenda 
aos interesses da coletividade, aproveitando ao máximo os recur-
sos públicos, evitando dessa forma desperdícios. 
Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
BLICA
A doutrina administrativa adota diversos princípios implícitos 
que norteiam a atividade administrativa do Estado, entretanto, nos 
preocupamos em elencar os principais, senão vejamos:
Princípio da Supremacia do Interesse Público: Tal Princípio, 
muito embora não se encontre expresso no enunciado do texto 
constitucional é de suma importância para a atividade administra-
tiva, tendo em vista que, em decorrência do regime democrático 
adotado pelo Brasil, bem como o seu sistema representativo, temos 
que toda a atuação do Poder Público seja consubstanciada pelo 
interesse público e coletivo.
Assim, para que o Estado possa atingir a finalidade principal 
que lhe foi imposta pelo ordenamento jurídico, qual seja, o inte-
resse público, é assegurado a administração pública uma série de 
prerrogativas, não existente no direito privado, para que se alcance 
a vontade comum da coletividade.
Assim, a supremacia do interesse público deve se sobressair 
sobre os direitos particulares dos administrados, pois decorre deste 
princípio que, na hipótese de haver um conflito entre o interesse 
público e os interesses de particulares, é evidente e lógico que a 
vontade comum e o interesse coletivo deve prevalecer, respeitados 
os princípios do devido processo legal, e do direito adquirido.
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: Em de-corrência do princípio da indisponibilidade do interesse público 
são vedados ao administrador da coisa pública qualquer ato que 
implique em renúncia a direitos da administração, ou que de ma-
neira injustificada e excessiva onerem a sociedade.
Dessa maneira, a administração pública deve ter sai ação con-
trolada pelo povo, por meios de mecanismos criados pelo Estado 
para esta finalidade, visto que o interesse público não pode ser 
disponível.
Princípio da Autotutela: O direito Administrativo, diante de 
suas prerrogativas confere à Administração Pública o poder de 
corrigir de oficio seus próprios atos, revogando os irregulares e 
inoportunos e anulando os manifestamente ilegais, respeitado o di-
reito adquirido e indenizando os prejudicados, cuja atuação tem a 
característica de autocontrole de seus atos, verificando o mérito do 
ato administrativo e ainda sua legalidade;
Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: A Adminis-
tração deve agir com bom senso, de modo razoável e proporcional 
à situação fática que se apresenta.
A legislação proporciona ao Administrador Público margem 
de liberdade para atuar durante a execução da atividade adminis-
trativa, ficando limitado pelo Princípio da Razoabilidade e Propor-
cionalidade a arbitrariedade administrativa, sendo certo que a ca-
rência de observância a tal Princípio configura em abuso de poder.
Princípio da Continuidade: Os serviços públicos não podem 
parar, devendo manter-se sempre em funcionamento, dentro das 
formas e períodos próprios de sua regular prestação, dada a im-
portância que a execução de tais serviços públicos representa a 
coletividade.
Assim a prestação da atividade administrativa deve ser exe-
cutada de forma contínua, sendo certo que tal Princípio influen-
cia fortemente a determinação e limitação legal imposta aos 
servidores públicos a realização de greves, visto que os servi-
ços públicos considerados essenciais para a coletividade não poderá 
sofrer prejuízos em razão de greves ou paralisações de seus agentes 
públicos.
4. SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO; 
CARACTERÍSTICAS; CLASSIFICAÇÃO;
 TITULARIDADE; PRINCÍPIOS.
CONCEITO:
Inicialmente, devemos elucidar que a Constituição Federal de 
1988 não conceitua “serviço público”, e tampouco temos no ordena-
mento jurídico pátrio, em leis esparsas, seu significado legal.
Dessa maneira temos que ficou sob os cuidados da doutrina admi-
nistrativa elaborar seu significado, entretanto, não existe um conceito 
doutrinário consensual de “serviço público”.
Nos ensinamentos do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, te-
mos o conceito de serviço público como:
“Certas atividades (consistentes na prestação de utilidade ou co-
modidade material) destinada a satisfazer a coletividade em geral, são 
qualificadas como serviços públicos quando, em dado tempo, o Estado 
reputa que não convém relegá-las simplesmente a livre iniciativa; ou 
seja, que não é socialmente desejável fiquem tão só assujeitadas à fis-
calização e controles que exerce sobre a generalidade das atividades 
privadas.” 
Celso Antônio Bandeira de Mello ainda complementa seu conceito 
afirmando que: 
“É toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade 
material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível 
singularmente pelos administrados, que o Estado assume como per-
tinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça às 
vezes, sob um regime de Direito Público – portanto, consagrador de 
prerrogativas de supremacia e de restrições especiais -, instituído em 
favor dos interesses definidos como públicos no sistema normativo”.
Segundo o jurista Hely Lopes de Meirelles, serviço público é: 
“Todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, 
sob normas e controle estatal, para satisfazer necessidades essenciais 
ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”.
Para a Profª. Maria Sylvia ZanellaDi Prieto é necessário o entendi-
mento de serviços públicos sob a ótica de dois elementos, ‘subjetivo’ e 
‘formal’, senão vejamos seu posicionamento: 
“O elemento subjetivo, porque não mais se pode considerar que as 
pessoas jurídicas públicas são as únicas que prestam serviços públi-
cos; os particulares podem fazê-lo por delegação do poder públi-
co, e o elemento formal, uma vez que nem todo serviço público é 
prestado sob regime jurídico exclusivamente público”.
Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Assim, verifica-se que, nas mais variadas concepções jurídi-
cas acerca do conceito de “serviço público”, podemos facilmente 
definir os pontos em comum e aceitar, de maneira ampla que ser-
viço público é como o conjunto de todas as atividades exercidas 
pelo Estado ou delegados, sob o regime jurídico de direito público, 
ou seja, a atividade jurisdicional, atividade de governo, atividade 
legislativa, prestação de serviço público, colocados a disposição 
da coletividade.
De outra forma, estudando o conceito de “serviço público”, 
mas sob análise mais restritiva, temos que são todas as prestações 
de utilidade ou comodidades materiais efetuadas diretamente e ex-
clusivamente ao povo, seja pela administração pública ou pelos 
delegatários de serviço público, voltado sempre à satisfação dos 
interesses coletivos.
O objetivo da Administração Pública, no exercício de suas 
atribuições, é de garantir à coletividade a prestação dos serviços 
públicos de maneira tal que possa corresponder aos anseios da co-
letividade, atingindo diretamente o interesse público, devendo o 
Poder Público disciplinar a aplicação dos recursos materiais (orça-
mentários), visando à aplicação no desenvolvimento de programas 
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
dernização e otimização da prestação dos serviços públicos.
CLASSIFICAÇÃO
A doutrina administrativa majoritária assim classifica os ser-
viços públicos:
Serviços de Utilidade Pública - Serviços de utilidade pública 
são os que a Administração, reconhecendo sua conveniência para 
os membros da sociedade, presta-os diretamente ou autoriza para 
que sejam prestados por terceiros (concessionários, permissioná-
rios ou autorizatários), nas condições regulamentadas pela lei e 
sob seu controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante 
remuneração dos usuários. Ex.: os serviços de transporte coletivo, 
energia elétrica, telefone.
Serviços próprios do Estado - são aqueles que se relacionam 
intimamente com as atribuições do Poder Público, tais como segu-
rança, polícia, higiene e saúde públicas etc, e para a execução dos 
quais a Administração usa da sua supremacia sobre os administra-
dos e seus próprios recursos materiais e pessoais. 
Característica dos serviços próprios do Estado é que não po-
dem ser delegados a particulares. Tais serviços, por sua essenciali-
dade, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração.
Serviços impróprios do Estado - são os que não afetam subs-
tancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem in-
teresses comuns de seus membros, assim entendido como como-
didades, e, por isso, a Administração os presta remuneradamente, 
por seus órgãos ou entidades descentralizadas (Ex.: autarquias, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações go-
vernamentais), ou delega sua prestação.
Serviços Gerais ou “uti universi” - são aqueles que a Admi-
nistração presta sem ter usuários determinados, tão somente para 
atender à coletividade como um todo. Ex.: polícia, iluminação pú-
blica, calçamento. 
Serviços Individuais ou “uti singuli” - são os que têm usuá-
rios determinados ou determináveis e sua utilização pelos particu-
lares e mensurável para cada destinatário. Ex.: o telefone, a água e 
a energia elétrica domiciliares. 
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS PARA A PRES-
TAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Ao analisar a questão da repartição de competências para ainstituição, regulamentação, controle, delegação, execução direta 
ou retomada de um serviço público, não nos deparamos com gran-
des dificuldades, tendo em vista que ela respeita as mesmas regras 
gerais de repartição de competências positivadas na Constituição 
Federal. 
Entretanto, temos que nem sempre constituição irá expressa-
mente, prever a qual ente federado compete a titularidade de um 
serviço público específico. 
Em diversos casos, é necessário nos socorrermos, de forma 
subsidiária, ao princípio da predominância do interesse público. 
Via de regra, a dúvida surgirá nos casos de conflito de compe-
tências e, por meio do critério da extensão territorial do interesse, 
será possível determinar qual solução para o caso por meio da apli-
cação desse princípio. 
Vejamos, em respeito ao pacto federativo, podemos afirmar 
que a constituição positivou um sistema complexo de distribuição 
de competências, no qual um ente federado não tem autoridade 
sobre os outros, pois inexiste hierarquia entre a União, os Estados, 
os Municípios e o Distrito Federal e, em regra, suas esferas de 
atuação não se confundem. 
Dessa maneira, nos artigos 20 e 21 da Constituição Federal 
estão indicadas as competências da União; no artigo 30,incisos I e 
V, é designado ao município competência para organizar e prestar, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços 
públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo (pú-
blico); ao passo que aos estados fica designada competência para 
distribuição de gás canalizado, artigo 25 § 2º Constituição Federal, 
e as demais competências, as chamas remanescentes, artigo 25 § 
1º, não listadas expressamente na constituição, não vedadas e que 
não tenham sido atribuídas à União ou aos Municípios. Essas são 
as regras que estabelecem os chamados serviços públicos privati-
vos. 
Assim, a o texto constitucional estipula regime de repartição 
que deve ser lido da seguinte forma: 
a) observação das hipóteses taxativas de competência da 
União, 
b) observação das competências reservadas ao município (in-
teresse local e transporte público) e;
c) inferência das competências dos Estados; aquelas que não 
lhe são expressamente vedadas, as que não se encontram no campo 
delimitado aos dois primeiros e mais sua única previsão expressa 
(distribuição de gás canalizado). 
Ademais, em seus artigo 23 e 24 , ficam apartadas as compe-
tências comum e concorrente, respectivamente. 
A competência comum é caracterizada quando mais de um 
ente federativo tem previsão de atuação na área administrativa ci-
tada, podendo assim atuar juntos, sem predominância por prefe-
rência ou hierarquia e, portanto, a atuação de um não afasta a de 
outro. 
Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Assim, os serviços públicos compreendidos no artigo 23 se-
rão os serviços públicos comuns, expressão máxima do que José 
dos Santos Carvalho Filho convencionou chamar real federalismo 
cooperativo. 
Por outro lado, a competência concorrente, também denomi-
nada supletiva, é um típico caso de repartição do poder de legis-
lar. Sendo assim, cabe a União estabelecer normas gerais e aos 
estados e municípios complementá-las, tendo estes, na ausência 
da regra geral, autorização para exercer a competência legislativa 
plena.
A Constituição Federal, além de partilhar a competência de 
prestação de serviço público entre os entes federados, também 
prevê as formas em que esses serviços serão executados. 
Os serviços, sendo de competência do poder público, podem 
ser prestados sob as seguintes formas: sob a forma direta, na qual 
o ente competente para a prestação vai executá-lo ele mesmo, sen-
do um exemplo a defesa nacional, até porque indelegável, e sobre 
a forma indireta, quando não forem prestados pelo estado direta-
mente, mas delegados por contrato ou pela lei. 
A delegação legal, é feita por meio das empresas públicas e 
sociedades de economia mista, enquanto a delegação por contrato 
ocorre sob o regime de concessão ou permissão, artigo 175 da 
Constituição de 88. 
Art. 175 – Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, direta-
mente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através 
de licitação, a prestação de serviço público. 
Nosso ordenamento jurídico, por meio de norma infraconsti-
tucional regula ainda a prestação dos serviços públicos por meio 
de empresas privadas. 
A lei que rege a concessão e permissão de serviços públicos 
atualmente é a Lei 8.987/95. Ela define a concessão de serviço 
público como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder 
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, 
à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capa-
cidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo 
determinado”. 
Ainda diferencia a concessão comum precedida da execução 
de obra pública da concessão comum anteriormente mencionada; 
ao que acrescentamos serem diferentes da concessão especial da 
lei 11.079/04 (PPP’s). 
Enquanto isso, a permissão é definida como a “a delegação, 
a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços pú-
blicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica 
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta 
e risco”. 
Finalmente, o artigo 21, incisos IX e X da Constituição Fe-
deral, prevê também a possibilidade de delegação de serviços por 
meio do instituto da “autorização”. 
Não há consenso na doutrina quando a possibilidade de de-
legação de serviço público por meio do instituto da autorização. 
Isso porque enquanto para uns ela seria mais uma modalidade de 
delegação de serviço público aos particulares, para outros o arti-
go não se refere aos serviços públicos, mas uma nova espécie de 
atividade econômica lato sensu, que seriam as atividades privadas 
de interesse público. 
As formas de prestação de serviço público por terceiros parti-
culares será melhor analisada em momento oportuno.
PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DOS SERVIÇOS PÚ-
BLICOS:
A relevância e a prevalência do interesse coletivo sobre o 
interesse de particulares informam os princípios que orientam a 
disposição e organização do funcionamento dos serviços públicos. 
Importante ressaltar que, a figura principal no serviço público não 
é seu titular, nem mesmo o prestador dele, as sim o usuário dos 
serviços.
Além dos princípios gerais do Direito Administrativo, tanto 
os princípios expressos na Constituição Federal, como também os 
implícitos, presentes em toda a atividade administrativa, especifi-
camente na prestação dos serviços públicos, identifica-se a presen-
ça de mais quatros, que norteia e orienta a prestação dos serviços 
colocados a disposição da coletividade, quais são: o Princípio da 
Continuidade do Serviço Público; Principio da Mutabilidade do 
Regime Jurídico e o Princípio da Igualdade dos Usuários do Servi-
ço Público, e ainda o Princípio do Aperfeiçoamento.
Princípio da Continuidade do Serviço Público: O serviço pú-
blico deve ser prestado de maneira continua o que significa dizer 
que não é passível de interrupção. Isto ocorre justamente pela pró-
pria importância de que o serviço público se reveste diante dos 
anseios da coletividade. 
É o principio que orienta sobre a impossibilidade de parali-
sação, ou interrupção dos serviços públicos, e o pleno direito dos 
administrados a que não seja suspenso ou interrompido, pois se 
entende que a continuidade dos serviços públicos é essencial a co-
munidade, não podendo assim sofrer interrupções.
Diante de tal princípio temos o desdobramento de outros de 
suma importância para o “serviço público”, quais são: qualidade e 
regularidade, assim como com eficiência e oportunidade.
Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico: É aquele que 
reconhece para o Estado o poder de mudar de forma unilateral as 
regras que incidem sobre o serviçopúblico, tendo como objetivo a 
adaptação às novas necessidades, visando o equilíbrio na relação 
contratual econômico-financeira, satisfazendo o interesse geral à 
máxima eficácia.
Em atenção ao Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico 
dos Serviços Públicos, temos a lição da Profª. Maria Sylvia Zanel-
la Di Prieto, que assim leciona:
“Nem os servidores públicos, nem os usuários de serviço pú-
blicos, nem os contratados pela Administração têm direito adqui-
rido à manutenção de determinado regime jurídico; o estatuto dos 
funcionários pode ser alterado, os contratos também podem ser 
alterados ou mesmo reincididos unilateralmente para atender ao 
interesse público; o aumento das tarifas é feito unilateralmente 
pela Administração, sendo de aplicação imediata”.
Justamente por vincular-se o regime jurídico dos contratos 
administrativos de concessão e permissão de serviços públicos aos 
preceitos de Direito Público, com suas cláusulas exorbitantes, e 
ainda em presença da necessidade constante da adaptação dos ser-
viços públicos ao interesse coletivo, torna-se necessária e razoável 
a possibilidade de alteração, ou mudança do regime de execução 
dos serviços, objetivando adequar aos interesses coletivos.
Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Principio da igualdade dos usuários dos serviços públicos: 
Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei e desta 
forma não podemos ser tratados de forma injusta e desigual, assim, 
não se pode restringir o acesso aos benefícios dos serviços públicos 
para os sujeitos que se encontrarem em igualdade de condições. 
Diante de tal principio temos o desdobramento de dois aspec-
tos da Igualdade dos Usuários de Serviços públicos:
- A Universalidade que significa dizer que o serviço público 
deve ser prestado em benefício de todos os sujeitos que se encon-
tram em equivalente situação.
- A Neutralidade, que significa dizer que é impossível dar 
qualquer tipo de privilégios que forem incompatíveis com o prin-
cípio da isonomia. Logo são “impossíveis” vantagens individuais 
fundadas em raça, sexo, credo religioso, time de futebol e etc.
Princípio do Aperfeiçoamento: Temos o aperfeiçoamento 
como uma constante evolução da sociedade, dessa forma, e sim-
plesmente por isso, é que no serviço público ele se impõe como 
um direito do cidadão, assim, o aperfeiçoamento da prestação dos 
serviços públicos vincula-se à eficiência dos serviços a serem pres-
tados.
DA REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE:
 Cumpre à Administração Pública o dever/poder de regula-
mentação e o controle quando há ocorrência de concessão e per-
missão de executar os serviços públicos por particulares, visando 
à garantia da regularidade do atendimento aos seus objetivos, que 
envolvem gestão de serviço público.
Ao poder concedente, ou seja, ao Poder Público, compete re-
gulamentar o serviço concedido por meio de lei e regulamentos, 
ou do próprio contrato, estabelecendo direitos e deveres das par-
tes contratantes e dos usuários. Importante frisar que, a atividade 
privada, mesmo quando atuante no exercício do serviço público, 
objetiva o lucro, daí surge à necessidade permanente de manter a 
fiscalização.
O controle e o poder de fiscalização serão exercidos pela pró-
pria Administração, através do seu sistema de controle interno, ou 
então será exercido, quando provocado, pelo Poder Judiciário e 
pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas.
Assim, sendo permanente o dever de controlar, tendo em vista 
o interesse coletivo, esse controle se efetiva não apenas pela Admi-
nistração Pública, mas também pelo usuário.
As Agências Reguladoras, devidamente criadas por lei, vêm 
prestando importante serviço na tarefa de fiscalização das conces-
sões e permissões de serviço público.
FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLI-
COS 
Não se pode confundir a titularidade do serviço com a titula-
ridade da prestação dos serviços públicos, sendo certo que se trata 
de realidades e significados totalmente distintos. 
O fato de o Poder Público ser titular de serviços públicos, ou 
seja, ser o sujeito que detém a responsabilidade de zelar pela sua 
prestação, não significa que deva ser obrigatoriamente prestá-los 
por si só de maneira exclusiva, sendo que na grande maioria das 
vezes, estará a Administração pública obrigada a disciplinar e pro-
mover a prestação, bem como efetuar a fiscalização sobre a forma 
que esta sendo executado o serviço público.
Dessa maneira, tanto poderá a administração pública, por 
meios próprios prestar os serviços públicos, como poderá promo-
ver-lhes a prestação conferindo a entidades externas a administra-
ção seu cumprimento e execução.
Entidades externas podem ser assim entendidas como os par-
ticulares estranhos aos quadros da administração pública e ainda a 
administração indireta. Dessa forma, poderá o Poder Público con-
ferir autorização, permissão ou concessão de serviços públicos, 
como formas de sua execução. 
Concessão de serviços públicos: É a delegação de serviços 
públicos feita pelo poder concedente mediante licitação na moda-
lidade concorrência à pessoa que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. 
Assim, é delegado ao vencedor da licitação na modalidade 
de concorrência pública a prestação de serviços públicos, que ge-
ralmente ocorre no tocante à concessão da execução de serviços 
públicos.
Importante esclarecer o conceito de Poder Concedente, assim 
entendido como a União, o Estado, o DF ou Município, em cuja 
competência se encontre o serviço público, assim a titularidade 
continua sendo sua somente será transferida a execução dos servi-
ços públicos à concessionária.
Nos ensinamentos do jurista Hely Lopes Meirelles, temos que:
“Pela concessão, o poder concedente não transfere a pro-
priedade alguma ao concessionário, nem se despoja de qualquer 
direito ou prerrogativa pública. Delega, apenas, a execução do 
serviço, nos limites e condições legais ou contratuais, sempre su-
jeita à regulamentação e fiscalização do concedente.”
Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, conceituando o 
instituto da concessão de serviço público, ensina que:
“É o instituto através do qual o Estado atribuiu o exercício 
de um serviço público a alguém que aceita prestá-lo em nome pró-
prio, por sua conta em risco, nas condições fixadas e alteráveis 
unilateralmente pelo Poder Público, mas sob garantia contratual 
de um equilíbrio econômico-financeiro, remunerando-se pela pró-
pria exploração do serviço, em geral e basicamente mediante tari-
fas cobradas diretamente dos usuários do serviço”.
Neste sentido, verifica-se que a concessão é mecanismo de de-
legação de direito público, pois, as suas cláusulas contratuais são 
editadas pelo Poder Público, que poderá a qualquer tempo modifi-
cá-las de forma unilateral, tendo em vista que não há que se falar 
em igualdade entre as partes contratantes em atenção ao principio 
da soberania do Estado. 
Entretanto, está presente, como em todo contrato, a bilatera-
lidade, pois, ao aderir ao contrato de concessão, o concessionário 
integra a relação jurídica contratual, com declaração de vontade 
própria, mas aceitando os termos e condições impostas pela Ad-
ministração Pública.
O que ocorre com os contratos de concessão de serviços pú-
blicos é que são vinculados ao processo licitatório, assim, as suas 
cláusulas devem atender obrigatoriamente o que estiver estipula-
Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
do no edital de abertura da licitação. Por se tratar de um contrato 
administrativo, o contrato de concessão tem como objeto o bem 
público, a utilidade pública e ainda o interesse da coletividade, que 
se explica facilmente, pelo fato do destinatário da realização do 
serviço é justamente o cidadão.
Oportuno ainda esclarecerque nas concessões de serviço pú-
blico é admitida a subconcessão, desde que prevista em cláusula 
especifica no contrato administrativo e no edital da abertura da li-
citação, vinculado, entretanto, a autorização do poder concedente, 
após a verificação do interesse público.
É possível também ocorrer o instituto da concessão em obras 
públicas, através da privatização temporária de uso. Trata-se de um 
contrato administrativo celebrado entre o Poder Público e o con-
cessionário para a execução de uma obra pública, mediante remu-
neração posterior a ser paga pela exploração dos serviços ou então 
utilidades proporcionadas pela própria execução da obra.
Como dito, a concessão deverá ser formalizada mediante con-
trato, a título precário, precedido de procedimento licitatório (na 
modalidade de concorrência), definindo o objeto, a área, o prazo 
da concessão, o modo de sua execução, a forma e as condições da 
concessão da obra pública, para tanto, a empresa deve demonstrar 
o interesse na contratação com o poder concedente, comprovando 
sua capacidade para o desempenho das obrigações assumidas da 
obra, por sua conta e risco e por prazo determinado.
Ressalta-se que o contrato de concessão de obra pública, fir-
mado por tempo determinado, não pode ser objeto de prorrogação, 
não se situando a prerrogativa discricionária conferida ao Poder 
Público, sendo que sua eventual prorrogação fere o princípio da 
isonomia entre os licitantes, e participantes do certame licitatório 
de concessão.
Permissão: É a delegação, a título precário, mediante licitação 
da prestação de serviços públicos feita pelo poder concedente, a 
pessoa que demonstre capacidade de desempenho por sua conta e 
risco. A permissão de serviço público será formalizada mediante 
contrato de adesão, e será contratado sempre em caráter precário, 
com prazo determinado.
Importante ressaltar que no instituto da permissão de servi-
ços públicos admite-se a presença de pessoa física, além da pessoa 
jurídica, sendo que a legislação que regula a matéria não inclui a 
possibilidade de contratação pela permissão de consórcios.
No instituto da Permissão, a Administração Pública possui a 
prerrogativa de estabelecer de forma unilateral os requisitos e con-
dições impostas diante da execução de serviços públicos permiti-
dos e confiados ao particular, que durante o procedimento licitató-
rio, comprovou possuir capacidade para seu desempenho.
Em virtude do caráter precário das permissões e de seu prazo 
determinado, os permissionários não gozam de prerrogativas ga-
rantidas por lei aos concessionários de serviço público, devendo, 
portanto, seguir as normas e orientações dos Poder Público.
Autorização de serviços públicos: Coloca-se ao lado da con-
cessão e da permissão de serviços públicos, destina-se a serviços 
muito simples, de alcance limitado, ou a trabalhos de emergência, 
e a hipóteses transitórias e especiais, podendo ainda ser utilizado 
para as situações em que o serviço seja prestado a usuários espe-
cíficos e restritos.
Assim, temos que a autorização de serviços públicos é o ato 
administrativo discricionário por meio do qual é delegada a um 
particular, sempre em caráter precário, a prestação de serviços pú-
blicos que não exija alto grau de complexidade e especialização 
técnica, nem mesmo a comprovação do particular autorizado a 
execução dos serviços possuir grande aporte de capital financeiro.
Para a contratação por meio do instituto da autorização de ser-
viços públicos, não há licitação, para tanto, os serviços públicos 
autorizados estão sujeitos a modificação ou revogação de sua exe-
cução, por meio de ato discricionário da delegação, cuja denomi-
nação é termo de autorização. 
Isto ocorre em virtude da precariedade que reveste o ato admi-
nistrativo que autorizou a delegação do serviço ao particular. Cum-
pre esclarecer que a autorização, mesmo sendo precária não possui 
prazo determinado para seu encerramento, e em via de regra, não é 
passível de indenização por decorrente de sua revogação.
Oportuno ainda ressaltar que a autorização do serviço público 
não pode ser confundida com a autorização decorrente do ato de 
polícia administrativa outorgada no exercício do poder de polícia 
conferido a Administração Pública, como condição para a práti-
ca de atividades privadas pelos particulares, o que não se pode 
confundir com a transferência, por delegação, da titularidade da 
execução e prestação dos serviços públicos.
Autorização: poderá ocorrer em duas modalidades que são:
a) autorização de uso – ocorre quando um particular é autori-
zado a utilizar bem público de forma especial, exemplo: a autoriza-
ção de uso de uma rua para realização de uma quermesse.
 b) autorização de atos privados controlados – em que o parti-
cular não pode exercer certas atividades sem autorização do poder 
público, são atividades exercidas por particulares, mas considera-
das de interesse público.
OBS: autorização é diferente de licença, termos semelhantes. 
A autorização é ato discricionário, enquanto a licença é ato vincu-
lado. Na licença o interessado tem direito de obtê-la, e pode exi-
gi-la, desde que preencha certos requisitos, ex. licença para dirigir 
veículo.
PARCERIAS PÚBLICOS-PRIVADAS
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) foram instituídas em 
nosso ordenamento jurídico por meio da Lei 11.079/2004, incor-
porando conceitos já contemplados pela experiência internacional 
e garante que as parcerias público-privadas sejam um instrumento 
eficaz na viabilização de projetos fundamentais para o crescimento 
nacional e que sejam fundamentadas na atuação administrativa de 
forma transparente e de acordo com as regras de responsabilidade 
fiscal.
Entende-se como parceria público-privada a formalização de 
um contrato de prestação de serviços de médio e longo prazo fir-
mado pela Administração Pública com a iniciativa privada, cujo 
valor não seja inferior a vinte milhões de reais, sendo vedada a 
celebração de contratos que tenham por objeto única e exclusiva-
mente o fornecimento de mão de obra, equipamentos ou execução 
de obra pública. 
Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A lei confere a possibilidade de combinar a remuneração 
tarifária com o pagamento de contraprestações públicas e define 
Parcerias Público-Privadas como contrato administrativo de con-
cessão de serviços públicos, na modalidade patrocinada ou admi-
nistrativa. 
Na concessão na modalidade patrocinada a remuneração do 
parceiro privado vai envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos 
usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público. 
A concessão na modalidade administrativa, por sua vez, en-
volve tão somente contraprestação pública, pois se aplica nos ca-
sos em que não houver possibilidade de cobrança de tarifa dos 
usuários.
5. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO: 
COMPORTAMENTO PROFISSIONAL, 
ATITUDES NO SERVIÇO, ORGANIZAÇÃO 
DO TRABALHO, PRIORIDADE EM 
SERVIÇO.
A ética é composta por valores reais e presentes na socieda-
de, a partir do momento em que, por mais que às vezes tais valo-
res apareçam deturpados no contexto social, não é possível falar 
em convivência humana se esses forem desconsiderados. Entre 
tais valores, destacam-se os preceitos da Moral e o valor do justo 
(componente ético do Direito). 
Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas transfor-
mações sofridas pela sociedade através dos tempos provocaram 
uma variação no conceito de ética, por outro, não é possível negar 
que as questões que envolvem o agir ético sempre estiveram pre-
sentes no pensamento filosófico e social. Aliás, um marco da ética 
é a sua imutabilidade: a mesma ética de séculos atrás está vigente 
hoje, por exemplo, respeitar ao próximo nunca será considerada 
uma atitude antiética. Outra característica da ética é a sua validade 
universal, no sentido de delimitar a

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