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Aula 04 - DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR

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Prévia do material em texto

DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 1 
Aula 4: Abordagens pedagógicas II ................................................ 2 
Introdução .................................................................................................. 2 
Conteúdo ..................................................................................................... 3 
Abordagens restantes ..................................................................................... 3 
Abordagem tecnicista ...................................................................................... 3 
Sociedade e cultura ........................................................................................ 4 
Transmissão cultural ....................................................................................... 5 
Processo de ensino ......................................................................................... 7 
Avaliação do aluno .......................................................................................... 8 
Revisitando a abordagem tecnicista: a versão ................................................... 1 
Mundo do trabalho e do consumo .................................................................... 2 
Professores e alunos ....................................................................................... 2 
Avaliação de resultados ................................................................................... 3 
Abordagem crítica ........................................................................................... 3 
Considerações especiais .................................................................................. 6 
Diferentes tendências ..................................................................................... 6 
Tendência libertadora ..................................................................................... 6 
Tendência libertária ........................................................................................ 9 
Tendência de conteúdos culturais ................................................................... 10 
Contribuições importantes .............................................................................. 12 
Perspectiva crítica e intercultural ..................................................................... 14 
Atividade proposta ......................................................................................... 15 
Aprenda Mais ............................................................................................ 15 
Referências ............................................................................................... 16 
Exercícios de fixação ................................................................................. 17 
 
Notas .................................................................................................. 20 
Chaves de resposta .......................................................................... 21 
Atividade proposta ......................................................................................... 21 
Exercícios de fixação ...................................................................................... 21 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 2 
Introdução 
Na aula anterior, iniciamos a nossa reflexão acerca das abordagens ou tendências 
pedagógicas, apresentando algumas ideias relacionadas à pedagogia tradicional 
e à abordagem escolanovista. 
 
Nesta aula, daremos mais um passo nessa temática, apresentando as abordagens 
tecnicista/neotecnicista e crítica, lembrando que são categorizações possíveis. 
Nossa opção por fazê-las assim tem o objetivo de facilitar a compreensão, tendo 
em vista os objetivos gerais do nosso curso de Didática do Ensino Superior. 
 
Um estudo mais aprofundado das abordagens ou tendências pedagógicas 
costuma ser realizado nos cursos de Pedagogia e nas disciplinas de Filosofia e/ou 
História da Educação. 
 
Objetivo: 
Reconhecer as características gerais das abordagens ou tendências 
pedagógicas tecnológica/neotecnológica e críticas, apontando os possíveis 
impactos dessas abordagens na Didática e/ou no processo didático. 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 3 
Conteúdo 
Abordagens restantes 
Na aula anterior, estudamos as abordagens tradicional e escolanovista. Agora, 
trataremos sobre as duas abordagens restantes: tecnicista/neotecnicista e crítica. 
 
Você está pronto para retomar seus estudos? 
 
Abordagem tecnicista 
A abordagem ou pedagogia tecnicista “advoga a reordenação do processo 
educativo de maneira a torná-lo objetivo e operacional” (Saviani, 1984), tendo 
presente o pressuposto da neutralidade científica e inspirada nos princípios da 
racionalidade, eficiência e produtividade. 
 
Essa tendência considera que o conhecimento é a descoberta da realidade 
exterior que é dada como existente e independente do indivíduo. Desse modo, o 
conhecimento é o resultado da experiência ou da experimentação planejada. 
 
Para os adeptos dessa abordagem, “a experiência planejada é considerada a base 
do conhecimento. [...] o conhecimento é o resultado direto da experiência” 
(Mizukami, 1986). 
 
 
Atenção 
 A abordagem ou pedagogia tecnicista/comportamental 
considera que o ser humano é produto do mundo exterior. 
Governado pelo meio ambiente, o ser humano é reativo às 
estimulações externas. Em outras palavras, o ser humano é 
“construído” a partir das influências ou forças existentes no meio 
ambiente. 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 4 
Skinner (1980), um dos representantes da abordagem comportamental mais 
conhecido no Brasil, entende que o comportamento do ser humano pode ser 
ordenado e determinado, permitindo a aplicação dos métodos científicos na 
pesquisa dos atos humanos. 
 
Nesse sentido, o ser humano é produto do arranjo de contingências de reforço 
que são construídas, segundo as relações entre o indivíduo e o mundo, 
envolvendo a articulação entre o momento da resposta, a própria resposta e as 
consequências reforçadas. 
 
O ser humano é, portanto, produto do seu processo evolutivo! 
 
Para a versão tecnicista/comportamental, o mundo é um fenômeno objetivo e já 
construído, podendo ser manipulado, no sentido de seu aperfeiçoamento. Por 
sua vez, as relações do indivíduo com o meio podem ser controladas. 
 
Sociedade e cultura 
De acordo com os princípios da abordagem que estamos analisando, sociedade 
e cultura são categorias distintas. Vejamos o que afirma Skinner sobre o assunto: 
 
Skinner (1973) 
“O ambiente social é o que chamamos de cultura. Dá forma 
e preserva o comportamento dos que nela vivem”. 
“Uma cultura evolui quando novos costumes favorecem a 
sobrevivência daqueles que os praticam”. 
 
A sociedade-cultura é considerada um conjunto de 
contingências de reforço, advogando-se o planejamento 
social e cultural, regido pelos princípios de uma engenharia comportamental. 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 5 
Segundo Skinner (1972b), qualquer grupo poderá ter autossuficiência econômica 
se contar com os recursos da tecnologia moderna, e os problemas psicológicos 
da vida grupal poderão ser resolvidos pela aplicação dos princípios da engenharia 
comportamental. 
 
Para a versão tecnicista/comportamental, “[...] a cultura é representada pelos 
usos e costumes dominantes, pelos comportamentos que se mantêm ao longo 
do tempo. O ponto principal é que nós estimulamos nossa gente a olhar cada 
hábito e costume tendo em vista um possível aperfeiçoamento.” 
 
As mutações culturais ocorrem na medida em que são criadas novas práticas 
sociais, modificadas as condições de seleção de tais práticas e quando são 
alterados osambientes onde os seres humanos vivem. 
 
A função do indivíduo no planejamento sociocultural é a de ser respondente ao 
que se espera que ele realize. Dessa forma, entende-se que o comportamento 
humano pode ser controlado e dirigido. 
 
Transmissão cultural 
Se afirmamos que o indivíduo pode ser dirigido, a educação implica a transmissão 
cultural. O educando é visto como um recipiente de informações e reflexões. O 
conteúdo transmitido está intimamente relacionado a objetivos e habilidades que 
levam à competência, e assim, a educação deverá preocupar-se com aspectos 
que podem ser observados e medidos. 
 
A tendência tecnicista/comportamental implica a adoção de uma estratégia que 
envolve uma preocupação científica associada ao planejamento, à condução e à 
avaliação do processo de aprendizagem. Ou seja, a estratégia instrucional está 
fundamentada nos princípios da tecnologia educacional. 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 6 
Nesse sentido, são desenvolvidos modelos, a partir da análise dos processos por 
meio dos quais o comportamento humano é modelado e reforçado. Para tanto, 
é necessário planejar as contingências e as sequências de atividades de 
aprendizagem. 
 
É importante prever os mecanismos de recompensa, de controle e 
reforços necessários à modelagem do comportamento humano. 
 
Mizukami (1986) afirma que a educação deverá transmitir conhecimentos, assim 
como comportamentos éticos, práticas sociais, habilidades consideradas básicas 
para a manipulação e controle do mundo/ambiente. 
 
Nesse contexto, a função primordial da educação é a de promover 
mudanças nos comportamentos dos indivíduos, envolvendo a aquisição 
de novos comportamentos ou a modificação daqueles já existentes. 
 
Vamos analisar como os dois autores, até agora estudados nesta aula, enxergam 
o papel da escola: 
 
Mizukami (1986) 
Cabe à escola, como agência educacional, “manter, 
conservar e em parte modificar os padrões de 
comportamento aceitos como úteis e desejáveis para uma 
sociedade, considerando-se um determinado contexto 
cultural”. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 7 
Skinner (1972a) 
A tarefa da escola está intimamente relacionada ao 
processo de ensino que implica na organização de 
contingências de reforço para uma aprendizagem eficaz. 
“[...] ensinar é simplesmente arranjar contingências de 
reforço. Entregue a si mesmo, em dado ambiente, um 
estudante aprenderá, e nem por isso terá sido ensinado. 
A escola da vida não é bem uma escola, não porque ninguém nela aprende, mas 
porque ninguém ensina. Ensinar é o ato de facilitar a aprendizagem; quem é 
ensinado aprende mais rapidamente do que quem não é.” 
 
Processo de ensino 
Segundo a tendência tecnicista/comportamental, é possível programar o ensino 
de qualquer disciplina ou comportamento, desde que seja possível especificar o 
objetivo final desejado. Ainda segundo essa tendência, cabe ao professor 
planejar o processo de ensino, organizando, inclusive, as contingências de 
reforço de modo a aumentar a probabilidade de respostas aprendidas. 
 
As propostas pedagógicas, orientadas pela versão tecnicista/comportamental, 
estão associadas a uma abordagem sistêmica e à utilização de recursos 
tecnológicos. 
 
Enfatizam-se o uso de: 
• Microensino; 
• Instrução programada; 
• Tele-ensino; 
• Máquinas de ensinar. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 8 
 
Atenção 
 A organização racional dos meios converte-se na garantia da 
eficiência do processo ensino-aprendizagem, minimizando as 
interferências subjetivas, que podem pôr em risco tal eficiência. 
 
Avaliação do aluno 
Consoante com as características da prática pedagógica, orientada pela 
abordagem tecnicista/comportamental, que enfatiza a definição de objetivos 
intermediários e finais (uma intensa literatura sobre como definir tais objetivos 
foi produzida), visando a estabelecer a sequência da aprendizagem de modo 
gradual, a avaliação consiste em verificar as realizações do aluno passo a passo. 
 
Por isso, a avaliação deve ocorrer antes, durante e ao final do processo de ensino-
aprendizagem, de modo que seja possível detectar o progresso do educando nas 
suas diferentes etapas. 
A avaliação fornece os próprios elementos necessários à organização das 
contingências de reforço. 
 
Você sabe quais são os principais representantes da abordagem 
tecnicista/comportamental? 
 
Vejamos: 
• Burrhus Frederic Skinner; 
• James Popham; 
• Katherine Briggs; 
• Isabel Briggs Myers; 
• Robert Gagné; 
• Benjamin Bloom; 
• Robert Mager; 
• Cláudio Dib; 
• Samuel Pfromm Neto; 
• João Batista de Oliveira; 
• Cláudio de Moura Castro. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 1 
Revisitando a abordagem tecnicista: a versão 
Na atualidade, há uma tendência no sentido de valorizar uma perspectiva que 
podemos chamar de neotecnicista, que se orienta pelos mesmos princípios da 
abordagem tecnicista, atualizando-os, tendo presente os princípios da “qualidade 
total” e o significativo e contemporâneo avanço tecnológico nas áreas da 
informação e da comunicação. 
 
Segundo entendemos, trata-se também de uma tentativa de transferir para a 
escola o modelo de gestão e funcionamento da empresa. Nesse caso: 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 2 
Mundo do trabalho e do consumo 
Levando em conta a centralidade no mercado e, como consequência, a ênfase 
no produto e no consumidor, a abordagem neotecnicista valoriza o papel da 
educação como preparação do educando para o mundo do trabalho e do 
consumo. 
 
Nesse contexto, essa abordagem enfatiza o empreendedorismo, a 
empregabilidade e a flexibilidade que reconhece como exigências das sociedades 
atuais – sociedades do conhecimento – e em função da competitividade – 
aspectos que configuram um mercado globalizado. 
 
Nesse caso, a escola está orientada a promover processos que visem à aquisição 
dos conhecimentos e comportamentos exigidos pela sociedade – especialmente 
pelo mercado de trabalho – tendo em vista o objetivo de aumentar a sua 
produtividade e eficiência. 
 
Na sua opinião, a ênfase no empreendedorismo pode ser considerada a melhor 
maneira de aumentar a produtividade e eficiência da escola? 
 
Professores e alunos 
Segundo a abordagem neotecnicista, 
o educador é concebido como 
“gerente” do processo instrucional. 
Professores e alunos são vistos como 
partes de um sistema e a relação 
entre eles, em geral, é mediada por 
recursos das novas e avançadas tecnologias que têm um papel relevante no 
processo de ensino-aprendizagem. 
 
No que se refere às questões de poder e de convivência, há uma valorização das 
hierarquias funcionais ou das hierarquias por competência. 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 3 
Avaliação de resultados 
A administração de conflitos, a resolução de problemas de ineficiência e a 
melhoria do clima de convivência na escola devem levar em conta regras, normas 
e leis pré-fixadas. Por sua vez, reitera-se a aposta no indivíduo: na sua 
automudança, na sua autorregulação e na sua autonomia. 
 
Também na perspectiva neotecnicista, a avaliação de resultados que podem ser 
medidos é valorizada. Reitera-se, aqui, a ênfase na avaliação da aprendizagem 
de natureza formativa e somativa centradas no desempenho. 
 
As diferenças individuais tendem a ser valorizadas, principalmente no 
que se referem a comportamentos, modos e ritmos de aprendizagem. 
 
Abordagem crítica 
Agora que já estudamos a abordagem tecnicista/neotecnicista, trataremos sobre 
a abordagem crítica. 
 
Segundo o pontode vista de Libâneo (1984), essa abordagem, muitas vezes, 
denominada sociocultural, político-social, ou ainda, pedagogia progressista, 
envolveria três tendências pedagógicas: 
 
 A libertadora; 
 A libertária; 
 De conteúdos culturais. 
 
Essas três tendências têm, em comum, a característica de conceberem “a 
educação inserida no contexto das relações sociais, em que convivem interesses 
antagônicos, entre as classes sociais fundamentais, e atribuem-lhe, assim, 
finalidades sociopolíticas dentro de um projeto histórico social de emancipação 
humana”. (LIBÂNEO, 1984). 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 4 
 
Galeria de Vídeos 
 Antes de continuarmos nossos estudos, vejamos o vídeoclipe da 
música Another Brick in the Wall (Parte II), do grupo Pink 
Floyd. 
 
Clique aqui para ver a letra da música. 
 
Fonte: WATERS, Roger. Another Brick in the Wall (Parte II). Intérprete: 
Pink Floyd. Canção. 1977. Disponível em: http://www.youtube.com. Acesso 
em: 19 maio 2014. 
 
A partir do que assistiu no vídeo, você consegue observar a crítica feita aos tipos 
de abordagens pedagógicas que vimos anteriormente à abordagem crítica? 
 
Isso porque as abordagens críticas privilegiam a relação entre sujeito e objeto, 
quer dizer entre o ser humano e o mundo, em uma visão interacionista, 
reconhecendo o sujeito como elaborador e criador do conhecimento. 
 
Nesse tipo de abordagens ou tendências pedagógicas, só existem seres humanos 
concretos situados em um contexto econômico, cultural, político e histórico. 
 
Entendendo que só existem seres humanos concretos situados em um contexto 
econômico, cultural, político e histórico, Mizukami (1986) afirma: 
 
O homem chegará a ser sujeito por meio da reflexão sobre seu 
ambiente concreto: quanto mais ele reflete sobre a realidade, 
sobre a sua própria situação concreta, torna-se progressiva e 
gradualmente, plenamente consciente, comprometido a intervir 
na realidade para mudá-la. 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 5 
Nessa perspectiva, o homem cria a cultura, resultado de sua atividade, na medida 
em que se integrando no seu contexto de vida, reflete sobre as condições desse 
contexto e responde aos seus desafios. 
 
Freire (1983) afirma que “é como seus transformadores e criadores que os 
homens, em suas permanentes relações com a realidade, produzem, não 
somente os bens materiais, as coisas sensíveis, os objetos, mas também as 
instituições sociais, suas ideias, suas concepções.” 
 
Completa ele: “por meio de sua permanente ação transformadora da realidade 
objetiva, os homens, simultaneamente, criam a história e se fazem seres 
histórico-sociais”. 
 
 
Atenção 
 Os aspectos estruturais da sociedade são colocados em relevo, 
dá-se ênfase, assim, às relações sociais de produção e de poder. 
A emancipação do ser humano está diretamente relacionada à 
sua participação consciente como sujeito na sociedade, na 
cultura e na história. 
 
As concepções críticas entendem que a realidade é dinâmica e 
que seu movimento segue leis objetivas que devem ser 
conhecidas pelo ser humano. Este, desafiado pela realidade, 
deve responder a cada um desses desafios de maneira original, 
podendo modificar não só a realidade na qual está inserido, mas 
também a si próprio. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 6 
Considerações especiais 
Vejamos as considerações de Libâneo (1984) a respeito das três tendências 
pedagógicas: 
 
 
 
Diferentes tendências 
A prática pedagógica, nesse contexto de teorizações, tem 
características distintas. 
 
Por isso, a partir de agora, estudaremos, detalhadamente, cada uma 
das três tendências pedagógicas citadas anteriormente. 
 
Tendência libertadora 
A tendência libertadora se inspira no pensamento pedagógico de Paulo Freire. 
 
Segundo Libâneo (1983), a pedagogia libertadora dá ênfase a uma educação em 
que professor e alunos “mediatizados pela realidade que aprendem e da qual 
extraem o conteúdo da aprendizagem, atingem um nível de conscientização 
dessa mesma realidade, a fim de nela atuarem, no sentido da transformação 
social”. 
 
Para Freire (1983), “trata-se de uma perspectiva pedagógico-didática em que 
educador e educandos (lideranças e massas), cointencionados à realidade, se 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 7 
encontram em uma tarefa em que ambos são sujeitos no ato, não só de 
desvendá-la e, assim, criticamente conhecê-la, mas também no de recriar este 
conhecimento”. 
 
Ainda para Freire (1983), “é na realidade mediatizadora, na consciência que dela 
tenhamos – educadores e povo –, que iremos buscar o conteúdo programático 
da educação”. 
 
A concepção crítica libertadora privilegia métodos que enfatizam o diálogo entre 
educadores e educando, recomendando a adoção de grupos de discussão que 
devem determinar o conteúdo e a dinâmica de suas atividades. Esses grupos são 
responsáveis, pois, pela gestão de seu próprio processo de aprendizagem. 
 
Nesse caso, o professor é um animador que estabelece uma relação dialogal com 
os alunos, intervindo nesse processo só quando necessário. 
 
MOTIVAÇÃO 
De acordo com Freire (1983), “a razão de ser da educação libertadora está no 
seu impulso inicial conciliador. Daí que tal forma de educação implique na 
superação da contradição educador-educandos, de maneira que se façam ambos, 
simultaneamente, educadores e educandos”. 
 
A motivação é entendida como essencial à aprendizagem e a educação 
problematizadora é a forma de obtê-la. Freire afirma que “a educação que se 
impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode 
fundar-se em uma compreensão dos homens como seres vazios a quem o mundo 
encha de conteúdos [...]; não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da 
problematização dos homens em suas relações com o mundo”. 
 
Em sala de aula, você se preocupa em propiciar a seus alunos uma educação 
problematizadora? 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 8 
Considera importante que todos se tornem educadores e educandos ao mesmo 
tempo? 
 
Reflita sobre os métodos que você costuma utilizar para que isso seja possível. 
 
AVALIAÇÃO 
Segundo Libâneo (1983), no que tange a avaliação, na versão libertadora, “[...] 
admite-se a avaliação da prática vivenciada entre educador-educandos no 
processo de grupo e, às vezes, a autoavaliação feita em termos de compromissos 
assumidos com a prática social”. 
 
 
Galeria de Vídeos 
 Vejamos uma cena do filme Escritores da Liberdade que se 
relaciona com o conteúdo tratado nesta seção. 
 
Clique aqui para ver a sinopse. 
 
Ficha técnica: FREEDOM Writers = ESCRITORES da liberdade. Direção: 
Richard LaGravenese. Intérpretes: Hilary Swank; Scott Glenn; Imelda Stauton; 
Patrick Dempsey. Alemanha / EUA: UIP, 2007. 122 min., son., color. 
 
Percebeu como, na cena, através da análise da autoavaliação, o professor 
enfatiza o compromisso social do aluno com sua classe e com a vivência entre 
educador e educando? 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 9 
Tendência libertária 
A tendência libertária é aquela que se inspira em propostas autogestionárias ou 
antiautoritárias. 
 
Para a pedagogia libertária, o mais importante é o conhecimento oriundo da 
experiência vivida, principalmente, em situação de participação crítica. Os 
conteúdos devem ser aqueles que respondem aos interesses e necessidades do 
grupo, constituindo-se as tradicionais matérias de estudo em um instrumento a 
mais à disposição do aluno. 
 
A tendência libertária, por sua vez, dá ênfase à vivência grupal na forma da 
autogestão, todoo interesse pedagógico e também didático depende de suas 
necessidades. Elimina-se qualquer forma de direção do grupo, valorizando-se, 
inicialmente, oportunidades de contatos, relações informais entre os alunos, de 
modo que os grupos possam evoluir, no sentido de organizarem-se em 
cooperativas, assembleias para decidir e executar trabalhos em conjunto. A 
relação professor-aluno é regida pelos princípios da não diretividade, sendo o 
professor um orientador ou catalizador que deve refletir com o grupo. 
 
MOTIVAÇÃO 
A motivação para a aprendizagem deve estar intimamente relacionada ao desejo 
de crescer na vivência grupal, na medida em que esta pode permitir a satisfação 
dos interesses e necessidades de cada um. 
 
 
Galeria de Vídeos 
 Vejamos o vídeo a seguir. 
 
Clique aqui para ver a sinopse. 
 
Ficha técnica: THE TREE. Índia: TOI – Lead Índia, 2007. 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 10 
Você percebeu como, através do trabalho em grupo, todos os integrantes do 
vídeo conseguem atingir seus interesses e suas necessidades? 
 
Cada integrante possuía um destino individual, diferente dos demais, mas, para 
que esse destino final fosse alcançado, precisaram crescer na vivência grupal, 
removendo a árvore do caminho. Na educação, esse crescimento é tão 
importante quanto fora da sala de aula. É através dele que o processo de 
aprendizagem é alcançado com sucesso. 
 
AVALIAÇÃO 
Quanto à concepção libertária, a avaliação da aprendizagem de conteúdos não 
tem sentido, na medida em que o critério de relevância do saber sistematizado 
está em função do seu possível uso prático (LIBÂNEO, 1983). 
 
Tendência de conteúdos culturais 
No que diz respeito à pedagogia de conteúdos culturais, valorizam-se os 
conteúdos compreendidos como universais acumulados historicamente pela 
humanidade e que são, constantemente, criticados a reelaborados, em função 
das diferentes realidades sociais. 
 
Nessa pedagogia, busca-se articular a cultura erudita e popular, estabelecendo-
se uma relação de continuidade. 
 
A pedagogia de conteúdos culturais propõe o uso de métodos que permitam 
articular o saber escolar relativo aos conteúdos que entendem como universais e 
os conteúdos vinculados às realidades locais. 
 
Os métodos devem, pois, favorecer a correspondência dos conteúdos com os 
interesses do aluno, mas, ao mesmo tempo, fazer com que o educando perceba 
como os conteúdos podem auxiliá-lo na compreensão da sua realidade. Os 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 11 
métodos utilizados devem, desse modo, privilegiar uma articulação entre o saber 
trazido de fora e a experiência do educando. 
 
Cabe ao professor favorecer o relacionamento entre os conteúdos propostos por 
ele e a vida do aluno. Considerando que “o conhecimento resulta de trocas que 
se estabelecem na interação entre o meio e o sujeito, sendo o professor o 
mediador, então a relação pedagógica consiste no provimento das condições em 
que professores e alunos possam colaborar para fazer progredir essas trocas”. 
(LIBÂNEO, 1983). 
 
MOTIVAÇÃO 
Para Libâneo (1983), é função do professor, além de satisfazer as carências do 
educando, “despertar outras necessidades, acelerar e disciplinar métodos de 
estudo, exigir o esforço do aluno, propor conteúdos e modelos compatíveis com 
suas experiências vividas”. 
 
Nesse sentido, a aprendizagem dependerá não só da prontidão e da disposição 
do aluno, mas também da ação do professor, do próprio contexto da sala de 
aula. “Aprender, dentro da visão da pedagogia dos conteúdos culturais, é 
desenvolver a capacidade de processar informações e lidar com os estímulos do 
ambiente, organizando os dados disponíveis da experiência”. (LIBÂNEO, 1983). 
 
 
Galeria de Vídeos 
 Vejamos, a seguir, uma cena do filme Sociedade dos Poetas 
Mortos. 
 
Clique aqui para ver a sinopse. 
 
Ficha técnica: DEAD Poets Society = SOCIEDADE dos poetas mortos. 
Intérpretes: Robin Williams, Ethan Hawke, Robert Sean Leonard. EUA: Disney 
/ Buena Vista, 1989. 128 min., son., color. 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 12 
Você percebeu como a ação do professor é um importante componente para que 
o processo de aprendizagem tenha sucesso? 
 
AVALIAÇÃO 
Segundo Libâneo (1983), a pedagogia dos conteúdos culturais enfatiza a 
avaliação do trabalho escolar, no sentido de permitir a comprovação do progresso 
do aluno em direção à aquisição de noções mais sistematizadas. 
 
Contribuições importantes 
Em síntese, de acordo com Caudau (20003), podemos dizer que a abordagem 
crítica está construída levando em conta diferentes contribuições, sendo que 
todas elas têm em comum: 
 
Conceber os processos educacionais como historicamente 
situados, articular a educação com outros processos sociais, 
trabalhar sistematicamente a relação teoria-prática, favorecer 
processos de construção de sujeitos autônomos, competentes, 
solidários capazes de serem sujeitos de direito no plano pessoal 
e coletivo, capazes de construir histórias e apostar em um mundo 
e em uma sociedade diferentes, de utilizar metodologias ativas, 
participativas, personalizadas e multidimensionais, articuladoras 
das dimensões cognitiva, afetiva, lúdica, cultural, social, 
econômica e política da educação. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 13 
Vejamos, a seguir, o quadro Operários, da pintora Tarsila do Amaral: 
 
 
Fonte: AMARAL, T. Operários. 1933. Óleo sobre tela, 150 cm x 205 cm. Acervo do Governo do 
Estado de São Paulo. Para acessar informações sobre a obra Operários, clique aqui. 
 
Em sua obra, Tarsila do Amaral pinta diversos rostos de operários que migraram 
do campo para a cidade em busca de empregos em fábricas. Ainda que cada 
operário tenha seu traço próprio, quando olhamos para a pintura, visualizamos 
um bloco de pessoas e entendemos, de forma inconsciente, todos os operários 
como um só indivíduo. 
 
A partir dessa consideração, pense na obra como uma sala de aula. Será que o 
professor identifica cada aluno como um sujeito independente e autônomo? 
Diante do que estudamos até aqui, reflita sobre essa questão tão enfatizada na 
abordagem crítica da aprendizagem. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 14 
Perspectiva crítica e intercultural 
Depois do estudo realizado até aqui, consideramos importante registrar e 
destacar que assumimos e privilegiamos – no que se refere à concepção das 
nossas próprias aulas e, consequentemente, no que diz respeito à nossa 
concepção de Pedagogia e certamente de Didática – a abordagem crítica. 
 
Uma abordagem crítica que se enriquece, contudo, com o que estamos 
chamando de uma educação e/ou de uma didática intercultural. 
 
Como afirmamos na aula 2, trata-se perspectiva intercultural que “quer promover 
uma educação para o reconhecimento do “outro”, para o diálogo entre diferentes 
grupos sociais e culturais. 
 
Uma educação para a negociação cultural, que enfrenta os conflitos provocados 
pela assimetria de poder entre os diferentes grupos socioculturais em nossa 
sociedade, e é capaz de favorecer a construção de um projeto comum, pelo qual 
as diferenças são dialeticamente integradas.” (CANDAU, 2009). 
 
É importante mencionar que não há uma só concepção da perspectiva 
intercultural. Todavia, a preocupação com as diferenças culturais é uma 
constante em todas elas. 
 
De um modo geral, a diferença está na maneira como tais diferenças culturais 
são tratadas e/ou incorporadas pelos processos e/ou práticas. 
 
 
Atenção 
 Ao longo de nossas próximas aulas, a perspectiva crítica e 
intercultural certamente marcará muitasdas ideias e propostas 
que serão objetos de reflexão e estudo. 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 15 
Atividade proposta 
Vamos fazer uma atividade para ajudar você a ampliar, sistematizar e/ou rever 
suas aprendizagens. 
a) Procure fazer uma leitura crítica ler do texto também especialmente 
elaborado para esta aula. Não se esqueça de fazer notações, indicando as 
ideias principais. 
b) Em seguida, sugerimos que você, tendo presente a leitura e as suas 
anotações do texto em pauta, continue completando o quadro a seguir, 
cujo modelo foi apresentado na aula anterior. Só para lembrar: no caso 
desta aula 04, você deverá elaborar um quadro para a abordagem 
tecnológica/neotecnológica e outro para a abordagem crítica. 
 
 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre os assuntos abordados nesta aula, leia os livros: 
• GADOTTI, Moacyr. Histórias das Ideias Pedagógicas. São Paulo: 
Editora Ática, Série Educação. 1996, 4ª edição. 
• CANDAU, V. M. F. Direitos humanos, educação e interculturalidade: 
as tensões entre igualdade e diferença. Rio de Janeiro: Revista Brasileira 
de Educação v. 13 n. 37 jan./abr. 2008. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n37/05.pdf. 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 16 
Referências 
CANDAU, V. M. F. Pedagogias Críticas: ontem e hoje. In: Revista Novamerica. 
Rio de Janeiro, n. 97, março, 2003, p.58 a 61. 
 
_________________________. Direitos humanos, educação e 
interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. Rio de Janeiro: 
Revista Brasileira de Educação v. 13 n. 37 jan./abr. 2008. 
 
_________________________. Educação Escolar e Culturas: 
Multiculturalismo, Universalismo e Currículo. In: CANDAU, Vera Maria (org.). 
Didática. Questões Contemporâneas. Rio de Janeiro: Forma & Ação, 2009, p. 47 
a 60. 
 
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Editora Paz e terra, 1983, 12. 
ed. 
 
GADOTTI, M. Histórias das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, 
Série Educação. 1996, 4. ed. 
 
LIBÂNEO, J. C. Tendências Pedagógicas na Prática Escolar. In: ANDE / 
Revista da Associação Nacional de Educação. 1983, Ano 3, n. 6. 
 
__________________. Anotações sobre a Questão Pedagógica. Didática 
e a Política da Educação. In: Coletânea dos Simpósios da III Conferência 
Brasileira de Educação. São Paulo: Editora Loyola, 1984. 
 
KOFF, A. M. N. S. Formação de Professores para a Escola Básica: realidade 
e perspectivas. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: Departamento de 
Educação da PUC-Rio, 1986. Disponível na Biblioteca Geral da PUC-Rio. 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 17 
MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. 
Disponível em: http://estudopedagogia.blogspot.com/2011/03/ensino-as-
abordagens-do-processo.html 
 
SAVIANI, D. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez Editora, 1984. 
 
SKINNER, B. F. Tecnologia do Ensino. Coleção Ciências do comportamento. 
São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1972a. 
 
________. Walden II. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1972b. 
 
________. O Mito da Liberdade. Rio de Janeiro: Bloch Edições, 1973. 
 
________. Contingências de Reforço. Uma Análise Teórica. São Paulo: Editora 
Abril, 1980. Coleção os Pensadores. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A abordagem tecnicista inspira-se nos princípios de: 
a) Racionalidade, humanidade e produtividade. 
b) Racionalidade, solidariedade e produtividade. 
c) Racionalidade, eficiência e produtividade. 
d) Solidariedade, eficiência e produtividade. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 18 
Questão 2 
Podemos dizer que, no caso da abordagem tecnicista, as relações entre o 
indivíduo e o meio podem ser prioritariamente: 
a) Equilibradas 
b) Controladas 
c) Harmoniosas 
d) Integradas 
 
 
Questão 3 
Podemos dizer que as abordagens críticas têm em comum, por exemplo: 
a) Conceber os processos educacionais como historicamente situados, 
articular a educação com outros processos sociais, trabalhar 
sistematicamente a relação teoria-prática e favorecer processos de 
construção de sujeitos autônomos. 
b) Estimular a transmissão dos conhecimentos, articular a educação com 
outros processos sociais, trabalhar sistematicamente a relação teoria-
prática e favorecer processos de construção de sujeitos autônomos. 
c) Conceber os processos educacionais como historicamente situados, 
trabalhar sistematicamente a relação teoria-prática, favorecer processos 
de construção de sujeitos autônomos, valorizar a eficiência da sociedade. 
d) Estimular a transmissão dos conhecimentos, Incentivar métodos centrados 
no trabalho do professor, trabalhar sistematicamente a relação teoria-
prática e favorecer processos de construção de sujeitos autônomos. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 19 
Questão 4 
No caso das abordagens críticas, valoriza-se: 
a) A educação frontal. 
b) As memorizações. 
c) As metodologias ativas. 
d) As provas e testes. 
 
 
Questão 5 
No contexto da Pedagogia Crítica e tendo presente a tendência libertadora, 
proposta por Paulo Freire, é possível afirmar que a motivação é essencial à 
aprendizagem e que uma das maneiras de obtê-la é enfatizando: 
a) O aprender a aprender. 
b) A educação bancária. 
c) O ensino sistemático. 
d) A educação problematizadora. 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 20 
Atividade mediadora: Para Libâneo, ao assumir o papel de mediador, a 
escola, “ao mesmo tempo em que afirma a determinação socioestrutural da 
educação, afirma, também, o especificamente pedagógico: a transmissão do 
saber escolar, enquanto meio de elevação cultural, supõe, simultaneamente, 
sua reelaboração crítica por parte do aluno, razão pela qual importa articulá-lo 
com as suas condições concretas de vida e com as disposições socioculturais 
decorrentes”. 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 21 
Atividade proposta 
Clique aqui para ver a Chave de Resposta. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: É possível afirmar que a terceira alternativa é a correta com base 
no texto apresentado na própria aula: A abordagem ou pedagogia tecnicista 
“advoga a reordenação do processo educativo de maneira a torná-lo objetivo e 
operacional” (Saviani, 1984), tendo presente o pressuposto da neutralidade 
científica e inspirada nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade. 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: A segunda alternativa é a correta e podemos afirmar isso com base 
na releitura de um trecho da própria aula: "Para a versão 
tecnicista/comportamental, o mundo é um fenômeno objetivo e já construído, 
podendo ser manipulado, no sentido de seu aperfeiçoamento. Por sua vez, as 
relações do indivíduo com o meio podem ser controladas." 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: A escolha da primeira alternativa como a correta pode ser 
justificada, tendo presente as reflexões feitas por Candau (2003) e apresentadas 
na conclusão desta aula. 
 
Em síntese, podemos dizer que a abordagem crítica está construída levando em 
conta diferentes contribuições, sendo que todas elas têm em comum: "Conceber 
os processos educacionais como historicamente situados, articular a educação 
com outros processos sociais, trabalhar sistematicamente a relação teoria-
prática, favorecer processos de construção de sujeitos autônomos, competentes, 
solidários capazes de serem sujeitos de direito no plano pessoal e coletivo, 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 22 
capazes de construir histórias e apostar em um mundo e em uma sociedade 
diferentes, de utilizar metodologiasativas, participativas, personalizadas e 
multidimensionais, articuladoras das dimensões cognitiva, afetiva, lúdica, 
cultural, social, econômica e política da educação." (CANDAU, 2003). 
 
Por sua vez, estimular a transmissão dos conhecimentos (segunda e quarta 
alternativas) e incentivar métodos centrados no trabalho do professor (quarta 
alternativa) são características da Pedagogia Tradicional. Valorizar a eficiência da 
sociedade (terceira alternativa) é uma das características da abordagem 
tecnicista/neotecnicista. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: Aprendemos nesta aula que educação frontal, memorizações, 
provas e testes são próprios da Pedagogia Tradicional. Por sua vez, aprendemos 
também que a perspectiva crítica – que, entre outras características, defende a 
contextualização do processo de aprendizagem, as interações entre os sujeitos e 
entre eles e o meio sociocultural, o diálogo, a participação crítica dos alunos o 
que pode ser dinamizado inclusive com a adoção de metodologias ativas que 
estimulam a participação dos alunos no processo de ensino aprendizagem. 
 
Questão 5 - D 
Justificativa: Reflexões de Paulo Freire (1983) apresentadas na própria aula 
fundamentam a escolha da quarta alternativa como a correta: "A motivação é 
entendida como essencial à aprendizagem e a educação problematizadora é a 
forma de obtê-la". E "a educação que se impõe aos que verdadeiramente se 
comprometem com a libertação não pode fundar-se em uma compreensão dos 
homens como seres vazios a quem o mundo encha de conteúdos...; Não pode 
ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização dos homens em suas 
relações com o mundo".

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