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APOSTILA AULA 03

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1 
 
 
 
 
 2 
AULA 3: ENSINO SUPERIOR NO BRASIL – 1930-1960 3 
INTRODUÇÃO 3 
CONTEÚDO 4 
ENTRADA DE GETÚLIO VARGAS NO GOVERNO DO BRASIL 4 
POSSIBILIDADES E LIMITES ATÉ 1945 5 
ATIVIDADE PROPOSTA 1 6 
COM GETÚLIO: ENSINO SUPERIOR NO BRASIL NA DÉCADA DE 1930 7 
ESTATUTO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS 8 
NOVAS ATUAÇÕES NA ÁREA DE DOCÊNCIA 9 
ORGANIZAÇÃO DE ENSINO NO ESTATUTO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS 10 
AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA 11 
QUEDA DE GETÚLIO VARGAS: MUDANÇA DE PARADIGMA 12 
SEM GETÚLIO: ENSINO UNIVERSITÁRIO NO BRASIL A PARTIR DE 1945 14 
ATIVIDADE PROPOSTA 2 15 
REFERÊNCIAS 16 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 17 
CHAVES DE RESPOSTA 20 
ATIVIDADE PROPOSTA 1 20 
ATIVIDADE PROPOSTA 2 20 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 21 
 
 
 
 
 
 3 
Introdução 
Nesta aula, trataremos do período da história a partir do qual o Ensino Superior 
brasileiro cresceu bastante. 
 
Para darmos início a essa análise, identificaremos que houve uma distinção de 
orientações políticas no governo dos anos 1930 e no período pós-1945. 
 
Na década de 1930, a política governamental voltada para a Educação Superior 
era centralizada e ditava regras para o desenvolvimento das instituições. 
 
Nesse espaço de tempo, houve, também, resistência quanto ao projeto de 
autonomia universitária, mas, após 1945, esse plano foi restaurado. 
 
Em ambos os períodos, a formação profissional ganhou destaque em 
detrimento da pesquisa e da produção do conhecimento. 
 
Vamos conhecer um pouco mais essa história? 
 
Objetivo: 
Identificar as políticas que orientaram o Ensino Superior no Brasil na Era 
Vargas – período compreendido entre os anos 1930 e 1960. 
 
 
 
 
 4 
Conteúdo 
Entrada de Getúlio Vargas no governo do Brasil 
Para darmos continuidade a nosso estudo, vamos remontar, agora, o cenário 
do Brasil que antecede os anos 1930 e entender como se configurava o palco 
da estrutura político-econômica do país nesse período. 
 
Nos anos 1920, o Brasil se desenvolvia a partir de uma economia que dependia 
do capital internacional, da importação de bens industrializados e de 
combustíveis. O país assumia a característica de exportador de alimentos e de 
matérias-primas. 
 
No plano político, o poder estava concentrado nas mãos dos grandes 
proprietários de terra, que determinavam o destino da nação, atendendo a suas 
necessidades e a seus interesses. 
 
Essa política – denominada café-com-leite – visava ao predomínio do poder 
nacional bem como das oligarquias paulista e mineira. 
 
Entretanto, muitos eram contra o fato de o Brasil manter essa dependência 
com relação ao capital de outros países, o que gerou a crise de 1929, que 
produziu efeitos significativos no contexto brasileiro. Como resultado, as 
oligarquias perderam seu poder. 
 
Foi justamente após esse momento de crise que Getúlio Vargas entrou no 
Governo Provisório por meio do golpe da Revolução de 1930, destituindo o 
poder decisório dos coronéis. 
 
 
 
 5 
 
Aprenda mais 
 
Para saber mais sobre esse período da história, leia o texto 
Era Vargas. 
 
Possibilidades e limites até 1945 
Getúlio Vargas retirou de cena o voto aberto ou de cabresto1, e instaurou o 
voto secreto em um regime político que suspendeu, parcialmente, a democracia 
no Brasil. 
 
Diante desse quadro, iniciou-se, a partir da década de 1930, uma nova era na 
história do país. 
 
De acordo com Fávero (2006), neste ano, foi criado o Ministério da Educação 
e Saúde Pública. 
 
Campos ([s.d.] apud FÁVERO, 2006) assumiu a pasta desse ministério e impôs 
reformas em todos os níveis educacionais – Secundário, Superior e Comercial 
–, propondo um ensino de caráter mais moderno, aliado ao objetivo de formar 
a elite brasileira e de capacitar o indivíduo para o trabalho. 
 
 
1 Voto aberto ou de cabresto 
Sistema de controle do poder político por meio do abuso da autoridade, da compra de votos 
ou da utilização da máquina pública. 
 
Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos/66/artigo249089-1.asp>. 
Acesso em: 14 fev. 2014. 
 
 
 6 
 
Atenção 
 Em um movimento de dissolução do Congresso, o então 
presidente, Getúlio Vargas, passou a legislar a partir de 
Decretos-Lei até 1945, salvo o espaço de tempo entre 1934 e 
1937, caracterizado como curto período constitucional. 
 
Se, na Primeira República, o governo do Brasil baseava-se na 
descentralização política, após 1930, ocorria o oposto em 
diversos setores da sociedade. 
 
Atividade proposta 1 
A música O bonde São Januário composta por Wilson Batista e interpretada 
por Ataulfo Alves, em 1937, retrata bem a nova realidade do Brasil voltada para 
o campo trabalhista: 
 
Mas a letra original dessa canção foi censurada. Um trecho de sua primeira 
versão dizia: 
 
“O bonde de São Januário/leva mais um sócio otário/só eu que não vou 
trabalhar”. 
 
Entendendo que a pressão política por um cenário em que o trabalho fosse 
exaltado era muito grande, como a Educação Superior refletia esse 
posicionamento? 
 
 
 
 
 7 
Com Getúlio: Ensino Superior no Brasil na década de 1930 
O caráter autoritário da política educacional 2 do Ensino Superior 
mostrou-se logo desde o início da década de 1930. 
 
O quadro que se desenhava no período assumia como plano central a 
consolidação da Universidade do Rio de Janeiro (URJ) 3como o projeto de 
universidade do Governo Federal. Discutimos a respeito desse assunto na aula 
anterior, vocês se lembram? 
 
Caberia à Faculdade de Educação, Ciências e Letras da URJ a responsabilidade 
de imprimir à universidade seu caráter universitário. Como esse curso não foi 
implantado, o referido projeto permaneceu apenas no papel. 
 
Nesse caminho, sem qualquer plano explícito, foram criados e elaborados os 
seguintes órgãos e documentos: 
 
 Conselho Nacional de Educação, por meio do Decreto-lei, de nº 
19.850/31; 
 Estatuto das Universidades Brasileiras, por meio do Decreto-Lei nº 
19.851/31, vigente por 30 anos; 
 Legislação que dispõe sobre a organização da URJ, por meio do Decreto-
lei nº 19.852/31. 
 
 
2 Caráter autoritário da política educacional 
Como afirma Cunha (2000, p. 252), o papel exercido pela educação em um governo 
autoritário assume que: 
 
“[...] a educação escolar é um dos meios pelos quais os intelectuais fazem ‘irradiar’ sobre 
todo o povo as ideias e aspirações [...]. Trata-se de um dos mecanismos [...], pelo menos 
o mais sistemático, de inculcação da ideologia do Estado autoritário”. 
 
3 Universidade do Rio de Janeiro (URJ) 
Criada em 1920, a URJ foi a primeira instituição superior reconhecida legalmente no Brasil. 
 
 
 
 8 
Estatuto das Universidades Brasileiras 
De acordo com Romanelli (2006, p. 133), o Estatuto das Universidades 
Brasileiras estabeleceu, logo em seu primeiro Artigo, as seguintes finalidades 
para o ensino universitário: 
 
“[...] elevar o nível da cultura geral; estimular a investigação 
científica em quaisquer domínios dos conhecimentos humanos; 
habilitar ao exercício de atividades que requerem preparo 
técnico e científico superior; concorrer, enfim, pela educação 
do indivíduo e da coletividade, pela harmonia de objetivos 
entre professores e estudantes, e pelo aproveitamento de 
todas as atividades universitárias, para a grandeza da Nação e 
para o aperfeiçoamento da Humanidade”. 
 
A partir desses inúmeros objetivos, que extrapolam o limite de atuação de uma 
instituição educativa, Campos ([s.d.]apud FÁVERO, 2006, p. 24) afirma que o 
escopo das universidades: 
 
“[...] transcende ao exclusivo propósito do ensino, envolvendo preocupações 
de pura ciência e de cultura desinteressada”. 
 
Entretanto, desde sua criação, a universidade busca atingir metas relacionadas 
à formação profissional em detrimento da pesquisa, seja por: 
 
 Fatores relativos ao modelo da sociedade do Brasil, de caráter 
estratificado; 
 Motivos da herança cultural do país, que mantém suas bases em uma 
estrutura arcaica de ensino. 
 
Essa estrutura, por sua vez, tem no modelo industrial o projeto de sociedade 
ou, ainda, a omissão das leis quanto às atividades de pesquisa. 
 
 
 
 9 
Novas atuações na área de docência 
No Estatuto das Universidades Brasileiras que se anuncia, pela primeira vez, a 
existência da Reitoria, do Conselho e da Assembleia Universitários, bem como 
a necessidade de direção em cada centro de ensino. 
 
Além disso, de acordo com esse documento, passam a atuar, na área de 
Docência, as seguintes figuras: 
 
Catedrático 
Conforme aponta Fávero (2006, p. 24), trata-se da “unidade operativa do 
ensino e da pesquisa docente entregue a um professor”. 
 
O autor afirma, ainda, que, na história do Ensino Superior brasileiro, os 
professores catedráticos foram considerados a alma mater das instituições – 
ou seja, aqueles que formavam intelectualmente alguém – e possuíam alguns 
privilégios4. 
 
Já para Romanelli (2006), eles traziam para o espaço da universidade as 
relações sociopolíticas que sustentavam o coronelismo5. 
 
 
 
4 Privilégios 
De acordo com Cunha (2000, p. 166): 
 
“Os privilégios do cargo de catedrático compreendiam a vitaliciedade e a inamovibilidade, 
ambas garantidas após 10 anos de exercício de cargo e de aprovação em concurso de 
títulos. Os auxiliares de ensino, indicados pelo catedrático, de quem deveriam gozar a 
confiança, estariam obrigados a se submeter ao concurso de livre-docência, sob pena de 
desligamento”. 
 
5 Coronelismo 
Sistema político-social vigente no Brasil interiorano do fim do Império e da Primeira 
República, com base na oligarquia agrária dos coronéis latifundiários. 
 
Fonte: Dicionário online Aulete. 
 
 
 
 10 
Auxiliar de ensino 
Chefe de clínica ou de laboratório, assistente ou preparador. 
 
Docentes livres 
Título que designava o professor a atuar, eventualmente, no lugar do 
catedrático. 
 
Organização de ensino no Estatuto das Universidades Brasileiras 
Sobre a organização do ensino, Romanelli (2006) 
sustenta que os cursos eram ordenados da seguinte 
forma: 
 
 Cursos do currículo normal; 
 Cursos equiparados, ministrados pelos docentes 
livres; 
 Cursos de aperfeiçoamento e de especialização. 
 
Aqueles que justificariam o título de universidade a uma instituição de ensino 
mantinham relação com o período oligárquico. 
 
Desse modo, pelo menos três dos seguintes cursos garantiam essa 
denominação: 
 
 Direito; 
 Medicina; 
 Engenharia; 
 Educação, Ciências e Letras. 
 
 
 
 
 11 
 
Atenção 
 Com base no Estatuto das Universidades Brasileiras, a 
autonomia de cada escola se mantinha em um movimento de 
descentralização que impossibilitava o projeto de universidade 
na forma de regime universitário. 
 
No entanto, podemos analisar a situação a partir de outra 
visão, que vai de encontro a essa descentralização interna. 
 
Nesse caso, apoiando-nos nas ideias de Fávero (2006), seria 
possível dizer que a dependência da administração superior, na 
figura do Ministério da Educação 6 , tornavam as 
universidades “verdadeiras ilhas dependentes” do Estado. 
 
Autonomia universitária 
Ainda que a característica do governo de Vargas fosse a centralização do poder, 
mesmo no Ensino Superior, em função dos esforços de Anísio Teixeira7, 
outras importantes universidades foram criadas. São elas: 
 
 
6 Ministério da Educação 
Órgão público que assumia a tarefa de nomear até os membros dos Conselhos Técnico-
Administrativos. 
 
7 Anísio Teixeira 
Considerado o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação 
brasileira no século XX, Anísio Teixeira foi pioneiro na implantação de escolas públicas de 
todos os níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos. O 
educador propôs e executou medidas para democratizar o ensino brasileiro e defendeu a 
experiência do aluno como base do aprendizado. 
 
Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/anisio-teixeira-
306977.shtml>. Acesso em: 14 fev. 2014. 
 
 
 
 12 
 Universidade de São Paulo (USP)8, em 1934; 
 Universidade do Distrito Federal (UDF)9, em 1935; 
 Universidade do Brasil (UB), em 1937, por meio da Lei nº 452. 
 
Referindo-se ao princípio da autonomia universitária, em seus dispositivos, essa 
lei dispunha que o presidente da República deveria escolher, dentre os 
professores catedráticos, aqueles que seriam o Reitor e os diretores das 
faculdades, a partir de sua nomeação em comissão. 
 
Além disso, conforme afirma Fávero (2006), foi essa lei que estabeleceu a 
proibição de atitudes de caráter político-partidário, tanto por parte dos 
estudantes quanto por parte dos professores – inclusive no que se refere ao 
uso de trajes ou camisas que indicassem essa relação. 
 
 
Aprenda mais 
 
Para saber mais sobre a Universidade do Distrito Federal, 
leia o texto Vida curta da UDF. 
 
Queda de Getúlio Vargas: mudança de paradigma 
O Governo Provisório de Vargas se estendeu até 1945, ano em que ele foi 
deposto através de um golpe militar. 
 
 
8 Universidade de São Paulo (USP) 
Maior universidade pública do Brasil. 
 
9 Universidade do Distrito Federal (UDF) 
Universidade com estrutura arrojada oposta àquelas que existiam no Brasil. 
 
 
 13 
A partir desse momento, o Brasil entrou em uma nova fase histórica: o período 
de redemocratização do país, que se formalizou com a promulgação da 
Constituição de 1946, de cunho liberal. 
 
De acordo com Cunha (2000), nessa época, já havia em território brasileiro 
cinco instituições universitárias e outras faculdades isoladas: 
 
 Universidade de Minas Gerais (1927); 
 Universidade de São Paulo (1934); 
 Universidade de Porto Alegre (1934) – resultante da Escola de 
Engenharia de Porto Alegre; 
 Universidade do Brasil10 (1937) – antiga URJ; 
 Faculdades Católicas11 (1940) – reconhecidas pelo Estado em 1946. 
 
Durante essa nova era, foi criado, também, o Decreto-Lei nº 8.393/45. Fávero 
(2006) afirma que, por meio desse dispositivo, o reitor passou a ser eleito a 
partir da lista tríplice e por votação uninominal no Conselho Universitário – de 
professores, catedráticos efetivos ou aposentados – e nomeado pelo Presidente 
da República. 
 
 
Aprenda mais 
 
Para saber mais sobre essa nova fase histórica do Brasil, leia 
o texto O liberalismo. 
 
 
10 Universidade do Brasil 
Por meio do Decreto-Lei nº 8.393/45, a UB ganhou sua autonomia administrativa, 
financeira, didática e disciplinar. 
 
11 Faculdades Católicas 
Entidade educacional que originou a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 
(PUC-RJ): a primeira universidade privada do Brasil. 
 
 
 14 
Sem Getúlio: ensino universitário no Brasil a partir de 1945 
Veja, agora, resumidamente, como se configurou o cenário do Ensino Superior 
no Brasil com a saída de Getúlio Vargas do governo:1945 até início dos anos 1950 
A luta pela autonomia das universidades ocorreu no final dos anos 1940 e no 
início de 1950. Esse processo foi muito conflituoso, afinal, nem por Decreto 
se efetivava. 
 
O predomínio da formação profissional era a tônica do ensino universitário, que 
se multiplicava no país. A pesquisa e a produção de conhecimento foram 
deixadas de lado, com exceção das atividades realizadas pela USP e pela UDF. 
 
Década de 1950 
A década de 1950 se anunciava a partir de um quadro econômico em 
crescente desenvolvimento no país, por conta do processo de industrialização. 
 
Em paralelo, as discussões sobre o ensino universitário se intensificavam, 
devido à precariedade em que se encontravam as instituições. 
 
Na segunda metade dos anos 1950, tramitava no Congresso o projeto de 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nesse momento, o assunto da 
pauta de discussão era a relação entre ensino público e privado. 
 
Década de 1960 
Com a criação da Universidade de Brasília (UnB)12, em 1961, evidenciou-
se o intuito de renovação do Ensino Superior no Brasil. 
 
 
12 Universidade de Brasília (UnB) 
Mais moderna instituição de Ensino Superior do Brasil na década de 1960 – aquela que 
assumiu papel relevante na atividade acadêmico-científica do país. 
 
 
 15 
Na verdade, a UnB tornou-se o palco do movimento estudantil através da 
União Nacional dos Estudantes (UNE)13, que atuou no país de forma 
densa. 
 
Nesse contexto, surgiu o projeto de reforma 
universitária14, o qual, de acordo com Fávero (2006, p. 
29), articulou a participação dos jovens organizados por 
meio da UNE. 
 
Seu propósito era “combater o caráter arcaico e elitista das 
instituições universitárias”. 
 
Atividade Proposta 2 
Assista ao vídeo, com a música Pra dizer que não falei das flores, de 
Geraldo Vandré, que retrata a situação do Brasil na década de 1960: 
 
Com base na letra da música e no conteúdo estudado desde a primeira aula da 
disciplina, indique, resumidamente, de que maneira a educação foi 
transformada no Brasil desde a chegada dos portugueses no país até a década 
de 1960. 
 
 
 
13 União Nacional dos Estudantes (UNE) 
Proposta no ano seguinte à implementação do Estado Novo (1938), a UNE se opunha ao 
modelo autoritário de atuação do então presidente Getúlio Vargas. 
 
14 Projeto de reforma universitária 
De acordo com Fávero (2006, p. 29), as questões que norteavam as discussões sobre o 
projeto da reforma universitária incidiam sobre: 
 
 A autonomia das universidades; 
 A participação dos corpos docente e discente na administração universitária, 
através de critério de proporcionalidade representativa; 
 A adoção de regime de trabalho em tempo integral para docentes; 
 A ampliação da oferta de vagas nas escolas públicas; 
 A flexibilidade na organização de currículos. 
 
 
 
 16 
 
 
Aprenda mais 
 
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, 
sugerimos as seguintes leituras: 
 
CUNHA, L. A. Ensino Superior e universidade no Brasil. 
In: LOPES, E. M. T.; FARIA FILHO, L. M.; VEIGA, C. G. 
500 anos de educação no Brasil. 2. ed. Belo Horizonte: 
Autêntica, 2000. 
 
______. Educação, estado e democracia no Brasil. 4. 
ed. São Paulo: Cortez; Niterói: Universidade Federal 
Fluminense; Brasília: FLACSO do Brasil, 2001. 
 
 
Referências 
CUNHA, L. A. A universidade temporã: o Ensino Superior, da Colônia à Era 
Vargas. 3. ed. São Paulo: UNESP, 2007. 
 
FÁVERO, M. de L. de A. A universidade no Brasil: das origens à reforma 
universitária de 1968. Revista Educar, Curitiba, n. 28, p. 17-36, 2006. 
 
ROMANELLI, O. de O. Introdução. In: ______. História da educação no 
Brasil (1930/1973). 30. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. 
 
 
 
 
 
 17 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
O Estatuto das Universidades Brasileiras foi criado a partir do Decreto-Lei nº 
19.851/31. Considerando esse texto, marque V (Verdadeiro) ou F (Falso) 
quanto às finalidades estabelecidas para o ensino universitário: 
 
( ) Estimular o preparo técnico. 
( ) Incentivar a investigação científica. 
( ) Trabalhar a necessidade específica do indivíduo em Nível Superior. 
( ) Desconsiderar as atividades universitárias para enaltecer o Estado. 
( ) Vislumbrar o indivíduo e a coletividade. 
 
 
Questão 2 
Sobre a estrutura do Ensino Superior, o Estatuto das Universidades Brasileiras 
prevê: 
 
I. Uma direção unificada para todos os centros de ensino. 
II. A existência da Reitoria. 
III. Uma direção para cada centro de ensino. 
IV. Uma identidade nacional. 
V. A existência do Conselho e da Assembleia Universitários. 
 
Entre os itens anteriores, estão CORRETOS: 
 
a) I, II e III 
b) II, III e IV 
c) I e IV 
d) II e III 
e) II, III e V 
 
 
 
 18 
Questão 3 
Para exercer a função docente, o Estatuto das Universidades Brasileiras prevê 
as seguintes figuras: 
 
a) O catedrático e o auxiliar de ensino. 
b) Os docentes livres e o professor titular. 
c) O auxiliar de ensino e os docentes livres. 
d) O catedrático, os docentes livres e os auxiliares de ensino. 
e) N.R.A. 
 
 
Questão 4 
Por meio do Decreto-Lei nº 8.393, no ano de 1945, a Universidade do Brasil 
(UB) adquiriu autonomia administrativa, financeira, didática e disciplinar. Nesse 
âmbito, o Reitor é escolhido a partir da lista tríplice e nomeado pelo Presidente 
da República. No Conselho Universitário, participavam dessa eleição: 
 
a) Professores e alunos. 
b) Professores e catedráticos efetivos. 
c) Professores e catedráticos aposentados. 
d) Professores, catedráticos efetivos ou aposentados. 
e) Professores, alunos e catedráticos efetivos. 
 
 
 
 
 
 19 
Questão 5 
De acordo com Campos ([s.d.] apud FÁVERO, 2006, p. 24), a finalidade das 
universidades “transcende ao exclusivo propósito do ensino, envolvendo 
preocupações de pura ciência e de cultura desinteressada”. Entretanto, 
somente algumas priorizavam a atividade científica desde sua formação. São 
elas: 
 
I. Universidade do Brasil 
II. Universidade de São Paulo 
III. Universidade do Distrito Federal 
IV. Universidade de Brasília 
V. Universidade de Minas Gerais 
 
Entre os itens anteriores, estão CORRETOS: 
 
a) I e III 
b) II, III e IV 
c) II e III 
d) I e V 
e) N.R.A. 
 
 
 
 20 
Atividade proposta 1 
Na Era Vargas, a educação se configurava como elemento central da formação 
de trabalhadores para atender o projeto de governo: formar homens que 
compartilhassem dos ideais propagados e que consolidassem as aspirações 
governamentais, fortalecendo-as. Por esse motivo, o trabalho assumia 
relevante papel na pauta da agenda política da época. 
 
Ainda assim, a partir da análise da letra da música censurada, O bonde São 
Januário, é possível identificar que coibir qualquer ato de rebeldia frente às 
necessidades do governo autoritário era uma necessidade. No trecho em que 
afirma “não vou trabalhar”, o compositor faz alusão à forma pela qual o 
trabalhador era enganado pelo regime da época. 
 
Essa concepção é desfeita na versão adaptada e distribuída à população, de 
modo que o trabalho e o trabalhador são enaltecidos. 
 
Atividade proposta 2 
Se traçarmos um panorama histórico das mudanças ocorridas desde o período 
do Brasil Colônia até a década de 1960, identificaremos os embates ou as 
pressões contra com os representantes do governo, que se materializaram na 
tentativa de fundaro Ensino Superior no país. 
 
Como vimos nesta aula, no decorrer desse espaço de tempo, a elaboração de 
alguns documentos impulsionou a efetivação desse nível de ensino na educação 
brasileira. 
 
Paralelamente, fazendo uma referência a tais manifestações de luta, a letra 
desta música chama a atenção do povo brasileiro, a fim de instigá-los a agir 
 
 
 21 
em um movimento que vai de encontro à apatia daqueles que esperam 
acontecer e não pleiteiam seus direitos. 
 
Perceber essa diversidade de propostas evidencia o jogo de forças no campo 
da disputa política. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 – V, V, F, F, V 
Justificativa: De acordo com Romanelli (2006, p. 133), o Estatuto das 
Universidades Brasileiras estabeleceu, logo em seu primeiro Artigo, as 
seguintes finalidades para o ensino universitário – “elevar o nível da cultura 
geral; estimular a investigação científica em quaisquer domínios dos 
conhecimentos humanos; habilitar ao exercício de atividades que requerem 
preparo técnico e científico superior; concorrer, enfim, pela educação do 
indivíduo e da coletividade, pela harmonia de objetivos entre professores e 
estudantes, e pelo aproveitamento de todas as atividades universitárias, para 
a grandeza da Nação e para o aperfeiçoamento da Humanidade”. 
 
Questão 2 – E 
Justificativa: Conforme aponta o Estatuto das Universidades Brasileiras, a 
existência da Reitoria, do Conselho e da Assembleia Universitários, bem como 
da direção em cada centro de ensino é necessária à estrutura do Ensino 
Superior. 
 
Questão 3 – D 
Justificativa: De acordo com o Estatuto das Universidades Brasileiras, atuam, 
na área de Docência, o catedrático, o auxiliar de ensino e os docentes livres. 
 
 
 
 
 22 
Questão 4 – D 
Justificativa: O Reitor passou a ser eleito a partir da lista tríplice e por votação 
uninominal no Conselho Universitário de professores, catedráticos efetivos ou 
aposentados. 
 
Questão 5 – B 
Justificativa: Entre as universidades que priorizavam a atividade acadêmico-
científica, estão a Universidade de São Paulo (USP), criada em 1934, a 
Universidade do Distrito Federal (UDF), criada em 1935, e a Universidade de 
Brasília (UnB), criada em 1961. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualizado: 06 mar. 14

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