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APOSTILA AULA 07

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1 
 
 
 
 
 2 
AULA 7: EDUCAÇÃO SUPERIOR NO SÉCULO XXI 3 
INTRODUÇÃO 3 
CONTEÚDO 4 
REDEFININDO POLÍTICA 4 
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA 8 
DIVISÃO PRÓPRIA DAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS 9 
ESTRUTURA ACADÊMICA 10 
NOVA CONFIGURAÇÃO DO MUNDO DO TRABALHO 12 
PAPEL DA UNIVERSIDADE 13 
RELAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E SOCIEDADE 14 
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL 16 
ATIVIDADE PROPOSTA 17 
REFERÊNCIAS 18 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 18 
CHAVES DE RESPOSTA 22 
ATIVIDADE PROPOSTA 22 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 22 
 
 
 
 
 
 3 
Introdução 
Nesta aula, você conhecerá a estrutura administrativa e acadêmica do Ensino 
Superior no Brasil. 
 
Esse desenho estrutural se delineou a partir dos limites e das expectativas do 
social, caracterizados pelo contexto histórico de desenvolvimento da educação 
universitária brasileira. 
 
Além disso, você estudará o papel da universidade no mundo atual, na tentativa 
de desconstruir pontos de vista simplistas sobre sua relação com a formação 
do sujeito. 
 
A ideia é apresentar, de forma breve, a natureza humana dessa instituição e 
sua importância enquanto entidade educacional de Nível Superior. 
 
Objetivo: 
Analisar as divisões e classificações da estrutura administrativa e 
acadêmica do Ensino Superior, bem como a função social da 
universidade no contexto atual. 
 
 
 
 4 
Conteúdo 
Redefinindo política 
A partir de agora, vamos construir um esboço da estrutura do Ensino 
Superior no Brasil através de uma análise histórica, levando em 
consideração sua complexidade. 
 
Para darmos conta dessa avaliação, retomaremos conteúdos trabalhados em 
aulas anteriores, a fim de que você possa compreender como esse segmento 
da educação se firmou no país até chegar a sua configuração atual. 
 
Você se lembra da aula 1, em que definimos o sentido do termo 
política? 
 
Esse conceito foi esclarecido com base na relação de tensão constante entre 
Estado e sociedade, o que nos ajudou a refletir sobre o movimento oscilante 
das políticas voltadas para o Ensino Superior. 
 
Afinal, ora se investia no setor público, ora no privado ou, ainda, em ambos 
os setores, em uma correlação de forças ligada às posições que os sujeitos 
ocupavam enquanto representantes dessas instâncias estatal e social. 
 
Como veremos nesta aula, as respostas solicitadas em função da demanda da 
sociedade acabaram gerando uma diversidade de propostas acadêmicas 
à Educação Superior brasileira. 
 
Dando continuidade à retomada do conteúdo, vimos, na aula 2, que o desejo 
de criação do Ensino Superior no Brasil já se anunciava desde o século 
XVI. 
 
 
 
 5 
Entretanto, essa tentativa foi vetada pela coroa portuguesa: os 
colonizadores do país defendiam a ideia de que a elite do período devia realizar 
seus estudos de Nível Superior na Europa. 
 
Durante essa época do Império, a cultura cafeeira proliferou, de forma 
significativa, em território brasileiro, exigindo uma crescente demanda de mão 
de obra especializada para o desenvolvimento do país. 
 
Mesmo diante dessa necessidade, o modelo de educação brasileiro permaneceu 
sem grandes alterações. 
 
Foi no período republicano, no início do século XIX, que o Ensino Superior 
despontou junto à primeira Constituição brasileira: a Constituição de 1891. 
 
Ainda na aula 2, identificamos a consolidação da primeira universidade 
brasileira: a Universidade do Rio de Janeiro (URJ)1 – atual Universidade 
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
 
Mas, sem um projeto de discussão que atendesse às necessidades da sociedade 
brasileira, a URJ não passou de uma justaposição de três escolas 
superiores que já existiam no Rio de Janeiro: 
 
 Engenharia; 
 Medicina; 
 Direito. 
 
Nesse quadro de formação educacional do início do século XX, a orientação 
profissional era ponto central de trabalho do Ensino Superior. 
 
1 Universidade do Rio de Janeiro (URJ) 
A URJ foi criada, na década de 1920, pelo Decreto nº 14.343, e assegurada por autonomia 
didática e administrativa. 
 
 
 6 
Em síntese, tanto no contexto do Brasil Colônia quanto no período da 
República, esse segmento da educação foi inicialmente pensado com o objetivo 
de preparar a elite brasileira. 
 
Agora, vamos relembrar o que estudamos nas terceira e quarta aulas desta 
disciplina. 
 
Na aula 3, analisamos o tempo de governo compreendido entre os anos 1930 
e o período pós-1945. 
 
Na década de 1930, a política governamental voltada para o Ensino 
Superior assumiu caráter centralizador e instituiu regras para o 
desenvolvimento das instituições desse segmento, além de resistir ao projeto 
de autonomia universitária. 
 
Já após 1945 – tempo da redemocratização do país –, esse plano foi 
restaurado. 
 
Em ambos os períodos, a formação profissional ganhou destaque em 
detrimento da pesquisa e da produção do conhecimento. 
 
De 1930 até 1964, o sistema público federal se expandiu com mais de 20 
universidades criadas no Brasil. Nesse espaço de tempo, também surgiram 
algumas instituições religiosas – tanto católicas quanto presbiterianas. 
Já na aula 4, identificamos o ano de 1968 como a fase de modernização da 
universidade, definida pela reforma universitária. Esse projeto tinha como 
base a eficiência administrativa e o modelo de estrutura departamental 
associado ao ensino, à pesquisa e à extensão – estas últimas ganharam 
visibilidade nessa época. 
 
 
 
 7 
Na aula 5, ficou claro que o papel do Estado foi diminuído após a 
promulgação da Constituição de 1988, mais precisamente na década de 
1990, dando espaço para que tanto o Ensino Superior público quanto o 
privado coexistissem. 
 
A homologação de leis se evidenciou nesse período, e o Provão surgiu na 
expectativa de melhorar a qualidade desse nível da educação. 
 
Já na aula 6, continuamos a analisar ambos os setores de ensino e verificamos 
que o movimento de investimento sobre eles acompanhou o ritmo de 
crescimento da economia do Brasil. Mas, atualmente, essa análise tende a se 
tornar mais complexa. 
 
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Anísio Teixeira (INEP), diante da quase ausência de recursos voltados 
para o Ensino Superior público, o setor privado vem ganhando um 
espaço significativo na atual configuração da educação brasileira. 
 
Hoje, esse segmento representa 73% do número de alunos matriculados 
nas instituições universitárias. 
 
Adaptado de: <http://portal.inep.gov.br/visualizar/-/asset_publisher/6AhJ/content/brasil-teve-
mais-de-7-milhoes-de-matriculas-no-ano-passado>. Acesso em: 13 mar. 2014. 
 
Nesse contexto, amparada pela Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBN) –, a Educação Superior vem sendo ampliada de 
forma diversa, com base na distinção entre: 
 
 
 
 8 
 
 
 
Estrutura administrativa 
Vamos entender, agora, como o Ensino Superior é classificado pelo Ministério 
da Educação (MEC), com base na forma de financiamento das instituições. 
Vejamos: 
 
Instituições públicas 
São consideradas públicas as instituições federais, estaduais e municipais. 
 
O governo federal subsidia o ensino público nessas três esferas, mas cada uma 
recebe financiamento dos órgãos correspondentes – Estado e Município. 
 
As instituições estaduais também ganham apoio financeiro das fundações de 
pesquisa que se enquadram nessa instância. 
 
Já as municipais são escassas no Brasil e estão distribuídas entre universidades, 
centros universitários, faculdades ou centros educacionaistecnológicos. 
 
 
 
 
 9 
Instituições privadas 
São consideradas privadas as instituições comunitárias, filantrópicas e 
particulares – mantidas pelo pagamento das mensalidades por parte dos 
alunos. 
 
Algumas recebem apoio financeiro de mantenedores, que podem estar ligados 
à ordem religiosa – como é o caso das Pontifícias Universidades Católicas 
(PUCs) espalhadas pelo Brasil. 
 
 
Atenção 
 Essas entidades NÃO podem aceitar verba pública. Mas, de 
acordo com Stalliveri (2007), quando se trata de pesquisa e 
pós-graduação, o setor privado pode apresentar projetos e 
concorrer a recursos desse tipo para tais finalidades. 
 
Divisão própria das instituições privadas 
Vamos nos ater, nesse momento, apenas à classificação das instituições 
privadas de ensino, que se subdividem em: 
 
Confessionais 
Instituições sem fins lucrativos que estão ligadas a alguma ordem religiosa 
específica. Seus lucros devem ser reinvestidos nelas próprias. 
 
Comunitárias 
Instituições sem fins lucrativos que podem ser de caráter: 
 
 Laico ou não religioso – aquelas financiadas pela comunidade em que 
estão inseridas bem como pelos alunos; 
 
 
 10 
 Confessional – aquelas que estão ligadas a alguma ordem religiosa 
específica. 
 
Da mesma forma que as anteriores, seus lucros devem ser reinvestidos nelas 
próprias. 
 
Filantrópicas 
Instituições sem fins lucrativos, cujos lucros devem ser reinvestidos nelas 
próprias. 
 
Particulares 
Instituições com fins lucrativos. 
 
Estrutura acadêmica 
Até aqui, identificamos a distinção entre ensino público e privado em termos 
de estrutura administrativa da Educação Superior brasileira. Vamos, agora, 
entender sua organização acadêmica. 
 
De acordo com a legislação, as instituições desse segmento estão divididas em: 
 
Faculdades 
Conforme aponta o Decreto nº 5.773/06, as faculdades2 são instituições 
multicurriculares organizadas para atuar sob um regime comum, com base em 
um único plano de estudos submetido ao controle de uma administração 
central. Dentro desse grupo, estão as Instituições de Ensino Superior (IES), 
que se organizam para formar professores. 
 
Essas instituições também foram definidas pelo Parecer CNE/CES nº 218/06. 
 
2 Faculdades 
Termo que também classifica as unidades orgânicas de uma universidade – como, por 
exemplo, a Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
 
 
 11 
Centros universitários 
Conforme aponta o Decreto nº 5.786/06, os centros universitários são 
instituições pluricurriculares, que abrangem uma ou mais áreas do 
conhecimento, com autonomia semelhante a que possuem as universidades no 
que se refere à dispensa em solicitar autorização para a abertura de novos 
cursos. Entretanto, essas entidades educacionais não precisam dar conta do 
processo de pesquisa. 
 
Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) 
Os CEFETs são instituições que oferecem educação em Nível Básico, Técnico e 
Tecnológico em escola secundária e de capacitação pedagógica para 
professores e especialistas ligados diretamente ao MEC. 
 
Com a criação da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, pela 
Lei nº 11.892/08, quase todas essas entidades educacionais foram extintas e 
passaram a compor algum Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 
(IFSP) – exceto o CEFET-MG e o CEFET-RJ, que reivindicam sua transformação 
em universidades tecnológicas. 
 
Universidades 
Conforme aponta a Lei nº 9.394/96: 
 
“Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos 
quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio 
e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: 
 
I. produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático 
dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista 
científico e cultural, quanto regional e nacional; 
 
 
 
 12 
II. um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de 
mestrado ou doutorado; 
 
III. um terço do corpo docente em regime de tempo integral. 
 
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por 
campo do saber”. 
 
 
Aprenda mais 
 
Para conhecer a distribuição do Ensino Superior no Brasil, veja 
um trecho do Censo da Educação Superior de 2011. 
 
Nova configuração do mundo do trabalho 
A partir de agora, vamos pensar no papel exercido pelo Ensino Superior 
na formação profissional do indivíduo e em sua preparação para o 
mercado de trabalho. 
 
Sabemos bem que o mundo sofre constantes mudanças sociais, econômicas e 
tecnológicas. Tais transformações vêm exigindo, atualmente, um novo modelo 
de trabalho e de trabalhador. 
 
Mas que padrão de atividade e de sujeito seria esse? 
 
Para entender melhor que aspectos envolvem o universo do mundo do 
trabalho, assista ao vídeo O exercício do trabalho no século. 
 
Como você pôde observar, essa nova configuração do trabalho assume um 
caráter muito fluido, caracterizado por mudanças contínuas e imprevisíveis, 
 
 
 13 
deixando de lado alguns campos tradicionais de atuação e dando vida a outras 
áreas até então não enfatizadas. Vejamos alguns exemplos... 
 
Você já parou para pensar nas inúmeras profissões que, praticamente, não 
existem mais? Entre elas, podemos citar o datilógrafo, o telegrafista, o 
telefonista etc. 
 
Outras, por sua vez, invadiram, a partir dos anos 1990, o mundo do trabalho – 
principalmente após o intenso investimento em tecnologia –, como é o caso do 
programador, do web designer, do arquiteto de informação etc. 
 
Essas rápidas e profundas transformações que vêm ocorrendo na sociedade 
contemporânea – especialmente na área ocupacional – afastam a ideia de que 
existe uma relação linear entre o processo de formação do trabalhador e sua 
inserção no mercado de trabalho. 
 
Considerando a complexidade desse processo, qual seria, então, o 
compromisso da Graduação na formação do jovem de hoje? 
 
Antes de responder essa pergunta, vamos, primeiro, tratar de resolver o 
problema da (con)fusão gerada por essa relação. 
 
Papel da universidade 
De fato, um dos papéis da universidade é preparar o jovem para o mundo do 
trabalho, a fim de que possa desempenhar determinadas atividades. Mas não 
podemos atribuir à instituição universitária apenas o caráter de produção 
tecnológica e profissionalizante. 
 
 
 
 
 14 
Como afirma Coelho (1998, p. 1), isso significa se: 
 
“[...] deixar levar por uma compreensão pobre e estreita de 
sua função econômica, social, política e cultural”. 
 
Em outras palavras, essa classificação apaga a natureza humana da 
universidade: cultivar o raciocínio, a reflexão e a capacidade de 
(re)criação do que está posto como verdade absoluta e inquestionável. 
 
Mais do que ensinar teorias e explicar conceitos, o processo de formação em 
Nível Superior precisa apresentar ao aluno o mundo em construção, partindo 
de princípios que devem sempre ser interrogados e questionados, 
considerando as possibilidades e os limites do conhecimento científico. 
 
Afinal, de que adianta ensinar a “verdade” se, em um curto espaço de 
tempo, alguns saberes serão substituídos por outros? 
 
Para refletir sobre esse questionamento, vamos retomar o conceito de política 
desenvolvido na primeira aula da disciplina... 
 
Relação entre indivíduo e sociedade 
A formação profissional coerente tem a responsabilidade de possibilitar 
a reflexão tanto para compreender o mundoquanto para pensar em suas 
possibilidades de mudança. 
 
 
 
 15 
Isso é possível a partir da articulação do homem com os diversos tipos de 
conhecimento3 e outras formas de racionalidade que permitem resolver as 
questões individuais e coletivas que se constituem como aporias4. 
 
Essas questões, por sinal, causam – ou deveriam causar – indignação por parte 
daqueles que acessam os diversos bens simbólicos disponibilizados em nossa 
sociedade. 
 
Para fugir da classificação que lhe é atribuída, voltada para o mundo do 
trabalho, a universidade luta, então, para resguardar sua autonomia e seu 
papel sociocultural, assumindo forte compromisso com os seguintes atores 
desse processo: 
 
INDIVÍDUO 
Neste caso, o objetivo é contribuir para a humanização do sujeito em 
termos de sua relação com o coletivo. 
 
SOCIEDADE 
Neste caso, o objetivo é preparar os indivíduos para o exercício do 
pensamento crítico e para estimular sua capacidade de intervir no 
mundo. 
 
 
3 Tipos de conhecimento 
Entre os tipos de conhecimento com os quais o indivíduo lida todos os dias, podemos citar 
o: 
 
 Científico; 
 Tecnológico; 
 Filosófico; 
 Artístico. 
 
4 Aporias 
Dificuldades de escolher entre duas opiniões igualmente racionais, mas contrárias. 
 
 
 16 
 
Atenção 
 De acordo com Coelho (1998, p. 3): 
 
“[...] como espaço por excelência do saber, a universidade não 
pode confundi-lo com informação, treinamento, razão 
instrumental, saber fazer utilitário e pragmático, ligado à 
aplicação imediata, à comunicação e à imposição de ideias e 
de comportamentos. [Essa instituição] é fiel a sua ideia de 
projeto não quando transmite o saber como se fosse algo 
pronto e acabado, mas quando desenvolve nos alunos a 
capacidade de duvidar, de pensar, de criar novas ideias e 
práticas nas várias áreas e regiões epistemológicas [...]”. 
 
Transformação social 
Como vimos nesta aula, a Graduação pode permitir o diálogo entre o 
sujeito e a sociedade em que está inserido, na busca pela (re)invenção da 
existência, na aposta de um outro mundo possível5. 
 
O sentido do Ensino Superior não está, então, atrelado ao selo de garantia 
oferecido por um diploma ou à profissionalização dos indivíduos. 
 
Conforme aponta Coelho (1998, p. 7): 
 
“[...] à universidade cabe contribuir para que os jovens possam 
participar da luta política com lucidez, enfrentando o jogo do 
poder no exercício mesmo da cidadania, da vida pessoal e 
 
5 Um outro mundo possível 
Jogo de linguagem utilizado para fazer referência ao Fórum Social Mundial (FSM): grande 
encontro organizado por diversos movimentos sociais, cujo objetivo é pensar em 
alternativas para a transformação da sociedade. 
 
 
 17 
profissional, à luz da ética, tendo em vista a superação do 
instituído”. 
 
Nesse mundo de incertezas, esperamos que, através da formação superior 
e da educação continuada, o indivíduo possa encarar não só o mundo do 
trabalho mas também a si mesmo – diante de sua relação com o outro – 
como desafios a serem vencidos. 
 
Dessa forma, ele agirá como um ser social! 
 
 
Aprenda mais 
 
Para saber mais sobre as possibilidades de transformação 
social, leia os seguintes textos: 
 
 Um outro mundo é possível?; 
 Fórum Social Mundial – um outro mundo é possível. 
 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! 
 
Assista a um trecho do filme Tempos Modernos e reflita sobre a proposta de 
preparação do jovem para o mundo do trabalho nos dias de hoje. Essa proposta 
reflete a ideia da cena em questão? Por quê? 
 
 
 
 
 18 
Referências 
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira. Censo da Educação Superior de 2011: 
resumo técnico. Brasília: MEC, INEP, 2013. 
 
COELHO, I. M. Conferência. In: SEMINÁRIO DE ESTUDOS E PROPOSTAS 
PARA A GRADUAÇÃO, 1998, Campinas. Campinas: Pró-Reitoria de Graduação 
da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 1998. 
 
STALLIVIERI, L. O sistema de Ensino Superior do Brasil: características, 
tendências e perspectivas. In: UNIÓN de Universidades de América Latina y el 
Caribe. (Org.). Educación Superior en América Latina y el Caribe: sus 
estudiantes hoy. México: Gisela Rodríguez Ortíz, 2007. p. 79-100. 
 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Amparada pela Lei nº 9.394/96, a Educação Superior vem se desenvolvendo 
no Brasil, com ênfase na diferenciação entre o ensino público e o privado. Sobre 
essa distinção, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas: 
 
( ) O MEC a determina pela forma de financiamento de cada instituição. 
( ) A LDBN a determina pela forma de financiamento de cada instituição. 
( ) A estrutura acadêmica também é uma característica que a determina. 
( ) As próprias Instituições de Ensino Superior a determinam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
Questão 2 
O Ensino Superior privado brasileiro está dividido em instituições: 
 
a) Confessionais e de caráter laico. 
b) Confessionais, particulares e de caráter laico. 
c) Particulares, comunitárias com característica idêntica às confessionais e 
filantrópicas. 
d) Particulares, comunitárias, confessionais e filantrópicas. 
e) N.R.A. 
 
 
Questão 3 
De acordo com o Censo da Educação Superior de 2011, a região do Brasil que 
concentra o maior índice de instituição desse nível é: 
 
a) Sul 
b) Norte 
c) Sudeste 
d) Nordeste 
e) Centro-Oeste 
 
 
 
 
 
 20 
Questão 4 
De acordo com o Portal da Estácio: 
 
“Com mais de 40 anos de atuação em ensino, a Estácio é uma 
das melhores redes de Ensino Superior do Brasil, integrando 
Universidade, Centros Universitários e Faculdades, 
atualmente com mais de 330 mil alunos e presente em 20 
estados e no Distrito Federal”. 
 
De acordo com esse texto de apresentação, a Estácio possui 3 das 4 
possibilidades de organização do Ensino Superior brasileiro. Em termos de 
estrutura acadêmica, o que se constitui como característica exclusiva quando 
uma Instituição de Ensino Superior se apresenta como universidade? 
 
a) O direito de abrir novos cursos sem autorização prévia do MEC. 
b) Seu financiamento vem do setor público. 
c) Somente as universidades confessionais possuem estrutura acadêmica 
diferente das demais universidades privadas. 
d) Consiste em uma instituição pluridisciplinar, com indissociabilidade do 
ensino, pesquisa e extensão. 
e) Não há, pois todas elas possuem a mesma estrutura. 
 
 
 
 
 
 
 21 
Questão 5 
A Universidade Estácio de Sá (UNESA) é uma instituição privada de ensino que 
possui as seguintes características: 
 
I. Formação de quadros profissionais de Ensino Superior. 
II. Responsabilidade pelo trabalho com cursos de extensão. 
III. Atividade de pesquisa própria das instituições universitárias – sejam elas 
públicas ou privadas. 
IV. Autonomia quanto à dispensa em solicitar autorização para abertura de 
novos cursos. 
 
Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): 
 
a) I, II e III 
b) I e III 
c) Somente IV 
d) I, II, III e IV 
e) Somente I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
Atividade proposta 
Primeiro, precisamos distinguir o processo de formação profissional da 
atividade voltada para a reprodução e manutenção daquilo que nos é imposto. 
 
Nesta última, o sujeito não é considerado como um ser que pensa, mas apenas 
como um reprodutorde ações, conforme aponta a cena do filme, em que os 
operários realizam suas funções de forma mecanicista. 
 
Esse trabalho não se vale da reflexão e, justamente por isso, assume um 
caráter pragmático, de forma que aquilo que se aprende se aplica, de imediato, 
à realidade, sem possibilitar o exercício da (re)invenção, sem questionar as 
relações de poder que giram em torno dessa atividade. 
 
Longe disso, a universidade atual tem o papel de investir em uma formação 
mais ampla, flexível, crítica e rigorosa do indivíduo. Como sugere Coelho (1998, 
p. 1), sua responsabilidade é cultivar: 
 
“[...] o raciocínio, a autonomia, a criatividade, a comunicação e a capacidade 
de identificar problemas e produzir alternativas para superá-los”. 
 
Logo, considerando o contexto contemporâneo, a proposta do Ensino Superior 
não reflete as ideias da era industrial apresentadas no filme Tempos Modernos. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 – V, F, V, F 
Justificativa: O MEC distingue as instituições públicas e privadas de ensino com 
base em sua forma de financiamento. A estrutura acadêmica da Educação 
 
 
 23 
Superior marca, também, suas diferenças e é sustentada pelo Decreto nº 
5.773/06. 
 
Questão 2 – C 
Justificativa: O Ensino Superior privado está dividido em quatro tipos de 
instituições, com base na forma de financiamento desse setor. São elas as 
entidades particulares, comunitárias, confessionais e filantrópicas. 
 
Questão 3 – C 
Justificativa: De acordo com o Censo da Educação Superior de 2011, a região 
Sudeste é a que concentra o maior número de instituições de Nível Superior no 
Brasil. 
 
Questão 4 – D 
Justificativa: Por se tratar de uma universidade, a Estácio se apresenta como 
uma instituição pluridisciplinar, com o objetivo de criar “quadros profissionais 
de nível superior” – tal como aponta a LDBN –, sem dissociar a pesquisa e a 
extensão no processo de formação do indivíduo. 
 
Questão 5 – D 
Justificativa: De acordo com o Artigo 52 da Lei nº 9.394/96, as universidades 
mantêm compromisso com a “formação dos quadros profissionais de nível 
superior”, bem como com as atividades “de pesquisa, de extensão e de domínio 
e cultivo do saber humano”. Ainda assim, elas têm autonomia para a abertura 
de novos cursos. 
 
 
 
 
 
Atualizado: 25 abr. 14

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