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ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 1 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 2 ................................................................................................................... 0 Aula 7: Pesquisa e prática docente ................................................................ 3 Introdução .............................................................................................. 3 Conteúdo ................................................................................................ 3 Composição do currículo ...................................................................... 3 Mudança do paradigma curricular ......................................................... 5 Aprendizagem significativa .................................................................... 6 Conteúdo ............................................................................................. 6 Conhecimento ...................................................................................... 8 Conhecimento = dados + informação? ................................................ 10 Seleção de conteúdos ......................................................................... 12 Organização de conteúdos .................................................................. 14 Chaves de resposta .................................................................................... 18 Aula 7 .................................................................................................... 18 Exercícios de fixação ........................................................................... 18 Conteudista................................................................................................ 21 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 3 Introdução Nesta aula, vamos refletir sobre o conceito de conhecimento e sobre como essa noção vem sendo tratada no âmbito do ensino. Se pensarmos na importância do saber para a educação, entenderemos o fundamento da constituição do currículo enquanto espaço e elemento político- pedagógico. Fundamentaremos nossa discussão, portanto, na contextualização histórica do assunto, na relação entre educação e sociedade e nos princípios que regem a construção adequada de uma grade curricular, cuja base são os conteúdos. Bons estudos! Objetivo: 1. Discutir sobre a constituição do currículo; 2. Identificar os critérios de seleção e organização de conteúdos curriculares. Conteúdo Composição do currículo Na primeira aula desta disciplina, tratamos do currículo. Agora, vamos discutir sobre a organização e a seleção de conteúdos curriculares. Os conteúdos refletem não somente aquilo que o professor propõe ensinar mas também todo o saber historicamente acumulado e aquele que se pretende desenvolver. ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 4 Como já destacamos em aulas anteriores, a composição desse currículo tem efeito significativo na construção do conhecimento escolar e nas experiências de aprendizagem. Esse processo está relacionado a um dado momento da história e às relações estabelecidas entre os saberes. Cada seleção de conteúdos atende a determinado tempo e espaço, interferindo, diretamente, no desenvolvimento social. Sacristán (1998, p. 120) afirma que: “Sem conteúdo, não há ensino. Qualquer projeto educativo acaba se concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se educam”. Oposto aos preceitos da escola tradicional – que valoriza a aprendizagem de conteúdos como reprodução da cultura dominante –, o movimento da Escola Nova resistiu, por muito tempo, às discussões sobre o tema, com o temor de reavivar esse conceito de reprodução no espaço escolar. ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 5 No entanto, refletir sobre os conteúdos curriculares é fundamental para que avancemos nos debates referentes à seleção, à organização e aos temas de nossa formação cultural que se refletem no cotidiano escolar. Vamos, então, pensar mais no assunto? Mudança do paradigma curricular O cenário atual impõe uma concepção de escola voltada para a formação cidadã, que respeita a diversidade pessoal, a cultura e acompanha as transformações sociais. Diante desse quadro, são cada vez mais necessárias reflexões e ações em direção à formação docente – principalmente quando o assunto é a estruturação dos conteúdos na aprendizagem. Na história da educação, habilidades como a memorização e o condicionamento foram prioridades. Mas, com o passar dos anos e frente às mudanças da sociedade, competências como COMPARAR, QUESTIONAR, TANGENCIAR PONTOS DE VISTA, DIVERGIR, ARGUMENTAR e REFLETIR tomaram grandes proporções. Muitas vezes, ouvimos de professores que: Os conteúdos da disciplina que lecionam são muito extensos para se trabalhar durante o ano; Os alunos não compreendem o que está sendo ensinado; Os jovens apresentam pouco ou nenhum interesse pelos conteúdos abordados. Com esses relatos, constatamos o que falta na formação docente – seja nos cursos de Licenciatura, na formação inicial ou continuada: Enfatizar a estruturação científica dos conteúdos, que, de forma pertinente, atenda as necessidades e expectativas com relação à formação integral do aluno. Mas como isso é possível? Vamos esclarecer essa questão... ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 6 Aprendizagem significativa O desafio do professor de hoje é criar condições de aprendizagem de conteúdos, de forma que os alunos não apenas memorizem informações, mas sejam capazes de fazer relações e de ressignificar conceitos e temas estudados. A ideia é dar significado àquilo que aprendem, ou seja, é fazê-los entender o sentido do aprendizado de determinado saber. A tirinha a seguir ilustra bem essa questão: Fonte: QUINO. 10 anos com Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2010. Ao elaborar sua aula, o professor deve considerar diversos aspectos – entre eles, o conteúdo que seria relevante para o objetivo da aprendizagem. O conteúdo trabalhadonas escolas ou o conhecimento promovido por elas junto ao aluno possui papel importante no processo educativo e influencia a formação da sociedade em que estamos inseridos. Mas, afinal, a que conteúdo e a que conhecimento estamos nos referindo? Descubra-o a seguir! Conteúdo Você já ouviu o termo conteudismo ou a expressão professor conteudista? ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 7 Ambos estão relacionados à forma com que são abordados os conteúdos de um currículo no ambiente acadêmico – aqueles aspectos considerados mais importantes para o ensino. A eles se submetem professor e aluno. No processo de ensino e aprendizagem, os conteúdos têm sido objeto de estudos por parte de vários autores que possuem posições controvérsias sobre seu papel. Um dos especialistas da área, Zabala (1998), destaca o equívoco das pesquisas relativas a práticas curriculares e a ênfase da escola aos conteúdos conceituais, que, centrados em uma perspectiva tradicional, refletem a transmissão de informações e de conhecimentos. Entenda melhor, a seguir, o pensamento do autor a respeito do assunto... Para Zabala (1998, p. 30), nos anos iniciais de escolaridade, os professores deveriam dar destaque aos conteúdos procedimentais e atitudinais e, posteriormente, centrar-se nos conceituais. O autor propõe a seguinte categorização: Conteúdos conceituais: o que devemos SABER? Aqueles que possibilitam a elaboração pessoal de conceitos e interpretações individuais de determinados temas. Conteúdos procedimentais: o que devemos SABER FAZER? Conjunto de ações ordenadas com um fim, incluindo regras, técnicas, métodos, destrezas e habilidades, estratégias e procedimentos. Os conteúdos procedimentais são analisados pelo exercício da prática docente e pela reflexão consciente do professor sobre a própria atividade que desenvolve. Conteúdos atitudinais: como devemos SER? Aqueles que podem ser agrupados em valores, atitudes e normas, e que são verificados por sua interiorização e aceitação, o que implica conhecimento, avaliação, análise e elaboração. ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 8 Atenção Hoje, ainda prevalece, na maioria das escolas, o conteúdo conceitual: conhecimento que o professor detém e transmite, de forma teórica, ao aluno – como fim, e não meio do processo de aprendizagem. Esse conteúdo pouco se relaciona com o cotidiano e com as vivências do estudante. Por isso, é provável que não seja tão significativo para ele. Conhecimento Considerado como base da educação, o conhecimento transformou-se – independente de seu recorte teórico-ideológico – no principal construto para a compreensão da realidade em que estamos inseridos enquanto comunidade e sociedade. Se refletirmos sobre quando o ser humano usou, pela primeira vez, o conhecimento para viver e produzir, e sobre o quanto o saber é importante para nossa vida, encontraremos respostas que nos remetem desde a formação do Estado até a configuração das organizações sociais. Afinal, o conhecimento se tornou não só algo imprescindível para o indivíduo mas também a forma de diferenciá-lo dos demais membros da sociedade a partir da determinação de seus papéis. Conheça, a seguir, o percurso histórico de construção do conceito de conhecimento. Veja, agora, como o conhecimento foi tratado ao longo da história da humanidade: Século XIX e início do século XX Neste período, houve a inversão de valores nos fatores/insumos de produção que constituíam a mola propulsora do desenvolvimento da sociedade. A partir desse momento, o conhecimento ganhou importância para o ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 9 sujeito se destacar dos demais em função de seu papel exercido na sociedade, conforme já mencionado. Final do século XX Este é o período de surgimento da chamada sociedade do conhecimento: aquela que valoriza o saber em comparação com os demais insumos – capital, matéria-prima e mão de obra. Nessa época, o conhecimento passou a ser considerado um diferencial estratégico de produção do ser humano. Essa constatação permitiu que o sujeito lidasse com métodos, metodologias e ferramentas apropriadas e capazes de: • Processar dados; • Tratar informações; • Gerenciar conhecimentos. O objetivo era garantir a criação, a multiplicação, a renovação e a aplicação do capital intelectual dos indivíduos. Século XXI Na atualidade, o processo de uso e de transferência do conhecimento nas sociedades tem demandado especial atenção. Essa análise se justifica pelos seguintes fatores: • Renovação do perfil dos docentes; • Fomento às novas práticas educativas; • Novos rumos percorridos pelo alunado – cada vez mais dinâmico e atualizado. Nesse contexto, é importante destacar a relevância do fluxo de conhecimentos no cotidiano escolar. Qualquer iniciativa orientada à implementação de métodos contemporâneos de multiplicação de saberes deve inspirar uma reflexão e a descoberta de lições aprendidas sob a forma de um fluxo de retroalimentação. É desse fluxo ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 10 interativo que se alimenta o aprendizado, capaz de gerar conhecimento e inovação. Atenção O uso do conhecimento disponível em uma escola como insumo de aprendizagem requer o estabelecimento de condições e de processos que permitam o fluxo desse saber entre pessoas. O passo mais complexo para tornar esse fluxo possível é investir na disseminação e na incorporação de tal conhecimento, promovendo um impacto cultural e a construção de um ambiente propício à dinâmica de sua criação e utilização. Conhecimento = dados + informação? Diante do cenário de rápidas transformações em que nos encontramos, identificamos que produzimos mais dados e informações do que somos capazes de sintetizar. Com isso, um dos maiores problemas que enfrentamos, hoje, não é a falta, mas o excesso de informações disponíveis. Saiba, agora, como alguns estudiosos entendem essa questão a partir de suas definições de conhecimento: Demo (1997) De acordo com Demo (1997, p. 176), o conhecimento não é um fim, mas um meio de formação da competência humana, “a propedêutica básica do saber pensar e do aprender a aprender”. Nonaka e Takeuchi (1997) Nonaka e Takeuchi (1997, p. 63), que propuseram a teoria de criação do conhecimento organizacional, afirmam que o conhecimento é um processo dinâmico de justificar a crença pessoal com relação à verdade. Para esses autores: ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 11 “[...] o conhecimento, ao contrário da informação, diz respeito a crenças e a compromissos. O conhecimento é função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica”. Fava-de-Moraes e Martinez Soto (2002) De acordo com Fava-de-Moraes e Martinez Soto (2002, p. 10), o conhecimento é algo pragmático, de aplicação prática, fruto do processo de transformação, no qual: “[...] a informação é transferida, utilizada e vivenciada individualmente como uma experiência real, que causa impacto na condição cognitiva e perceptiva do indivíduo, removendo ou reduzindo incertezas”. Terra e Angeloni (2003) Para Terra e Angeloni (2003 apud PERROTI, 2004, p. 51), conceituar conhecimento é uma tarefa bem mais complexa do que a definir informação. Afinal, a informação implica a participação humana na organização proposital de dados. Já o conhecimento é: “[...] o resultado das experiências e das reflexões humanas baseadas em um conjunto de crençasque são, ao mesmo tempo, individuais e coletivas” e “somente pode residir na mente de um indivíduo”. Analisando a relação hierárquica entre essas definições, percebemos que os dados são considerados simples fatos. Quando combinados com uma estrutura compreensível, eles se transformam em informação. A informação, por sua vez, quando relacionada a outros informes, quando avaliada e entendida no interior de um contexto específico, transforma-se em conhecimento. Diante desse exemplo, podemos concluir o seguinte: O conhecimento está intrinsecamente vinculado à prática, à ação. ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 12 Sua construção se efetiva pela análise e comparação com outras informações conhecidas. Trata-se de internalizar essas informações e de transformá-las em novas competências. Portanto, na perspectiva do conhecimento, destacam-se: • O saber pensar como capacidade crítica frente ao saber; • A priorização da habilidade de aprender a aprender em detrimento do protagonismo dos conceitos a serem apreendidos. Seleção de conteúdos Pensar na seleção de conteúdos é, antes de tudo, estabelecer os conhecimentos que são mais importantes para determinado grupo, contexto histórico e para determinada realidade – aqueles que atendam os objetivos planejados. Além de poder participar desse processo, o aluno deve: Saber e entender o que precisa aprender. Identificar como será sua avaliação. Conhecer a proposta pedagógica da escola e o trabalho do professor. Participar – com o devido respeito – do processo de ensino e de aprendizagem como protagonista, em uma interface aberta, transparente e sem restrições. Analisar a estrutura da disciplina ou matéria de ensino será primordial para tal seleção de conteúdos. Nogueira (2001) apresenta algumas questões que ajudam o professor a selecionar conteúdos, tornando-os significativos, contextualizados, possíveis de se executar e dotando-os de uma roupagem didática. São elas: • Por que esse tópico é importante? ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 13 • Qual é a relação desse conteúdo com aqueles já trabalhados e com os que ainda pretendo trabalhar? • Como contextualizar esse conteúdo e relacioná-lo ao cotidiano de meu aluno? • Como devo trabalhar essa unidade de forma procedimental e atitudinal? • O que aconteceria se eu não ministrasse esse conteúdo em sala de aula? • Que objetivo pretendo atingir trabalhando esse conteúdo? • Que habilidades, atitudes e valores desejo desenvolver em meus alunos com base nesse conteúdo? Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=33336 Acesso em 14 de dez. 2014. Essas indagações podem auxiliar o docente a refletir sobre a importância dos conteúdos na formação do aluno como cidadão e profissional. Atenção Se a escola/universidade é um espaço de ensino e aprendizagem, não cabe a essa instituição apenas ampliar o acesso às informações mas também oportunizar a construção de conhecimentos para diversos aspectos da vida do educando e o ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 14 acesso a conteúdos socialmente relevantes. Por isso, na seleção de determinado conteúdo, é necessário considerar: • A herança cultural do aluno; • Sua experiência advinda da prática social e do contexto em que vive; • Sua perspectiva de futuro. O objetivo é formar uma sociedade humanizada! Organização de conteúdos De acordo com Libâneo (1994), os conteúdos são constituídos por quatro elementos: Após sua etapa de seleção, é necessário organizá-los de forma sequencial, a fim de simplificar sua compreensão, favorecer o processo de aprendizagem e otimizar o tempo de assimilação das informações. Conheça, agora, alguns métodos de organização de conteúdos: Identificação dos conceitos básicos Lafourcade (apud MARTINS, 1996) propõe a estruturação dos conteúdos através da identificação dos conceitos básicos, dos princípios e das generalizações, das teorias e dos fatos específicos relativos a determinado tema. Divisão por blocos Representante da Escola Nova, Decroly (apud ZABALA, 1998) defende a organização globalizada dos conteúdos em blocos, de acordo com os interesses, as necessidades e a realidade do aluno. ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 15 Disposição hierárquica Outra forma de organização dos conteúdos é a hierárquica, que prima pela sequenciação de fatos e de redes semânticas, incluindo, de forma parcial e restrita, temas específicos. Não se trata apenas de incorporar ou excluir conteúdos, mas de refletir sobre o significado dos conhecimentos desenvolvidos na instituição de ensino, bem como sobre sua aproximação com a realidade e com as perspectivas do maior interessado na questão: o aluno. O conteúdo pode, ainda, ser organizado de acordo com as seguintes modalidades: Programa escolar oficial Referencial com propostas de fins e conteúdos a serem desenvolvidos conforme determinado grau de ensino, estabelecendo conceitos básicos e habilidades fundamentais. Geralmente, esse programa é estabelecido por redes municiais ou estaduais, com base no sistema oficial de ensino. Programa pessoal do professor Plano de ensino – anual, mensal ou semanal – de cada professor, elaborado a partir do programa escolar oficial. Esse programa é adaptado à realidade e ao contexto em que os alunos estão inseridos, e estabelecido com base em seus níveis de desenvolvimento. Atenção Selecionar e organizar conteúdos ultrapassa a prática de relacionar temas, mas pressupõe sua sistematização integrada e orgânica. ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 16 O programa escolar oficial tem sofrido profundas mudanças. Não se trata mais, por exemplo, de um documento a ser seguido à risca pela instituição educativa, mas de um guia curricular flexível que propõe a devida autonomia ao professor de selecionar e organizar aqueles conteúdos que atendam as necessidades da comunidade escolar. Para isso, o professor deve estabelecer critérios que podem ser norteados pelos seguintes aspectos: ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 17 Notas Conhecimento: Para Aranha e Martins (1998), trata-se do resultado da relação entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. O conhecimento pode, ainda, designar o saber adquirido e acumulado pelo homem. Conteudismo: Conceito utilizado para contextualizar a fragmentação do conhecimento acadêmico, a transferência hierárquica do saber do professor para o aluno. Nesse caso, não há a preocupação com a conquista natural do conhecimento sequer o respeito ao processo espontâneo de aprendizagem. O educando é um mero receptor de saberes. Trata-se, portanto, da excessiva exigência de memorização de algoritmos e de terminologias, da descontextualização e ausência de articulação com as demais disciplinas curriculares, em um cumprimento restrito do currículo escolar. Adaptado de: href="http://goo.gl/NmMeDU" http://goo.gl/NmMeDU. Conteúdos procedimentais: Nogueira (2001, p. 20) baseia-se na definição dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que tratam estes conteúdos como: “[...] procedimentos que expressam um saber fazer, que envolvem tomar decisões e realizar uma série de ações, de forma ordenada e não aleatória, para atingir uma meta. Os conteúdos procedimentais sempre estão presentes nos projetos de ensino, pois realizar umapesquisa, desenvolver um experimento, fazer um resumo, construir uma maquete são proposições de ações presentes nas salas de aula”. Conteúdos: Partes da matéria-prima do saber. Trata-se de um conjunto de conhecimentos organizados conforme sua natureza e seus objetivos. Os conteúdos envolvem informações, dados, fatos, conceitos, princípios e generalizações acumuladas pela experiência do homem em relação a um âmbito ou a um setor da atividade humana. ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 18 Professores conteudistas: Para Nogueira (2001, p. 19), trata-se daqueles que se preocupam com o cumprimento integral dos conteúdos relacionados à determinada disciplina em detrimento do processo de aprendizagem. Aula 7 Exercícios de fixação Questão 1 - E Justificativa: O conteúdo é o ponto de partida para a assimilação de novos conceitos, de novas informações, atitudes e habilidades. Por isso, deve ser sempre dinâmico e ideológico por excelência, e possuir objetivos e estrutura bem organizados, de modo que favoreça a aprendizagem do educando. Questão 2 - D Justificativa: Em uma perspectiva dialógica, a avaliação é uma verificação do alcance – ou não – do conhecimento trabalhado pelo professor com base no currículo. Dessa forma, o resultado de um processo avaliativo não deveria ser utilizado para a retenção de conteúdo, e sim para um diagnóstico das falhas na aquisição do conhecimento. Se seguirmos essa linha de pensamento, possivelmente, garantiremos a qualidade não só da educação mas também da aprendizagem em todos os níveis e em todas as modalidades de ensino. Questão 3 - E Justificativa: O contexto escolar atual exige que o processo de aprendizagem e os conteúdos a serem abordados considerem o aluno como pesquisador ativo e crítico. É importante que o conhecimento por ele adquirido esteja pautado em suas vivências e articulado com sua realidade social. Em outras palavras, esse ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 19 saber precisa ser funcional e contribuir, na prática, para o desenvolvimento de novas competências no estudante. Questão 4 - B Justificativa: Os conteúdos conceituais são mais abstratos. Os conceitos se referem ao conjunto de fatos, objetos ou símbolos que têm características comuns. Os princípios e a categoria incluída nos conteúdos conceituais correspondem às mudanças de uma situação em relação a outros acontecimentos que, normalmente, descrevem relações de causa e efeito ou correlações. Questão 5 - E Justificativa: A partir da pedagogia crítico-social dos conteúdos, Libâneo (1994) defende a visão de que a escola/instituição educativa deve garantir a qualidade do saber formal institucionalizado, além da base de cidadania como exercício social. Para o autor, as instituições de educação formal – escolas, universidade e outras dessa categoria – têm de garantir o acesso ao currículo como forma de democracia, trazendo a ideia de uma “justiça curricular”. Afinal, o conhecimento formal é direito de todos. Questão 6 - A Justificativa: Libâneo (1994) enumera os quatro elementos que compõem o currículo – habilidades, atitudes, conhecimentos sistematizados e convicções. Questão 7 - B Justificativa: No processo de seleção de conteúdos, o critério de adequação corresponde à aceitação do nível de desenvolvimento do aluno. Em outros termos, os conteúdos devem respeitar os conhecimentos prévios e as experiências dos alunos, observando o nível de suas estruturas cognitivas e seu grau de maturidade. Questão 8 - D ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 20 Justificativa: Os conhecimentos humanos se ampliam constantemente, e o educador precisa estar atento à atualização dos saberes científicos e à veracidade das fontes de pesquisa e de informações. Questão 9 - C Justificativa: Quando se refere ao "enfoque globalizador" do currículo, Zabala (1998) tenta quebrar a lógica da compartimentalização das disciplinas estanques com a proposta de integração curricular, na qual os saberes se intercomunicam e se complementam. Dessa forma, um currículo com enfoque globalizador tem como meta – tanto na Educação Básica quanto na Educação Superior – a interdisciplinaridade e o diálogo entre os saberes teóricos e práticos. Questão 10 - E Justificativa: Não basta ao professor apenas dominar os conteúdos dos currículos escolares. É necessário que o educador conheça, sobretudo, as bases epistemológicas e científicas que suportam sua ação cotidiana docente, a fim de fortalecer possíveis atitudes exitosas e substituir comportamentos e práticas que não surtem o efeito desejado. Dessa forma, conhecer teorias e métodos é, de fato, uma excelente fundamentação para a atuação consciente e coerente do professor no dia a dia de sala de aula. ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 21 Vanessa Monteiro Ramos Gnisci é Mestre em Educação pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP- UERJ), Especialista em Literatura Infantil e Juvenil pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Graduada em Letras Português/Literaturas pelo Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM). Tem experiência como docente nos Ensinos Fundamental e Médio. Atualmente, é técnica do setor de Implementação e Articulação de Formação Complementar na Secretaria Municipal de Educação de Nova Iguaçu e professora de Língua Portuguesa da rede estadual de educação do Rio de Janeiro. Currículo Lattes: href="http://lattes.cnpq.br/7405883900132848" http://lattes.cnpq.br/7405883900132848.
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