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Aula 02 Trabalho,Educação e Novas Tecnologias

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Prévia do material em texto

TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear 
do conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 2 
Introdução 
Na aula passada, tratamos dos impactos que a evolução tecnológica trouxe 
para a sociedade. Dentre eles, discutimos sobre a Revolução Industrial e o 
aumento do desemprego causado pela invasão das máquinas. 
Atualmente, no século XXI, essa invasão é ainda maior. Afinal, a tecnologia já 
faz parte de nosso cotidiano, mesmo sem nos darmos conta disso. 
A sensação é de que, em breve, todos os serviços serão substituídos por 
máquinas e robôs. É claro que essa não é uma situação real, pois, por maior 
que seja a evolução, o pensamento humano continua sendo indispensável. 
No entanto, para que possamos nos adaptar a essa nova realidade, algumas 
mudanças de paradigma são necessárias. Se, há 10 anos, um profissional 
precisava ter um conjunto de habilidades, hoje, certamente, elas não são as 
mesmas. 
Como saber, então, que habilidades preciso para desempenhar minha função? 
Como adequar o conhecimento que já possuo com as novas exigências do 
mercado de trabalho? Essas e outras questões serão abordadas nesta aula. 
 
Objetivo: 
1. Identificar a educação adequada à atualidade, contextualizada com a 
qualificação profissional e o trabalho humano, bem como com os impactos 
causados pelas novas tecnologias; 
2. Sublinhar a expectativa do mercado de trabalho e a escolaridade necessária 
ao jovem do século XXI para o moderno mundo da produção. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 3 
Conteúdo 
Atividade proposta 1 
Como vimos na aula anterior, a tecnologia traz benefícios para a sociedade, 
mas, em contraponto, causa alguns impactos que se podem tornar negativos 
caso não haja um preparo para receber essas mudanças. 
Imagine se jornalistas resolvessem ignorar os avanços que houve nos meios de 
comunicação e continuassem agindo, em sua profissão, como se ainda 
estivéssemos na época da prensa? 
Pensando nessa questão, compare as charges a seguir e indique que tipo de 
mudanças as novas tecnologias acarretaram à veiculação de notícias pelo 
mundo. 
 
 
 
Primeira charge disponível em: www.nanquim.com.br. Acesso em: 22 ago. 
2014. 
 
Segunda charge disponível em: 
https://sites.google.com/site/tcoetania/reflexao-sobre-a-evolucao-da-
comunicacao. Acesso em: 22 ago. 2014. 
 
Chave de resposta 1 
A cada nova invenção, uma revolução acontece no meio social! Assim ocorreu 
com o surgimento da escrita, do alfabeto e da imprensa: a sociedade se 
organizava de determinada maneira, mas, para se adequar as essas novas 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 4 
ferramentas tecnológicas, precisou se reinventar. Como é possível observar nas 
charges, por exemplo, as mudanças trazidas pelas novas tecnologias não 
afetaram apenas a forma com que a notícia é veiculada, mas, principalmente, a 
velocidade de sua circulação. Isso alterou a maneira com a qual o usuário 
precisa lidar com as informações que recebe. 
 
Como fazer, então, para comunicar uma notícia, checando sua veracidade e 
fonte antes que ela chegue às redes sociais? Essa, certamente, não era uma 
preocupação dos jornalistas há 20 anos. 
Antes de prosseguir com seu estudo, reflita sobre essa questão... 
 
Desafio da Universidade e da tecnologia 
 
 
Adaptado de: http://wlaumir-souza.blogspot.com.br 
 
“Hoje, a humanidade dispõe das melhores ferramentas de todos os tempos – 
graças à mídia digital e social – para agir de modo inteligente. Mas essas 
ferramentas não nos tornarão mais inteligentes por elas mesmas. Na verdade, 
de muitas formas, elas podem nos tornar estúpidos.” 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 5 
Fonte: GEE, James Paul. The Anti-Education Era: creating smarter students 
through digital learning. New York: Palgrave Macmillan Trade, 2013. 
 
Esse breve fragmento de texto nos faz refletir sobre a real funcionalidade das 
novas tecnologias na atualidade – mais precisamente na educação. Elas estão 
disponíveis para nós em todo lugar e em qualquer espaço, mas precisamos 
saber usá-las de forma adequada e a nosso favor. Para isso, é preciso mudar! 
O fato é que modificar o pensamento e a postura de uma sociedade já 
estruturada requer o rompimento de paradigmas mantidos, muitas vezes, por 
séculos. À medida que a tecnologia sofre alteração e se desenvolve, a 
sociedade deve seguir esse ritmo. Do contrário, o que significaria avanço pode 
ocasionar o retrocesso. 
O desafio é: 
Como romper esses paradigmas e se adequar à nova realidade em 
todos os ambientes da sociedade? 
Não há uma fórmula pronta, uma receita de bolo para que isso aconteça, mas 
sabemos que a universidade é o lugar em que, normalmente, o ser humano 
passa a ter um contato maior com a formação institucionalizada, cultural e 
aceita pela sociedade. Logo, as mudanças precisam partir desse espaço. 
Vejamos como... 
 
Contexto educacional: ontem e hoje 
Hoje, mesmo com todo o desenvolvimento da tecnologia, muitas instituições e 
docentes ainda se mostram resistentes ao uso das ferramentas tecnológicas em 
sala de aula, valendo-se, por exemplo, apenas da escrita cifrada como a 
tecnologia mais avançada em termos de educação. 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 6 
 
 
Fonte: GROENING, M. The Simpsons. Estados Unidos: Fox Broadcasting 
Company. Disponível em: 
http://www.dvdbeaver.com/film2/DVDReviews49/simspons_20th_blu-ray.htm. 
Acesso em: 9 set. 2014. 
 
Ainda se mantém uma estrutura de sala de aula voltada para os parâmetros da 
era industrial: alunos sentados em fileiras, seguindo uma hierarquia rígida e 
com uma fonte única de saber – o professor. 
Tal configuração não se adéqua ao tipo de aprendizagem que a situação atual 
exige, em que as fontes de informação são cada vez maiores e mais rápidas. O 
aluno necessita ter discernimento para receber essas informações, analisá-las e 
transformar o que for relevante em conhecimento. 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 7 
 
 
Fonte: GROENING, M. The Simpsons. Estados Unidos: Fox Broadcasting 
Company.Disponível em: 
http://www.minhaoperadora.com.br/2014_08_01_archive.html 
Acesso em: 9 set. 2014. 
 
Apesar dessa resistência, as tecnologias estão invadindo, a seu modo, os 
espaços escolar e universitário. O que antes era copiado do quadro, tomando 
grande parte do tempo de aula, hoje, é fotografado pelos alunos, em questão 
de segundos, através de smartphones. 
Isso influencia a formação profissional dos jovens e não pode ser 
ignorado pelos educadores! 
Vamos tratar, a seguir, justamente das especificidades desse preparo para o 
mercado de trabalho. 
 
Educação profissional 
O Parecer CNE/CEB Nº 16/99, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais 
para a Educação Profissional de Nível Técnico, complementa o que a Lei nº 
9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – rege a respeito do 
ensino profissionalizante. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 8 
Infelizmente, o Parecer aponta que a educação para o trabalho não tem sido 
colocada na pauta das conversas tanto da sociedade brasileira quanto do 
mundo inteiro. 
O entendimento da educação profissional no que diz respeito ao direito à 
educação e ao trabalho foca, especificamente, na formação de mão de obra, 
reproduzindo a educação bancária tão condenada por Paulo Freire. 
Trata-se de um modelo que reproduz opressores e oprimidos – a maioria da 
população –, e que acredita que a Educação Superior está desvinculada da 
profissional. 
 
 
 
Disponivel em: http://strelacadente.wordpress.com/modulo-iv/profissao-
docente" Strelacadente. Acesso em: 22 ago. 2014. 
 
A charge retrata muito bem o que acontece na educação bancária: há 
uma preocupação em ensinar, porém, não importa se o aluno 
aprendeu. 
 
Ensino médio e superior x Ensino profissional 
Historicamente, a formação profissional sempre foi ofertada àqueles 
considerados melhores dentro das classes menos favorecidas, criando, dessa 
forma, dois guetos: 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 9 
 
 
Os que detêm o saber Ensinos Médio e Superior 
 
Os que executam, principalmente, tarefas manuais e esforço físico – ensino profissional 
A sistematização do conhecimento através da escola ou universidade e sua 
universalização só foram incorporadas e aceitas como direito social e do 
cidadão no século XX. 
Apenas nas décadas de 1970 e 1980, as empresas começaram a se preocupar 
com a formação do indivíduo e passaram a exigir trabalhadores mais 
qualificados. 
Após muita luta, atualmente, é inconcebível que a educação profissional seja 
tratada como uma política assistencialista ou que apenas sirva para atender às 
possíveis demandas geradas pelo mercado de trabalho. 
Longe disso, o ensino profissionalizante deve ser considerado como estratégia 
para que os cidadãos tenham acesso às conquistas científicas e tecnológicas da 
sociedade. 
 
 
Atenção 
 O enfoque arcaico da formação profissional a que nos referimos, 
voltado apenas para a execução de determinado conjunto de 
tarefas, já não tem mais sentido nos dias de hoje. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 10 
Além do domínio operacional de determinado objeto de trabalho, 
a educação profissional necessita promover a: 
• Compreensão do processo de produção como um todo; 
• Apreensão do saber global e tecnológico; 
• Valorização da cultura e do trabalho; 
• Tomada de decisões, 
• Autonomia; 
• Disciplina. 
 
 
Alfabetização científica 
Diante do cenário atual, com destaque para os avanços tecnológicos, a 
educação profissionalizante e a preocupação com o mercado de trabalho, surge 
um conceito muito interessante: alfabetização científica. Essa noção se 
direciona, justamente, para a formação profissional do indivíduo. 
Historicamente, principalmente no Brasil, o ensino profissionalizante é voltado 
para a classe trabalhadora, que visa ao mercado de trabalho. Franco (1994), 
por sua vez, enfatiza essa ideia quando analisa o ensino sob duas perspectivas 
de: 
 
Caráter terminal 
Enfatiza a profissionalização e sua natureza técnica. 
Exemplo: consertos, troca de pneus e câmara de ar, furados ou que tenham 
sofrido qualquer avaria, reparo de rodas, alinhamento da direção e 
balanceamento das rodas. 
 
Caráter intermediário 
Enfatiza o acesso a estudos superiores. 
Exemplo: ter um controle do estoque e dos atendimentos com planilhas, 
ampliar os negócios, comercializando pneus e câmaras novos, usados e 
recauchutados. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 11 
 
Reflexões sobre a dinâmica do contexto da educação formal 
Refletindo sobre a dinâmica do contexto da educação formal a que nos 
referimos, algumas perguntas precisam ser respondidas: 
• Que técnicas podem facilitar a alfabetização científica adequada da 
clientela dos programas de formação profissional? 
• Como assegurar a formação para a cidadania na atual sociedade 
tecnológica, com foco na alfabetização científica dos técnicos de Nível 
Médio, na escola ou universidade para o mercado de trabalho? 
• Como facilitar o acesso e a permanência do técnico a um conhecimento 
científico e tecnológico? 
 
 
 
Atenção 
 De acordo com Franco (1994, p. 20-21): 
“[Admitir] uma relação linear entre escola e trabalho [...] seria 
limitar o papel da escola, concebendo-a apenas como uma 
agência de adestramento, em que o domínio de técnicas 
ganharia primazia sobre as atividades voltadas para a formação 
integral do aluno. [...] 
Isso, por outro lado, não implica fazer o raciocínio inverso e 
eximir a educação de qualquer responsabilidade pela formação 
profissional. Mais do que isso, acreditamos ser a escola uma das 
oportunidades para capacitar o aluno a compreender o trabalho 
como categoria social – e histórica, desde que existe [na] escola 
a preocupação de levá-lo a entender as formas diferenciadas de 
vivenciar as relações de produção e as desigualdades delas 
decorrentes.” 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 12 
Inclusão da tecnologia no mercado de trabalho 
As novas tecnologias afetaram o mercado de trabalho: isso é um fato! Em 
contrapartida, houve atraso no critério de inclusão social e de poder político nas 
relações sociais. 
Desde a Revolução Industrial, o mundo do trabalho passou por muitas 
mudanças que, por sua vez, atingiram diretamente a vida da população no que 
diz respeito a vínculo empregatício e direito a trabalho e à renda. 
Apesar de todas as fatias da sociedade sofrerem os efeitos dessas 
transformações, os jovens aumentaram ainda mais a problemática atual em 
torno do assunto. 
 
 
 
O jovem brasileiro está adquirindo um status político e social cada vez 
mais considerável, ainda que esteja em processo de consolidação. Sua 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 13 
organização em torno de reivindicações sobre si mesmo e sobre a 
sociedade em geral tem aumentado muito. 
A marca desse processo é que ele não se tem acomodado em ser apenas o 
objeto das ações sociais e das políticas públicas, pois, em muitas situações, 
tenta se colocar – e se coloca – como sujeito da formulação das próprias 
soluções para os problemas levantados. 
Vejamos como essa situação vem influenciando sua inserção no mercado 
profissional... 
 
Jovens x mundo de trabalho 
A prática tipicamente humana do trabalho adquiriu um papel central tanto na 
inserção social de cada indivíduo e na decorrente formação de sua identidade 
quanto na constituição e na sustentação da sociedade. 
Nesse contexto, os jovens enfrentam dificuldades para buscar trabalho e nele 
se manterem, uma vezque, além de inexperientes, encontram poucas 
oportunidades de emprego. 
 
 
Atenção 
 O fato é que, hoje, o novo padrão organizacional e tecnológico 
exige das pessoas capacidades para lidar com diferentes tipos de 
informações. Governo, empresários e sociedade civil empenham-
se para educar a população. 
No entanto, precisamos estar atentos para a gestão das 
informações e da comunicação no processo de ensino e 
aprendizagem oferecido à maioria do povo, dentro e fora do 
universo do trabalho, para que não priorizemos uma formação 
puramente tecnicista, que logo se tornará ultrapassada. 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 14 
Essa situação fica significativamente mais grave entre jovens pobres, pois eles 
são impelidos a precipitar a ocupação de um posto de trabalho para obter uma 
renda, a fim de sustentar as despesas familiares ou a própria sobrevivência. 
Isso costuma comprometer a possibilidade de formação escolar e de maior 
qualificação profissional, as quais, adiante, provavelmente contribuiriam para a 
sequência de sua carreira de trabalho. 
 
Formação profissional e desenvolvimento tecnológico 
Na sociedade da informação, mais do que o trabalhador, precisamos formar o 
CIDADÃO que atuará na transformação social: um indivíduo capaz de 
APRENDER A APRENDER sempre. Até porque, agora: 
A formação do ser humano tornou-se um diferencial competitivo para 
todos os setores sociais. 
 
Já dizia Lévy (1993, p. 8): 
“[No século XX], as próprias bases do funcionamento social e das atividades 
cognitivas se modificaram a uma velocidade que todos podem perceber 
diretamente.” 
 
Isso ocorreu devido ao desenvolvimento das Tecnologias da Informação e da 
Comunicação (TICs). 
Hoje, seu uso dita regras às relações do mercado econômico global através de 
seu ritmo ágil de funcionamento, impondo produtividade, qualidade e 
competitividade, o que redefine o perfil de competências dos indivíduos e os 
modos como as organizações e a sociedade atingirão suas metas. 
 
 
Atenção 
 Diante do exposto, são questões imprescindíveis: 
• A adoção das novas tecnologias no universo do trabalho; 
• Os processos de automação industriais; 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 15 
• A atual necessidade de educação continuada das pessoas 
para atuação nos diversos setores da sociedade. 
 
É preciso pensar sobre a gestão e a distribuição do poder que advém do 
domínio de informações e de conhecimentos. Afinal, o mercado de trabalho 
modificou-se substancialmente em virtude da globalização e da revolução 
informatizada. 
 
Antigas profissões desapareceram e as que ainda existem – mesmo aquelas 
mais tradicionais e conhecidas – tiveram seu perfil alterado, exigindo novas 
habilidades e outros saberes. Cabe a nós nos adequarmos a esse novo 
mundo! 
 
 
 
 
Atenção 
 Para Costa (2003, p. 48-49): “A revolução tecnológica torna 
as tarefas cada vez mais abstratas, obrigando o jovem 
trabalhador a utilizar cada vez mais o raciocínio e a criatividade 
em vez de atitudes convencionais e retóricas”. 
Já para Takahashi (2000, p. 7): “A mão de obra qualificada, 
capaz de atender às exigências do novo paradigma técnico-
econômico, é, assim, fundamental para assegurar ganhos de 
produtividade às empresas brasileiras e melhorias da 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 16 
competitividade, permitindo-lhes ampliar a oferta de empregos e 
trabalho dignos e adequadamente remunerados”. 
 
Atividade proposta 2 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! Analise a charge a 
seguir: 
 
 
 
Adaptado de: http://www.teckler.com 
 
Como estudamos no decorrer deste conteúdo, muitos são os atrativos e as 
ferramentas que podemos utilizar da internet. De certa forma, esses 
mecanismos até nos auxiliam em nosso cotidiano, nas redes sociais, no 
mercado de trabalho, nos estudos, enfim, em diversos contextos. 
No entanto, como você percebeu pela leitura da charge, nem sempre, os 
instrumentos tecnológicos nos beneficiam. Qual seria, então, o grande 
problema da internet para o jovem de hoje? 
 
Chave de resposta 2 
A dificuldade está na forma de usar as ferramentas disponíveis na internet. A 
web 2.0 trouxe uma gama de vantagens aos usuários – principalmente as redes 
sociais –, mas devemos ter cuidado com a exposição e a má utilização desses 
instrumentos. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 17 
Não basta apenas sermos usuários mas também estarmos conscientes do papel 
que exercemos enquanto colaboradores do mundo virtual. 
Até a próxima! 
 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre a normatização do ensino profissionalizante e tecnológico 
no Brasil, navegue pelo Portal do Ministério da Educação. 
Observe que, para cada estado, o Conselho Estadual de Educação tem 
normas que não podem ferir a Lei Maior, como podemos identificar nos 
links a seguir: 
• http://www.cee.rj.gov.br; 
• http://www.cee.pa.gov.br. 
 
 
Para saber mais sobre o papel do jovem no mercado de trabalho, sugerimos as 
seguintes leituras: 
• FRIGOTTO, G. Juventude, trabalho e educação no Brasil: perplexidades, 
desafios e perspectivas. In: NOVAES, R; VANUCHI, P. Juventude e 
sociedade: trabalho, educação, cultura e participação. São Paulo: Fundação 
Perseu Abramo, 2004. 
• ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A 
CULTURA (UNESCO). Políticas públicas de/para/com juventudes. Brasília: 
Unesco, 2005. 
• POCHMANN, M. A batalha pelo primeiro emprego. São Paulo: Publisher 
Brasil, 2000. 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 18 
Para saber mais sobre a influência das novas tecnologias na educação e sobre 
os desafios do trabalho docente, assista à entrevista com o professor José 
Pacheco: https://www.youtube.com/watch?v=Y3VFIfjc_X8 
Fonte: PACHECO, José. José Pacheco: entrevista [out. 2007]. Publicação: 
Instituto Futuro de Educação. São Paulo: Sindicato dos Professores de São 
Paulo (SINPRO-SP), 2007. 
 
Referências 
CARVALHO, J. A. S. de. Alguns aspectos da inserção de jovens no 
mercado de trabalho no Brasil: concepções, dados estatísticos, legislação, 
mecanismos de inserção e políticas públicas. Formação Política da Escola de 
Governo de São Paulo. São Paulo: Universidade de São Paulo (USP), 2004. 
COSTA, M. C. C. Educomunicador é preciso! In: SOARES, I. de O. Caminhos 
da educomunicação. São Paulo: Salesiana, 2003. p. 47-52. 
FRANCO, M. L. P. B. Ensino Médio: desafios e reflexões. Campinas: Papirus, 
1994. 
LACERDA, G. Conception d'un outil de formation technique assistée par 
ordinateur intégrant une approche pédagogique adaptée. In: CONGRÈS DE 
L'ASSOCIATION CANADIENNE FRANÇAISE POUR L'AVANCEMENT DES 
SCIENCES (ACFAS), 63., 1995, Quebec. Anais. Quebec: Universidade do 
Quebec em Chicoutimi, 1995. 
______. Alfabetização científica e formação profissional. Revista Educação & 
Sociedade, Campinas, ano XVIII, n. 60, dez. 1997. 
LÉVY, P. As tecnologias da inteligência – o futuro do pensamento na era da 
informática. Rio de Janeiro: 34, 1993. 
TAKAHASHI, T. (Org.). Sociedade da informação no Brasil: Livro verde. 
Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 19 
De acordo com o que estudamos Hoje, a humanidade dispõe das melhores 
ferramentas de todos os tempos – graças à mídia digital e social – para agir de 
modo inteligente. Mas essas ferramentas não nos tornarão mais inteligentes por 
elas mesmas. Na verdade, de muitas formas, elas podem nos tornar estúpidosFonte: GEE, James Paul. The Anti-Education Era: creating smarter students 
through digital learning. 
New York: Palgrave Macmillan Trade, 2013. A cada dia que passa, torna-se 
comum a veiculação de informações não verídicas na internet. Algumas, 
inclusive, ocasionam até a prisão ou agressão a inocentes, como mostra a 
notícia a seguir: Jovem comparado com serial killer que estaria em atuação em 
Goiânia é inocente. Relacione essa leitura com a citação anterior e indique por 
que a profissão de jornalista está mudando diante da nova realidade 
tecnológica: 
a) A tendência é que essa profissão seja esquecida, ficando a cargo da 
população veicular as informações. 
b) Para não perder seu emprego e sua importância, cabe ao jornalista o 
desafio de veicular informações antes que sejam compartilhadas nas 
redes sociais. 
c) Assim como as demais profissões, o jornalista precisa se adequar ao 
novo cenário, atentando apenas para a necessidade de lidar com 
equipamentos mais modernos. 
d) Para garantir a veracidade das informações e evitar que sejam 
repassadas por pessoas sem o devido preparo para tal, cabe ao 
jornalista o desafio de veicular informações antes que sejam 
compartilhadas nas redes sociais. 
e) Em breve, não haverá a necessidade de um curso de formação superior 
para se denominar jornalista – bastará veicular uma notícia em uma rede 
social para se tornar um, e isso não impactará, de nenhuma maneira, a 
sociedade. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 20 
 
Questão 2 
(Adaptada de: Aprova concursos) Leia o seguinte fragmento de texto: Apesar 
das mudanças que vêm ocorrendo e sendo sugeridas no âmbito do sistema 
educacional brasileiro, a sala de aula – nosso principal ambiente de 
aprendizagem – continua anacrônica. Grande parte das práticas pedagógicas 
atuais ainda privilegia o ensino transmissivo, às custas de uma ênfase na 
aprendizagem mediada pelo professor e suas escolhas de recursos 
educacionais. 
Fonte: GUIMARÃES, A. de M.; DIAS, R. In: COSCARELLI, C. (Org.) Novas 
tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: 
Autêntica, 2002. p. 24. 
Essa visão do ensino sugere modificações na prática educativa, EXCETO: 
a) O uso do potencial educativo das TICs como estratégia para a 
transferência das informações pelo professor para o conjunto de alunos. 
b) A criação dos ambientes de aprendizagem, ou seja, dos sistemas de 
ensino integrados e abrangentes, capazes de promover o engajamento 
dos alunos. 
c) A reengenharia da sala de aula, com as ações educativas redirecionadas 
para colocar o aluno como agente do processo de reconstrução de 
conhecimentos no contexto escolar/universitário. 
d) A valorização das múltiplas inteligências – lógica, linguística, musical, 
espacial, interpessoal, intrapessoal e cinestésica –, a fim de promover 
uma educação integral do aprendiz. 
e) A utilização de estratégias de aprendizagem, que envolvam tomada de 
decisões com base no raciocínio, na afetividade e nas interações sociais 
para atingir metas e objetivos específicos. 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 21 
Questão 3 
(Adaptada de AE07-SC) Leia o texto a seguir: A tecnologia não será suficiente 
para democratizar e reconstruir a educação. A tecnologia sozinha não 
melhorará, necessariamente, o ensino e a aprendizagem, e, com certeza, não 
trará a superação das agudas divisões socioeconômicas. 
Fonte: KELLNER, D. From 9/11 to terror war. Maryland: Rowman & 
Littlefield, 2003. Com base nesse fragmento, é CORRETO afirmar que: 
a) A tecnologia deve ser usada em processos meramente operativos. 
b) As tecnologias devem ser o fim – e não o meio – do processo 
educacional. 
c) A formação dos professores para o uso das TICs na educação não é 
fundamental. 
d) Não é necessário usar recursos apropriados e práticas educativas 
adequadas para o sucesso da tecnologia em sala de aula. 
e) Se não for utilizada de forma orientada, a tecnologia pode até aumentar 
– ao invés de suplantar – as divisões existentes de poder, capital e de 
riqueza. 
 
Questão 4 
<p>De acordo com o que estudamos nesta aula: "O Parecer CNE/CEB nº 
16/99, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Profissional de Nível Técnico, complementa o que a Lei nº 9.394/96 – Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – rege a respeito do ensino 
profissionalizante. Infelizmente, o Parecer aponta que a educação para o 
trabalho não tem sido colocada na pauta das conversas tanto da sociedade 
brasileira quanto do mundo inteiro. O entendimento da educação profissional 
no que diz respeito ao direito à educação e ao trabalho foca, especificamente, 
na formação de mão de obra, reproduzindo a educação bancária tão condenada 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 22 
por Paulo Freire. Trata-se de um modelo que reproduz opressores e oprimidos 
– a maioria da população –, e que acredita que a Educação Superior está 
desvinculada da profissional. Agora, analise a charge a seguir: 
 
Disponível em: http://empregonatela.com/tags/vagas/. Acesso em: 29 ago. 
2014. 
Relacionando as informações apresentadas com a leitura da charge, é 
CORRETO afirmar que: 
a) A abordagem apresentada no Parecer CNE/CEB nº 16/99 é adequada, 
pois cabe à educação somente formar mão de obra. 
b) A educação bancária – voltada apenas para a mão de obra – não é mais 
o suficiente para o mercado de trabalho. No entanto, não é papel da 
escola resolver tal situação. 
c) A formação profissional voltada apenas para a execução de determinado 
conjunto de tarefas já não é mais aceitável. Agora, a educação 
profissionalizante necessita promover a valorização da cultura e do 
trabalho, bem como a tomada de decisões, a autonomia e a disciplina. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 23 
d) A formação profissional voltada para a mão de obra é uma das vertentes 
educacionais oferecidas, exclusivamente, para as classes menos 
favorecidas, que somente podem ocupar cargos operacionais. 
e) A formação voltada para a educação profissional limita o papel da 
universidade, concebendo-a apenas como uma agência de 
adestramento, em que o domínio de técnicas ganharia primazia sobre as 
atividades direcionadas para a instrução integral do aluno. 
 
Questão 5 
Leia o texto Proatividade e sua importância. Considerando o que estudamos 
sobre formação profissional, assinale a opção CORRETA quanto à conduta de 
Renato na empresa e à promoção de seu amigo Antônio: 
a) Certamente, Antônio foi promovido porque recebeu uma educação 
voltada para a formação de mão de obra e, portanto, executou a tarefa 
com tamanha destreza. 
b) Provavelmente, Renato teve uma formação voltada para a alfabetização 
científica. Por isso, foi prático em sua missão, buscando apenas a 
informação que lhe foi solicitada. 
c) A opção de promover Antônio no lugar de Renato foi sensata, pois 
Renato estava acomodado por ter muito tempo de empresa e precisava 
ver um colega sendo promovido para repensar sua posição. 
d) Houve um erro em não promover Renato, pois a informação que lhe foi 
solicitada foi rapidamente apresentada, como em todas as demais 
situações de trabalho. O equívoco estava no comando incompleto dado a 
ele. 
e) Antônio foi promovido porque mostrou habilidades desenvolvidas pela 
alfabetização científica, superando as expectativas quanto às 
informações que lhe foram solicitadas e buscando soluções para 
possíveis problemas. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 24 
 
Questão 6 
Analise a charge a seguir: 
 
. A 
Disponível em: http://www.espacolegal.net&#47.Acesso em: 29 ago. 2014. 
Refletindo sobre o que estudamos ao longo desta aula e com base na leitura da 
charge, é CORRETO afirmar que: 
a) A dificuldade em conseguir o primeiro emprego faz com que os jovens 
não acreditem em seu potencial e percam a ambição em suas carreiras. 
b) A dificuldade em conseguir o primeiro emprego faz com que jovens, 
muitas vezes motivados pela necessidade de sustentar suas famílias, 
aceitem um trabalho que não lhes exija grande qualificação profissional. 
c) A dificuldade em conseguir o primeiro emprego leva os jovens a 
desistirem da carreira profissional, pois só aceitariam um trabalho em 
que pudessem exercer o que lhes foi ensinado na alfabetização científica, 
dispensando funções meramente operacionais. 
d) É mais interessante para os jovens buscar um trabalho que não lhes 
exija grande qualificação profissional, pois, desse modo, não será 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 25 
necessário estudar e se atualizar, mas apenas exercer sempre a mesma 
função – na maioria das vezes, de forma mecânica. 
e) Os jovens não encontram dificuldade em conseguir o primeiro emprego, 
mas é preciso ter paciência para exercer, de início, uma função 
desvalorizada e crescer, aos poucos, dentro da empresa, entendendo 
que esta lhes está prestando um grande favor em aceitá-los, mesmo sem 
experiência anterior. 
 
Questão 7 
Nesta aula, falamos sobre a importância de não priorizarmos uma formação 
puramente tecnicista, que logo se tornará ultrapassada. Aranha (1996), por sua 
vez, relaciona o aumento dessa prioridade ao desenvolvimento industrial e 
científico do mundo contemporâneo, em que a formação técnica especializada 
passou a ser exigida para que o trabalhador pudesse acompanhar e atender as 
demandas próprias do momento socioeconômico. Pensando nessas questões, 
analise a charge a seguir: 
 
Fonte: GOULART, F. Crítica à escola: vivência e estudo das comunidades de 
investigação de Matthew Lipman. Porto Alegre: Editora FI, 2013. 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 26 
Com base na visão de Aranha (1996), nos conceitos apresentados neste estudo 
e na charge analisada, podemos afirmar que esse tipo de formação 
fundamentalmente técnica NÃO merece atenção especial, porque:</p> 
a) Forma seres autônomos demais, o que pode vir a prejudicar a ordem 
social. 
b) Prevê que o aprendiz precisa se atualizar sempre, mas não garante essa 
prática. 
c) É ultrapassada e não prevê o uso de ferramentas atuais, tais como 
tablets, smartphones, etc. 
d) Oferece muitas possibilidades ao aprendiz, o que pode confundi-lo. É 
preciso dar a ele apenas as informações inerentes a sua prática. 
e) Priva o aprendiz de uma autonomia em sua prática, oferecendo apenas 
informações julgadas necessárias para sua atuação em um cargo 
predeterminado. 
 
Questão 8 
Leia um trecho da música de Gabriel, o Pensador: Estudo errado. Em seguida, 
compare-o com o seguinte fragmento desta aula: "Na sociedade da informação, 
mais do que o trabalhador, precisamos formar o CIDADÃO que atuará na 
transformação social: um indivíduo capaz de APRENDER A APRENDER sempre. 
Até porque, agora, a formação do ser humano tornou-se um diferencial 
competitivo para todos os setores sociais". Diante desse paralelo, podemos 
afirmar que o trecho da canção retrata o desinteresse dos jovens: 
a) Pelo ensino institucionalizado, visando a uma formação mais imediatista 
e em menor tempo. 
b) Pela universidade, pois há muitos atrativos mais interessantes hoje em 
dia, tais como games, redes sociais etc. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 27 
c) Por um ensino baseado em decoreba, pois essa seria uma maneira mais 
complicada de aprender, e a falta de sucesso desestimularia o aprendiz. 
d) Pela universidade, pois, hoje, não se dá mais o devido valor ao ensino 
institucionalizado, já que as informações são facilmente encontradas 
através dos meios tecnológicos. 
e) Por um ensino baseado em decoreba, pois, hoje, a sociedade se organiza 
de tal modo que a constante formação é necessária, o que exige 
aprender a pensar, e não apenas memorizar fatos. 
 
Questão 9 
Como vimos nesta aula: "Hoje, o uso das TICs dita regras às relações do 
mercado econômico global através de seu ritmo ágil de funcionamento, 
impondo produtividade, qualidade e competitividade, o que redefine o perfil de 
competências dos indivíduos e os modos como as organizações e a sociedade 
atingirão suas metas". Observe como a charge a seguir representa essa 
realidade: 
 
 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 28 
 
Disponível em: http://espaco-rh.blogspot.com.br/2012/04/google-sinonimo-de-
inovacao.html. Acesso em: 29 ago. 2014. 
 
Relacionando ambas as leituras, indique se é natural que o perfil do profissional 
exigido pelas empresas seja alterado:</p> 
a) Sim, pois essa é uma determinação dos sindicatos trabalhistas. 
b) Não, pois essa deve ser uma orientação fixa, jamais modificada. 
c) Sim, diariamente, pois, para manter uma empresa competitiva no 
mercado, modificações constantes são necessárias – sejam elas quais 
forem. 
d) Não com tanta frequência, pois os funcionários que ali já trabalham 
podem não saber mais qual é sua função dentro do ambiente 
empresarial e deixar de se enquadrar no padrão requerido. 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 29 
e) Sim, com certa periodicidade, sem o exagero apresentado na charge, 
tendo em vista que as TICs fazem com que o padrão de competências se 
modifique constantemente, visando à competitividade no mercado. 
 
Questão 10 
Um estudo realizado pela empresa Sparks & Honey listou as principais 
atividades profissionais que devem estar presentes no mercado de trabalho 
daqui a alguns anos, como podemos observar no texto: Tendência revela as 20 
profissões do futuro. Algumas já até existem – como, por exemplo, o consultor 
de carreiras via Skype –, mas passarão a ser mais procuradas. Comparando 
esse estudo com as informações apresentadas nesta aula, é possível afirmar 
que o mercado de trabalho: 
a) Passará por uma revolução, e nada do que hoje é tratado como 
habilidade fará parte das profissões listadas. 
b) Sofrerá grandes mudanças, e as profissões do futuro exigirão 
competências como criatividade, autonomia e habilidades tecnológicas. 
c) Será alvo de pequenas modificações, e os profissionais de hoje 
necessitarão apenas de uma breve atualização relacionada às 
ferramentas tecnológicas mais recentes. 
d) Será marcado por uma grande revolução que dará prioridade às 
atividades convencionais e retóricas, deixando de lado as abstratas e 
aquelas que necessitam de raciocínio e de criatividade. 
 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 30 
Smartphones: Termo de origem inglesa que significa “telefone celular” – 
também conhecido como telefone inteligente. Esse aparelho digital possui 
tecnologias avançadas, tais como programas executados em um sistema 
operacional, equivalente aos computadores, com hardware e software, que 
conectam redes de dados para acesso à internet, sincronização desses dados, 
além de agenda de contatos. 
 
Alfabetização científica: Para Lacerda (1997, p. 99), a alfabetização 
científica é: “[...] ancorad[a] sobre a detenção de um saber específico e 
eminentemente funcional, centrado na compreensão crítica e nas aplicações 
práticas do conhecimento científico, e na resolução de problemas relacionados 
com as aplicações da ciência e com o uso de recursos tecnológicos”. 
 
Guetos: Qualquer grupo segregado ou marginalizado; o reduto desse grupo. 
Fonte:Dicionário Aulete online. 
 
Jovem: De acordo com Carvalho (2004): “[Para as Organização das Nações 
Unidas (ONU)], jovem é a pessoa entre 15 e 24 anos. Nesse período, ele 
alcança a maturação biológica, psicológica e social, [o que lhe daria plenas 
condições] de compartilhar das relações sociais do mundo adulto”. 
Mas, ainda conforme o autor, é fundamental compreender as contradições 
dessa faixa etária, reproduzidas por razões históricas, sociais e culturais. Dessa 
forma, não há juventude homogênea, e sim juventudes com variações. 
 
Paradigmas: Do grego paradeigma, que significa “modelo”, “padrão”. Trata-
se do que serve de exemplo a ser seguido para determinada situação, das 
normas criadas por um grupo que estabelecem limites e indicam como cada 
sujeito deve agir dentro deles. 
 
Paulo Freire: Educador, pedagogo e filósofo brasileiro que influenciou o 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 31 
movimento da pedagogia crítica. Sua coragem de pôr em prática um autêntico 
trabalho de educação, que identifica a alfabetização com um processo de 
conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos 
instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação, fez dele um dos 
primeiros brasileiros a serem exilados. Disponível em: 
http://www.paulofreire.org/institucional/fundadores/paulo-freire. Acesso em: 
29 ago. 2014. 
 
Trabalho: Etimologicamente, trata-se de um termo associado ao tripalium: 
um instrumento usado para tortura. 
 
 
 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - D 
Justificativa: Com a rápida veiculação da informação através dos meios digitais, 
é grande a importância do jornalista, mas esse profissional precisa se adequar à 
nova realidade. Se, antes, ele dispunha de determinado tempo para averiguar 
uma matéria, hoje, caso demore muito, essa informação já pode estar 
disponível nas redes sociais de maneira equivocada, acarretando até 
julgamentos feitos pela população, como o exemplo apresentado. Caberá ao 
jornalista, então, auxiliar a mídia digital de forma inteligente, evitando o uso 
desmedido dessa ferramenta. 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: De nada adiantará o uso de tecnologia em sala de aula se não 
houver uma mudança no paradigma educacional e, principalmente, uma nova 
perspectiva sobre o papel docente. O educador não é responsável pela 
transferência de informações ao aluno. Afinal, o educando tem acesso a todas 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 32 
elas através das mídias digitais. Cabe ao professor o papel de mediador: aquele 
que transforma as informações em conhecimento. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: Como vimos ao longo da aula, historicamente, a formação 
profissional sempre foi oferecida aos melhores, criando, dessa forma, dois 
guetos – os que detêm o saber e os que executam tarefas meramente manuais. 
A inserção da tecnologia na educação, por si só, não dará conta de resolver os 
problemas da educação e, caso não seja bem orientada, pode vir a aumentá-
los. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: Ao longo dos anos, ficou evidente que a educação bancária não se 
adequou à realidade atual. Afinal, nela, cada um aprende determinada função e 
a executa sem pensar em seus meios ou processos. No entanto, cabe à 
educação formar profissionais capazes de tomar decisões, pensar sobre seus 
processos de trabalho, e não apenas seguir uma ordem predeterminada de 
atividades. 
 
Questão 5 - E 
Justificativa: Como vimos nesta aula, a alfabetização científica prevê uma 
autonomia do ser humano. Dessa forma, o profissional não é mais passivo, ou 
seja, aquele que apenas recebe ordens e as executa em uma sequência 
predeterminada. Na história, Antônio demonstrou essas habilidades e foi atrás 
de informações que não lhe foram solicitadas, mas que julgou importantes para 
a resolução do problema – diferente de Renato. 
 
Questão 6 - B 
Justificativa: Na charge, um jovem executa uma função meramente 
operacional, que não o possibilita exercer sua autonomia. Mesmo assim, ele 
possui a ambição de crescer na empresa. Como estudamos nesta aula, a 
situação atual é de dificuldade: os jovens não conseguem arrumar o primeiro 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 33 
emprego, pois as empresas estão cada vez mais exigentes. Motivados pela 
necessidade de se sustentar e, algumas vezes, de dar suporte a seus familiares, 
os jovens se submetem a funções operacionais e, por muitas vezes, deixam de 
lado a qualificação profissional em prol de uma remuneração imediata. 
 
Questão 7 - E 
Justificativa: Como podemos observar na charge e no relato de Aranha (1996), 
a formação tecnicista está voltada para uma prática especializada e ignora tudo 
o que não esteja relacionado a ela. Tal formação é perigosa, pois, com a 
evolução cada vez mais rápida de equipamentos e meios digitais, uma prática 
pode ser modificada de maneira muito ágil. Se houver profissionais destinados 
apenas para determinada função, sem habilidade de <em>olhar para fora da 
janela</em>, em pouco tempo, eles se tornarão obsoletos. 
 
Questão 8 - E 
Justificativa: Saber quem descobriu o Brasil ou como se dividiam as capitanias 
hereditárias não constituem mais informações relevantes para o aluno de hoje. 
Tais dados são facilmente encontrados através de uma simples pesquisa no 
<em>Google</em>. A música de Gabriel, o Pensador retrata a insatisfação 
diante de um ensino que não forma o aluno para a realidade atual: empresas 
que exigem cada vez mais profissionais autônomos e em constante formação, 
que compreendam que, para se qualificar, não basta aceitar as informações 
que lhe são passadas. É preciso sempre questioná-las. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: A alteração do perfil profissional exigido pelas empresas é apenas 
um exemplo de como as funções se reestruturam a todo o momento, 
principalmente em organizações que giram em torno de inovação e 
competitividade – como a <em>Google</em>, por exemplo –, requerendo 
sempre do funcionário o aperfeiçoamento. 
 
Questão 10 - B 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 34 
Justificativa: As modificações previstas no mercado de trabalho vão exigir 
profissionais cada vez mais autônomos e criativos e que, basicamente, saibam 
lidar com a tecnologia. Profissões convencionais e com práticas retóricas não 
terão espaço nesse novo quadro que se apresenta, e a criatividade será uma 
habilidade importante dentro dessas novas funções. 
 
 
 
 TECNOLOGIA E REC. EDUC. DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR 35 
Renata Vasconcellos é Especialista em Administração Escolar e em 
Reengenharia e Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Cândido 
Mendes (UCAM), Especialista em Mídias em Educação pela Universidade Federal 
do Rio de Janeiro (UFRJ) e Graduada em Pedagogia, com ênfase em 
Administração Escolar e Orientação Educacional, e em Treinamento e 
Desenvolvimento Empresarial pela Universidade Gama Filho (UGF). Atua, há 
mais de seis anos, na modalidade de Ensino a Distância (EAD), tendo 
trabalhado com desenvolvimento de material didático, gravação de videoaulas, 
tutoria, supervisão e coordenação de área pela Faculdade Signorelli e pela 
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Atualmente, é Coordenadora de 
Projetos Educacionais II em Educação pela Estácio, estando à frente de uma 
equipe responsável pela produção de aplicativos e de conteúdo interativo para 
disciplinas dos cursos de Pós-Graduação, dos projetos Universidade Corporativa 
e Educação Continuada, e do Programa de Incentivo à Qualificação Docente 
(PIQ). 
Currículo Lattes.

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