Buscar

TEP I Resumo Introdução a Testagem Psicológica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina: Técnicas de Exame Psicológico I
(material organizado pela Profª Joan Rios)
Introdução aos Testes Psicológicos e seus usos
1. Testes Psicológicos
 “É um procedimento sistemático para a obtenção de amostras de comportamento relevantes para o funcionamento cognitivo ou afetivo e para a avaliação destas amostras de acordo com certos padrões” (URBINA, 2007, p. 11 - 12).
	Elementos básicos da definição de testes psicológicos: 
* Os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos (padronizados) - uniformidade de procedimentos (administração, avaliação e interpretação dos testes) e uniformidade de padrões (normatização);
* Os testes psicológicos são amostras de comportamento;
* Os comportamentos avaliados pelos testes são relevantes para o funcionamento cognitivo, afetivo ou ambos;
* Os resultados dos testes são avaliados e recebem escores;
* Para avaliar resultados de testes, é necessário ter padrões baseados em dados empíricos.
	Testes que medem funcionamento cognitivo, conhecimentos, habilidades ou capacidades são chamados de Testes de Habilidade e têm resultados baseados em correção são instrumentos psicométricos. Já aqueles cujas respostas não são avaliadas como certas ou erradas são chamados Testes de Personalidade e denominados inventários, questionários, levantamentos, listas de verificação, esquemas ou técnicas projetivas e medem motivações, preferências, atitudes, interesses, opiniões, constituição emocional e reacional.
	Há também as Escalas (teste composto por várias partes, ou um subteste ou um conjunto de subtestes) e as Baterias Padronizada (grupo de vários testes ou subtestes aplicados uma única vez em uma pessoa) e não-padronizada (grupo de testes selecionados pelo psicólogo).
2. Testes Psicológicos como ferramentas
	Os testes psicológicos são um meio para alcançar um fim. São ferramentas criadas para ajudar na obtenção de inferências a respeito de indivíduos ou grupos e, quando usados corretamente, podem ser componentes-chave na prática e na ciência da Psicologia. Mas, se usados erradamente, podem prejudicar pessoas, rotulando-as de maneira injustificada, negando-lhes oportunidades injustamente ou simplesmente desencorajando-as.
	Organizações que elaboraram padrões para a avaliação dos testes, práticas de testagem e efeitos de seu uso nos EUA (Standards for Educational and Psychological Testing): American Educational Research Association, American Psychological Association e Nacional Council on Measurement in Education. No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) é o responsável por delimitar a atuação profissional dos psicólogos.
3. Os Testes Psicológicos como produtos
Os participantes do processo de testagem e seus papéis:
* Autores e criadores: concebem, preparam e criam os testes;
* Editoras: Publicam, anunciam e vendem os testes;
* Revisores: Preparam críticas e avaliações dos testes;
* Usuários: selecionam ou decidem usar um teste para algum objetivo;
* Examinadores ou administradores: administram o teste;
* Testandos: submetem-se ao teste;
* Avaliadores: computam as respostas transformando-as em escores ou aspectos;
* Intérpretes de resultados: interpretam os resultados a quem necessitar.
4. Histórico da Testagem Moderna
* No campo ocupacional:
- Antigo Império Chinês (200 a.C.): indicar indivíduos para posições governamentais.
* No campo da Educação:
- Idade Média (séc. XIII): conclusão de cursos profissionais e aquisição de diploma universitário.
* Na Psicologia Clínica:
- Campo da Psicopatologia (meados do séc. XIX): avaliação do nível de funcionamento cognitivo de pacientes. Mediante a escassez de conhecimentos (com abundante superstição e concepções equivocadas sobre a psicopatologia) e falta de padronização e de referencial uniforme muitas análises eram prejudicadas.
Ex: Esquirol e Kraepelin
* Na Psicologia Científica:
- Laboratório de Leipzig - Alemanha (1879) por Wilhelm Wundt: desenvolvimento de aparatos e procedimentos padronizados para mapear as capacidades humanas (sensação e percepção). 
- Laboratório Antropométrico - Londres (final séc. XIX) por Francis Galton: pesquisa sobre características físicas e psicológicas para provar que a capacidade intelectual seria de natureza hereditária. Uso da estatística e de questionários e associação de palavras.
- Estados Unidos (final séc. XIX) - James Cattell: relacionar medidas de poder discriminativo, perceptivo e associativo a capacidade cognitiva através de notas escolares. Estes instrumentos foram chamados de “testes mentais”.
- Alemanha (final séc. XIX) - Hermann Ebbinghaus: Teste de Complementação de Ebbinghaus aplicado coletivamente no qual crianças completavam frases com lacunas. 
* O surgimento da moderna testagem psicológica
- França (início séc. XX) - Alfred Binet e Theodore Simon: escalas de inteligência Binet-Simon (1905) aplicadas às crianças escolarizadas para averiguação da capacidade cognitiva. 
* O nascimento do QI
- Escala de inteligência Stanford-Binet (1960) publicada por Lewis Terrman deu origem ao QI.
- Inglaterra - Charles Spearman: desenvolveu a Análise Fatorial e a teoria Bi-fatorial.
* A testagem em Grupo
- Estados Unidos (1918) - Primeira Guerra Mundial: a partir dos testes grupais desenvolvidos por Arthur Otis (Group Intelligence Scale) foram criados os Testes Army Alpha (americanos) e Army Beta (analfabetos e estrangeiros).
5. Outros avanços na Testagem Psicológica
* Testagem Padronizada no contexto educacional: preocupação com padronização e confiabilidade.
- Testes padronizados de realização acadêmica: Escala de Caligrafia de Thorndike (1910), testes padronizados para avaliação de aritmética, leitura e ortografia.
- Testes de aptidão escolar: exames para admissão em faculdades e universidades como o Teste de Aptidão Escolar (1926) e o teste admissional do curso de Arquitetura, entre outros.
* Testagem de pessoal e orientação vocacional: utilização otimizada de talentos.
- Testes de aptidão e habilidades especiais (1920): propunham identificar as habilidades necessárias para desempenho ocupacional correlacionando seus resultados com o desempenho no trabalho ou para identificar talentos com vistas a O. P.
- Baterias de aptidões múltiplas (1920 - 1930): definiam um perfil de pontos fortes e fracos (aptidões) do sujeito a partir de técnicas de análise fatorial (Spearman).
- Mensuração de Interesses: criados para fins de O. P. e seleção de pessoal; Inventário de Interesses Carnegie (1921) e Inventário de Interesses Strong (1ª versão 1927).
* Testagem Clínica: instrumentos para diagnóstico de problemas psiquiátricos.
- Inventários de Personalidade: Lista de Dados Pessoais Woodsworth (triagem de recrutas na 1ª Guerra Mundial), Inventário Multifásico Minnesota da Personalidade (MMPI) (1940).
- Técnicas Projetivas: surgimento em 1920 a partir dos métodos de Associação Livre (Kraepelin, Freud e Jung), Rorschach (1921) e Teste de Apercepção Temática (TAT).
- Testes neuropsicológicos: surgiram após pesquisas de Goldstein com soldados da 1ª Guerra Mundial que haviam sofrido lesões cerebrais. Os testes buscam relacionar funcionamento cerebral e cognição, emoção e comportamento.
6. Usos atuais dos Testes Psicológicos
* Para tomada de decisões: julgamentos de valor para tomada de decisão sobre indivíduos, grupos, organizações ou programas;
* Para pesquisas psicológicas: para o estudo da natureza, desenvolvimento e inter-relações de traços cognitivos, afetivos e comportamentais em diversas áreas (psicologia diferencial, evolutiva, educacional, social e vocacional, da psicopatologia etc...)
* Para autoconhecimento e desenvolvimento pessoal: oferece ao cliente informações sobre si mesmo promovendo autoconhecimento e crescimento positivo. Mais utilizado em Aconselhamento Psicológico e Psicoterapia.
7. Qualificações dos usuários de testes
	Para combater a falta de conhecimento e competência dos usuários, inúmeras associações de classe em todo mundo têm criado documentos, resoluçõese códigos de conduta ética no intuito de melhorar a formação deste usuário.
	A APA elaborou um relatório sobre a Qualificação do Usuário de Testes no qual aborda: a) o conhecimento e as habilidades essenciais para o emprego de testes na tomada de decisões ou formulação de políticas que afetem a vida dos testandos; b) os conhecimentos especializados que os usuários de testes nos conhecimentos específicos de emprego, educação, aconselhamento profissional, serviços de saúde e tarefas forenses devem possuir.
	Também procuram combater a obtenção dos instrumentos por profissionais não habilitados. No Brasil a venda é restrita a pontos de venda autorizados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) com a apresentação da carteira de inscrição do psicólogo junto ao Conselho Regional da categoria.
9. Fontes de Informações a respeito de testes
* Referências impressas: servem como referências tanto os manuais dos próprios testes psicológicos cujas informações balizam o usuário, como os livros sobre os instrumentos os quais apresentam de forma sucinta as principais informações sobre os testes psicológicos utilizados no Brasil.
* Referências on-line: o melhor referencial sobre testes psicológicos brasileiros está no link SATEPSI do site da Psicologia On Line (<http://www.pol.org.br>).

Outros materiais