Buscar

Resenha do Livro

Prévia do material em texto

1. Primeira Lição 
 
 Na primeira lição, Freud conta das doenças físicas e psíquicas. Utiliza a 
hipnose para diagnosticar. Conta que a histeria se parece muito com a doença orgânica em relação aos sintomas, porém, quando o medico descobre que se trata de histeria, não dá tanta atenção ao caso pois não tem conhecimentos sobre este. “Os histéricos ficam, assim, privados de sua simpatia”. 
Em seus estudos sobre “absence”, alteração da personalidade acompanhada de confusão, percebeu que quando se limpava a mente do paciente dessa maneira, era possível conseguir algum avanço fora o afastamento passageiro das perturbações psíquicas. Pode conseguir que os sintomas desapareçam durante a hipnose, e quando o doente recorda sabe a ocasião e o motivo do aparecimento desses sintomas pela primeira vez.
 Em quase todos os casos os sintomas haviam se formado de experiências emocionais, anteriores que foram marcantes na vida do paciente, denominados “traumas psíquicos”. Eram determinados pelas cenas cujas lembranças representavam resíduos. E nem sempre era apenas um único acontecimento que produzia os sintomas. 
Os histéricos sofrem de reminiscências, seus sintomas têm motivos específicos, são resíduos de traumas. 
Os histéricos e neuróticos vivem o passado ao invés do presente, não só recordam de acontecimentos dolorosos no inconsciente, mas também se prendem a ele emocionalmente. Têm fixação anormal no passado, e são introvertidos. 
A doença se instala porque a emoção não podia ser exteriorizada, e ficava “enlatada”. Em parte ficava permanente na vida psíquica e em parte se desviavam para os nervos e etc, e aí apareciam os sintomas físicos, e isso era chamada de “conversão histérica”, que representa uma expressão mais intensa das emoções, já que por uma das vias ela é reprimida, na outra ela “transborda”. 
Pelo estudo do tratamento hipnótico percebeu-se que era possível vários agrupamentos mentais, que podem ficar mais ou menos independentes entre si, sem que um não saiba nada do outro. Em estado normal o paciente pode negar acontecimentos, ou pelo menos não se lembrar deles, mas em hipnose era possível trazer essas cenas a memória, e com isso os sintomas eram removidos. Quando nessa divisão da personalidade, a consciência fica ligada a um dos estados, esse estado é chamado de “conscience” e o outro, que fica separado de “inconsciente”. 
O inconsciente pode exercer influências sobre o consciente, que é chamado de “hipnóides”. As reações durante esses estados hipnóides resultaram em coisas patogênicas, já que não conseguiram ter sua descarga normal, e aí surge o sintoma. Onde existe um sintoma também existe uma amnésia, uma lacuna da memória, cujo preenchimento suprime as condições que conduzem a produção do sintoma. 
 
2. Segunda Lição 
 
Na segunda lição, Freud decide abandonar a hipnose, pois verificou que 
apesar do que fizesse não conseguia hipnotizar parte de seus pacientes e como o procedimento anterior exigia, antes de tudo, uma hipnose profunda do doente, já que só no estado hipnótico é que ele tinha o conhecimento do inicio da sua doença, decidiu fazer um procedimento os mantendo em estado normal. 
E esse procedimento tratava de fazer o doente contar o que ninguém, nem ele mesmo sabia. Tirou essa idéia de Bernheim, que nos mostrou que as pessoas perdiam a lembrança dos fatos ocorridos, sendo possível despertar nelas essa lembrança, mesmo no estado normal. 
As pessoas, quando interrogadas sobre o que aconteceu durante o sonambulismo, primeiramente afirmavam que não sabiam. Mas Bernheim insistia e lhes assegurava que era possível lembrar, e então a recordação vinha sempre de novo à consciência. Freud adotou esse mesmo método com os doentes dele. Quando eles chegavam em um ponto que afirmavam não saber mais de nada, Freud insistia que eles sabiam, e que ia apontar qual era a recordação exata, só o que precisava era que eles continuassem falando. E dessa maneira, sem o hipnotismo, conseguiu que os pacientes revelassem tudo o qu e era necessário para estabelecer uma relação entre as cenas e os sintomas. Mas isso era inadequado para uma técnica definitiva. 
Desse jeito confirmou que as recordações não eram esquecidas, e sim 
que alguma força as detinha, uma resistência da própria pessoa, que a obrigava a esquecer. Em sua idéia, Freud então concluiu que para a cura do doente, seria necessário suprimir essas resistências. E podia também formar uma idéia, a idéia de que as forças que impedem as lembranças são as mesmas que a afastaram do consciente. 
E em todos os casos, o paciente tinha um paradoxo dentro de si, a incompatibilidade entre a idéia e o ego dentro dele, o motivo da repressão; os desejos individuais, éticas e outras eram as forças repressivas, e essa força funcionava como uma proteção da personalidade psíquica, já que evitava o desprazer. Para se curar tinha que acabar com a repressão. 
E então melhora a sua tese anterior. Só que isso faz com que surjam novos problemas, os conflitos psíquicos são muito mais freqüentes; e observa -se aí o esforço do eu para se defender das recordações sem a dupla personalidade. 
A hipnose encobre a resistência do paciente e com ela não é possível 
chegar no encadeamento original. 
Uma vez que o paciente restitui o que lhe foi reprimido, alcança uma solução mais feliz que a repressão, a “sublimação”, onde ele se convence que reprimiu sem razão alguma coisa e consente em a aceitar total ou parcialmente. 
O controle consciente é atingido, esse controle é diferente da repressão, pois a repressão é inconsciente
3. Terceira Lição 
 
Na terceira lição, Freud começa falando que durante o procedimento de 
cura, a idéia concebida pelo doente com atenção concentrada não era inteiramente espontânea. Duas forças atuavam nele: o esforço para trazer a consciência o que havia ficado apenas no inconsciente e do outro lado uma resistência, impedindo a passagem do elemento reprimido. Se a resistência fosse insignificante, o paciente se tornaria consciente sem deformação. Quanto maior a resistência, maior a deformação do elemento. E o pensamento que vinha no lugar do desejado tinha origem idêntica a de um sintoma, e era uma alusão, uma memória semelhante a desejada para enganar e manter a principal oculta. 
Mandam o doente dizer o que quiser, e quanto mais falam, mais o doente diz que não sabe mais de nada, e se ele tivesse razão essa prática se tornaria impraticável. 
Freud conta que esteve um bom tempo indeciso sobre o domínio da psicanálise, se não seria preferível os expor a interpretação de sonhos.Ela é na realidade a estrada real para o conhecimento do inconsciente. É onde cada pessoa pode chegar a adquirir por si própria uma convicção. 
Nem todos os sonhos são estranhos, incompreensíveis para as pessoas 
que sonharam. Examinando sonhos de criancinhas verificarão que eles são de fácil interpretação. A criancinha sinhá sempre com a realização de desejos que o dia anterior lhe trouxe e que ela não satisfez. Mas os sonhos dos adultos têm um conteúdo ininteligível, são distorcidos. E essa deformação funciona da mesma maneira do mecanismo dos sintomas histéricos. O conteúdo do sonho é substituído deformado para os pensamentos inconscientes do sonho. 
Quem sonha, portanto, reconhece tão mal o sentido de seus sonhos, como o histérico a correlação e o significado de seus sintomas. Além disso, é necessário interpretar os pesadelos, pode dizer que a ansiedade os acompanha. A ansiedade é uma das reações do ego contra desejos reprimidos violentos, e aí a explicação dela nos sonhos. A interpretação 
de sonhos leva o conhecimento dos desejos ocultos e reprimidos. E agora Freud trata de um terceiro grupo de fenômenos. Os fenômenos são as pequenas falhas comuns aos indivíduos normais aos neuróticos, fatos aos quais não damos importância: o esquecimento de coisas que deviam saber e que às vezes sabem realmente, lapsos de linguagem, atrapalhações a executar qualquer coisa, perda ou quebra de objetos e etc., e ainda juntam os gestos que as pessoas executamsem perceber. Essas coisinhas são extraordinariamente significativas e quase sempre de interpretaçã o fácil, são criadores de sintomas e formadores de sonhos, testemunham a existência da repressão e da substituição mesmo na saúde perfeita. 
 
4. Quarta Lição 
Na quarta lição, Freud aborda os complexos patogênicos e os desejos 
reprimidos dos neuróticos. 
Os desejos patogênicos são da natureza dos componentes instintivos eróticos do doente que nos obriga a admitir que as perturbações no erotismo têm a maior importância entre as influências que levam a moléstia, tanto num como noutro sexo. 
Porque outras excitações mentais não desencadeiam repressão? Freud não sabe, mas a experiência mostra que elas não tem a mesma importância, só reforçam a ação do elemento sexual. 
Os homens não são francos quando se trata de sexualidade, a maioria dos pacientes de Freud ocultavam dela o quanto podiam. E então só os fatos da infância podem explicar a sensibilidade aos traumatismos e só com o descobrimento desses restos de lembrança, é que adquirimos o poder de afastar os sintomas. “A infância não é o período da vida marcado pela aus ência do instinto sexual?” Não é verdade, certamente que a criança possui o instinto sexual desde o princípio, o instinto e as atividades sexuais. 
Nessa sua primeira fase da vida sexual infantil a satisfação é alcançada no seu próprio corpo, e isso dá se o nome de auto-erotismo. O prazer de chupar o dedo é um bom exemplo de tal satisfação auto -erótica. Mas a diferença de sexo ainda não tem nesse período da infância papel decisivo, pode atribuir a toda criança, uma parcial disposição homossexual. 
Já antes da puberdade, sob o influxo da educação, certos impulsos são 
reprimidos, ao mesmo tempo que surgem forças mentais. 
A equivalência primitiva dos sexos como objeto sexual pode se conservar 
e com isso vai se originar um adulto com tendência homossexual. O psicanalista considera a sexualidade naquele sentido amplo a que o conduziu a apreciação da sexualidade infantil. 
A relação entre criança e pai, não é como a observação direta. A criança 
toma os seus pais, e particularmente um deles, como objeto de seus desejo s eróticos, Em geral o incitamento vem dos próprios pais, cuja ternura possui o nítido caráter de atividade sexual, embora inibido em suas finalidades, O pai em regra tem preferência pela filha, a mãe pelo filho, aí a acriança reage desejando o lugar do pai, se é menino, ou o da mãe se se trata da filha. 
O mito do rei Édipo que, tendo matado o pai, tomou a mãe como mulher, é uma manifestação pouco modificada do desejo infantil. 
A criança dedica aos interesses sexuais notável parte da atividade intelectual. Começa a indagar de onde vêm as criancinhas, e com os dados a seu alcance adivinha das circunstâncias reais mais do que os adultos podem suspeitar. O próprio fato dessa investigação e as conseqüentes teorias sexuais infantis são de importância determinante para a formação do caráter da criança e do conteúdo da neurose futura. 
 
5. Quinta Lição 
 
Na quinta lição, Freud fala sobre a fuga da realidade satisfatória. Essa fuga não deixa de proporcionar ao doente um prazer imediato, que se dá por meio da regressão às primeiras fases da vida sexual. Essa regressão se mostra sob dois aspectos: temporal, porque a libido, na necessidade erótica, volta a se fixar aos mais remotos estados evolutivos; e formal, porque emprega os meios psíquicos originários e primitivos para manifestação da mesma necessidade. 
Sob ambos os aspectos a regressão orienta-se para a infância. 
Nós, com elevadas aspirações de nossa cultura e sob a pressão das íntimas repressões, achamos a realidade de todo insatisfatória. O homem enérgico e vencedor é aquele que pelo próprio esforço consegue transformar em realidade seus castelos no ar. Quando a pessoa inimizada com a realidade, possui dotes artísticos podem suas fantasias se transformar não em sintomas, mas em criações artísticas. 
Conforme as circunstâncias de quantidade e da proporção entre as forças em choque, será o resultado da luta a saúde, a neurose ou a sublimação compensadora. 
Toda vez que se trata psicanaliticamente um paciente neurótico, surge nele um efeito chamado “transferência”, o doente consagra ao médico uma série de sentimentos afetuosos mesclados muitas vezes de hostilidade, não justificados em relações reais e devem provir de antigas fantasias inconscientes. 
Um trecho da vida sentimental cuja lembrança já não pode evocar, o paciente torna a viver ele nas relações com o médico. E só pelo ressurgimento transferência é que o doente se convence da existência e do poder desses sentimentos sexuais inconscientes. 
A transferência surge pela espontaneidade em todas as relações humanas, agindo tanto mais fortemente quanto menos se pensa em sua existência. Este fenômeno é decisivo não só para o convencimento do doente, mas também do médico. 
Do ponto de vista intelectual, devemos levar em conta que existem dois 
obstáculos: a falta de hábito de contar com o rigoroso determinismo da vida mental e o desconhecimento das singularidades. É notado que o doente apresenta feridas na vida psíquica, mas se receia de tocar nelas para não aumentar o sofrimento. 
A destruição do caráter civilizado pelos impulsos in stintivos libertados da 
repressão é um desfecho temido mas absolutamente impossível. Esse temor não leva em conta o poder mental e somático de um desejo, que se manifesta com muito mais força quando inconsciente do que quando consciente. 
O que acontece com os desejos inconscientes libertados pela psicanálise 
e quais os meios por cujo intermédio pretendemos os tornar inofensivos para o indivíduo? Desse meio há vários. Mas a repressão é substituída pelo julgamento de condenação. A extirpação radical dos desejos infantis não é absolutamente o fim ideal. Por causa das repressões, o neurótico perdeu fontes de energia mental que teria sido de grande valor na formação do caráter a na luta pela vida dele. 
Ao reforço de energia para nossas funções mentais, por essa maneira obtido, devemos provavelmente as maiores conquistas da civilização. Não devemos deixar de contemplar também o terceiro dos possíveis desenlaces do tratamento psicanalítico. As exigências da sociedade tornam o viver dificílimo para a maioria das criaturas humanas as forçando com isso a se afastarem da realidade e dando origem às neuroses

Outros materiais

Perguntas Recentes