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SAÚDE E DOENÇA SAÚDE COLETIVA Profª Fabíola Braz Penna SAÚDE E DOENÇA CONCEITO; REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE SAÚDE E DOENÇA; ESTILO DE VIDA; PROMOÇÃO DA SAÚDE CONCEITOS O QUE É DOENÇA? O QUE É SAÚDE? SAÚDE E DOENÇA Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a constante avaliação e mudança. No passado... Doença: ausência de saúde (desconforto físico) Saúde: ausência de doença (bem-estar) SAÚDE E DOENÇA CONCEITOS MAIS FLEXÍVEIS: consideram múltiplos aspectos causais da doença e da manutenção da saúde (psicológicos, sociais e biológicos). Há definição universal? Atingir ou manter saúde física e mental: um sonho? SAÚDE E DOENÇA É um história de construções de: - significações sobre a natureza, as funções e a estrutura do corpo; - Relações corpo-espírito; - Relações pessoa-ambiente. SAÚDE E DOENÇA CONCEPÇÃO FISIOLÓGICA (Hipócrates) – origem das doenças a partir de um desequilíbrio entre as forças da natureza que estão dentro e fora da pessoa. Paciente como um todo e seu ambiente – evita ligar a doença a perturbações orgânicas. SAÚDE E DOENÇA CONCEPÇÃO ONTOLÓGICA (“conhecimento do ser”): defende que as doenças são “entidades” exteriores ao organismo, que o invadem para se localizarem em várias das suas partes. Mesopotâmia e Egito antigo: processos mágico- religiosos ou com castigos resultantes de pecados cometidos pelos pacientes Medicina Moderna: vírus CONCEPÇÃO REDUTORA QUE EXPLICA OS PROCESSOS DE DOENÇA NA BASE DE ÓRGÃOS ESPECÍFICOS PERTURBADOS. SAÚDE E DOENÇA PERÍODOS HISTÓRICOS: Pré-cartesiano; Científico; 1ª Revolução da Saúde e 2ª Revolução da Saúde PRÉ-CARTESIANO (Era Hipocrática) Período marcante – propostas de libertação da medicina das suas influências mágico- religiosas. Ruptura em relação ao conceito da Mesopotâmia e do Egito. Hipócrates “pai da medicina” – defende que a doença não é causada pelo demônio ou por Deuses, mas por causas naturais que obedecem às leis naturais. PRÉ-CARTESIANO (Era Hipocrática) Bem estar da pessoa – influenciada pelo ambiente (ar, água, locais que frequentava e a alimentação) Mente sã em corpo são PRÉ-CARTESIANO (Era Hipocrática) Hipócrates não se centrou apenas no paciente e no seu ambiente, mas também na importância da RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS SOBRE O BEM ESTAR DESTE: “Alguns pacientes, embora conscientes de que o seu estado de saúde é precário, recuperam devido simplesmente ao seu contentamento para com a humanidade do médico” (Hipócrates) MODELO BIOMÉDICO (CIENTÍFICO) Galileu, Newton e Descartes O mundo é considerado uma máquina e, à semelhança desta, formado por um conjunto de peças. Deste modo, para o compreender, basta utilizar o mesmo método que se utiliza para perceber uma máquina, isto é, desmonta-se e separam-se as peças. MODELO BIOMÉDICO (CIENTÍFICO) Assim, tal como se faz com as máquinas, estudam-se os seres vivos desarticulando as suas partes (órgãos). E cada parte é estudada separadamente. Modelo Cartesiano ou Mecanicista – curar a doença = reparar a máquina (curar a parte perturbada) Organismo patogênico específico para doença específica. Pré cartesiano X Cartesiano Todos os sistemas corporais funcionavam como um todo X redução dos sistemas a pequenas partes; Indivíduo X características gerais de cada doença; Materialismo X fatores não ambientais (morais, sociais, comportamentais). 1ª Revolução da Saúde FINAL DO SÉCULO XVIII – Revolução Industrial. Epidemias (mudanças sociais e alterações do sistema de produção): aglomerações em grandes cidades, com poucas condições de salubridade e habitabilidade. TUBERCULOSE, PNEUMONIA, SARAMPO, GRIPE, DIFTERIA E VARÍOLA. 1ª Revolução da Saúde Foi um ramo do Modelo Biomédico Para prevenir a doença era necessário controlar os agentes patogênicos (sistemas de esgoto, distribuição de água potável e gestão das migrações) ou destruí-los com a clorificação das águas para consumo e, já no século XX, com as vacinas. 1ª Revolução da Saúde Quando as medidas de prevenção falhavam, intervinha com a medicina curativa – Antibióticos (meados do século XX). Multicausalidade Omite a autonomia conceitual da pessoa- saúde é a ausência da doença – somente perturbações físicas. 2ª Revolução da Saúde A Saúde é central e não a doença; Retorno da perspectiva ecológica. Surgimento de doenças comportamentais – necessidade de alteração de mudança no estilo de vida. 2ª Revolução da Saúde Mudanças de hábitos: deixar de fumar, cuidar da alimentação, controlar o estresse, praticar exercício regularmente, dormir número de horas de sono adequado e verificar periodicamente a saúde. Conceitos centrais, específicos e inovadores: PROMOÇÃO DA SAÚDE ESTILO DE VIDA PROMOÇÃO DA SAÚDE Carta de Otawa (1986): processo de “capacitar” as pessoas para aumentarem o controle sobre a saúde e para a melhorar. Vantagens econômicas: menos gastos com a doença e mais dias de trabalho, mais energia no trabalho. ESTILO DE VIDA LALONDE (1974): agregado de decisões individuais que afetam a vida do indivíduo e sobre os quais tem algum controle. OMS: conjunto de estruturas mediadoras que refletem uma totalidade de atividades, atitudes e valores sociais. CONCEITOS DE SAÚDE Alma-Ata (1978): consiste em um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas na ausência de doença ou enfermidade, direito fundamental dos seres humanos; o acesso ao nível de saúde mais elevado possível é um objetivo social extremamente importante, que interessa ao mundo inteiro e supõe a participação de numerosos setores sócio-econômicos, e não exclusivamente daqueles ligados à saúde. CONCEITOS DE SAÚDE Constituição Federal Brasileira (1988): saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visam à redução do risco de doença e de outros agravos, e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. CONCEITOS DE SAÚDE Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080 de 1990): saúde tem como fatores determinantes e condicionantes entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a educação, o transporte, o laser, o acesso aos bens e serviços essenciais. SAÚDE E DOENÇA PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE DOENÇA É UM PROBLEMA PESSOAL E SOCIAL. PESSOAL? SOCIAL? SAÚDE E DOENÇA PESSOAL: capacidade individual para trabalhar, ser produtivo, amar e divertir-se está relacionado com a saúde física e mental da pessoa. SOCIAL: doença de uma pessoa pode afetar outras pessoas significativas (família, amigos, trabalho) DETERMINAÇÃO SOCIAL PROCESSO SAÚDE-DOENÇA PROCESSO SAÚDE-DOENÇA Modo específico pelo qual ocorre nos grupos, o processo biológico de desgaste e reprodução, destacando como momentos particulares a presença de um funcionamento biológico diferente, com consequências para o desenvolvimento regular das atividades quotidianas, isto é, o surgimento da doença.PROCESSO SAÚDE-DOENÇA DETERMINANTES/ CONDICIONANTES Lei 8080/90: Lei Orgânica da Saúde A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. DETERMINANTES/CONDICIONANTES São “fatores contribuintes ou determinantes parciais, que em sua articulação e provável sinergia propiciam a atuação do estímulo patológico”. Determinantes econômicos (miséria, privações), Determinantes culturais (hábitos alimentares), Determinantes ecológicos (desequilíbrios produzidos – poluição atmosférica- ou não pelo homem), Determinantes psicossociais (stress como imunodepressor; agressividade e desemprego - homicídios). CAUSALIDADE NO PROCESSO DE ADOECIMENTO... Multicausalidade é o processo pelo qual as inúmeras presenças (Fatores, Agentes ou Determinantes), tendo acesso ao homem, interagem e podem provocar determinados agravos. Para que uma doença ou agravo tenha início, nenhum fator será por si só capaz de desencadear o processo patológico, esta multiplicidade é a multicausalidade. Estudo de Caso
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