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ENSINO CLÍNICO TEÓRICO SAÚDE COLETIVA PROFESSORA FABÍOLA BRAZ PENNA DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS O Programa de Prevenção e Controle de Doenças Imunopreveníveis tem como objetivo prevenir e manter sob controle as doenças passíveis de imunização. Nesse contexto insere-se o Programa Nacional de Imunização (PNI). PNI O PNI foi formulado em 1973 e fortalecido através da legislação específica sobre Imunização e Vigilância Epidemiológica, conforme Lei nº 6259, de 30 de outubro de 1975 e Decreto nº 78.231, de 30 de dezembro de 1976. Doenças Imunopreveníveis Tétano É uma doença infecciosa grave causada por uma neurotoxina produzida pelo Clostridium tetani, uma bactéria encontrada comumente no solo sob a forma de esporos (formas de resistência). Pode acometer indivíduos de qualquer idade e não é transmissível de uma pessoa para outra. A ocorrência da doença é mais freqüente em regiões onde a cobertura vacinal da população é baixa e o acesso á assistência médica é limitado. Tétano Transmissão: É uma doença infecciosa, não transmissível de um indivíduo para outro, que pode ocorrer em pessoas não imunes ou seja, sem níveis adequados de anticorpos protetores. Os anticorpos protetores são induzidos exclusivamente pela aplicação da vacina antitetânica. O tétano pode ser adquirido através da contaminação de ferimentos (tétano acidental), inclusive os crônicos (como úlceras varicosas) ou do cordão umbilical (tétano neonatal). Tétano Quando em condições anaeróbicas (ausência de oxigênio), como ocorre em ferimentos, os esporos germinam para a forma vegetativa do Clostridium tetani, que multiplica-se e produz toxinas que são disseminadas através do sistema circulatório (sanguíneo e linfático). Tétano Acidental O tétano acidental (decorrente de acidentes) é, geralmente, é adquirido através da contaminação de ferimentos (mesmo pequenos) com esporos do Clostridium tetani, que são encontrados no ambiente (solo, poeira, esterco, superfície de objetos - principalmente quando metálicos e enferrujados). Tétano Neonatal As gestantes que nunca foram vacinadas, além de estarem desprotegidas não passam anticorpos protetores para o filho, o que acarreta risco de tétano neonatal para o recém-nato (criança com até 28 dias de idade). Tétano Neonatal O tétano neonatal (tétano umbilical, "mal dos sete dias") é adquirido quando ocorre contaminação do cordão umbilical com esporos do Clostridium tetani. A contaminação pode ocorrer durante a secção do cordão com instrumentos não esterilizados ou pela utilização subseqüente de substâncias contaminadas para realização de curativo no coto umbilical (esterco, fumo, pó de café, teia de aranha etc). Tétano RISCOS: Pessoas não adequadamente imunizadas (não foram vacinadas ou que receberam esquemas incompletos); Parto é feito em domicílios, na área rural e por curiosos. Manifestações clínicas - Tétano O período de incubação médio do tétano acidental é de 10 dias (podendo variar de 2 a 21 dias) e o do tétano neonatal ("mal dos sete dias") é de cerca de 7 dias (geralmente entre 4 e 14 dias). Quanto menor o período de incubação, maior a gravidade da doença. As primeiras manifestações são dificuldade de abrir a boca (trismo) e de engolir. Na maioria dos casos, ocorre progressão para contraturas musculares generalizadas, que podem colocar em risco a vida do indivíduo quando comprometem os músculos respiratórios. Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Tratamento - Tétano O tratamento do tétano, necessariamente, é feito com o doente internado para administração de imunoglobulina ou, quando não disponível, soro antitetânico, além de antibiótico venoso e limpeza cirúrgica do ferimento. Como a doença não produz imunidade, o doente deve também receber o esquema vacinal completo contra o tétano. Em geral são utilizados miorrelaxantes potentes. Os pacientes devem ser mantidos sob vigilância constante, de preferência em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Difteria A difteria é uma doença transmissível aguda, infecciosa, causada por bacilo toxicogênico que se aloja freqüentemente nas amígdalas, na faringe, na laringe, no nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. Difteria É caracterizada por placas pseudomembranosas. Também é conhecida pela denominação de CRUPE. Embora seja uma patologia passível de controle, ainda constitui-se problema de saúde pública no Brasil em virtude das baixas coberturas vacinais. Apesar disso, observa-se um decréscimo do número de casos, em função do uso da vacinação antidiftérica. Difteria Agente Etiológico: bacilo denominado Corynebacterium diphtheriae, produtor da toxina diftérica. Difteria Transmite por contágio direto com doentes ou portadores através das secreções de rinofaringe. A transmissão indireta, através de objetos recentemente contaminados pelas secreções de orofaringe ou de lesões em outras localizações, também pode ocorrer, embora menos freqüentemente. Difteria Período de Incubação: em geral de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. A imunidade pode ser naturalmente adquirida pela passagem de anticorpos maternos via transplacentária nos primeiros meses de vida do bebê. A imunidade também pode ser ativa, adquirida através da vacinação com toxóide diftérico. Difteria A difteria ocorre durante o ano todo, observando-se um aumento da sua incidência nos meses frios (outono e inverno), devido principalmente à aglomeração em ambientes fechados que facilitam a transmissão do bacilo e quando são mais comuns as infecções respiratórias. Manifestações Clínicas A manifestação clínica típica é a presença de placas pseudomembranosas branco-acinzentadas, que se instalam nas amígdalas e invadem estruturas vizinhas. Essas placas podem se localizar na faringe, laringe e fossas nasais. Clinicamente a doença se manifesta por comprometimento do estado geral do paciente, que pode apresentar-se prostrado e pálido; a dor de garganta é discreta, independentemente da localização ou quantidade de placas existentes, e a febre normalmente não é muito elevada, variando entre 37,5 a 38,5°. Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, pode ocorrer asfixia mecânica aguda no paciente, o que muitas vezes exige imediata traqueostomia para evitar a morte. Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Difteria - Tratamento A medida terapêutica de grande valor na difteria é a administração do soro antidiftérico (SAD), cuja finalidade é inativar a toxina circulante o mais rapidamente possível e permitir excesso de anticorpos circulantes, suficientes para neutralizar toxina subseqüentemente produzida pelos bacilos. Difteria - Tratamento Uso de antibiótico deve ser considerado como uma medida auxiliar da terapia específica, objetivando interromper a produção de exotoxina pela destruição dos bacilos diftéricos e sua disseminação. Coqueluche A Coqueluche é modernamente considerada uma síndrome (síndrome pertussis), podendo ser causada por vários agentes (Bordetella pertussis, Bordetella parapertusis, Bordetella brocheseptica e adenovírus 1, 2, 3 e 5), entretanto, apenas a Bordetella pertussis está associada com as coqueluches endêmica e epidêmica e como cortejo de complicações e de mortes. Coqueluche Agente Etiológico: a Bordetella pertussis é um bacilo gram-negativo, aeróbio, não esporulado, imóvel e pequeno, provido de cápsula (formas patogênicas) e de fímbrias. Coqueluche Transmissão: Pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Também pode ocorrer transmissão por objetos recentemente contaminados com secreções do doente. Coqueluche Período de Incubação: é de sete dias, em média, podendo variar entre 7 e 14 dias. Coqueluche O indivíduo torna-se resistente à doença nas seguintes eventualidades: após adquirir a doença e após receber imunização básica com Tetravalente/DPT - mínimo de três doses de vacina. Coqueluche É uma doença infecciosa aguda e transmissível que compromete especificamente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios). A coqueluche evolui em três fases sucessivas: Fase catarral: Com duração de uma ou duas semanas, inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves (febre um pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca), seguidos pela instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e freqüentes. Coqueluche Fase Paroxística: Com duração de duas a seis semanas, apresenta como manifestação típica os paroxismos de tosse seca, (durante os quais o paciente não consegue inspirar e apresenta protusão da língua, congestão facial e, eventualmente, cianose com sensação de asfixia), finalizados por inspiração forçada, súbita e prolongada, acompanhada de um ruído característico, o guincho, seguidos de vômitos. Os episódios de tosse paroxística aumentam a freqüência e intensidade nas duas primeiras semanas e, depois, diminuem paulatinamente. Nos intervalos dos paroxismos a criança passa bem. Coqueluche Fase de Convalescença: Os paroxismos de tosse desaparecem e dão lugar a episódios de tosse comum; essa fase pode persistir durante mais algumas semanas. Infecções respiratórias de outra natureza, que se instalam durante a convalescença da coqueluche, podem provocar reaparecimento transitório dos paroxismos. Manifestações Clínicas Coqueluche - Tratamento O uso de medicamentos sintomáticos tem sido utilizado. A eritromicina pode ser administrada para promover a diminuição do período de transmissibilidade da doença. Hepatite B Agente Etiológico: vírus da Hepatite B (VHB), constituído de ácido desoxirribonucléico (DNA). Hepatite B Modo de Transmissão: - Através de solução de continuidade (pele e mucosa); relações sexuais; exposição percutânea (parenteral) a agulhas ou outros instrumentos contaminados (exemplos: tatuagens, perfuração da orelha, etc.); transfusão de sangue e seus derivados, fora da recomendação técnica; uso de drogas endovenosas; procedimentos odontológicos, cirúrgicos e de hemodiálise, quando desrespeitam as normas universais de biossegurança; transmissão perinatal (filho de mãe portadora de HBsAg positivo); Hepatite B Período de Incubação: de 30 a 180 dias (média de 60-90 dias). Na população geral, esse vírus acomete preferencialmente indivíduos na faixa etária de 20 a 40 anos. Hepatite B – manifestações clínicas A infecção pelo vírus da hepatite B pode apresentar formas assintomáticas, sintomáticas e formas graves, como as hepatites fulminantes. A probabilidade da evolução do quadro para o estado de portador crônico depende da idade em que a infecção ocorre, sendo maior quanto menor for a idade. Hepatite B – manifestações clínicas As hepatites virais agudas que não evoluem para a cura completa podem progredir para formas crônicas, se houver persistência do vírus por mais de seis meses. De modo geral, os principais sintomas da infecção aguda pelo vírus VHB são semelhantes aos da hepatite A: náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga, perda de apetite, dores abdominais, urina escura, fezes claras, icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas). Manifestações Clínicas Hepatite B - Tratamento Na forma aguda o tratamento é semelhante ao da hepatite A. Basicamente, o tratamento consiste em manter repouso domiciliar relativo até que a sensação de bem-estar retorne e os níveis das transaminases voltem a valores inferiores a duas vezes o normal. Em média, esse período dura quatro semanas. Não há nenhuma restrição a alimentos no período da doença, apenas é desaconselhável a ingestão de bebidas alcóolicas. Hepatite B - Tratamento Aqueles pacientes com hepatite pelos vírus B que evoluírem para estado crônico deverão ser acompanhados através de pesquisa de marcadores sorológicos por um período mínimo de 6 a 12 meses. Esses casos, pela complexidade do tratamento e a não existência de um medicamento ideal que ofereça cura para a doença, preferencialmente devem ser encaminhados para serviços de atendimento médico especializados. Meningite por Haemophilus influenzae Agente Etiológico: Haemophilus influenzae sorotipo B. Modo de Transmissão: através de gotículas e secreções nasofaríngeas, durante o período infectante. O sítio de entrada mais freqüente é a nasofaringe. Período de Incubação: desconhecido e provavelmente curto, de 2 a 4 dias. Meningite por agente etiológico Meningite Meningite por Haemophilus influenzae Geralmente, o Haemophilus influenzae penetra pelo trato respiratório e produz uma nasofaringite, freqüentemente acompanhada de febre. Alcança a corrente sangüínea, originando bacteremia. Meningite por Haemophilus influenzae - Tratamento A meningite bacteriana aguda (MBA) é uma emergência infecciosa e como tal deve ser tratada e não deve ter seu tratamento postergado. - Antibioticoterapia. Poliomielite A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro clássico de paralisia flácida de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e a evolução desta manifestação freqüentemente não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principais características: flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido. Poliomielite Agente Etiológico: os poliovírus pertencem ao gênero Enterovírus da família Picornaviridae e apresentam três sorotipos: I, II e III. Poliomielite - Transmissão A transmissão ocorre principalmente por contato direto pessoa a pessoa. A boca é a porta de entrada do poliovírus, fazendo-se a transmissão pelas vias fecal-oral ou oral-oral, esta última através de gotículas de muco do orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). As más condições habitacionais, higiene pessoal precária e o elevado número de crianças em uma mesma habitação constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus. Poliomielite Período de Incubação: o período de incubação é geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias. Poliomielite – manifestações clínicas Poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infectocontagiosa aguda, cujas manifestações clínicas devidas à infecção pelo poliovírus são muito variáveis, indo desde infecções inaparentes (90 a 95%) até quadros de paralisia severa (1 a 1,6%), levando à morte. Poliomielite – manifestações clínicas Apenas as formasparalíticas possuem características típicas, que permitem sugerir o diagnóstico de poliomielite, quais sejam: instalação súbita da deficiência motora, acompanhada de febre; assimetria, acometendo sobretudo a musculatura dos membros, com mais freqüência os inferiores; Poliomielite – manifestações clínicas flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada; sensibilidade conservada; e persistência de alguma paralisia residual (seqüela) após 60 dias do início da doença. Manifestações Clínicas Poliomielite - tratamento Não há tratamento específico. Todos os casos devem ser hospitalizados, fazendo tratamento de suporte. Erradicação da Poliomielite no Brasil O último caso de Poliomielite do Brasil foi descrito em 1989, após a criação do Zé Gotinha, personagem símbolo da campanha pela erradicação da Poliomielite no Brasil Raiva A Raiva é uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus rábico, contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura. Agente Etiológico: o vírus rábico pertence ao gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae. Raiva Raiva Modo de Transmissão: a transmissão da Raiva se dá pela inoculação do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. Raiva Período de Incubação: é extremamente variável, desde dias até um ano, com uma média de 45 dias no homem e de 10 dias a 2 meses no cão. Em crianças, existe uma tendência para um período de incubação menor que no indivíduo adulto. O período de incubação está intrinsicamente ligado a: - localização e gravidade da mordedura, arranhadura ou lambedura de animais infectados; - proximidade de troncos nervosos; - quantidade de partículas virais inoculadas. Raiva- manifestações clínicas Inespecíficos: Mal estar geral, pequeno aumento de temperatura corpórea, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade e inquietude, sensação de angústia. A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou convulsões. Ocorrem espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorréia intensa. Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cárdio-respiratórias, retenção urinária, obstipação intestinal. O paciente se mantém consciente, com período de alucinações até a instalação de quadro comatoso e evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, após instalados os sinais e sintomas até o óbito, varia de 5 a 7 dias. Manifestações Clínicas Raiva - Tratamento Não existe tratamento específico. Recomenda-se como tratamento de suporte: dieta por sonda nasogástrica; hidratação para manutenção do balanço hídrico; na medida do possível, o uso da sonda vesical para reduzir a manipulação do paciente; controle da febre e do vômito; entre outras medidas. Rubéola É uma doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alto contágio e, acometendo principalmente crianças. Sua importância epidemiológica está representada pela possibilidade de ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), atingindo o feto e recém- nascidos de mães infectadas durante a gestação e acarretando inúmeras complicações como: abortos, natimortos, surdez, cardiopatias congênitas. Rubéola Agente Etiológico: a rubéola é transmitida por um vírus, pertencente ao gênero Rubivírus, família Togaviridae. Rubéola Modo de Transmissão: através de contato com as secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. A infecção se produz por disseminação de gotículas ou através de contato direto com os pacientes. Rubéola Período de Incubação: de 14 a 21 dias, durando em média 17 dias, podendo variar de 12 a 23 dias. Rubéola – Manifestações Clínicas A rubéola é uma infecção viral aguda exantemática caracterizada por exantema máculo-papular e puntiforme difuso, iniciando-se na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para o tronco e membros. Adolescentes e adultos podem apresentar um período prodrômico com febre baixa, cefaléia, dores generalizadas (artralgias e mialgias), conjuntivite, coriza e tosse. A leucopenia é comum e raramente ocorrem manifestações hemorrágicas. Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Rubéola - Tratamento O tratamento da rubéola na grande maioria dos casos se restringe a amenizar o desconforto provocado pelos sintomas, enquanto o organismo se defende da doença e recupera-se, uma vez que não há tratamento antiviral específico. Relativamente aos medicamentos administrados, os analgésicos são indicados para diminuir as dores articulares ou musculares e antitérmicos são recomendados para tratar a febre. Sarampo O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância. Agente Etiológico: o vírus do sarampo pertence ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae. Sarampo É transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Essa forma de transmissão é responsável pela elevado contágio da doença. Sarampo Período de Incubação: geralmente de 10 dias (variando de 7 a 18 dias), desde a data da exposição até o aparecimento da febre e cerca de 14 dias até o início do exantema. Sarampo – Manifestações Clínicas É uma doença infecciosa exantemática viral aguda, extremamente contagiosa, caracterizada por febre alta, acima de 38ºC, exantema máculo-papular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik (pequenos pontos brancos que aparecem na mucosa bucal, antecedendo ao exantema). Manifestações Clínicas Manchas de Koplik Manchas de Koplik Sarampo - Tratamento Para os casos não complicados o tratamento deve ser sintomático, podendo ser utilizados antitérmicos, hidratação oral, terapia nutricional com incentivo ao aleitamento materno, e higiene adequada dos olhos, da pele e vias aéreas superiores (mucosa oral e nasal). Caxumba A parotidite infecciosa, popularmente conhecida como caxumba, é uma doença de transmissão respiratória, causada pelo vírus da parotidite infecciosa. Agente etiológico: Vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus. Caxumba Transmissão: Via aérea, através disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Período de incubação: 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. Caxumba – Manifestações Clínicas A principal e mais comum manifestação desta doença é o aumento das glândulas salivares, principalmente a parótida, acometendo também as glândulas sublinguais e submaxilares, acompanhada de febre. Aproximadamente, 30% das infecções podem não apresentar hipertrofia aparente dessas glândulas. Cerca de 20 a 30% dos casos homens adultos acometidos apresentam orquite. Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Caxumba - Tratamento Tratamento Não existe tratamento específico,indicando- se apenas repouso, analgesia e observação cuidadosa, quanto à possibilidade de aparecimento de complicações. Tratamento de apoio para a orquite •Aplicação de bolsas de gelo e analgesia, quando necessárias. •Redução da resposta inflamatória: prednisona, 1ml/kg/dia, via oral, com redução gradual, semanal. Rotavírus Os rotavírus pertencem à família Reoviridae, gênero rotavírus. Trata-se de uma das mais importantes causas de diarréia grave em crianças menores de 5 anos no mundo, particularmente nos países em desenvolvimento. Rotavírus Rotavírus Período de incubação: Em média dois dias. Rotavírus Transmissão: via fecal-oral, por contato pessoa a pessoa, através de água e alimentos contaminados, por objetos contaminados e provavelmente por propagação aérea, via aerossóis. Rotavírus A forma clássica da doença, principalmente na faixa de seis meses a dois anos, é caracterizada por uma forma abrupta de vômito, diarréia (caráter aquoso, aspecto gorduroso e explosivo) e febre alta. Podem ocorrer formas leves e subclínicas nos adultos e formas assintomáticas na fase neonatal e durante os quatro primeiros meses de vida. Eventualmente, o quadro clínico envolve outros sintomas como náuseas, inapetência e dor abdominal, comprometimento respiratório caracterizado por otite média e broncopneumonia. . Manifestações Clínicas Rotavírus - Tratamento Tratamento: O tratamento da doença diarréica aguda consiste em quatro medidas: Correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico Combate à desnutrição Uso adequado de medicamentos Prevenção das complicações A avaliação do estado de hidratação do paciente com diarréia aguda independente da idade deverá seguir o cartaz “Manejo do Paciente com Diarréia”, do Ministério da Saúde, que orienta a escolha do tratamento de acordo com o grau de desidratação. Febre Amarela O vírus da febre amarela, pertencente ao gênero Flavivirus, da família Flaviviridae. É uma doença infecciosa febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias), e de gravidade variável. Febre Amarela - Transmissão Febre Amarela Transmissão: Pela picada dos mosquitos (fêmeas) transmissores infectadas. A transmissão da febre amarela em área silvestre é feita por intermédio de mosquitos do gênero (principalmente) Haemagogus. Uma vez infectada, a pessoa pode, ao retornar, servir como fonte de infecção para o Aëdes aegypti, que então pode iniciar a transmissão da febre amarela em área urbana. Febre Amarela No Brasil, a febre amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em áreas de transmissão silvestre (regiões de cerrado, florestas). Uma pessoa não transmite febre amarela diretamente para outra. Para que isto ocorra, é necessário que o mosquito pique uma pessoa infectada e, após o vírus ter se multiplicado, pique um indivíduo que ainda não teve a doença e não tenha sido vacinado. Febre Amarela – Manifestações Clínicas Dependendo da gravidade, a pessoa pode sentir febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). Febre Amarela - Tratamento Não existe medicamento para combater o vírus da Febre Amarela. O tratamento é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sangüíneas, quando indicado. Glossário: Pródromo: Sinal anunciador, primeiros indícios de alguma coisa. Antropozoonose: Doença de humanos que podem ser transmitidas a animais e vice-versa. Paroxístico: (Medicina) Relativo a paroxismo, isto é, em crises, ou acessos. A maior intensidade de um acesso (de dor, tosse ou espirros, por exemplo). Bacilo: bactérias em forma de bastonetes.
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