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Direito Penal II - – Fevereiro de 2015
Bibliografia: a mesma indicada em Penal I.
Obs: NÃO SE ESQUEÇAM QUE O MATERIAL DA ESTÁCIO É BASE PARA AS PROVAS E SUA LEITURA É INDISPENSÁVEL, INCLUSIVE PARA RESOLUÇÃO DOS CASOS CONCRETOS. 
Concurso de agentes (Concurso de pessoas)
As regras inerentes ao concurso de pessoas encontram-se disciplinadas pelos artigos 29 a 31 do C. Penal. 
Conceito: “É a colaboração empreendida por duas ou mais pessoas para a realização de um crime ou de uma contravenção penal.”
Requisitos : O concurso de agentes possui cinco requisitos, a saber: 
pluralidade de agentes culpáveis; 
relevância causal das condutas para a produção do resultado; 
vínculo subjetivo; 
unidade de infração penal para todos os agentes e 
existência de fato punível. 
Pluralidade de agentes culpáveis:
Mínimo de duas pessoas e, pelo menos, duas condutas penalmente relevantes. As condutas podem ser principais (casos de co-autoria) ou então, uma conduta principal e outra acessória (casos de autoria e participação). Em ambos os casos, os agentes devem ser culpáveis, ou seja, dotados de culpabilidade (como estudamos). 
Quando não houver culpabilidade dos envolvidos, será caso de autoria mediata, que estudaremos a seguir. Além disso, sem culpabilidade, não há que se falar em vínculo subjetivo, concordam? Mas atenção: A exceção seria quanto aos crimes plurissubjetivos ou de concurso necessário (ex.: art. 137 rixa e art. 288 – quadrilha), ou como por ex. o art. 155 § 4º do CP , onde havendo um culpável, mesmo sendo os demais inimputáveis, o crime estará caracterizado. 
Há uma corrente que entende possível o concurso mesmo sendo inimputável um dos agentes.
Relevância causal das condutas para a produção do resultado: 
Para concorrer a uma infração penal, a conduta deve ser relevante, pois caso contrário, a infração não teria ocorrido como e quando ocorreu. O “de qualquer modo” inserto no artigo 29 do CP, deve ser entendido como uma contribuição pessoal, física ou moral, direta ou indireta, comissiva ou omissiva e anterior ou simultânea à execução (já que a concorrência posterior configura crime autônomo, como p. ex. “receptação), a menos que tenha sido ajustada ANTERIORMENTE. Ex.: A se compromete perante B a auxiliá-lo a a fugir e a esconder depois de matar C. Será partícipe do homicídio. Mas se somente depois da morte resolver a ajudá-lo, o crime será o do art. 348 do CP – favorecimento pessoal. 
Em suma, a conduta individual deve influir no resultado. Vale dizer, a participação inócua é irrelevante para o direito penal. 
Vínculo subjetivo
Também chamado de “concurso de vontades”, obriga que todos os envolvidos estejam vinculados por um liame psicológico. É o que chamamos de PRINCÍPIO DA CONVERGÊNCIA, ou seja, todos devem ter a mesma vontade.
Do contrário, estaremos diante da AUTORIA COLATERAL.
Mas atenção, não há necessidade do pactum sceleris (pacto criminoso - ajuste prévio entre os envolvidos). Como dito, basta a consciente e voluntária cooperação (scientia sceleris – ciência criminosa). É dizer: Basta a atuação consciente do partícipe no sentido de contribuir para a conduta do autor, ainda que este desconheça a colaboração, ou seja, NÃO RECLAMA O PRÉVIO AJUSTE. 
Unidade de infração penal para os agentes
(Teorias do Concurso de Pessoas) – natureza jurídica do concurso
Ao longo da evolução dos estudos penais, foram formuladas três teorias para explicar o concurso de pessoas. A pluralista, a dualista e a monista.
A teoria pluralista (delito-distinto), defende a separação das condutas, respondendo cada qual por um tipo penal diferente, quer dizer, a participação é tratada praticamente como autoria ou crime autônomo. Ex.: Art. 126 , art. 235 (bigamia) c/c com § 1º, corrupção ativa e passiva, etc... Por isso que aqui se fala em “crime de concurso” e não “concurso no crime”.
A Teoria Dualista apregoa que os autores deverão responder conjuntamente por um crime e os partícipes deverão responder conjuntamente por outro. É dizer: - vários autores – várias condutas com mesmo resultado - crimes diferentes: um p/ os co-autores e outro p/ os partícipes. 
Já a Teoria Monista apregoa a unicidade de crime em face da pluralidade de agentes. Logo, tanto os autores quanto os partícipes responderão por um único crime. O fundamento desta teoria é de que as ações não se apresentam de modo autônomo, mas convergem em uma operação única, que acarretam um mesmo resultado. Mas, cuidado, a unicidade do crime não conduz necessariamente à unicidade da pena, ou seja, ela será aplicada de acordo com a culpabilidade do agente. 
Em sede de concurso de pessoas, foi adotada a TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA, ou seja, quem concorre para um crime , deve responder por este crime. Vale dizer, crime único, vários agentes. Vide item 25 da Exposição Motivos P. Geral do CP. (fundado no Direito Italiano), embora haja exceções como mencionamos na teoria pluralista.
Fato punível
É o que nos diz o artigo 31 do C. Penal, haja vista que se não houver início de execução dde um crime não há que se falar em concurso de agentes.
DA AUTORIA
Para o estudo sobre autoria, como acontece em outros momentos no estudo do Dir Penal – Parte Geral, teremos que nos debruçar sobre algumas teorias, o que mais adiante facilitará o entendimento acerca da matéria. Portanto, sejamos pacientes e perseverantes.
A par de outras construções doutrinárias, parte da renomada doutrina define autoria com base em três teorias, as quais buscam estudar o conceito de autor, a saber: Teoria restritiva, extensiva e do domínio final do fato.
Vejamos: 
Para a teoria extensiva, (teoria subjetiva) o conceito de autor considera todos os que concorrem para o crime como autores, sendo irrelevante o grau de importância da conduta para a verificação do delito, Não se distingue, portanto, a figura dos autores e dos partícipes. 
A teoria restritiva (objetivo-formal) conceitua autor como aquele que realiza o verbo descrito no tipo; como o verbo descreve uma ação, será autor aquele que realizar a conduta incriminada. Se alguém concorrer para o crime sem realizar o verbo-núcleo do tipo, não pode ser autor, mas será partícipe. Se desdobra em objetivo-material, distingue autor do partícipe pela maior contribuição do primeiro na causação do resultado.
A teoria do domínio final do fato (objetivo-subjetiva) dispõe que será autor aquele que tiver o domínio final do fato. Como toda a ação é dirigida a uma finalidade (Hans Welzel, lembram ??) será autor aquele que dirige o acontecer causal para a consecução de uma finalidade. 
Majoritariamente, a teoria adotada por nós é a teoria do domínio do fato (Damásio, Fernando Galvão, Greco, Luís Régis Prado), em razão de falhas apontadas nas demais. Exemplo: T. extensiva – matador dde aluguel e T. restritiva - autoria mediata. Mas tal teoria se aplica aos crimes dolosos, uma vez que nos crimes culposos, por exemplo, será autor todo aquele que contribui para a produção de um resultado típico. 
Para nós então, autor é quem realiza a conduta típica ou tenha o domínio do fato. Co-autor aquele que realiza parcialmente a conduta típica, ou, ainda que não o faça, tenha o domínio funcional do fato.
Divisão de tarefas – todo co-autor (que também é autor) deve possuir o co-domínio do fato. 
Autor imediato – aquele que pratica o fato punível pessoalmente. Pode ser autor executor (pratica a ação típica) e autor intelectual (sem realizá-la, domina-a totalmente).
Autor mediato ou indireto – aquele que possui o domínio do fato e vale-se de terceiro como instrumento p a prática do crime (menor, doente mental, coação moral e obediência hierárquica, indução a erro, etc... ).
Autoria colateral ou acessória – NÃO INTEGRA O CONCURSO DE AGENTES – quando há um evento típico, mas de maneira independente, sem atuarem com acordo de vontade – não há vínculo psicológico entre os agentes. Ex. A e B atiramem C sem que um saiba da intenção do outro.
Lembremse que com relação aos crimes plurissubjetivos, (concurso necessário), não há que se falar em concurso de agentes. 
Autor por convicção e autor de escritório – definições trazidas por Rogério Greco em sua obra mais recente, mas pouco difundida ainda na doutrina.
Concurso de pessoas e crimes culposos – se não há vontade (o resultado não foi querido), não haverá concurso, salvo na instigação ou cumplicidade psíquica. Ex. A incita B a dirigir em alta velocidade, sem obedecer o dever objetivo de cuidado. Vejam outro exemplo: dois homens resolvem jogar um objeto do 10º andar de um prédio, vindo a causar ferimentos em alguém. Só p ilustrar - Discussão já superada: seria o pai co-autor do um crime de trânsito (lesão/morte) do filho menor que pega o carro sem a sua autorização, mas cuja chave foi deixada em lugar de fácil acesso ??? Vejam a decisão do STJ: “A co-autoria, tanto em crimes dolosos ou culposos, depende da existência de um nexo causal físico ou psicológico ligando os agentes do delito ao resultado. Não é admissível, por tal fato, a co-autoria em delito culposo de automóvel onde figura como menor inimputável. A negligência do pai, quando existente, poderia dar causa à direção perigosa atribuída ao menor, jamais à causa do evento”. 
Concurso de pessoas e delitos omissivos – dever de atuar é pessoal, individual, ou seja, cada qual transgride seu particular dever ou obrigação. 
Participação
Participação é a contribuição, sem realização direta de qualquer ato do procedimento típico – para um fato típico que está sob o domínio final de outra pessoa.
É conduta acessória daquele que quer contribuir para a realização de um fato típico DOMINADO por outra pessoa. Tem que haver o dolo, vontade de colaborar com o fato típico. 
Exemplo: Joaquim, prestes a embarcar para o Brasil, pede a Maria, sua conhecida, para entregar um pacote a um conhecido no Brasil. Ela colabora e o faz, mas na alfândega se descobre que era cocaína. Sob o aspecto causal, Joaquim transportou a droga o que faria com que ele fosse partícipe, mas não tendo conhecimento algum, não responderá pelo crime nem como partícipe.
A participação pode ser material ou moral (Damásio). Induzimento, instigação, ajuste são exemplos de participação moral. 
Se houver poder de decisão, não será partícipe e sim autor. A simples conivência, a rigor, não configura participação, pois deve haver vontade de colaborar, SALVO SE HOUVESSE O DEVER JURÍDICO DE AGIR PARA IMPEDIR O RESULTADO (art. 13 § 2º do CP). 
Participação de menor importância 
É o que está estabelecido no § 1º do art. 29 do CP. A pena será reduzida de 1/6 a 1/3. Ex. Aquele que informou sobre a ausência dos donos da casa para que outro entre e subtraia é partícipe. Se ele deixar as portas destrancadas, é mais importante a participação e se desliga o sistema de alarma, mais ainda. 
Cooperação dolosamente diversa – Às vezes, um dos concorrentes deseja realizar um tipo leal de crime em concurso com outro que, não obstante isso, realiza um tipo mais grave. § 2º do artigo 29 do C. Penal – Exemplo: João deseja participar de um delito de furto a ser executado por José em casa onde os moradores estariam viajando. José , ao entrar na casa, se depara com alguém que precisou voltar INESPERADAMENTE e acaba matando-o. Logo, João responderá por crime menos grave, enquanto José responderá por latrocínio. Se previsível, a pena será de furto, AUMENTADA até a metade.
Circunstâncias incomunicáveis – Circunstâncias são dados objetivos (materialidade do fato, meio, modo, tempo) ou subjetivos (motivação) acessórios que integram os tipos, com o fim de aumentar ou diminuir a pena. Ex. § 2º do art. 121 do CP, as quais se diferem das elementares. Vejam o que diz o artigo 30 do C. Penal. 
Se entrar na esfera de previsibilidade de cada um as elementares se comunicam. Ex. peculato (312 CP). E quanto ao infanticídio ??? (vide lição de Damásio...se fosse homicídio privilegiado, não se comunicaria....)
Caso de impunibilidade da participação – artigo 31 do C. Penal, mas se as hipóteses integrarem a estrutura de outros tipos, será crime autônomo. Ex. 227,228 e 248 do C. Penal. 
OBSERVAÇÃO: Caso alguém incite a prática de fatos ou a pessoas indeterminadas não será caso de participação, mas de incitação ao crime (art. 268 do CP).

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