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concurso de crimes (material, formal e continuado)

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CONCURSO DE CRIMES (Artigos 69, 70 e 71 do C. Penal). – Fev/2015
Conceito: Ocorrência de dois ou mais delitos, por meio da prática de uma ou mais ações. (Capez) 
Segundo alguns autores, quando há várias condenações contra o mesmo agente em processos distintos, em épocas diferentes, será caso de unificação de penas e não concurso de crimes, pois para que haja concurso tem que existir uma relação de conexão entre os fatos. 
Se unidade processual (conexão) – juiz da causa
Se não houver conexão (processos distintos) – juiz da execução – art. 66, III, a da LEP.
Já para outros (p.ex.: Capez), não importa se os fatos ocorreram na mesma ocasião ou em dias diferentes, sendo este o posicionamento majoritário.
Concurso material (ou REAL) 
O concurso material pressupõe MAIS DE UMA AÇÃO OU OMISSÃO E PLURALIDADE DE FATOS CRIMINOSOS. Ex. Pedro mata José, depois comete lesões corporais em Alfredo e, por último, realiza o crime de calúnia contra Maria. Logo, três fatos, três crimes, três penas. 
Consequência: aplicação cumulativa das penas privativas de liberdade em que haja incorrido, daí denominarmos de CÚMULO MATERIAL. 
Ex: A invade a casa de B para roubar, mas além da subtração estupra a mulher residente na casa. Roubo e estupro. Aplica-se a pena de cada crime isoladamente para em seguida cumulá-las. 
Mas atenção: A extinção da punibilidade (ex. Prescrição) será calculada com base na pena de cada crime
Já no concurso formal ou crime continuado, haverá outro cálculo, denominado EXASPERAÇÃO DA PENA (aplica-se a pena do crime mais grave, aumentada de certo percentual).
Concurso Material Homogêneo e Heterogêneo
Existe a diferença em decorrência do termo “idênticos ou não” contido no artigo 69 do C. Penal. Vale dizer, se crimes idênticos (mesmo com variantes), estaremos diante do concurso homogêneo e quando for crimes diferentes , concurso heterogêneo. 
Concurso Formal (IDEAL) de Crimes
Artigo 70 do C. Penal. - É considerado uma “ficção jurídica” por questões de política criminal, no sentido de beneficiar os agentes que, com conduta ÚNICA, viessem a produzir mais de um crime. Fato único – dois ou mais crimes.
Difere-se do concurso real (material) em razão de existir aqui apenas UMA CONDUTA, ocasionando mais de um crime, também idênticos ou não. 
Podem ser: 	Perfeitos (próprios) – art. 70 caput 1ª parte 
		Imperfeitos (impróprios) – art. 70 caput – 2ª parte 
*** (Vai variar de acordo com o elemento SUBJETIVO do agente, sendo certo que será concurso formal IMPERFEITO quando houver desígnios autônomos. GRECO – ex. Judeus – nazistas – será usado o cúmulo material. 
Requisitos: 	uma só ação ou omissão;
		prática de dois ou mais delitos.
Espécies: 	Homogêneo – crime previsto na mesma figura típica. Ex: mesmo disparo 		com morte de duas pessoas;
		Heterogêneo – crimes definidos em normas penais diversas. Ex.: agente 			mata um, vindo a lesionar outrem.
Se homogêneo, o juiz aplica uma das penas (iguais) aumentando-a nos termos da lei 1/6 até a ½; 
Se heterogêneo, o juiz aplica a pena mais grave, aumentando em seguida. 
ATENÇÃO: a variação do aumento será feito com base no no número de infrações penais cometidas pelo agente. 
Concurso material benéfico – Caso a operação do concurso formal seja prejudicial ao acusado comparado com o cálculo do concurso material, este último é que deverá ser utilizado. 
NÃO SE ESQUEÇAM: Primeiro as penas devem ser individualizadas, sob pena de nulidade. 
Concurso Formal 
Ex. atropelamento de várias pessoas em ponto ônibus.
Concurso formal – uma só conduta – várias crimes. 
Art. 70 – 1ª parte – concurso formal perfeito – 1 conduta, 2 ou mais crimes = pena mais grave, aumentada de 1/6 até ½.
Art. 70 - - parte final – concurso formal imperfeito – resultante de desígnios autônomos . Neste caso, usa-se o critério de cúmulo material e não exasperação da pena.
Concurso formal perfeito 		– aplica-se aos crimes dolosos e culposos.
Concurso formal imperfeito 		– só dolosos, pois se exige desígnios autônomos – uma 				 conduta dirigida a mais de uma finalidade.
Crime continuado 
Criação jurídica, como o concurso formal, objetivando penas menos severas. 
Aplica-se uma das penas, se idênticas ou aplica-se a mais grave, se diversas, com aumento de 1/6 a 2/3. Ressalte-se que a pena pode ser aumentada em quantidade superior a do concurso formal perfeito (1/6 até a ½). 
Requisitos: 
mais de uma conduta;
mais de um crime;
sejam da mesma espécie;
nexo de continuidade (uniformidade – circunstância de natureza objetiva).
Por crimes da “mesma espécie”, podemos afirmar que há uma divergência doutrinária. 
Damásio, Nelson Hungria, Frederico Marques, entre outros, sustentam que tem que ser o mesmo tipo penal. Esta é a posição predominante.
Para outros (Basileu Garcia, Fragoso, Delmanto), seriam aqueles crimes que violam o mesmo bem jurídico tutelado (ex. Furto, roubo, estelionato, etc). 
Os críticos da doutrina majoritária – citam como exemplo o caso da balconista – apropriação indébita – várias vezes e um furto – não seria caso de continuidade delitiva ??
Tempo - Nexo continuidade (periodicidade- máximo 1 mês – parâmetro, mas não é regra geral, vai depender da fundamentação do juiz. Pressupõe vários delitos com certa regularidade – (persistência) – Não confundir com o criminoso profissional. 
Lugar – mesma Comarca , sendo aceito também região. Ex. Golpe do bilhete premiado na grande São Paulo (cidades próximas). 
Maneira de execução – mesmo “modus operandi” desenvolvido pelo agente. Ex.: agente que age sozinho, no mesmo horário, usa sempre os mesmos instrumentos, etc ...
ATENÇÃO: pode acontecer de um caso possuir o mesmo tempo e lugar, mas não sendo caso de continuidade delitiva. Ex. Furto noturno residência – com arrombamento – só agente é diferente de furto – praticado durante o dia – em concurso com dois agentes – em estabelecimento comercial – destreza. Neste exemplo, o modus operandi é diferente.
Nós adotamos a teoria objetiva – não abrangendo dados subjetivos. Damásio é contra, mas não podemos fazer interpretação extensiva p prejudicar o réu. Ex.: antecedentes, ausência unidade de desígnios. Vide Exposição de Motivos do DP – PG. 
Crime continuado – trata-se de uma sucessão circunstancial de crimes, encontrando diferença com o criminoso profissional em que há uma sucessão planejada de crimes, sendo este último, o modus vivendi do agente. (STF/STJ). Mas atenção, não confundir com o crime habitual, onde cada ato é elemento do tipo. 
Espécies :
Crime continuado simples – artigo 71 caput do C. Penal;
Crime continuado qualificado ou específico – art. 71 par. único do C. Penal. 
Cria-se aqui uma situação sui generis – Ex. Roubo mesma vítima – aumento de 1/6 a 2/3, mas se vítimas diferentes, pode-se aumentar até o triplo.
Com a reforma da parte geral do CP de 1984, admite-se o reconhecimento da continuidade delitiva com relação a bens personalíssimos – caiu a Súmula 605 do STF. 
PREZADOS ALUNOS: Não se esqueçam que nos casos de concurso, há necessidade de individualizar as penas de cada crime para não acarretar em nulidade, situação que será melhor avaliada na Aplicação da Pena, oportunamente. 
ABERRATIO ICTUS (erro na execução – art. 73 do C. Penal) e ABERRATIO CRIMINIS (resultado diverso do pretendido – art. 74 do C. Penal) - Iremos estudar na Te. Erro

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