Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologia do SISTEMA NERVOSO I. Mecanismos Gerais Características fisiológicas dos neurônios EXCITABILIDADE: CAPACIDADE DE GERAR E ALTERAR A DIFERENÇA DE POTENCIAL ELÉTRICO ATRAVÉS DA MEMBRANA E CONDUTIBILIDADE Cargas elétricas ÍONS Características fisiológicas dos neurônios • A membrana plasmática possui a capacidade de selecionar os tipos de substâncias que entram e saem da célula, bloqueando alguns (como proteínas) e deixando passar outras (como íons) – é portanto uma membrana semipermeável. • Esta seletividade da membrana determina diferentes concentrações de substâncias entre os meios intra e extracelular (MIC e MEC). Este gradiente (=diferença) de concentração de substâncias iônicas (substâncias dotadas de carga elétrica) determina também um gradiente elétrico entre os dois lados da membrana. • Devido a esta distribuição desigual de íons entre os dois lados da membrana, o neurônio - em repouso – possui seu interior ligeiramente mais negativo do que o exterior. Esta diferença elétrica é chamada de diferença de potencial (DDP) ou simplesmente voltagem elétrica entre os lados da membrana, pois é medida em volts. • Assim, é fácil entender que o neurônio, quando em repouso (potencial de repouso), está no estado polarizado (com dois polos elétricos definidos). Canais e bombas iônicas • As principais estruturas de transporte de membrana que contribuem para formar este potencial elétrico são os canais iônicos e as bombas iônicas. • Canais iônicos (ou canais de vazamento) → proteínas integrais que possuem uma luz (túnel), por onde trafegam íons em mão dupla, de dentro para fora da célula e vice-versa. Por possuir carga elétrica, os íons não conseguiriam passar pela membrana se não existissem os canais. • Quando os canais são controlados pelo campo elétrico, são denominados canais dependentes de voltagem, pois sua abertura depende do potencial de membrana. Os canais iônicos permitem que íons específicos se movimentem pela membrana plasmática ao longo dos seus gradientes eletroquímicos. Canais e bombas iônicas Canais e bombas iônicas Se alteram entre as posições aberta/ fechada Respondem a mudanças no Potencial de Membrana. Bomba de sódio-potássio (Bomba Na + K + ATPase) Na+ mais concentrado no MEC. K+ mais concentrado no MIC. Distribuição dos íons (mmol/l) A diferença de íons entre o MEC e o MIC estabelece um desequilíbrio elétrico: DIFERENÇA DE POTENCIAL DA MEMBRANA EM REPOUSO. Potenciais de membrana O potencial de REPOUSO o neurônio está em repouso, polarizado, não transmitindo o impulso nervoso. Canais de Na+ estão fechados O potencial GRADUADO sinal elétrico que percorre distâncias variáveis e perde a força à medida que percorre a célula. O potencial de ação é uma despolarização rápida e uniformes que movimentam-se ao longo de grandes distâncias através do neurônio sem perda de força. Potenciais de membrana Potencial de repouso e Potencial de Ação • Potencial de repouso (PR) o neurônio está em repouso, polarizado, não transmitindo o impulso nervoso. Canais de Na+ estão fechados. • Potencial de ação (PA) o neurônio inicia o processo de transmissão do impulso nervoso. • Três fases sequenciais do PA: 2 Polarização Invertida 3 Repolarização 1 Despolarização Fases do PA 1 – Despolarização • Dependendo da intensidade do estímulo recebido, a membrana do neurônio pode despolarizar. • Neste caso, abrem-se os canais de Na+ voltagem-dependentes que, por difusão, tendem a entrar na célula. Como são positivos, vão anulando (despolarizando) as cargas negativas no MIC, tornando gradativamente o interior da célula menos negativo com relação ao meio externo. • Para fins didáticos, a fase de despolarização acaba quando as cargas elétricas entre os lados interno e externo da membrana acusa zero (DDP = 0V). • Despolarização propaga-se como uma onda despolarizante que percorre o axônio do neurônio (é o próprio impulso nervoso). Fases do PA 2 – Polarização invertida • Continuação do processo anterior, ou seja, a abertura dos canais de Na+ voltagem dependentes. • A continuada entrada de íons Na+ para o interior inverte a polaridade entre os meios interno e externo da célula (polarização invertida): o interior da célula fica ligeiramente mais positivo que o exterior. Fases do PA 3 – Repolarização • Abrem-se os canais de K+ (não-dependentes de voltagem, lentos) e ativam-se as bombas Na+K+ATPase, que expulsam ativamente Na+ e promovem o influxo de K+, reestabelecendo o estado de polarização original – retorna-se ao PR, com o interior da célula mais negativo que o exterior. • O processo de formação do PA dura apenas alguns milissegundos e o impulso formado propaga-se para a célula seguinte com rapidez. • OBS: Hiperpolarização as células pós- sinápticas das chamadas sinapses inibitórias apresentam canais de Cl- (cloro) ligante-dependentes. Quando esses canais são ativados por um neurotransmissor, ocorre um influxo de Cl- (negativo) para o MIC, tornando o DDP da membrana pós- sináptica ainda maior (hiperpolarização). Assim há uma probabilidade menor de geração de um potencial de ação pela célula pós-sináptica. Fases do PA Impulso nervoso (onda despolarizante) Iniciação dos Potenciais de Ação - Um ciclo vicioso de feedback positivo abre os canais de sódio Variação do potencial de membrana: de -90 m V zero; Canais de Na+ voltagem- dependentes começam a se abrir; Rápido influxo de íons Na+ Após o aumento crescente potencial de membrana fechamento dos canais Na+; Abertura dos canais de K+; Repolarização PA no gráfico DOENÇA AUTO-IMUNE- INFLAMAÇÃO- DESTRUIÇÃO DA BAINHA DE MIELINA REDUÇÃO NA VELOCIDADE DE CONDUÇÃO DO IMPULSO NERVOSO AFETA SISTEMAS SENSORIAS, MOTORES, COGNITIVOS PRODUZINDO VÁRIOS SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS. Velocidade da propagação Velocidade da propagação Condução do impulso nervoso • Percurso do impulso nervoso: dendrito corpo celular axônio • Para que o neurônio inicie um PA, o estímulo recebido por ele deve atingir o potencial limiar excitatório • “Princípio do Tudo ou Nada” estímulo limiar despolarização estímulo sublimiar não induz despolarização, mas é cumulativo (somação) • Condução através do axônio condução contínua fibras amielínicas, mais lenta (percorre toda a extensão do axônio) condução saltatória fibras mielínicas, muito mais rápida (despolarização ocorre apenas nos nódulos de Ranvier) Sinapses • Regiões onde um neurônio se comunica com outra célula: um outro neurônio, células musculares ou células epiteliais glandulares. • Classificação: 1. Quanto à forma de condução do estímulo Sinapses elétricas (maioria) Mais rápidas, retardo nulo, não pode ser bloqueada Propagação direta do PA da célula pré para a pós- sináptica, através de junções comunicantes (“gap junctions”) Condução bidirecional do sinal Sinapses químicas Mais lentas, maior período de retardo, podem ser bloqueadas Liberação de mediadores químicos (neurotransmissores) na fenda sináptica Condução unidirecional do sinal 2. Quanto à ordem transmitida Sinapses excitatórias Estimulam a formação de um novo PA na célula pós-sináptica Ocorre despolarização da membrana pós- sináptica Sinapses inibitórias (GABA, glicina) Impedem a formação de um novo PA na célula pós-sináptica Promovem hiperpolarização da membrana pós- sináptica (não ocorre despolarização da membrana pós-sináptica) Sinapses químicas Sinapses químicas Transmissão do estímulo pela sinapse química Neurotransmissores (NT) e ReceptoresReceptores Pós-sinápticos Ação dos receptores Vias neurais Respostas das células pós-sinápticas- potencial excitatório Respostas das células pós-sinápticas- potencial inibitório Inibição pré e pós-sináptica A quantidade de neurotransmissor liberado é dependente da frequência dos PA Frequência de potencias Canais de ca abertos Mais ca disponível Mais NT Frequência de potencias Esgotamento das vesículas Somação espacial Somação temporal Características especiais na transmissão sináptica -Efeito da acidose ou da alcalose na transmissão sináptica -Alcalose: aumenta a excitabilidade neuronal (pode provocar convulsões epilépticas) -Acidose: Deprime a atividade neuronal (pode provocar estado comatoso) -Efeito das drogas sobre a transmissão sináptica -Aumentam a excitabilidade: cafeína, teofilina, teobromina -Diminuem a excitabilidade: anestésicos (aumentam o limiar para excitação neuronal) Neurotransmissores Acetilcolina ; Norepinefrina; Epinefrina ; Ácido glutâmico; Substância P; Encefalinas e endorfinas Acetilcolina, Ácido gama-aminobutírico (GABA); Glicina; Dopamina (Doença de Parkinson- S. Negra); Serotonina (depressão) Excitatórios: Inibitórios: • Endorfinas e encefalinas: bloqueiam a dor, agindo naturalmente no corpo como analgésicos. Sinapses elétricas Dúvidas??
Compartilhar