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Materiais de Construção I Profa. M.Sc. Maria Letícia C. L. Beinichis Curso – Engenharia Civil Unidade 1 – Materiais de Construção Civil 01.01 – Principais materiais 01.02 – Condições de seleção dos materiais 01.03 - Normalização Conteúdo Programático Campo de aplicação Materiais de construção é a denominação genérica dos diversos produtos utilizados na construção civil. São todos os corpos, objetos ou substâncias que são usados em qualquer obra de engenharia, quer sejam aplicados isoladamente ou em conjunto com outros materiais, e capazes de cumprir os requisitos técnicos, estéticos e funcionais propostos em projeto. É na disciplina Materiais de Construção que se aprende sobre as qualidades, os defeitos e as possibilidades de cada material. Uma vez conhecidas, o projetista e construtor poderão escolher aqueles que melhor se encaixem em suas necessidades, estabelecendo dessa forma padrões de qualidade a serem seguidos. Campo de aplicação Campo de aplicação A disciplina de Materiais de Construção permite ao aluno: Estudar as propriedades dos materiais, identificando sua aplicabilidade na construção civil; Avaliar a qualidade dos materiais e componentes utilizados nas edificações, a partir do conhecimento de suas propriedades; Aprender a utilizar as normas técnicas específicas de materiais, buscando nestas as informações necessárias para a correta especificação do produto; Exercitar em laboratório específico, ensaios e procedimentos que auxiliam na determinação das características dos componentes e materiais utilizados em uma construção. Campo de aplicação Para construir é preciso conhecer! E para conhecer é preciso identificar as propriedades físicas, químicas e mecânicas dos materiais. Essa lógica existe desde os primórdios... Os primeiros materiais eram os dispostos pela natureza – pedra, madeira, barro e metais, estes em pequena escala, assim como os couros e fibras vegetais. Habitação era pré-histórica Passou-se então a estudar as propriedades dos materiais, em função da necessidade de maior resistência, durabilidade e melhor aparência. Desses estudos aperfeiçoaram-se os produtos e desenvolveram-se novas soluções construtivas. Construção em Steel Frame Campo de aplicação Porém, se por um lado houve gigantesca evolução na qualidade e no processo de produção dos materiais de construção, impulsionada também em grande parte pelo crescimento da Indústria da Construção Civil, a sociedade passou a conviver com o ônus desse crescimento : O desperdício, A geração de resíduos sólidos, O entulho; A poluição e degradação ambiental. Campo de aplicação Condições de seleção A escolha de um material deve satisfazer à alguns objetivos básicos: Qualidade do material adequada à necessidade do usuário; Durabilidade da edificação ou obra – obrigatoriedade da NBR 15.575 Desempenho das Edificações; Custo adequado ao construtor e ao usuário. Condições de seleção Para escolher os materiais a utilizar em uma edificação deve-se: Ter claro o propósito de uso da construção, ou seja, seu público-alvo, a função que esta construção desempenhará e os critérios de desempenho esperados; Definir os aspectos econômicos que norteiam o projeto; Avaliar os impactos ambientais gerados pelo uso do material; Avaliar a logística do processo construtivo – a disponibilidade do produto e facilidade no manuseio e aplicação do material. Condições de seleção Quesitos para tomada de decisão: Considerações Dimensionais Considerações de Formas Considerações de Peso Considerações de Resistência Mecânica Resistência ao desgaste Facilidade de fabricação ou obtenção Requisitos de durabilidade Número de unidades Disponibilidade Custo Especificação e códigos Viabilidade de reciclagem/valor da sucata Normalização Tipo de carregamento Condições de seleção Para a tomada de decisão leva-se em consideração: Critérios técnicos – formas padronizadas, dimensões, propriedades físicas, químicas e mecânicas, resistência ao intemperismo e ao meio, resistência mecânica e moldabilidade para se obter resistência, trabalhabilidade, durabilidade e higiene. Critérios econômicos – valor aquisitivo do material (preço em função da qualidade e da quantidade), custo de aplicação e equipamentos necessários, custo de conservação (materiais, mão de obra e equipamentos) e a durabilidade da obra. Critérios estéticos – acabamento proporcionado pelo material, colorido, textura, forma. Condições de seleção Uma vez escolhido, o passo seguinte é a correta especificação dos materiais. Para tanto tem-se: Ao especificar é necessário que o projetista seja o mais exato possível, definindo todos os elementos que possam variar de procedência; Procurar sempre citar os dados técnicos do material desejado. Mesmo que eles pareçam evidentes ao projetista, podem não ser para o construtor, assim como este poderá vir a aproveitar-se de uma omissão para agir de má fé. Convém não nomear somente o material, mas também a classificação, o tipo, a dimensão desejada e, eventualmente, a marca (procedência). Condições de seleção Procurar não esquecer nenhum material. A experiência demonstra que o projetista esquece, geralmente, os materiais de menor custo ou volume, e é justamente em relação a eles que surgem as maiores dúvidas de interpretação. É sempre conveniente rever os catálogos dos materiais que estão sendo especificados, para estar atualizado quanto a pormenores de diferenciação. Organizar um guia para especificações, a fim de não esquecer detalhes, como rodapés, ferragens, etc. Condições de seleção Classificação dos Materiais de Construção Quanto à origem ou obtenção Naturais – encontrados na natureza e não exigem tratamentos especiais para sua utilização. Exemplos: areias, pedras, etc. Condições de seleção Classificação dos Materiais de Construção Quanto à origem ou obtenção Artificiais – obtidos por processos industriais Exemplos: tijolos, telhas, etc. Condições de seleção Classificação dos Materiais de Construção Quanto à origem ou obtenção Combinados – são materiais que resultam da combinação de materiais naturais e artificiais. Exemplos: concretos, argamassas, etc. Condições de seleção Classificação dos Materiais de Construção 2. Quanto à função Vedação – são materiais que não tem função de suporte de cargas. Exemplos: vidro, tijolos cerâmicos, blocos de concreto. Proteção – são materiais que sua aplicação se destina a proteger outros materiais ou sistemas propriamente ditos. Exemplos: tintas, vernizes, etc. Estrutural – materiais que suportam cargas e resistem aos esforços atuantes na estrutura. Exemplo: bloco cerâmico estrutural, bloco de concreto estrutural, aço, madeira, etc. Condições de seleção Classificação dos Materiais de Construção 3. Quanto à composição Básicos ou simples – são produzidos individualmente e aplicados de forma unitária. Exemplo: telhas e tijolos. Produzidos ou compostos – agregam mais de material para sua constituição e aplicação. Exemplos: concretos e argamassas. 4. Quanto à estrutura interna Lamelar – argila; Fibrosa – telhas fibrocimento, madeira; Vítrea – vidros Cristalina - metais Normalização Hammurabi, rei da Babilônia em 1.800 AC escreveu a seguinte lei sobre a responsabilidade do contrutor: “ Se uma construção cair causando a morte de seu proprietário ou de seu filho, qualquer que seja o caso, o construtor ou seu filho deverão ser mortos. Se o escravo do proprietário morrer, a ele o construtor deve dar um outro escravo de mesmo valor. Se os bens forem destruídos, estes devem ser restituídos e as partes da casa devem ser reconstituídas às custos do construtor” Normalização As normas são elaboradas com o objetivo de regulamentar a qualidade, classificação, produção e o emprego dos diversos materiais. Normaliza-se para controlar! No Brasil a entidade responsável pela normalização é a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. É uma sociedade civil sem fins lucrativos, com sede no Rio de Janeiro. O Conmetro é o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Cada país possui sua entidade reguladora: Estados Unidos: ASTM – American Society for Testing Materiais Alemanha: DIN – Deutsche Normenausschuss Inglaterra: BST – British Standards Instituition Normalização Normalização é o processo de formulação e aplicação de regras para o tratamento ordenado de uma atividades industrial, comercial ou social específica. Sua elaboração pressupõe utilização de resultados consolidados com base na ciência, técnica e experiência. Conforme a ABNT, as normas são documentos estabelecidos por consenso e aprovados por um organismo reconhecido, que fornece para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características de atividades , produtos ou seus resultados, visando à obtenção do um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. Normalização Importância Econômica Normalização Importância Social Normalização Importância Técnica Normalização Normalização Tipos de normas: Normas: Dão as diretivas para cálculos e métodos de execução de obras e serviços, assim como as condições mínimas de segurança; Especificações: Estabelecem as prescrições para os materiais; Métodos de Ensaio: Estabelecem os processos para a formação e o exame de amostras; Padronizações: Estabelecem as dimensões para os materiais ou produtos; Terminologias: Regularizam a nomenclatura técnica; Simbologia: Para convenções de desenho; Classificações: Para ordenar e dividir conjuntos de elementos. A indicação NBR (Norma Brasileira) se aplica a qualquer dos tipos acima. Normalização Normalização Pela Lei 4.150 de 21 de novembro de 1962 a obediência às NBRs é obrigatória para todos os serviços executados, dirigidos ou fiscalizados por repartições públicas brasileiras ou órgãos paraestatais, bem como em todos os serviços subvencionados ou feitos sob o regime de convênio com órgãos governamentais. O Código de Defesa do Consumidor – CDC, também estabelece a obrigatoriedade quanto ao respeito às NBRs, não apenas em obras públicas, mas de ordem geral. Quando se descumpre uma norma assume-se de imediato um risco. E à todo risco está embutido um possível resultado lesivo ao usuário da edificação, ao construtor ou ao meio ambiente, assim como a consequente penalização por esse resultado lesivo.
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