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2017 1 C3 PSICOTERAPIA PSICANÁLISE

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS
PROFª.: IRACEMA SESTER
PSICOTERAPIAS BASEADAS NA TEORIA PSICANALÍTICA
PSICANÁLISE 
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
TERMO
O termo "psicanálise", literalmente, significa dividir a mente em seus elementos constitutivos e nos seus processos dinâmicos. 
NA PRÁTICA, ELE É UTILIZADO COM, PELO MENOS, TRÊS SIGNIFICADOS DIFERENTES:
1º significado: Um conjunto de teorias psicológicas sobre o funcionamento mental, sobre a formação da personalidade e de aspectos do caráter, tanto aqueles considerados normais como os psicopatológicos (sexualidade infantil, inconsciente dinâmico, conflito psíquico, mecanismos de defesa e formação dos sintomas são alguns dos conceitos-chave);
2º significado: Um método ou procedimento de investigação dos conteúdos mentais, especialmente os inconscientes (livre associação, análise dos sonhos, análise da transferência);
3º significado: Um método psicoterápico que se propõe a efetuar modificações no caráter (ou em aspectos focais do caráter) por meio da obtenção de insight mediante a análise sistemática das defesas, na chamada neurose de transferência.
HISTÓRIA
A psicanálise teve seu início nas experiências de Breuer e Freud que, ao tratar pacientes com sintomas conversivos por meio de hipnose, observaram o desaparecimento dos sintomas durante o transe hipnótico. 
Eles propuseram, como hipótese explicativa, que o afastamento de impulsos inaceitáveis da consciência, por meio da repressão, era o responsável pelo seu caráter patogênico, e o fato de trazê-los à consciência fazia com que perdessem tal característica e desaparecessem. 
Freud desenvolveu outras formas de acessar os conteúdos mentais inconscientes: a livre associação, também chamada de regra fundamental da psicanálise, a interpretação dos sonhos e a análise da transferência, até hoje utilizadas para tal fim.
No campo teórico, as idéias iniciais de Freud tiveram inúmeros desdobramentos, destacando-se a chamada psicologia do ego, liderada por Anna Freud; a teoria das relações de objeto, liderada por Melanie Klein; a psicologia do self; desenvolvida por Heins Kohut; a teoria do apego, de Bowlby e Bion; o processo de separação e individuação, de Margareth Mahler, entre outras (Gabbard, 2005).
De acordo com a psicologia do ego, o mundo intrapsíquico é caracterizado por conflitos entre três instâncias: o ego, o id e o superego. 
O conflito se manifesta pela ansiedade que, por sua vez, mobiliza os mecanismos de defesa do ego. 
Os sintomas representam soluções de compromisso entre a expressão plena dos impulsos (ou sentimentos) e sua repressão ou manejo pelos mecanismos de defesa e moldam o caráter da pessoa. 
A análise das defesas que surgem como resistência ao tratamento é o foco da psicoterapia à luz da psicologia do ego (Gabbard, 2005).
A teoria das relações de objeto parte do princípio de que as relações são internalizadas muito precocemente, a partir dos primeiros meses de vida, e envolvem as representações do self do objeto e dos afetos que ligam essas representações. 
Dissociação e projeção são os mecanismos de defesa mais utilizados nessa fase primitiva do desenvolvimento (Gabbard, 2005).
KOHUT
Psicologia do self, os pacientes narcisistas, em vez de conflitos, teriam déficits de uma relação empática com a mãe, o que os deixaria muito vulneráveis em questões de auto-estima. 
Em sua formação, o self começaria sob a forma de núcleos fragmentados que adquiririam coesão como conseqüência de respostas empáticas dos pais (Gabbard, 2005).
Além desses, outros teóricos fizeram importantes contribuições para a teoria psicanalítica, como Bion, Winnicott, Margaret Mahler, entre outros.
Dependendo da orientação teórica à qual é afiliado o analista, pode ser dada uma ênfase maior ou menor a cada um desses enfoques.
TÉCNICA DA PSICANÁLISE
Na psicanálise, o analista adota uma atitude neutra, sentando-se às costas do paciente, não havendo, portanto, um contato visual direto. 
O paciente orientado a expressar livremente e sem censura seus pensamentos, sentimentos, fantasias, sonhos, imagens, assim como as associações que lhe ocorrem, sem prejulgar sua relevância ou significado (regra fundamental da livre associação). 
O terapeuta senta atrás do divã, mantendo uma atitude de curiosidade e de ouvinte atento.
De tempos em tempos, interrompe as associações do paciente, fazendo-o observar determinadas conexões entre fatos de sua vida mental (interpretação), particularmente emoções ou fantasias relacionadas com a pessoa do terapeuta (transferência), que passam despercebidas, e refletir sobre o seu significado subjacente (inconsciente).
Em virtude da neutralidade, da repetição freqüente das sessões e do divã, se estabelece uma regressão e uma relação transferencial por parte do paciente, que passa a deslocar para a pessoa do terapeuta pensamentos e sentimentos voltados, originariamente, para pessoas importantes do seu passado, repetindo padrões primitivos de relacionamento. 
Dessa forma, o passado se torna presente, na chamada neurose de transferência. 
Por intermédio das interpretações, centradas na análise e na resolução da referida neurose transferencial, o paciente poderá obter insight sobre tais padrões primitivos e desadaptados de relações interpessoais, compreender a origem de traços patológicos de seu caráter, reviver emoções perturbadoras associadas a figuras do passado (pai, mãe, irmãos), modificá-las e livrar-se dos sintomas.
Um princípio básico da psicanálise é a elaboração. 
A interpretação repetitiva, a observação, a confrontação e a verbalização permitirão ao paciente elaborar seus conflitos, isto é, adquirir domínio sobre conflitos internos e sobre emoções avassaladoras a eles associadas.
O terapeuta é neutro na medida em que evita fazer julgamentos sobre os pensamentos, desejos e sentimentos do paciente, procurando compreendê-los. 
E abstinente na medida em que evita gratificar os desejos transferenciais do paciente, de que se comporte como pessoas do seu passado. 
Não revela detalhes de sua vida pessoal ou de sua família. 
A proposição tradicional de que o terapeuta deveria ser uma tela em branco evolui para a proposição atual, segundo a qual ele deve ser natural e espontâneo, facilitando a relação terapêutica, e não frio, distante e silencioso (Gabbard, 2003; Person; Cooper; Gabbard, 2007).
A psicanálise utiliza habitualmente quatro sessões por semana, podendo variar para três ou até cinco sessões semanais, que duram de 45 a 50 minutos. 
As sessões ocorrem sempre em horários preestabelecidos, podendo o tratamento durar vários anos.

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