Buscar

Roteiro 5 Contratos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTRATOS- PARTE GERAL 
Roteiro n°5 
 
Professora: Laura Dutra de Abreu 
5° Período Direito 
 
1.2.2- A FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS- APLICAÇÃO DA TESE DO DIÁLOGO DAS 
FONTES NCC E CDC 
 
***OBS: TRECHOS ABAIXO EXTRAÍDOS DO TEXTO: OS CONTRATOS E O CDC- VIDE: 
http://jus.uol.com.br/revista/texto/705/os-contratos-e-o-codigo-de-defesa-do-consumidor 
 
“Desde os primórdios da sociabilidade humana, os indivíduos estabelecem relações 
entre si a fim de atender suas necessidades de consumo. Inicialmente, através do sistema de 
trocas, de onde surgiu a idéia de paridade na atividade contratual, após, os negócios 
impulsionados pelo surgimento da moeda, de forma que se consolidou o mercado de consumo, 
evoluindo e acompanhando as necessidades sociais, principalmente no que tange a sua 
regulamentação. (...) 
(...) As relações de consumo, tal como qualquer fenômeno social, impuseram a 
necessidade de regulamentação jurídica e, por terem se manifestado de modo mais incisivo 
quando do apogeu do liberalismo, ocasião em que se tinha por paradigma a liberdade dos 
indivíduos quando do estabelecimento de relações de cunho negocial, passaram a ser regidas 
pelas idéias contratuais então em desenvolvimento, a saber, alicerçadas num ideal de 
autonomia da vontade e obrigatoriedade do vínculo, advindo da clássica teoria dos contratos, 
cuja origem, como já apontado, remonta ao direito canônico (...) 
 (...) No entanto as relações de consumo passaram a ser alvo de um novo enfoque, este 
voltado para a percepção das particularidades atinentes a essa seara da contratação, 
consistentes, principalmente, no desequilíbrio natural existente entre as partes contratantes, 
deflagradores de um pólo hipossuficiente em detrimento de um hipersuficiente. (...) 
(...)Passou-se a questionar o que vem a ser realmente o livre consentimento perfazedor 
do vínculo contratual válido, se apenas a manifestação de vontade ou se a manifestação de 
vontade livre de qualquer espécie de coação ou pressão. A conscientização acerca da 
desigualdade entre as partes da relação de consumo – consumidor e fornecedor – desloca o 
ponto de enfoque para o questionamento acerca da abrangência dos princípios da autonomia 
da vontade e da obrigatoriedade. As partes continuam sendo livres para pactuarem o que lhes 
aprouver, o contrato não perde o seu caráter de obrigatório; apenas a ordem pública se exalta 
com a finalidade de assegurar eficácia a atividade contratual.(...) 
(...)Em busca do equilíbrio, a lei limita a autonomia da vontade, sendo suplantada a 
hegemonia desta em função do interesse social. Permanecem os conceitos tradicionais, 
todavia normas imperativas regulam as relações regidas pelo Código de Defesa do 
Consumidor. Contratar continua sendo um ato de autonomia privada, todavia realizado 
conforme disposições legais, as quais passam a impor uma atuação racional, medida, refletida, 
tendo em vista a posição do outro pólo da relação contratual(...)” 
 
> Notem a incidência não mais da autonomia da vontade, mas, sim, autonomia privada. 
> Mitigação da força obrigatória do contrato “pacta sunt servanda” e a proteção da 
parte vulnerável na relação contratual. 
> Vide artigos 39 e 51 do CDC- mitigam o “Pacta Sunt Servanda”, tendo relação direta 
com a Função Social dos Contratos. 
> Segundo Cláudia Lima Marques : “O CDC inova consideravelmente o espírito do 
direito das obrigações, e relativo á máxima “pacta sunt servanda”. A nova Lei vai reduzir o 
espaço antes reservado para a autonomia da vontade proibindo que se pactuem determinadas 
cláusulas, vai impor normas imperativas, que visam proteger o consumidor, reequilibrando o 
contrato, garantindo as legítimas expectativas que depositou no vínculo contratual”. 
> Vide Súmula 302 do STJ- exemplo de eficácia interna da função social dos contratos. 
> Princípio da Conservação dos Contratos- artigo 51, § 2°, CDC- A nulidade de uma 
cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar 
dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. 
> Dentro do NCC, como por exemplo, em seu artigo 108, podemos vislumbrar a 
concepção do princípio da função social dos contratos e amparo á parte vulnerável da relação, 
quando traduz os direitos do comprador que não tem dinheiro para pagar uma escritura pública. 
> Outro artigo dentro do NCC com esse mesmo enfoque, seria o artigo 157. O contrato 
observado o vício da lesão é anulável ou passível de revisão judicial. ( artigo 177, II e 157,§ 2 
NCC, respectivamente). 
> Salienta-se aqui que a Revisão Judicial deve ser sempre priorizada, visando a 
observância do Princípio da Conservação dos Contratos, que, aliás, está intimamente ligado á 
Função Social. 
> Enunciado 149 do CJF/ STJ- 149 – Art. 157: Em atenção ao princípio da conservação 
dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial 
do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a 
seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002. 
> Enunciado 291 CJF/STJ-Art. 157. Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do 
Código Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, 
deduzindo, desde logo, pretensão com vista à revisão judicial do negócio por meio da redução 
do proveito do lesionador ou do complemento do preço. 
 > Deve-se observar que confome já dito pelo Enunciado n 22 da I Jornada de Direito 
Civil: 22 - Art. 421: a função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, 
constitui cláusula geral que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas 
úteis e justas. 
 > Podemos vislumbrar a função social do contrato também incutida no artigo 187 do 
NCC. Essa responsabilidade recorrente de abuso de direito, é objetiva, ou seja, independe de 
culpa. 
 > Outro artigo com essa observância ao Princípio da Função Social dos Contratos, seria 
o 413 do NCC. 
 > Vide Enunciados 355 e 356 do CJF/STJ: 
 355 – Art. 413. Não podem as partes renunciar à possibilidade de redução da cláusula 
penal se ocorrer qualquer das hipóteses previstas no art. 413 do Código Civil, por se tratar de 
preceito de ordem pública. 
 
356 – Art. 413. Nas hipóteses previstas no art. 413 do Código Civil, o juiz deverá reduzir 
a cláusula penal de ofício. 
 
 > Artigo 423 do NCC e 47 do CDC 
 
1.3- Princípio da Força Obrigatória do Contrato (PACTA SUNT SERVANDA) 
 
 > Decorre do Princípio da Autonomia Privada 
> Segundo Orlando Gomes, “o princípio da força obrigatória consubstancia-se na regra 
de que o contrato é lei entre as partes. Celebrado que seja, com a observância de todos os 
pressupostos e requisitos necessários à sua validade, deve ser executado pelas partes como 
se suas cláusulas fossem preceitos legais imperativos” 
> Vide artigos 389, 390 e 391 do NCC: 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros 
e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em 
que executou o ato de que se devia abster. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. 
 > Segundo Stolze e Pamplona, sem o reconhecimento da obrigatoriedade dos 
contratos, a palavra dos homens careceria de força jurídica, em franco prejuízo à segurança 
das relações negociais. 
 > Já existia previsão deste Princípio do Direito Romano, no qual deveria prevalecer o 
“Pacta Sunt Servanda” 
 >No entanto, este princípio não pode ser considerado absoluto em sua essência! 
Segundo Tartuce, NA VERDADE, ELE CONFIGURA EXCEÇÃO Á REGRA GERAL DA 
SOCIALIDADE, QUE É SECUNDÁRIA Á FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. 
 > Note-se que nãodevemos falar em extinção deste Princípio no momento. Ele ainda 
deve ser observado, por mais que a sua tendência deva ser de extinguir e ser representado 
pelo Princípio da Conservação do Contrato ou da própria Boa- Fé Objetiva. 
 >Por fim, note-se que a Função Social dos Contratos, a Boa-fé Objetiva e até mesmo a 
Teoria da Imprevisão,mitigam a Teoria da Força Obrigatória dos Contratos. 
 
Questão Concurso- Defensor Público Federal 2007- Julgue e analise o ítem que se segue: 
 O postulado da função social do contrato, consectário lógico dos princípios 
constitucionais da solidariedade e da justiça social, constituí uma cláusula geral a impor a 
revisão do princípio da relatividade dos efeitos dos contratos em relação a terceiros e de sua 
força obrigatória

Outros materiais