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CONTRATOS- PARTE GERAL Roteiro n°8 Professora: Laura Dutra de Abreu 5° Período Direito 1- CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 1.1- Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas: a) Unilateral b) Bilateral ( Sinalagmático) c) Plurilateral > Unilateral: Segundo Álvaro Villaça de Azevedo, note-se que, se o contrato se forma com vontades, em posição de cada lado da relação jurídica negocial, poderia parecer incongruente a referência ao contrato unilateral. Essa classificação estudada, o encara sob o aspecto das obrigações dos contrantes, nele assumidas, sob o ângulo dos efeitos que dele fluem. Daí, dizer que nos contratos unilaterais, somente uma das partes tem obrigação( exemplo: mútuo). No entanto, alguns contratos como a doação, apresentam em alguns casos, embora sua natureza unilateral, bilateralidade de obrigações. É o que chamamos de doação modal ou com encargo- modalidade de doação onerosa, por trazer um ônus ao donatário. É chamada de contrato unilateral imperfeito. Para Stolze e Pamplona, apenas um dos contratantes assume deveres em face do outro. Não existe a figura da contraprestação. Por exemplo: doação pura e simples, mútuo (empréstimo de bem fungível para consumo), comodato ( empéstimo de bem infungível para uso). Apesar da presença de duas vontades, para Tartuce, apenas uma delas será devedora, não havendo contra-prestação. > Bilateral: Stolze asservera que os contratantes são simultânea e reciprocamente credores e devedores uns dos outros, produzindo o negócio de direitos e deveres para AMBOS. É também denominado de sinalagmático, pela presença do sinalagma, que é proporcionalidade das prestações, eis que as partes têm direitos e deveres entre si. Um exemplo típico, é o contrato de compra e venda, onde o vendedor tem o dever de entregar a coisa e o direito de receber o preço; e o comprador tem o dever de pagar o preço e o direito de receber a coisa. “Exceptio Non Adimpleti Contractus”- O contratante que não cumpre a sua obrigação não pode exigir o cumprimento da do outro. Este poderá defender-se ante esse inadimplemento contratual arguindo a exceção do contrato não cumprido. Senão vejamos: Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. Exemplo: Uma empreiteira que tenha descumprido sua obrigação de bem construir, mostrando seu serviço defeituoso. Poderá o proprietário desta obra, ao recebê—la, suspender o pagamento do saldo devedor, relativo á remuneração do serviço, por não ter sido cumprida convenientemente a obrigação. A ambas as partes, portanto, atribuem-se obrigações. Nesta relação obrigacional, tais contratantes, devem-se mutuamente, cada qual é devedor e credor do outro, ao mesmo tempo. > Plurilateral: Envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção. Por exemplo, temos o seguro de vida em grupo e o consórcio. *******OBS: Não confundir tal classificação com a classificação do negócio jurídico em unilateral, bilateral e plurilateral. Isso, porque, todo contrato é NEGÓCIO JURÍDICO, PELO MENOS, BILATERAL. *****Negócios jurídicos unilaterais e contratos ou negócios jurídicos bilaterais O Código Civil contém uma regulamentação geral do negócio jurídico, abrangendo assim as duas modalidades. O critério classificativo é o do número e modo de articulação das declarações integradoras do negócio. Nos negócios unilaterais, há uma declaração de vontade ou várias declarações, mas paralelas formando um só grupo. Nos contratos ou negócios bilaterais, há duas ou mais declarações de vontade, de conteúdo oposto, mas convergentes, ajustando-se na sua comum pretensão de reduzir resultado jurídico unitário, embora com um significado para cada parte. 1.2- Quanto ao sacrifício patrimonial das partes: a) Onerosos b) Gratuitos >Onerosos: Segundo Tartuce, são aqueles que trazem vantagens para ambos os contratantes, pois ambos sofrem o mencionado sacrifício patrimonial (Idéia de proveito alcançado). Ambas as partes assumem deveres obrigacionais, havendo um direito subjetivo de exigí-lo. Exemplo: contrato de compra e venda, locação, etc. Portanto, a compensação de vantagens, existe. O benefício recebido, auferido por uma das partes contratantes, leva que a outra parte obtenha também uma vantagem. Gratuitos: A sua tônica, é a liberalidade. Acorde com Álvaro Villaça, nele, somente uma das partes contratantes obtém vantagem. Ex: doação pura e simples. Também denominado de Benéfico. Portanto, segundo Tartuce, são aqueles em que só uma das partes obtém um proveito, podendo este, por vezes, ser obtido por terceira pessoa, quando há espitulação neste sentido, como na doação pura e simples. Obs 1: Ver artigo 114 do NCC: Interpretação restritiva e também artigo 392 NCC. Obs 2: Em regra, os contratos onerosos são bilaterais, ao passo que os gratuitos são unilaterais. Porém existem execções. Por exemplo: contrato de mútuo de dinheiro, sujeito a juros (Mútuo feneratício), em que além da obrigação de restituir a quantia emprestada ( contrato unilateral), devem ser pagos os juros ( contarato oneroso) Obs 2: Questão da Onerosidade Excessiva. Teoria da Imprevisão. Rebus Sic Stantibus. Boa- Fé Objetiva e Função Social do Contrato. ( ver artigo 478 e ss) 3- Quanto ao momento do aperfeiçoamento do Contrato a) Consensuais b) Reais >Consensuais: São os que se consideram formados pela simples proposta e aceitação, ou seja, são concretizados com a simples declaração de vontade, classe em que se enquadra a quase totalidade das avenças. Exemplo: compra e venda, locação, doação, etc. >Reais: são os que só se formam com a entrega efetiva da coisa (Traditio Rei), de um contratante para o outro. Exemplo: comodato, mútuo, depósito, etc.. Para MHD, “ antes da entrega efetiva da coisa, ter-se-á mera promessa de contratar e não um contrato perfeito e acabado”. Segundo Orlando Gomes, os contratos reais são geralmente, unilaterais, porque a entrega da coisa essencial para a sua formação, não significa um começo de execução. Se não houver a entrega da coisa numa avença nesse tipo, existirá, quando muito, um pré- contrato inominado”. > FORMAIS OU SOLENES: Ainda quanto á esta classificação, alguns autores, dentre eles, Álvaro Villaça de Azevedo, o conceitua como solene ou formal, ou seja, aqueles que dependem de certas formalidades especiais para o seu cumprimento. No entanto, o veremos adiante. OBS 1- Não se pode confundir o aperfeiçoamento do contrato (plano de validade), com o seu cumprimento ( plano de eficácia). Quanto á tradição, é melhor dizer que está, em regra, no plano de eficácia. Por vezes, pode-se encontrar no plano de validade, que é o caso da entrega da coisa nos contratos reais. 4- Quanto aos riscos que envolvem a prestação a) Comutativo ( Pré- estimado) b) Aleatório Comutativo: Existe a equivalência de prestações, ou seja, as partes contratantes, segundo Azevedo, logo ao nascer do contrato, sabem o que vão ganhar e o que vão perder, têm a previsibilidade dos seus interesses contratuais. Neste tipo de contrato, nã haverá, com isso, o fator de risco em relação as prestações, que serão certas e determinadas. Em regra, a compra e venda é um contrato comutativo, bem como a locação. Aleatório: A álea estápresente, a sorte está lançada no contrato. Nele, a prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da celebração do negócio jurídico, pelo fato de depender da sorte, que é um fator desconhecido. Ver artigos 458 a 461 do NCC De um lado alguns negócios são aleatórios devido à sua própria natureza (exemplo: casos de contratos de seguro- artigo 757 e ss; e de jogo e aposta – artigo 814 a 817 do NCC). De outro, o contrato é aleatório em virtude da existência de um elemento acidental, que torna a coisa incerta quanto a sua existência ou quantidade. Por exemplo: compra e venda de uma colheita futura. Artigo 458: Contrato Aleatório Emptio Spei ( venda de esperança na compra e venda)- safra de café, resultado de uma pesca- A safra e o resultado da pesca podem ser altamente compensadores, ou não, como podem inexistir. Neste caso, o risco pode ser total. Vale lembrar aqui também da relação das empresas exploradoras de petróleo e a Petrobrás. Artigo 459: Contrato Aleatório Emptio Rei Speratae ( venda da esperança com coisa esperada na compra e venda)- O risco é parcial. Pelo menos deve existir a coisa, no futuro, que foi objeto do contrato. Ex: Colheita não pode ser 30% inferior da colheita feita anteriormente. Parque de diversão- presentes. ( urso, chaveiro, etc). Artigo 460: Alienação de Coisa Existente Sujeita a Risco. Artigo 461: Anulabilidade pela presença de Dolo Essencial ( ver artigo 178, II, do NCC) Importante salientar que nos contratos aleatórios, em regra, não é possível rever judicialmente o mesmo, seja pela ocorrência de uma imprevisibilidade ou em virtude de simples onerosidade excessiva, visto que o risco, em tais casos, é da essência do negócio jurídico. Não confundir contrato condicional com contrato aleatório. O primeiro, a condição é aposta pelas partes como seu elemento acidental; nos contratos aleatórios a incerteza é seu elemento estrutural, conforme assevera Venosa. Para Stolze, no contrato aleatório, a incerteza ocorre em relação ás vantagens procuradas pela parte. No contrato condicional, a eficácia da avença dependerá da ocorrência de um evento futuro e incerto. Ex: competidor ganhar ou não uma corrida de rua. 5 – Quanto à previsão legal a) Típico b) Atípico Típico: São aqueles regulados por lei Atípico: Não têm previsão legal ( ver artigo 425, NCC)- Ex: contratos eletrônicos, em geral, celebrados pela via digital- contrato de guarda e cuidados de um animal., etc. Obs 1: Diferenciação entre contratos nominados e inominados e contratos típicos e atípicos. Parte da doutrina aponta que contratos atípicos, seria sinônimo de contratos inominados e contratos típicos seria sinônimo de contratos nominados. Obs 2 : Para outros, as expressões contratos nominados e inominados, devem ser utilizadas apenas quando a figura negocial constar ou não em lei. Ao passo que as expressões contratos típicos e atípicos servem para apontar se o contrato tem ou não um tratamento legal mínimo. Senão vejamos: ver artigo 1º, parágrafo único, alínea “a”, II, Lei 8.245/91- Lei de Locação. Perceba que o contrato de garagem é nominado, pois seu nome consta em lei. Entretanto, como não há uma previsão legal mínima, trata-se de um contrato atípico. Portanto ele é nominado e atípico. Nas palavras da Professora Giselda Maria Hironaka,em palestra proferida no 5º Seminário de Estudos sobre o Novo Código Civil, promovido pela Escola Judicial Des. Edésio Fernandes e pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, em Uberlândia, em 23 de agosto de 2002, e no 2º Ciclo de Palestras sobre o novo Código Civil, promovido pelo Centro de Estudos da Procuradoria Geral do Estado (SP), em 20 de março de 2003. “Nesse passo, levanto pedido de licença para registrar, desde logo, a inconveniência e o desacerto de se prosseguir, doutrinaria e dogmaticamente, com aquela posição que sempre deu, como sinônimas as expressões inominado e atípico. Sob nenhuma hipótese desconsidero tal crítica, eis que a atipicidade de um contrato não se traduz pelo fato de ter ele, ou não, um nomem juris, mas sim pelo fato de não estar devidamente regulamentado em lei. Reconhece-se com freqüência cada vez mais acentuada que contratos há que têm nome e nem por isso são nominados-típicos já que, para que assim fossem considerados, estariam a exigir a presença de um regramento legislativo específico. Fico com a melhor e dominante doutrina para admitir que é preferível se referir, nestes casos, a contratos típicos e a contratos atípicos, em lugar de nominados e inominados. Assim, é contrato típico aquele que a lei regulamenta, estabelecendo regras específicas de tratamento e lhe concedendo um nomem juris. Aliás, penso que a denominação decorre da regulamentação, e não vice-versa, como poderia parecer se o adjetivo preferido fosse nominado. A seu turno, portanto, contrato atípico é aquele não disciplinado pelo ordenamento jurídico, embora lícito, pelo fato de restar sujeito às normas gerais do contrato e pelo fato de não contrariar a lei, nem os bons costumes, nem os princípios gerais de direito. Pouco importa se tem ou não um nome, porque este não é a característica da sua essência conceitual; seu traço característico próprio é o fato de não estar sujeito a uma disciplina própria. »Ver classificação de Álvaro Villaça Azevedo, quanto aos contratos atípicos: 1- Típicos---Com regulamt. ppria. Contratos 2- Atípicos--- Sem regulamt. ppria Contratos Atípicos: 2.1 Singulares: Figura totalmente nova 2.2 Mistos: a) Contrato típico + elemento típico= garagem b) Contrato Atípico + elemento atípico= nova garantia pela internet c) Contrato Típico+ elemento atípico= venda pela internet. 6- Quanto a negociação do Conteúdo: a) Contrato de Adesão b) Contrato Paritário Contrato Paritário: No tipo tradicional de contrato, as partes discutem ampla e livremente suas cláusulas, aceitando-as ou não. É, portanto, o contrato em que as disposições contratuais são amplamente discutidas entre as partes, há um amplo debate sobre as cláusulas do contrato; ambas as partes atuam na formação do contrato. Adesão: Existe, outra categoria contratual, em que não ocorre tal liberdade, devido à preponderância de um dos contratantes, que, por assim dizer, impõe ao outro sua vontade. Compreende essa categoria os chamados Contratos de Adesão. São também chamados de contratos estandardizados, vindo da expresão standard. Para Orlando Gomes, seria o negócio Jurídico no qual a participação de um dos sujeitos sucede pela aceitação em bloco de uma série de cláusulas formuladas antecipadamente, de modo geral e abstrato, pela outra parte, para constituir conteúdo normativo e obrigacional de futuras relações concretas. Ou seja, apresenta-se com cláusulas predispostas por uma das partes. Ver artigos 423 e 424 do NCC e artigo 54 da lei 8078/90. Contrato tipo: Para Venosa, neste contrato, as cláusulas, mesmo que predipostas, decorrem da vontade paritária de ambas as partes. Nos contratos de adesão as cláusulas são dirigidas a um número indeterminado e desconhecido a priore, de pessoas. Nos contratos tipo, o âmbito dos contratantes é identificável. Se a elaboração das cláusulas for unilateral, estaremos diante de um contrato de adesão. Contrato Coletivo: Perfaz-se pelo acordo de vontade entre duas pessoas jurídicas de direito privado. exemplo: associações e sindicatos Contrato Coativo: exemplo concessionárias de serviço publico de fornecimento de água, luz, esgoto e de outro lado o usuário. É um contrato imposto. Contrato Dirigido ou Regulamentado:Nese tipo de contrato, o Estado impõe determinada orientação, estabelecendo cláusulas ou as proibindo, e delimitando o âmbito da vontade privada. Exemplo: legislação bancária, tabelamento de preços, etc.... »»»»»»Diferença entre Contrato de Consumo e Contrato de Adesão: O contrato de consumo é retirado da análise dos artigos 2º e 3º da Lei 8078/90. Ora, é portanto, um contrato em que alguém, um profissional, fornece um produto ou presta um serviço a um destinatário final, denominado consumidor, mediante remuneração direta ou vantagens indiretas. O contrato de adesão é aquele em que as cláusulas contratuais são pré- dispostas por uma das partes, de forma plena ou restrita, restanto à outra, a opção de aceitá-las ou não. Ou seja, a construção do contrato de adesão leva em forma a contratação e não as partes envolvidas, ao contrário do contrato de consumo. Nem todo contrato de consumo é de adesão e nem todo contrato de adesão é de consumo. Exemplo 1: pessoa que vai a uma loja para comprar um sofá, barganhando o preço e impondo, até mesmo, a data da entrega. Neste caso, seria um contrato de consumo, porém partitário, pq a pessoa discutiu amplamente os termos do contrato. Portanto, se aplicará toda legislação consumeirista, com exceção do que consta do seu artigo 54. Exemplo 2: Franquia do Subway- o franqueado recebe toda a estrutura do franqueador, que cede, inclusive, o direito de utilização da marca. Por não ser o franqueado um consumidor, pois irá repassar os seus produtos e serviços para outros, esses sim, destinatários finais, esse seria um exemplo de contrato de adesão, mas não de consumo. Ver Enunciado 171 do Conselho de Justiça Federal: O contrato de adesão, mencionado nos arts. 423 e 424 do novo Código Civil, não se confunde com o contrato de consumo. No entanto, existem doutrinadores que apontam não a interpretação finalista do CDC, mas , sim a interpretação maximalista do mesmo. Neste sentido Alinne Arquette Leite Novaes, em sua obra a Teoria Contratual e o Código de Defesa do Consumidor. Na interpretação finalista, somente será consumidor aquele que for destinatário fático e econômico do bem de consumo. Na interpretação maximalista, amplia-se o conceito de consumidor e de contratos de consumo. Processo REsp 716877 / SP RECURSO ESPECIAL 2005/0004852-3 Relator(a) Ministro ARI PARGENDLER (1104) Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 22/03/2007 Data da Publicação/Fonte DJ 23.04.2007 p. 257 Ementa CIVIL. RELAÇÃO DE CONSUMO. DESTINATÁRIO FINAL. A expressão destinatário final, de que trata o art. 2º, caput, do Código de Defesa do Consumidor abrange quem adquire mercadorias para fins não econômicos, e também aqueles que, destinando-os a fins econômicos, enfrentam o mercado de consumo em condições de vulnerabilidade; espécie em que caminhoneiro reclama a proteção do Código de Defesa do Consumidor porque o veículo adquirido, utilizado para prestar serviços que lhe possibilitariam sua mantença e a da família, apresentou defeitos de fabricação. Recurso especial não conhecido 7- Quanto à presença de formalidades: a) Formal b) Informal Formal: Exigem uma forma para sua celebração. Para alguns autores contratos formais são sinônimos de contratos solenes. No entanto, outra parte da doutrina, aceita que solenidade significa a necessidade de ato público (escritura pública), enquanto formalidade é a exigência de qualquer forma apontada pela lei, como, por exemplo, a forma escrita. Ou seja, a forma seria o gênero, enquanto solenidade é espécie. Informal: Admite forma livre para sua celebração. ( exemplo artigo 656 do NCC) Ver artigo 107 e 108 do NCC. Para Venosa, contrato solene “ entre nós é aquele que exige escritura pública. Outros contratos exigem forma escrita, os que os torna formais, mas não solenes. No contrato solene, a ausência de forma, tona-o nulo, e a relação jurídica gerará efeitos entre as partes, quando se trata de preterição da formalidade em contrato não solene”. 8- Quanto à independência do Contrato: a) Principal b) Acessório Principal: Existem por si só, não existindo qualquer relação de dependência em relação a outro pacto. Acessório: A validade depende de outro negócio, ou seja, do contrato principal. Exemplo: contrato de fiança que depende de um contrato de locação, por exemplo. Este contrato não pode tomar proporções maiores do que o contrato principal. Diante do princípio da gravitação jurídica (segundo o qual, o acessório, segue o principal), temos: - A extinção do principal provoca a extinção do acessório; - A nulidade do principal provoca a nulidade do acessório; - A prescrição do principal provoca a prescrição do acessório. No entanto: a nulidade do contrato acessório, não gera nulidade do contrato principal; a anulabilidade do contrato acessório, não gera anulabilidade do contrato principal; > Ver artigo 184 do NCC. Contratos Coligados: São aqueles que, embora distintos, estão ligados por uma cláusula acessória implícita ou explícita. Exemplo: compra um automóvel e arrenda a garagem, ou seja, fica o arrendamento subordinado a essa compra; compra-se uma casa na praia e se não for para lá transferido, aluga-a para veraneio...) Ou seja, mantem-se a individualidade dos contratos, mas as vicissitudes de um podem influir sobre o outro, segundo Carlos Roberto Gonçalves. ACÓRDÃO, Processo: 2002/0013090-6, Superior Tribunal de Justiça, de 12 de Março de 2003 CONFLITO DE COMPETÊNCIA. Clube esportivo. Jogador de futebol. Contrato de trabalho. Contrato de imagem. Celebrados contratos coligados, para prestação de serviço como atleta e para uso da imagem, o contrato principal é o de trabalho, portanto, a demanda surgida entre as partes deve ser resolvida na Justiça do Trabalho. Conflito conhecido e declarada a competência da Justiça Trabalhista. 9- Quanto ao momento do cumprimento: a) Instantâneo ( Imediato) b) Execução Diferida c) Execução Continuada ( Trato Sucessivo) Instantâneo: Têm o aperfeiçoamento e cumprimento de imediato. Por exemplo: compra e venda a vista. Execução Diferida: Têm o cumprimento previsto de uma só vez no futuro. Por exemplo, compra e venda pactuada com cheque pré-datado Execução Continuada: Têm o cumprimento de forma sucessiva ou periódica no tempo. Por exemplo: Compra e venda com boleto, com periodicidade mensal, ou trimestral.... Ver artigo 317 do NCC e 6º , V do CDC= não se aplicam aos contratos instantâneos 10- Quanto à Pessoalidade: a) Pessoal ( Intuito Personae) b) Impessoal Pessoal: A pessoa do contratante é um elemento determinante de sua conclusão- Exemplo: contrato de fiança ( ver artigo 836 do NCC) Impessoal: A pessoa do contratante não é juridicamente relevante para a conclusão do negócio. 11- Quanto às pessoas envolvidas: Classificação dada por Roberto Senise Lisboa, em sua obra Manual de Direito Civil. a) Contrato Individual b) Contrato Individual Plúrimo c) Contrato Individual Homogêneo d) Contrato Coletivo Individual: Conta com apenas um sujeito em cada pólo da relação jurídica. Individual Plúrimo: Conta com mais de um sujeito em um ou em ambos os pólos da relação jurídica. Individual Homogêno: Realizado por uma entidade, com autorização legal, para representar os interesses de pessoas determinadas, cujos direitos são predeterminados ou preestabelecidos, havendo uma relevância social. Coletivo: Possuí, ao menos, em um dos pólos uma entidade autorizada pela lei para a defesa de interesses de um grupo,classe ou categoria de pessoas vinculadas por uma relação jurídica-base. 12- Autocontrato: Na verdade, não se constituí um contrato consigo mesmo, propriamente, mas sim um contrato em que um dos sujeitos é representado por outro com poderes para celebrar contratos e que, em vez de pactuá-lo com outro, estipula consigo próprio. Ver artigo 117 do NCC Exercício: Magistratura do Estado de São Paulo- 2006- 2 fase- Dissertação: Plano de saúde. Contratos que o estabelecem. Sua natureza e elementos característicos. Atos normativos que regulam as relações entre os contratantes. Coberturas obrigatórias e exclusões permitidas pela lei. Regras a serem obedecidas nas cláusulas restritivas e na interpretação dos contratos.
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