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Direito do Trabalho CRP Direito do Trabalho CRP Conteúdo que será abordado no primeiro semestre/2016: •Unidade I – Introdução ao Direito do Trabalho •Unidade II – Contrato de Trabalho •Unidade III - Remuneração •Unidade IV – Segurança e Medicina do Trabalho •Unidade V – Proteção ao Trabalho da Mulher •Unidade VI – Proteção ao Trabalho do Menor O conteúdo deste arquivo representa um roteiro de estudo, com abordagem em sala de aula e me hipótese alguma esgota a matéria. Além deste material o aluno deverá utilizar o conteúdo do arquivo em PDF também encaminhado na área do aluno. O aluno também deve estudar por meio dos livros indicados na bibliografia básica. As provas serão elaboradas com fundamento no conteúdo abordado em sala, nos roteiros encaminhados e nos livros indicados. UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 1. Bases Conceituais “conjunto de princípios, normas e instituições, aplicáveis à relação de trabalho e situações equiparáveis, tendo em vista a melhoria da condição social do trabalhador, através de medidas protetoras e da modificação das estruturas sociais” Octavio Bueno Magano CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Direito do Trabalho Finalidade: normatizar as regras inerentes às relações de trabalho. Objetivo: assegurar às partes segurança jurídica, prevendo deveres e obrigações para ambos de forma a permitir sustentabilidade e justiça na contratação estabelecida. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO O Direito do Trabalho possui uma divisão natural. Direito Individual do Trabalho e Direito Coletivo do Trabalho, o primeiro regula a disciplina em face das “pessoas e matérias envolvidas”, enquanto o segundo cuida diretamente da disciplina sob o aspecto das regras e normas, “considerada sua ação coletiva”, estabelecidas de maneira autônoma ou com a participação de entidades profissionais e econômicas, tais como os sindicatos vinculados às categorias profissionais e empresariais. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Natureza Jurídica Quanto à sua natureza, vamos adotar aqui a tendência majoritária que nos apresenta cinco correntes relativas ao Direito do Trabalho. CRP Direito Público Direito Privado Direito Social Direito Misto Direito Unitário o Estado determina as regras mínimas do contrato, é intervencionista e considera nulo qualquer ato que vise desvirtuar a aplicação da legislação do trabalho (art. 9º da CLT). Vale igualmente lembrar que o Direito do Trabalho tem como objetivo social, o de proteger os hipossuficientes e suas normas tratam de direitos indisponíveis. o Direito do Trabalho decorre de um contrato firmado entre particulares, razão, portanto de sua natureza privada, não obstante seja regulamentado por leis, ou seja, com condições mínimas legais. O fato do Direito do Trabalho amparar os hipossuficientes, em razão de sua característica protetiva e social, levou o mestre Cesarino Junior a defender a corrente de que não seria nem público nem privado, entretanto neste aspecto é importante destacar que todo direito tem seu objetivo social, notadamente aqueles com maior destaque para as minori Esta corrente está fundamentada na tese de que suas normas coexistem sem divergência, pois há um contrato mínimo previsto em lei, porém existe também a intervenção do Estado com a legislação protetiva, indisponibilidade de direitos e interesse pela harmonia entre as classes, desta forma defende a tese da natureza mista, ou seja, público e privado. Arnaldo Sussekind e Evaristo de Moraes Filho,fundamentados em correntes alemãs, destacavam que haveria uma fusão entre as normas do direito público e do direito privado, destacavam que a diferença estaria no fato de que a teoria do direito misto é que haveria uma coexistência entre as normas, enquanto na teoria unitária haveria uma fusão das normas, ou seja, enquanto na primeira haveria a convivência simultânea das normas, na segunda teríamos a união das normas. UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 2. Bases Históricas Em decorrência do cenário que se desenhou com a Revolução Industrial, marcado com a crescente e incontrolável exploração no trabalho, o Direito do Trabalho surgiu como reação da classe trabalhadora no século XIX, contra a exploração ilimitada do trabalho humano. Sem amparo no Direito Civil que com suas regras privadas de mercado não atendiam os anseios dos trabalhadores explorados e oprimidos diante de um mercado de trabalho em efervescência, em decorrência da recém-chegada de máquinas a vapor, de teares, de energia elétrica e obviamente da consequente revolução industrial, os trabalhadores careciam de regras protetivas. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO um ofício ou profissão, ficou em segundo plano com a mecanização e, qualquer pessoa estaria em condições de exercer atividades laborativas com remunerações ínfimas e sem qualquer poder de negociação, principalmente porque a oferta tornou-se superior à demanda. Desta forma o trabalhador ficava em posição de desvantagem em qualquer negociação, o que o levava a aceitar condições desumanas e degradantes de trabalho. Crianças e mulheres também eram submetidas a condições insalubres e/ou perigosas, em jornadas exorbitantes sem descansos e com salários ínfimos. Este quadro emergenciava um sistema legislativo protecionista, intervencionista, com o Estado adotando seu paternalismo e intervencionismo, visando assim coibir, “impedir a exploração do homem pelo homem de forma vil” (BONFIM, Vólia. Direito do Trabalho. 9ª. Ed. São Paulo. Método, 2014.p.12). CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO • visa proteger o trabalhador e reger o contrato mínimo de trabalho, protegendo o trabalhador de cláusulas abusivas, garantido-lhe um mínimo. Tutelar • em razão de sua necessidade de realizar valores, de injetar capital no mercado e democratizar o acesso às riquezas, de abalar a economia do país. Econômico • visa harmonizar os naturais conflitos entre capital e trabalho. Coordenadora • toda medida estatal coletiva atinge a população e tem interesse público. Política • visa à melhoria social do trabalhador, da sociedade como um todo Social CRP Em razão de tal necessidade surge o Direito do Trabalho com função tutelar, econômica, política, coordenadora e social, cuja definição doutrinária de Vólia Bonfim destacamos abaixo: UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Histórico Mundial CRP - Trabalho subordinado Trabalho sempre exercido pelo homem, que na antiguidade trabalhava para alimentar-se, defender- se, abrigar-se e para fins de construção de instrumentos. O início das lutas pelo poder veio com a formação de tribos e, aqueles derrotados eram explorados, mortos e em alguns casos comidos, outros se tornavam escravos para a execução das atividades mais penosas, surgindo assim o trabalho subordinado em favor de terceiro. - Locação do trabalho Século XXI a.C até o XIX, o trabalho foi regido pelo Código deHammurabi no século XIX a.C na Babilônia, que tratava de questões relativas às condições de prestação de trabalho livre, inclusive contrapartida financeira, vislumbrando assim uma forma de arrendamento do trabalho. Posteriormente no Direito Romano “nasceu o arrendamento da coisa = locatio conducto rei: a) locatio conducto operis, e b) locatio conducto operarum” (BONFIM, Vólia. Direito do Trabalho. 9ª. Ed. São Paulo. Método, 2014.p.13). Ainda segundo Vólia Bonfim, surge paralelamente “como forma de trabalho autônomo dos artesãos e artífices na antiguidade”, sendo que grande parte do Direito do Trabalho contemporâneo foi inspirado nas antigas regras da locatio operarum. - Servidão – Séculos I a XI Com a proteção militar e política oferecida pelos senhores feudais, os servos trabalhavam nas terras de seus senhores, entregando parte de sua produção, exatamente em permuta por tal proteção. UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP - Mita espanhola No século XIV na América espanhola surgiu o trabalho obrigatório por sorteio, através do qual o “contemplado” era compelido ao trabalho vitalício, em troca de uma contraprestação por seu serviço. Nesta modalidade o trabalhador também recebia algumas garantias: UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO - Corporações de artes e ofícios – Séculos XII a XVI Corporações compostas por três categorias, mestre, companheiro e aprendiz. Nessas corporações o aprendiz devia obediência ao mestre (especialista no ofício) e, ao final de seu aprendizado, cuja duração era de aproximadamente cinco anos se tornava companheiro (oficial), o que ocorria apenas após uma prova paga pelo próprio aprendiz. As corporações de ofício acumulavam os “poderes estatais”: - legislativo – ditavam os estatutos e estabeleciam as condições de trabalho - executivo – exercido pelos chefes - judicial – tinham poderes para sancionar as faltas dos agremiados. Jornadas eram extrapoladas de forma absurda, chegando em alguns casos ultrapassar 18 horas, não obstante a média estivesse entre 12 e 14 horas. Exploração do trabalho da mulher e da criança era uma característica, assim como a submissão a condições insalubres e perigosas. - Compagnonnage – Século XVI Em decorrência do desvirtuamento da finalidade das corporações de ofício, em face da exploração de aprendizes e companheiros que quase nunca chegavam à condição de mestres, surgiram as compagnonnage, compostas por companheiros que se organizaram em defesa de seus interesses. Com a criação das compagnonnage tivemos o início das lutas de classes. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Histórico Mundial CRP - Escravidão Até o século XIX havia uma estrita relação de domínio, quando o escravo era reconhecido como coisa, mercadoria e seu trabalho era franco e forçado em favor de seu “proprietário”. Condições análogas à de escravidão Submissão de trabalhador a trabalhos forçados; a sujeição de trabalhador a condições degradantes de trabalho; a restrição da locomoção do trabalhador, seja em razão de dívida contraída, seja por meio do cerceamento do uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, ou por qualquer outro meio com o fim de retê-lo no local de trabalho; a vigilância ostensiva no local de trabalho por parte do empregador ou seu preposto, com o fim de retê-lo no local de trabalho; a posse de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, por parte do empregador ou seu preposto, com o fim de retê-lo no local de trabalho. UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Condições análogas à de escravidão CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Condições análogas à de escravidão CRP Expansão das empresas Necessidade do trabalho do homem para operar as máquinas Trabalho do menor e das mulheres Lei de mercado Liberdade contratual Jornada de 16 horas Exploração da mão de obra infantil e da mulher Direito do Trabalho UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO - Revolução Industrial: transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840 (Séculos XVIII e XIX). - Transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos. Com a Revolução Industrial, teve início uma forma específica de relação jurídica, que dará origem ao Direito do Trabalho tal qual o conhecemos. CRP Trabalho assalariado UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP Alterações protetivas de destaque no Brasil 1824 Constituição do Império Art. 179, XXV 1850 Código Comercial - possibilidade de aviso prévio; - indenização pela rescisão injusta do contrato por prazo determinado; - justa causa; - salário em caso de acidente do trabalho. 1871 Lei do Ventre Livre Nascidos do ventre de escravas eram livres 1885 Lei Saraiva Cotegibe Liberdade aos escravos com mais de 60 anos após mais de 3 anos de trabalho espontâneo 1888 Lei Áurea - abolição da escravatura; - (*) mão de obra desqualificada. 1890 Férias 15 dias úteis para ferroviários da Estrada de Ferro Central do Brasil 1891 Carta - livre exercício de qualquer profissão; - liberdade de associação. Decreto 1.313/91 - proibição do trabalho do menor de 12 anos em fábricas; - jornada de 7 horas para menores entre 12 e 15 anos dos sexo feminino e entre 12 e 14 anos do sexo masculino. 1903 Decreto 979/03 Sindicalização e organização sindical dos rurais 1907 Decreto 1.637/07 Organização sindical dos urbanos 1916 Código Civil Locação de serviços 1919 OIT Instituição de regras de obediência mundial de proteção ao trabalho 1923 Lei Eloy Chaves (DL 4.682/23) - Caixa de assistência dos ferroviários Decreto 16.027/23 Conselho Nacional do Trabalho CRP Alterações protetivas de destaque no Brasil 1925 Lei 4.982/25 Estendeu as férias de 15 dias úteis para os trabalhadores do comércio, indústrias e bancos. 1927 Decreto 17.934-A - idade mínima de 12 anos para o trabalho; - proibição aos menores de trabalho noturno e em minas de subsolo 1930 Decreto 19.443/30 Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. 1931 DL 19.770/31 Regulamentou a organização sindical 1932 DL 21.396/32 Comissão mista e permanente de conciliação DL 22.132/32 Juntas de Conciliação e Julgamento DL 21.417-A Regulamentou o trabalho da mulher Decreto 21.186 Jornada de 8 horas no comércio, posteriormente estendida aos industriários. 1934 Constituição da República - salário mínimo; - jornada de 8 horas; - férias; - repouso semanal; - pluralidade sindical; - indenização por despedida imotivada; - justiça do trabalho. 1935 Lei 62/35 - regulamenta a rescisão do contrato; - justa causa; - aviso prévio; - estabilidade decenal. 1936 Lei 185/36 Salário mínimo 1937 Constituição - reconhecimento dos sindicatos; - contribuição sindical; - unicidade sindical CRP Alterações protetivasde destaque no Brasil 1939 Dec.-Lei 1.237/39 Organização da Justiça do Trabalho 1943 Dec.-Lei 5.452/43 CLT 1949 Lei 605/49 Repouso semanal remunerado 1955 Lei 2.573/55 Adicional de periculosidade 1962 Lei 4.090/62 13º salário (gratificação natalina) 1966 Lei 5.107/66 FGTS 1972 Lei 5.859/72 Doméstico 1973 Lei 5.889/73 Trabalho rural 1974 Lei 6.019/74 Trabalho temporário 1983 Lei 7.102/83 Vigilantes 1988 Constituição Federal - direitos dos trabalhadores com o objetivo de melhoria de sua condição social (art. 7º); - condições para a flexibilização dos direitos trabalhistas. 1999 EC nº 24 Varas do trabalho e extinção dos classistas 2004 EC nº 45 Ampliação da competência da Justiça do Trabalho 2011 Lei 12.506/11 Regulamentação da prorrogação do Aviso Prévio 2011 Lei 12.551/11 Meios Telemáticos 2015 Lei Complementar 150/2015 Doméstico CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 3. Bases Normativas – Fontes As fontes do Direito do Trabalho são divididas em duas categorias, ou seja, materiais e formais, cabendo destacar que as formais se subdividem em autônomas e heterônomas. CRP Fontes Materiais Formais Autônomas Heterônomas UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Fontes Materiais As fontes materiais do Direito do Trabalho são aquelas que eclodem das movimentações dos trabalhadores com suas reivindicações, protestos e paralisações, por meio das quais buscam assegurar melhorias nas condições de trabalho, assim como as reivindicações de empregadores em busca de seus interesses econômicos ou ainda para a flexibilização das regras e normas do Direito do Trabalho. Desta forma ambos conseguem pressionar as partes cabíveis e competentes para as necessárias regulamentações ou melhorias. A Revolução Industrial, o associacionismo, a encíclica Rerum Novarum em que a igreja denunciava as injustiças dos trabalhadores nas indústrias e principalmente a exploração das ‘meias forças’, todos esses acontecimentos históricos são fontes materiais do direito do trabalho. Fontes Formais As fontes formais não significam necessariamente uma norma escrita, mas sim uma norma positiva, com força sobre seus destinatários em razão de um costume e se dividem em autônomas e heterônomas. Fontes Formais Autônomas São aquelas elaboradas pelos próprios interessados, fruto geralmente de negociações entre as partes, sem que haja intervenção do Estado, emergindo, portanto da vontade das partes e produzindo seus efeitos para aqueles que a subscrevem. Como evidências temos os acordos coletivos de trabalho, as convenções coletivas de trabalho, os regulamentos das empresas, entre outros. Fontes Formais Heterônomas Estas emanam do próprio Estado, são impostas e fiscalizadas pelos órgãos responsáveis, dentre as quais podemos destacar a Constituição Federal, as leis, os decretos, a sentença normativa, súmula vinculante, entre outras. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO HIERARQUIA DAS FONTES FORMAIS Vólia Cassar tem um posicionamento similar ao de Délio Maranhão e Arnaldo Sussekind: 1° Constituição (regras, valores e princípios); 2° leis; 3° decreto (expedido pelo Executivo); 4° sentença normativa; 5° convenção coletiva e acordo coletivo; 6° laudo ou sentença arbitral coletiva; 7° regulamento de empresa 8° súmula vinculante; 9° costume. Vale destacar que no direito do trabalho prevalece a aplicação da norma mais benéfica ao trabalhador.. CRP CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Proteção Norma mais favorável Condição mais benéfica In dubio pro operario CRP Princípio da proteção Trata-se da essência do Direito do Trabalho, um princípio que visa atenuar a desigualdade entre as partes em Juízo, razão pela qual, engloba os demais princípios que favorecem o trabalhador. Revela-se de maneira inconfundível através da própria norma, demonstrando que a sociedade reconhece naquele que dispõe unicamente de sua força de trabalho, a parte mais fraca na relação, o que bem ilustra o art. 468,“caput”, da CLT: “Art. 468 – Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.” UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Norma mais Favorável Este princípio informa que se existirem duas ou mais normas aplicáveis ao caso concreto, dever-se-á aplicar aquela que melhor atenda aos interesses do trabalhador. Na aplicação deste princípio, permite-se até mesmo afastar a aplicação hierárquica das normas, o que implica objetivamente, que determinado dispositivo legal com prevalência sobre outro(s) poderá ser preterido, caso o interessado tutelado exerça força de atração à norma “inferior”, ao se vislumbrar que apresenta condição favorável de solução à demanda proposta, não há dúvida, entretanto, que a aplicação de tal princípio encontra-se subordinada aos rígidos limites estabelecidos pela ordem jurídica. exemplo, em uma Convenção Coletiva há férias de 30 dias com adicional de 70% para hora extra, e no Acordo Coletivo há férias de 60 dias com adicional de 60%, seriam aplicadas as férias do acordo e o adicional da convenção. EMENTA.RECURSO ORDINÁRIO DO SINDICATO AUTOR - AÇÃO DE CUMPRIMENTO - NORMA COLETIVA APLICÁVEL - TEORIA DO CONGLOBAMENTO. Uma vez constatado que a norma coletiva apresentada pelo reclamado é, genericamente, mais benéfica aos empregados e por melhor atender às especificidades das condições de trabalho dos seus empregados, não há que se cogitar de aplicação, unicamente, da cláusula de reajuste salarial prevista nas convenções coletivas juntadas pelo sindicato, porquanto deve ser observada a teoria do conglobamento, sendo aplicável o instrumento normativo mais favorável, em sua totalidade, aos empregados. Precedentes do C. TST. PROCESSO TRT/CAMPINAS nº488-2006-041-15-00-2. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Condição mais Benéfica Este princípio demonstra as mesmas propriedades do princípio da norma mais favorável, todavia sua diferença está no fato de que este princípio é aplicável em relação às cláusulas do contrato, ou seja, se quando do ingresso do trabalhador em uma empresa, rezava em instrumento normativo que o adicional a ser pago a título de horas extraordinárias seria de 60% (sessenta por cento), não será válida cláusula que estipule índice inferior, de modo que alcance, validamente, aquele referido trabalhador. “cláusulas contratuais benéficas somente poderão ser suprimidas caso suplantadas por cláusula posterior ainda mais benéfica” (GODINHO, Maurício Delgado. CURSO DE DIREITO DO TRABALHO. 7º ED. LTR. 2008) CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio “in dubio pro operário” Este princípio encontra-se absorvido pelo princípio da norma mais favorável, que colocou à margem eventuais estrabismos jurídicos que pretendiam legitimar a desigualdade entre as partes através do franco favorecimento ao trabalhador. Sérgio Pinto Martins, na obra “Direito do Trabalho”, ed. Atlas, 11 ed. Pág.76, assevera que “Oin dubio pro operario não se aplica integralmente ao processo do trabalho, pois, havendo dúvida, à primeira vista, não se poderia decidir a favor do trabalhador, mas verificar quem tem o ônus da prova no caso concreto, de acordo com as especificações dos arts. 333, do CPC, e 818, da CLT”. Arnaldo Sussekind em seu livro “Instituições de Direito do Trabalho”, ed. Ltr, 11 ed. p. 129, leciona que o “(...) princípio ‘in dubio pro operario’, que aconselha o intérprete a escolher, entre duas ou mais interpretações viáveis, a mais favorável ao trabalhador, desde que não afronte a nítida manifestação do legislador, nem se trate de matéria probatória”. A decisão com base no princípio in dubio pro operario aplicado à valoração das provas, torna a sentença frágil, suscetível de virtual reforma pelo grau de jurisdição superior. A desigualdade real entre as partes, entretanto, há de ser outorgada por leis processuais adequadas e não pela pessoa do julgador, a poder de certos critérios subjetivos e casuísticos. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas Deve haver prevalência das normas trabalhistas, não podendo as partes, via de regra, as afastarem mediante declaração bilateral de vontades, caracterizando, assim, restrição à autonomia das partes no ajuste das condições contratuais trabalhistas. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Indisponibilidade/Irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas Este princípio projeta o anterior, revelando o caráter imperativo das normas trabalhistas, bem como a sua essência social, cujo conteúdo protetivo delimita restritivamente a possibilidade de disponibilidade das partes, preservando desta forma os direitos do trabalhador. “Art. 9º – Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.” “Art. 468 da CLT: Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.” Destaca-se que a limitação imposta por este princípio tem como objetivo principal assegurar o trabalhador suas garantias mínimas e essenciais asseguradas em Lei, não sendo possível sua negociação para a concessão, supressão ou redução. O empregado não pode dispor de suas férias; não pode individualmente firmar acordo que reduza o seu salário; não pode prescindir de equipamentos de segurança na realização de trabalhos que coloquem em risco sua vida ou saúde, não pode renunciar à assinatura de sua CTPS etc. Este princípio é também conhecido como “princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas”. CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Indisponibilidade/Irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO TST - RECURSO DE REVISTA RR 2520000620035020002 252000-06.2003.5.02.0002 (TST) Data de publicação: 01/07/2011 Ementa: RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA ARC TRANSPORTES LTDA. 1. TERMO DE QUITAÇÃO FIRMADO PERANTE A COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. EFEITOS RESTRITOS. PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE E DAINDISPONIBILIDADE DE DIREITOS TRABALHISTAS . COMPROVAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO IMPERATIVA. RESTRIÇÃO E PARCELAMENTO DE VALORES. LIMITES DA QUITAÇÃO. Não obstante a força interpretativa da Súmula 330 do TST e da OJ 270 da SDI1 desta Corte Superior, a Subseção de Dissídios Individuais I do Tribunal decidiu que o recibo de quitação lavrado nas CCP's, em princípio, regra geral, tem força ampla de quitação. Ressalva de entendimento deste Relator que aplicaria o mesmo critério da Súmula 330 e OJ 270 já mencionadas. Entretanto , no presente caso, está demonstrado que a prática da CCP foi manifestamente ilegal, reduzindo e parcelando valores, razão por que não tem sua quitação o efeito amplo imaginado. TST - Inteiro Teor. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA: AIRR 2699820135060193 Data de publicação: 04/09/2015 Decisão: . Saliente-se, ainda, que, em face aos princípios da irrenunciabilidadee da indisponibilidade... dos direitos trabalhistas, não se pode presumir que tenha havido renúncia à estabilidade provisória, pela... - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento TRT-1 - Agravo de Peticao AP 01453007819955010013 RJ (TRT-1) Data de publicação: 05/09/2014 Ementa: AGRAVO DE PETIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. FACULDADE DO JUIZ. PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS. A homologação de acordo, celebrado extrajudicialmente, é mera faculdade do juízo, principalmente na Justiça Trabalhista onde vigora o princípio da irrenunciabilidadedos direitos. O juiz não está obrigado a homologar todo e qualquer acordo, consoante entendimento pacificado pelo TST, por meio da Súmula 418, ficando sua decisão, contudo, sujeita ao livre convencimento motivado. Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva Este princípio, embasado no princípio geral do Direito Comum, pacta sunt servanda (os pactos devem ser cumpridos), assume sua posição também no Direito do Trabalho, tendo como objetivo a intangibilidade contratual, ou seja proibição de supressão ou redução de direitos e vantagens dos trabalhadores. É importante destacar que temos atualmente uma tendência de as condições de trabalho sejam cada vez mais objeto de livre negociação por parte de trabalhadores e empregadores, o que deverá ocorrer através do fortalecimento das entidades representativas dos trabalhadores, desde que tais alterações não resultem em prejuízo para o empregado. “Art. 444 da CLT – As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação pelas partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.” . CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Primazia da Realidade Este princípio define que na avaliação das questões relativas às relações de trabalho, deve-se observar a realidade dos fatos em detrimento dos aspectos formais. Destacamos alguns aspectos que legitimam a imperatividade de tal princípio: a) Durante a relação de trabalho, dada sua condição de subordinação e dependência, o trabalhador não pode opor-se à formalização de alterações contratuais e práticas que, não raro, lhe são lesivas. Exemplo é a proibição de anotação em cartão de ponto do horário efetivamente trabalhado; b) É bastante comum verificar alterações nas condições de trabalho pactuadas (através de contrato escrito) ao longo do tempo, alterações estas que, salvo raras exceções, não são incorporadas formalmente ao contrato de trabalho e; c) Como cediço, os contratos de trabalho podem ser escritos ou verbais. Evidente que nos verbais o contrato só assume condição de efetiva existência com o decorrer do tempo, ditado pelas práticas estabelecidas entre os sujeitos da relação de trabalho. . CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio da IntangibilidadeSalarial Este princípio assegura a irredutibilidade salarial, revelando-se como espécie do gênero da inalterabilidade contratual lesiva. Seu objetivo principal é garantir ao trabalhador sua contraprestação de maneira estável, não sujeita as oscilações da economia e às instabilidades do mercado e, por extensão, assegurar a satisfação de um conjunto, ainda que eventualmente mínimo, de suas necessidades, entre as quais a alimentação. Este princípio encontra-se fundamentado na própria constituição federal: “Art. 7º, da C.F.: - São direitos dos trabalhadores (...) além de outros: VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; X – proteção do salário na forma da Lei, constituindo crime a sua retenção dolosa.” Vale destacar que excepcionalmente admite-se a redução salarial, desde que decorrente de convenção ou acordo coletivo de trabalho, por prazo determinado, com consequente e proporcional redução da jornada de trabalho. CRP TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00115895120145010064 RJ (TRT-1) Data de publicação: 13/07/2015 Ementa: DIREITO DO TRABALHO. INTANGIBILIDADE SALARIAL. O princípio daintangibilidade do salário ( CLT , art. 462 ) veda ao empregador efetuar descontos sem a comprovação do nexo causal entre o prejuízo e a culpa do empregado. TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00103955520135010030 RJ (TRT-1) Data de publicação: 25/06/2015 Ementa: DESCONTOS SALARIAIS. NECESSIDADE DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO. PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL. Os descontos salariais pressupõem existência de autorização prévia, sob pena de ofensa ao princípio da intangibilidadesalarial. UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP Alternativas? Negociação Coletiva Art. 476-A da CLT PPE UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Negociação Coletiva CLT - Art. 503 - É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados, a redução geral dos salários dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários de cada um, não podendo, entretanto, ser superior a 25%, respeitado, em qualquer caso, o salário mínimo. § único - Cessados os efeitos decorrentes do motivo de força maior, é garantido o restabelecimento dos salários reduzidos. CRP CRP Art. 476-A - O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidação. § 1º - Após a autorização concedida por intermédio de convenção ou acordo coletivo, o empregador deverá notificar o respectivo sindicato, com antecedência mínima de 15 dias da suspensão contratual. § 2º - O contrato de trabalho não poderá ser suspenso em conformidade com o disposto no caput deste artigo mais de uma vez no período de dezesseis meses. § 3º - O empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual nos termos do caput deste artigo, com valor a ser definido em convenção ou acordo coletivo. § 4º - Durante o período de suspensão contratual para participação em curso ou programa de qualificação profissional, o empregado fará jus aos benefícios voluntariamente concedidos pelo empregador. § 5º - Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensão contratual ou nos três meses subseqüentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado, além das parcelas indenizatórias previstas na legislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo de, no mínimo, cem por cento sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do contrato. § 6º - Se durante a suspensão do contrato não for ministrado o curso ou programa de qualificação profissional, ou o empregado permanecer trabalhando para o empregador, ficará descaracterizada a suspensão, sujeitando o empregador ao pagamento imediato dos salários e dos encargos sociais referentes ao período, às penalidades cabíveis previstas na legislação em vigor, bem como às sanções previstas em convenção ou acordo coletivo. § 7º - O prazo limite fixado no caput poderá ser prorrogado mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que o empregador arque com o ônus correspondente ao valor da bolsa de qualificação profissional, no respectivo período. UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP O que está previsto na legislação é o seguinte: - o contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses; - a empresa poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual nos termos do caput deste artigo, com valor a ser definido em convenção ou acordo coletivo, portanto não se trata de uma obrigação e sim de uma concessão; - durante o período de suspensão contratual o empregado fará jus aos benefícios; - se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensão contratual ou nos três meses subseqüentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado, além das parcelas indenizatórias previstas na legislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo de, no mínimo, cem por cento sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do contrato; - se durante a suspensão do contrato não for ministrado o curso ou programa de qualificação profissional, ou o empregado permanecer trabalhando para o empregador, o empregador será obrigado a pagar imediatamente os salários e encargos sociais referentes ao período, além das penalidades cabíveis; UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP PPE MP 680 e o Decreto 8.479. A primeira trata da instituição do denominado PPE - Programa de Proteção ao Emprego. O nome do programa demonstra literalmente o que espera o executivo e abaixo transcrevo alguns pontos importantes. Objetivo - preservação de empregos em momentos de crise; - favorecer a recuperação econômico-financeira das empresas; - Estimular a produtividade do trabalho; - aumento da duração do vínculo empregatício; - estimular a negociação coletiva. - Quem pode aderir? - empresas que demonstrarem situação de dificuldade econômico-financeira; - Condições de adesão - prazo - a adesão terá duração de no máximo 12 meses; - a adesão poderá ser feita até 31/12/2016; - comprovar o que? - CND ou CP com efeitos de Negativa para o FGTS e INSS - situação de dificuldade econômico-financeira - essas informações deverão ser fornecidas também ao sindicato UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP PPE - o que reduzir? - redução temporária de até 30% de: - jornada de trabalho; - salário - como? - a redução está condicionada à celebração de ACT específico - quem? - todos os empregados da empresa ou, - no mínimo empregados de um setor específico - por quanto tempo? - 6 meses; - admitindo-se a prorrogação por igualperíodo - condições de prorrogação - demonstração da situação de dificuldade econômico-financeira - e para os empregados? - os empregados farão jus a uma compensação financeira UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP PPE - quanto? - 65% do valor máximo da parcela do seguro-desemprego - enquanto perdurar a redução - o valor pago pela empresa não poderá ser inferior ao salário mínimo - estabilidade? - as empresas que aderirem ficam proibidas em relação aos empregados abrangidos de: - dispensas arbitrárias - dispensa sem justa causa - prazo da estabilidade - enquanto vigorar a adesão ao programa e, após o seu término, durante o prazo equivalente a 1/3 do período de adesão. Exemplo: se o programa vigorar por 12 meses, o período estabilitário deverá vigorar por 16 meses - outras obrigações - durante o período de adesão ao PPE a empresa não poderá: - contratar empregados para executar total ou parcialmente as mesmas atividades exercidas pelos empregados abrangidos pelo programa, exceto: - reposição ou aproveitamento do concluinte do curso de aprendizagem e, nesse caso o novo empregado deverá ser abrangido pelo programa. UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO CRP - penalidades - se descumprir o acordo a empresa será excluída, ficará impedida de aderir novamente, será autuada, multada e compelida a devolver o valor despendido pelo FAT. - INSS e FGTS - os recolhimentos devem também incidir sobre a parcela de compensação financeira recebida pelo empregado - Gestão do PPE - foi instituído o CPPE – Comitê do Programa de Proteção ao Emprego - Obrigações do CPPE - estabelecer as regras e procedimentos em um prazo de 15 dias - e o ACT? - o ACT deverá conter no mínimo o seguinte: - período pretendido de adesão ao PPE; - percentuais de redução da jornada e remuneração; - estabelecimentos ou setores abrangidos; - relação dos empregados abrangidos; - previsão de comissão paritária com representantes da empresa e dos empregados abrangidos, para acompanhamento e fiscalização; - acordo aprovado em assembleia dos empregados abrangidos; - demonstração para o sindicato que foram esgotados: - período de férias, inclusive coletivas; - banco de horas UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Continuidade da Relação de Emprego O objetivo deste princípio é de assegurar em síntese, possibilidade de permanência do trabalhador em seu emprego, razão portanto da indeterminação do prazo do contrato de trabalho, assim como as restrições quanto às prorrogações dos contratos a prazo e também o critério da despersonalização do empregador, que possibilita a manutenção do contrato nos casos de substituição do empregador, casos em que se aplica a sucessão trabalhista. Com o passar do tempo incorporam-se ao seu patrimônio jurídico vantagens alcançadas pelas negociações coletivas e pelas inovações legislativas e, principalmente, aquelas de caráter pessoal, como por exemplo, promoções e adicionais que, por sua habitualidade, passam a integrar o contrato de trabalho. “Art. 10 da CLT – Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.” “Art. 448 da CLT – A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.” . CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Reflita sobre o conteúdo abordado em aula e responda às questões abaixo: 1. O que representa o trabalho que submete o trabalhador a trabalhos forçados, condições degradantes de trabalho, com restrição da locomoção do trabalhador? 2. Qual o princípio consiste no fato de que as cláusulas contratuais benéficas somente poderão ser suprimidas caso suplantadas por cláusula posterior ainda mais benéfica? . CRP UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO
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