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DIREITO PROCESSUAL CIVIL VI 8º Período JUIZADOS ESPECIAIS Lei nº 9.099/95 – Juizados Especiais Estaduais Lei nº 10.259/10 – Juizados especiais Federais Lei nº 12.153/09 – Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual Surgiu da necessidade de criar acesso a justiça, sem alto custo, honorários contratuais e formalidade exacerbada do judiciário, objetivando da celeridade e resposta ao jurisdicionado. O processo é o conjunto ordenado de atos para que no fim, se tenha uma sentença judicial, forma de controlar o Poder Judiciário para resolver o problema apresentado. A Lei 9.099/95 foi denominada “Lei das pequenas causas”, com objetivo de desafogar o poder judiciário e resolver os conflitos de forma mais célere. Criada para disciplinar o “Procedimento Sumaríssimo” no âmbito Estadual. As três leis dos juizados Especiais devem ser consideradas em conjunto, como “Estatuto dos juizados Especiais”, pois na omissão em uma das leis a outra deverá ser aplicada, naquilo que não for contrária. Portanto, não pode estudar os juizados isoladamente porque eles se complementam, o que uma lei não dispuser/omissão a outra se aplica. A lei geral dos Juizados é a lei nº 9.099/95. PRINCÍPIOS – Procedimento Sumaríssimo 1 - Princípio da Oralidade – A maioria dos atos processuais deve primar ela oralidade, deve ser preferencialmente oral, porém, haverá atos que terão necessariamente que ser escrito (Ex.: Recurso). 2 - Principio Jus Postulandi: Defesa da parte de postular em juízo se a constituição de um advogado, até a audiência prévia de conciliação, se passar para fase de recurso tem que constituir advogado. (art. 41, §2º). Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado. § 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.(grifei) 3 - Princípio da Imediatidade: O juiz tem que ter contato direto com as provas colhidas no processo. 4 - Princípio da Identidade Física do Juiz: O juiz que presidiu a audiência, necessariamente tem que julgar o processo. 5 - Principio da Concentração: A maior quantidade de atos processuais devem ser processadas em um único/mesmo momento. 6 - Princípio da irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias: Em tese não se pode recorrer das Decisões Interlocutórias, no decorrer do processo é irrecorrível, tem que aguardar a sentença e pode interpor Recurso inominado, ou seja, só após a sentença do juiz. Obs.: Na ocorrência de incompetência do juízo por se tratar de Juizado Especial o processo será extinto sem resolução do mérito, não será remetido para o juiz competente como ocorre no procedimento comum, pois esse processo leva tempo, e não é compatível com os princípios (celeridade) do juizado especial. 1. JUIZADO ESPECIAL ESTADUAL – LEI 9.099/95 1.1 – Competência – Art. 3º. Causas Cíveis de menor complexidade Competência em razão da matéria Causas até 40 salários mínimos Despejo para uso próprio Ações possessórias que não excedam 40 salários mínimos. Obs.: Não cabem procedimentos especiais nos juizados. Competência para: Processamento Julgamento: Juiz que preside a audiência, vai julgar o processo (sentença) Execução: - Dos seus julgados - Títulos executivos extrajudiciais, que não exceda o valor de alçada. 1.2 - Exceção a Competência – Art. 3º, §2º. Alimentar: São causas geralmente cumuladas com outros pedidos, que envolve complexidade, além de possuir Lei Especial. Também envolve direito de família, com competência absoluta em relação a matéria. Falimentar: A Falência tem Lei especial, procedimento próprio, o Juiz atrai toda competência em relação à empresa, é bastante complexo. Fiscal: Geralmente processo de alta complexidade, com necessidade de perícia, envolvendo a fazenda Pública, que tem prerrogativas, como o prazo em dobro, portanto, incompatível com juizado espacial. Acidentes de Trabalho: É de competência da justiça do trabalho. Estado e Capacidade das Pessoas: Quando se trata de incapaz tem que ter a presença do MP. Divórcio, interdição, registro civil não é compatível com o Juizado. 1.3 - “Jus Postulandi” nos JECC’s – Art. 9º É a capacidade postulatória no juizado, ou seja, não precisa de advogado, a própria parte vai fazer sua defesa. É obrigatória a presença de advogado na fase de recurso, (art. 41,§2º). 1.4 – Capacidade de ser Parte: Pessoas Físicas Capazes Pessoas jurídicas de Direito Privado 1.5 - Capacidade para ser Autor: Pessoas Físicas capazes Microempresas OSCIP’s – Organização da sociedade Civil de Interesse Público – Sua natureza jurídica é de direito privado, porém, como utiliza o dinheiro público, possui o mesmo regime judiciário do direito público, é metade Público, metade privado. Ex.: ONG EPP’s – Empresa de Pequeno Porte 1.6 – Excluído de ser Autor: Comissários de Direitos de Pessoa Jurídica Obs.: Art. 9º, § 4º - Representação da pessoa Jurídica por Preposto Credenciado (sem necessidade de vínculo empregatício). Além da carta de preposição, o preposto, precisa ter relação e conhecimento com a causa. 1.7 - Incidente de desconsideração da Personalidade Jurídica nos JECC’s É admitido com ressalvas. Procedimento Se feito na PI, dispensa o incidente. Pode ser feito em qualquer fase do processo Análise do pedido na própria sentença Incorribilidade das Decisões Interlocutórias 1.8 - Medidas de Urgência nos JECC’s - Lei nº 10.259 Admite Medidas de Urgência, a Lei dos Juizados Especiais Federais já previa, podendo também ser aplicado nos Juizados Estaduais. 1.9 - Dos Atos Processuais Possibilidade de prática de atos processuais no período noturno - Art. 12. (Processo eletrônico). Comunicação por meio eletrônico Atos Processuais em outras comarcas - Art. 12, §2º, Art. 18, III Qualquer meio idôneo para comunicação de atos pode ser usado, são atos de informações. Possibilidade de citação por edital - Art. 18, § 2º Não é possível a citação por edital, pela celeridade do Juizado Especial, é incompatível porque leva muito tempo. 1.10 - Extinção do processo sem Resolução do Mérito - Art. 51 Quando o autor deixa de comparecer a qualquer das audiências. Obs.: o rol não é exaustivo. 1.11 -Sequência dos Atos Processuais 1 - Postulação - Desde o ajuizamento da ação, que pode ser com o a PI ou “termo de queixa (servirá com PI, se não houver advogado), até a audiência prévia de conciliação. 2 - Conciliação - Pode ser presidida pelo Juiz Togado (Responsável pela unidade jurisdicional), Juiz Leigo (sua sentença deverá ser confirmada pelo Juiz Togado) e Conciliador. Não havendo acordo / conciliação, adverte-se sobre a possibilidade de nomear árbitro. 3 - Audiência de Instrução e julgamento: quando frustrada a audiência de conciliação. O Juiz já decide todos os incidentes processuais. Apresentação da Contestação - Apresentada até a data da audiência, podendo ser apresentada em mesa. Tem natureza de Exceção, significa “defesa” dos pedidos do autor. Porque a Ação é a Petição / o seu bloquei é a Exceção que é a Contestação. Possibilidade de pedido contraposto - É possível porque trata sobre o mesmo conteúdo da Petição Inicial. Impossibilidade de Reconversão: É diferente de Pedido Contraposto, que trata sobre os pedidos/conteúdos da PI. A Reconversão não se aplica aos Juizados (defesa a mais, fazendo novos pedidos), só pode apenas se defender do que foi alegado na PI. Porque é uma nova ação em um processo que já existe, então terá que parar primeiro para analisar, criando um incidente processual, portanto, não é compatível com os Juizados. O Juiz decide todosos Incidentes - Art. 29. Fase Probatório - Máximo de 05 Testemunhas. 4 - Sentença Dispensa o relatório - Faz uma breve síntese dos fatos e parte para os dispositivos Apenas resumo dos fatos e fundamentos Sentença líquida - Art. 14, § 2º; 8, PU e 51, I. - Não se admite sentença ilíquida, é necessário especificar a quantidade. 1.12 - Recursos Cabíveis: 1 - Recurso Inominado: Sempre escrito / Prazo 10 dias / Com pagamento de custas. Sempre feitos de forma escrita. É semelhante a “Apelação”, é chamado de inominado, porque o Art. 41, não deu nome ao recurso. Na prolatação da sentença tem 10 (dez) dias para interpor recurso no “Juiz a quo”, o próprio juizado, de primeira instância, que prolatou a sentença. Por ele é feito o primeiro juízo de admissibilidade, podendo se retratar da sua decisão, caso decida manter, deverá remete via sistema para a Turma Recursal, que fará o segundo juízo de admissibilidade. Resolução Nº 12, STJ - Não cabe Recurso Especial d e decisão proferida pela Turma Recursal. 2 - Embargos de Declaração: Sentença ou Acordão Obscuridade, contradição, Omissão ou Dúvida 05 dias, interrompe o prazo para Recurso Inominado - O prazo volta a contar do começo o prazo de 10 dias para Recurso Inominado. 3 - Recurso Extraordinário Divergência a conteúdo Constitucional 2 - JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS - LEI Nº 10.259/01 2.1 - Origem: Microsistema processual e subsidiariedade Estatuto único Década de 90, havia uma crise de acesso à justiça, e essa dificuldade de acesso a justiça criou um acúmulo, que não conseguia dar conta. Então foi criado o Juizado para as causas de menor complexidade, mas haviam situações que fugiam da competência do Juizado Especial Estadual, porque estava preso a competência da Lei 9.099/95, então houve necessidade de criar o Juizado Especial para o âmbito Federal, sendo complementado subsidiariamente pela Lei 9.099/95. 2.2 - Composição do JEF’s Juízes Togados Juízes Leigos (Podem presidir audiência. Se prolatar a sentença, tem que submeter o julgado ao Juiz Togado para confirmação. Conciliadores A Lei 9.099/95 exige 03 anos de experiência na advocacia. Após foi modificada pela lei... Lei Nº 12.153/09 que reduziu o prazo para 02 anos. 2.3 - Competência dos FEF’s - Art. 3º Conciliar Processar Julgar Executar No Juizado Especial Estadual é opção escolher o procedimento sumaríssimo, porque pode optar por entrar na justiça comum. Já no Juizado Especial Federal, toda causa que se enquadrar no valor e competência, necessariamente/obrigatoriamente a ação será proposto nos JEF’s. 2.4 - Causas Submetidas aos JEF’s Base Legal: - Art. 109, CF/88 - Art. 3º, I, Lei nº 12.259/01 2.5 - Submetem-se aos JEF’s: As causas em que a União, entidades autárquicas ou empresa pública forem interessados na qualidade de autoras, rés, assistentes ou oponentes. Os “habeas data” contra ato de atividade federal. 2.6 - Ficam excluídos dos JEF’s Competência ou Cooperação Internacional (tradução de idioma não é compatível coma celeridade do procedimento sumaríssimo). Mandado de Segurança conta ato de autoridade federal (Mandado tem procedimento próprio). Anulação de ato administrativo federal. Tem que passar por um processo disciplinar, no processo judicial, tem as fases recursais, podendo ser submetido ao Supremo, portanto, não é compatível. Exceto: Lançamento fiscal e previdenciário (pode ser submetido ao JEF’s). Causas até 60 salários mínimos Competência Absoluta Impugnação de penas de demissão imposta a servidor público, civis e militares. A Justiça militar é especial, regulamentada pela CF, com competência para julgar crimes praticados por militares no exercício da função, porém, a respeito das questões civis, é competência da Justiça Federal (Marinha, aeronáutica, exército). A Polícia militar é de competência da Justiça Estadual. Art. 9º - Prazo diferenciado para a prática nos JEF’s. - Não há prazo diferente no JEF’s. Art. 11 - Fornecimento de documentação até a data da audiência de conciliação. Art. 13 - Reexame Necessário (?) Não há reexame necessário, porque não proporciona celeridade, é incompatível. Não há efeito devolutivo, a competência é originária do material recursal. A Turma Recursal não tem natureza de tribunal, portanto, não produz acordão, por isso não cabe Recurso Especial das suas decisões. Obs.: A AGU divide-se em 03 carreiras, para facilitar o encaminhamento da demanda. 2.7 - Pedido de Uniformização - Art. 14 Quando houver divergência (jurisprudência) mas turmas recursais Federais, não se trata de recurso, mas pedido de uniformização da turma recursal. 2.8 - Cumprimento de Sentença - Art. 17 RPV - Requisição de Pequeno Valor, simplifica o procedimento, não precisa ser escrito no precatório. Prazo de 60 dias para pagamento. Vedação de fracionamento da obrigação. Obs.: Obrigação de pagar quantia certa/determinada. Se passar do teto do juizado, tem que escrever no precatório (processo demorado). 3 - JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA - LEI 12.153/09 Objetiva facilitar o acesso jurisdicional contra a Fazenda pública, ou seja, quando a fazenda pública for ré no âmbito Estadual, Distrito Federal e Municipal. Ex.: Ação contra Detran, contra a Secretaria da saúde de Alagoas, etc. 3.1 - Competência dos JEFP - Art. 3º Conciliar Processar Julgar Executar Por ter a Competência Absoluta, as ações que se enquadrarem nos requisitos dos JEFP, obrigatoriamente deverão ser processadas nele. 3.2 - Capacidade de ser Parte - Art. 5º Como Autores: Pessoas Jurídicas, MEI’s, EPP’s - Empresas de Pequeno Porte, ME’s - Microempresários e OSCIP’s - Organização Sociedade civil de Interesse Público. Causas até 60 salários mínimos Competência Absoluta Condomínio (Jurisprudência do STJ). O condomínio passou a ser admitido para demandar por meio do JEFP. Obs.: Para ser réu: como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas. 3.3 - Sentença - Art. 13.
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