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Meia Marrom

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Meia Marrom.
A mimesis “meia marrom” se inicia com a fala de Mr Ramsay para o seu filho James, o consolando em relação ao tempo que parece não estar bom e por isso não haverá passeio para o Farol.
Ao longo do texto Mr. Ramsay se cala praticamente o tempo inteiro e a história passa a ser contada pelas suas lembranças ou por algum narrador observador que inúmeras vezes se inclui como personagem .
Uma das características que podemos analisar nesse texto que o caracteriza como um romance moderno é a narração. O narrador a observa e a conhece chega a ser quase uma “entidade espiritual” por algumas vezes, ele a conhece mais do que ela mesma, sabe sobre seus defeitos e segredos. Ele se inclui, como por exemplo, no trecho: “Jasper pensava que podia fazer sopa com algas, a gente não podia impedi-lo;”. Até essa parte do texto não havia ninguém além de Mr. Ramsay e James na fala, pessoas haviam passado pela janela, como Lily e Willian, mas ninguém havia entrado ou se comunicado com nenhum dos personagens.
Outra característica do romance moderno são acontecimentos comuns com pessoas e em locais comuns. O que levou aos mais tradicionais a proibirem o livro de Fleubert “Madame Bovary”. Como em “meia marrom” não há uma perfeição ou idealização, há fatos que podem ocorrer com qualquer pessoa, e isso impressionou pois daria uma certa “coragem” para assumir erros e conhecimento de que certos defeitos são normais.
Em um trecho da história, quando Mr. Ramsay começa a observar a sua casa de verão ela se transporta para outro tempo, outro momento, sem nenhum aviso de que isso aconteceria, essa ordem cronológica desfeita é bastante característica do Realismo proustiano. Em “ Em busca do tempo perdido” no volume l “ no caminho de swann” , Proust retorna por diversas vezes a cidade de Combray e seus tempos de menino. Como Mr. Ramsay retorna para um tempo em sua vida e começa lembrar-se de diversos fatos, aonde se chega a ter um confusão se realmente está de fato acontecendo ou é uma lembrança. O tempo volta para onde tinha parado quando ela briga com James, que não para quieto, e é severa com ela, graças as lembranças. Neste momento é possível observar como não se passou tanto tempo assim, que a história demora mais para ser contada do que o tempo que ela realmente tem.
Em um determinado paragrafo entra uma 3ªpessoa em cena, alguém que constata que nunca viu alguém tão triste, alguém que parece ser presencial, que não é apenas observador, é alguém que a conhece demais. Nesse momento não é possível saber de fato quem fala neste parágrafo. Nesse mesmo trecho esse alguém fala sobre algum boato que já correu pela cidade, algum amante que ela já teve, mas que foi esquecido “ A sua simplicidade sondava o que as pessoas inteligentes falsificavam”. Ai demonstra que mesmo ela sendo linda, como foi dito no texto, há defeitos, mas a sua beleza, simplicidade e seu modo de agir esconde qualquer tido de dúvida ou rumores que já ocorreu com sua imagem. 
Como já havia dito, neste texto há características românticas modernas, como o surgimento do Senhor Bankes, seu marido, que fala ao telefone com ela, em uma lembrança (novamente retorna em algum tempo que aquilo ocorreu que não é o tempo real). Ao telefone senhor Bankes parece lembrar-se de algo, e nessa lembrança a descreve, como alguém linda e que não tem noção da sua beleza. Nem ele mesmo crê em sua beleza. Depois que Mr. Bankes desliga o telefone ele vai pensar em Mr. Ramsay, (no texto não aparece a justificativa da distância de Mr. Bankes)e nesse pensamento ele quebra sua idealização de mulher perfeita, mostrando que mesmo ela sendo lindo algo falta em seu rosto, talvez seja a alegria que o narrador observador disse que não via no rosto dela em um dado momento. Talvez ela quisesse ser apenas comum. Assim como Mr. Bankes entra na cena, ele sai, mas deixando sua contatação.
E finalmente voltamos ao primeiro cenário e a finalização da costura da meia, o que ela não parou de fazer em nenhum momento da história, a realidade volta para a casa de verão no momento em que ela beija a testa de James, seu filho, a cena volta como nunca se tivera abandonado, mas de fato não foi abandonada externamente, e sim internamente. A história se desenrola em apenas uma distração a alguém ou algo e que desencadeia todos os pensamentos.

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