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Gestalt Conjectura e pressupostos filosóficos tsp3

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Gestalt - Conjectura e pressupostos filosóficos
A gestalt vem de um termo alemão que possivelmente a maneira mais correta de ser traduzida seria “forma”, conhecida como gestaltismo, teoria da forma, psicologia da gestalt, psicologia da boa forma e leis da gestalt, é uma abordagem referente ao processo de dar forma, de configurar "o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar". A palavra gestalt pode ser descrita "de uma entidade concreta, individual e característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus atributos". 
História e Origem
Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940) foram os criadores das leis da gestalt. Wertheimer pôde provar experimentalmente que diferentes formas de organização perceptiva são percebidas de forma organizada e com significado distinto por cada pessoa. Como pode ser visto nas figuras do Cubo de Necker e do Vaso de Rubin, daí surge a composição “O todo é maior do que a soma das partes que o constituem”. 
Gestalt-terapia é uma abordagem psicológica que teve influência de várias correntes filosóficas. As mais importantes dessas correntes são o humanismo, o existencialismo e a fenomenologia.
A Gestalt Terapia e o Humanismo
No humanismo, o homem é o centro do mundo e da existência. Heidegger , afirma que o homem é o centro das coisas porque só o homem existe, as coisas são, pois só ele tem maneiras características de se fazer e de se realizar.
“consideração da ‘dignidade individual, liberdade interior e criatividade’, em que cada homem possui um imenso potencial criador”. Monteiro
O humanismo considera o homem como centro de todas as coisas. Ele exalta as potencialidades do homem, valoriza o homem como um ser em busca de si mesmo e de seu desenvolvimento , para o humanismo, o valor do homem é infindável. Ou seja, a filosofia humanista preocupa-se com a valorização do ser humano, lida com o que de positivo tem a pessoa, com seu potencial de vida. O homem é, assim, o centro, com valor positivo capaz de se auto gerir e regular-se (RIBEIRO, 1985).
A Gestalt Terapia e o Existencialismo
O existencialismo tem como principal a existência humana (Monteiro). Ribeiro (1985) afirma em seu livro que essa existência é uma grande interrogação e ela que vai além da relação entre ato humano e intenção, pois para o existencialismo, todo ato psíquico é intenção.
Essa intencionalidade é própria da consciência, pois ela não é um depósito morto de objetos e imagens. A consciência é ativa, viva e livre, cabendo a ela dar sentido às coisas. Husserl já dizia que toda consciência é consciência de alguma coisa. Essa intencionalidade da consciência implica num passar a ação após uma conscientização e isso requer vontade e liberdade. Por sua vez, nesta existência, por ser provido de vontade e liberdade, o homem é o único responsável por tomar suas próprias decisões, sendo então o “culpado” pelas consequências indesejáveis que estavam fora da sabedoria antes de se transformar em ações.
“O homem escolhe o que projeta ser, usando de sua liberdade. E os seus valores serão criados através da escolha por ele feita, escolha da qual não há como fugir, pois mesmo a recusa em não escolher já é uma escolha”. (SARTRE, apud MARQUES).
A liberdade, no existencialismo, permite ao sujeito encaminhar/projetar o que será de sua vida, sendo ele mesmo responsável por seus atos.
O projeto é um conceito fundamental no existencialismo. Para ele, o homem é o único ser que pode se projetar a si mesmo. Ou seja, o homem é um ser se fazendo. Nesse sentido, o homem nada mais é do que aquilo que ele deseja ser, do que aquilo que ele projeta ser. Projeto e escolha estão diretamente ligados à noção de liberdade. É sendo livre que ele escolhe o que será e consequentemente é o responsável por tudo que faz. Sua essência surge como resultante de seus atos. (RIBEIRO, 1985).
O homem é visto como um ser concreto com vontade e liberdade pessoais, consciente, responsável, particularizado, singularizado no seu modo de ser e agir, concebendo-se como único no universo e individualizando-se a partir do encontro verdadeiro com sua subjetividade e sua singularidade.
A Gestalt Terapia e a Fenomenologia
A palavra Fenômeno, do grego significa manifestar-se, aparecer. Pode ser definido como aquilo que aparece ou a aparência da coisa. Husserl a definia como a ciência descritiva das essências da consciência e seus atos. Passa a ser assim o estudo da constituição do mundo na consciência. (RIBEIRO, 1985).Esta abordagem filosófica mostra que o mundo é o fenômeno, é o que se mostra, porém precisa ser desvelado. Desvelar o fenômeno significa chegar àquilo que a coisa é. O fundamental nesta corrente está na descrição. A descrição fenomenológica é fundamental, porque o nosso olhar habitual não nos permite evidenciar o fenômeno em si mesmo.
Nesse sentido, o fenômeno não pode ser considerado independentemente das experiências concretas de cada sujeito. O fenômeno não chega a nós independente de nós, ou seja, a interpretação do fenômeno é e pode ser diversa, pois existe em todo fenômeno um sentido relacional entre a coisa em si e a sua percepção por parte de outro. Ou seja, a coisa em si não é percebida em si identicamente de pessoa para pessoa, apesar de o fenômeno em si ser ele próprio. (RIBEIRO, 1985)
O fenômeno busca captar a essência mesma das coisas. Essa essência mesma das coisas busca descrever a experiência assim como ela acontece e se processa. Husserl acreditava que para isso acontecer é preciso colocar a realidade entre parênteses, suspendendo todo e qualquer juízo, não negando, nem afirmando, mas sim abandonando-se a compreensão. Dessa forma, conseguimos chegar às coisas mesmas, assim como são, como se apresentam. Essa foi a direção primeira que Husserl deu à fenomenologia, a de ir às coisas mesmas. É a chamada redução fenomenológica.
A redução fenomenológica é a busca do significado que é a chegada da totalidade à minha consciência. É a totalidade que contém o significado e que é feita de momentos fenomenológicos como sensação percepção intuição introversão. (RIBEIRO, 1985).
Segundo Husserl (apud GALEFFI), a redução fenomenológica proporciona o “retorno à consciência”. Assim, os objetos se revelam na sua constituição, retornando à consciência, como correlatos da consciência. Esse retorno pressupõe a redução fenomenológica.
Gestalt
A Gestalt terapia sofreu influências das correntes filosóficas do humanismo, existencialismo e fenomenologia. Suas contribuições estão presentes nos conceitos gerais da Gestalt como os de Homeostase, doutrina holística, as partes e o todo, o aqui e agora, dentre tantos.
Na Gestalt terapia, o homem é visto como um ser que pode se autogerir, de se auto realizar, assim como no humanismo. Tal conceito de Rogers recebe a denominação de auto-regulação organísmica. Esta força direciona o indivíduo o tempo inteiro em direção à maturidade e à independência. O tempo todo o ser humano busca essa direção, juntamente com um equilíbrio que o mantenha em harmonia com o seu ambiente. Esse processo é chamado de homeostase. Para a Gestalt, enquanto as necessidades de um indivíduo são muitas e não realizadas, elas perturbam o equilíbrio deste e o processo de homeostase perdura. Quando realizadas nossas necessidades, a homeostase se estabelece. O conceito de homeostase está bastante relacionado ao de figura e fundo. Este é um processo dinâmico. Na subjetividade da percepção, para o indivíduo, a figura sugere algo que está em evidência na hierarquia de necessidades, ou seja, é a necessidade dominante do sujeito. Quando satisfeita, se torna fundo, para posteriormente surgir uma nova figura (PERLS, 1981).
A Gestalt concebe também um homem como um organismo unificado, não admitindo a divisão entre mente e corpo. Reconhece que os pensamentos e ações são feitas da mesma matéria, sendo as ações físicas inter-relacionadas às ações mentais. É o conceito de doutrina holística. A fenomenologia relaciona-se com esta visão holística,considerando a pessoa “numa totalidade, em que mente, corpo e espírito formam o ser total. Tais “partes” são capazes de afetar o todo, assim como o “todo” afeta as partes”. (MONTEIRO).
Outra contribuição da fenomenologia é o conceito de aqui e agora da Gestalt. Ele significa o momento presente. O presente é a única possibilidade, a única realidade possível. O comportamento é uma função do campo e não depende do passado. O aqui e agora se refere à fenomenologia, pois “todas as emoções e sentimentos do cliente, embora vivenciados no passado, podem ser recuperados e experienciados, sendo este um dos objetivos da psicoterapia: ajudar o cliente a tomar consciência e resolver o fenômeno em questão que está trazendo impacto em sua vida”.
Essas contribuições, dentre tantas outras, influenciaram na visão de homem atual da abordagem Gestáltica e visam principalmente ajudar no processo da terapia.

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