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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - SJ Juliana Souza Maria Eduarda Schiessl Mayara Leal Marcos Tomaz Souza ESCLEROSE MULTIPLA Ensino Clínico II São José 2017 INTRODUÇÃO Segundo Horta ( 1968); “ Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência através da educação, de recuperar, manter e promover sua saúde, contando para isso com a colaboração de outros grupos profissionais. A enfermagem é um serviço prestado ao ser humano, é parte integrante da equipe de saúde e como tal se ocupa em manter o equilíbrio dinâmico, prevenir desequilíbrios e reverter desequilíbrios em equilíbrio do ser humano” (HORTA 1968). O presente trabalho, fala sobre Esclerose Múltipla, baseado na teoria da Wanda Horta e Nanda, contém a definição da doença, sua origem, a fisiopatologia, fatores de risco, sintomas, sua classificação, diagnóstico, tratamento, complicações, prevenção e intervenções de enfermagem. Tem como objetivo explicar o que é a Esclerose Múltipla, e como prestar a Assistência de Enfermagem aos pacientes acometidos com este diagnóstico. O QUE É EM? A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica crônica diesminielizante, de caráter autoimune acomete o sistema nervoso central geralmente em pacientes jovens e do sexo feminino. A evolução da doença é extremamente invariável e imprevisível. O ataque imunológico é mediado por células T e Macrófagos sobre a mielina desnuda os axônios, reduzindo a velocidade da condução nervosa ocasionando os sintomas neurológicos. O distúrbio se caracteriza por desenvolvimento por áreas locais de diesminielizante, seguido de gliose reativa podendo ter dano axonial. As lesões ocorrem na substância branca do encéfalo, na medula e no nervo óptico e podem ser visualizada na RM como placas hipertensivas em T2 distribuídas irregularmente no sistema nervoso central (manchas brancas). FISIOPATOLOGIA A Esclerose Múltipla é uma doença crônica no cérebro e na Medula espinal A bainha de mielina é a cobertura de proteção que está ao redor da suas células nervosas. A inflamação crônica desta cobertura faz com que gradualmente, ela desapareça completamente. . Isso bloqueia o funcionamento dos seus nervos, causando uma perda das funções do corpo e sua incapacitação. VISUALIZAÇÃO NA RM O QUE CAUSA? As causas exatas da esclerose Múltipla não são conhecidas, mas há dados interessantes que sugerem que a genética, o ambiente em que a pessoa vive e até mesmo um vírus podem desempenhar um papel no desenvolvimento d doença. Embora, a causa ainda seja desconhecida, a esclerose múltipla tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que tem possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes. A Esclerose Múltipla acomete especialmente mulheres de pele clara em idade fértil, sendo a proporção de 3 mulheres para 1 homem com a doença. Em torno de 90% dos casos, ocorre dos 15 aos 55 anos de idade. As pesquisas indicam a influência de fatores ambientais em indivíduos geneticamente suscetíveis. Base genética: A esclerose múltipla (EM) não é uma doença herdada diretamente, porém se alguém da família tiver EM, uma pessoa terá 1 a 5% de chance de também desenvolver a doença (2 a 5% se for parente em primeiro grau). Se um gêmeo univitelino tiver EM, o outro terá 25% de probabilidade de vir a ter a doença. Há uma tendência maior da EM surgir em descendentes europeus, principalmente do norte da Europa. Fatores ambientais: A EM acontece com maior frequência em locais distantes do equador. Por exemplo, nos países do norte europeu a prevalência supera 150 casos a cada 100.000 habitantes. Já no continente africano, a prevalência é de 0,3 casos a cada 100.000 habitantes. No nordeste do Brasil é de 1 para 100 mil e na região sudeste em torno de 20 para 100 mil. A pouca exposição solar está associada a menor produção de vitamina D, sendo que esta tem influência na regulação do sistema imune. Expor-se pouco ao sol até os 15 anos de idade aumenta o risco de desenvolvimento da EM. No entanto, a suplementação com vitamina D após a instalação da doença ainda está sob investigação. Excesso de higiene e ausência de parasitoses intestinais na infância estão relacionadas com aumento da probabilidade do surgimento da EM (hipótese da higiene). O contato com parasitas intestinais exerce um efeito anti-inflamatório, reduzindo a atividade da EM. Já o tabagismo aumenta em 1,5 vezes o risco de desenvolver a EM. Para quem já tem a doença, fumar aumenta o número de surtos e a progressão. Agentes infecciosos: O contato com um vírus denominado Epstein-Barr (EBV) pode produzir, em algumas pessoas, elevados níveis de anticorpos contra este vírus no sangue. Nestas situações há um risco de desenvolvimento da EM que é de 20 a 36 vezes maior que as pessoas que tem baixos níveis de anticorpos. Acredita-se que este vírus funcione como um gatilho no desenvolvimento da EM indivíduos suscetíveis. Uma linha de pesquisa avalia a possibilidade do Esptein barr ativar um vírus “adormecido” nos genes, e este desencadearia os processos de desmielinização e inflamação no sistema nervoso central. Em síntese, a esclerose múltipla é uma doença que depende de múltiplos fatores para ser desencadeada. Há uma tendência hereditária, sobre a qual diversos eventos ambientais funcionam como gatilho ou aceleradores da doença, tais como pouca exposição ao sol e excesso de higiene na infância, contato com o vírus Epstein-Barr (vírus da Herpes) e tabagismo. Ainda não conseguimos evitar a EM, porém dispomos de diversos tratamentos que proporcionam um controle da doença em conjunto com atitudes saudáveis como uma boa alimentação, atividades físicas, expor-se ao sol com moderação e não fumar. O objetivo final é qualidade de vida! Classificação EM: Esclerose múltipla remitente recorrente (EMRR) Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP) Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP) Como é feito o diagnóstico? Critérios básicos: Evidência de múltiplas lesões no sistema nervoso central (SNC); Evidência (clínica ou paraclínica) de pelo menos dois episódios de distúrbio neurológico num indivíduo entre 10 e 59 anos de idade. Como é feito o diagnóstico? Procurar um médico Neurologista Exames solicitados: Ressonância Magnética de crânio e coluna em níveis cervical, torácico, lombar (em alguns casos). Líquor onde o fluido que banha o SNC é retirado para exame. Potencial evocado que mede a condução nervosa no seu trajeto visual, auditivo, motor e sensorial. Tratamento para EM: Os tratamentos buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longos dos anos; Costuma tratar-se os sintomas urinários e a fadiga para melhorar a qualidade de vida do paciente; Utilizado medicamento especifico para cada caso; Tratamento para EM: Medicamentos utilizados: Imunomoduladores: reduz a atividade inflamatória e agressão a mielina, com diminuição dos surtos em intensidade e frequência; Imunossupressores: reduzem eficácia ou eficiência do sistema imunológico. Ex: azatioprina, a ciclosfosfamida, o mitoxantrone, o methotrexate e a ciclosporina. Tratamento para EM: Pulsoterapia - Para tratamento de surtos. Utilizados altas doses de medicamentos por um curto período de tempo. Corticoides sintéticos. Ex: metilprednisolona EV por 3 ou 5 dias e geralmente após a medicação EV é utilizado Prednisona VO por cinco dias ou mais. Tratamento para EM: Interferons+ acetato de glatirâmer- Utilizado em tratamento de surtos e para estabilizar a doença. Distribuído gratuitamente pelo governo, dispensado em farmácias ou centro de referências para tratamento de esclerose múltipla. O interferon beta 1 a é administrado por via subcutânea 3 vezes na semana (Rebif® 22mcg ou 44mcg) ou intramuscular 1 vez por semana (Avonex® 30mcg). O interferon beta 1 b é administrado subcutâneo em dia alternados (Betaferon® 8000UI). O acetato de glatirâmer (Copaxone® 20mg) deve ser empregado subcutâneo diariamente. Tratamento para EM: Novas medicações: Anticorpos monoclonais; Medicações via oral: Fingolimode, cladribina, laquinomod, teriflunomide, fumarato. O fingolimode (Gilenya®) já está disponível no SUS; Neurorreabilitação : psicologia, neuropsicologia, fisioterapia, arteterapia, fonoaudiologia, fisioterapia, neurovisão e terapia ocupacional; Tratamento para EM: Terapias de apoio e complementares: Melhora no aspecto psicológico, melhorando a autoestima, autoconfiança e aceitação. Já no aspecto físico, ajuda a aliviar as dores, melhorando a força e a flexibilidade. neurologia, psiquiatria, medicina preventiva e urologia. Transplante autólogo de células-tronco: O transplante autológico de células-tronco hematopoiéticas (TACT) é um tratamento de imunossupressão de altas doses, ou seja, ele praticamente interrompe a atividade ou a eficiência do sistema imunológico para impedir que o mesmo ataque o sistema nervoso. Após isso, o paciente passa pelo transplante com células-tronco para construir um novo sistema imunológico Prevenção No entanto não é possível prevenir a Esclerose Múltipla. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado faz com que o paciente consiga viver com a EM sem grandes intercorrências decorrentes da doença. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA EM O cuidado se baseia nas etapas do SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem), dando inicio na Avaliação de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem para EM, Intervenção de Enfermagem e a Avaliação dos resultados de Enfermagem. AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM Observa e avalia-se força muscular, coordenação, marcha, nervos cranianos, função de eliminação, exploração adequada sobre atividades e funções sexuais. Colhe-se informações sobre adaptação e ajustes do paciente e da família , assim como se informar sobre sistemas e materiais de apoio disponíveis para auxiliar o paciente com EM. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM O diagnostico de Enfermagem consiste em avaliar o paciente procurando as alterações que podem ser causadas pela EM, onde o enfermeiro possa elaborar o planejamento de enfermagem. COMPLICAÇÕES / INTERVENÇÕES Possíveis Complicações Perda da memória Disfunção respiratória Depressão Problemasna bexiga Problemas intestinais Rigidez/espasmo muscular Disfunções da Fala, voz e linguagem Mudança de humor Epilepsia Problemas sexuais Complicação Intervenção Mobilidade física comprometida relacionada à fraqueza muscular, espasticidade e falta de coordenação. Geralmente essa etapa é doprofissional de fisioterapia. No caso da falta desse profissional o enfermeiro pode ajudar e estimular a deambulação e orientar exercícios que ajudam a melhorar tônus muscular dando todas a orientações necessárias dos exercícios para o paciente e familiares frisando a importância da movimentação ao paciente com EM. Fadiga relacionada ao processo patológico e ao estresse da adequação. Deve-se explicar ao paciente quea fadiga é uma das complicações da EM, enfatizando a necessidade de ter uma vida saudável com uma boa dieta, repouso, exercícios com moderação e sono equilibrado. Complicação Intervenção Alterações sensorial-perceptual Orientar e estimularopaciente a procurar ou encaminha-lo aooftalmologista, oferecer um ambiente seguromantendo os móveis sem nos mesmo lugares permitindo se familiarizar com o local, chão livre de obstáculos. Eliminação urinaria alterada que se prende devidoaoprocesso patológico. Incentivar a ingestão hídrica adequada, avaliar e ensinar o paciente e familiares a identificar e relatar os sinais de uma possívelinfecção. para pacientes com recidiva de infecção pode ser feito o programa com treinamento cateterismo vesical para diminuir a incontinência e evitar infecções. Orientar o paciente a sempre relatar quando tiver queixas ao urinar. Complicação Intervenção Processos familiares alterados ligados a incapacidade de preencher as funções esperadas. Estimular odiálogo familiar sobre o problema, sugerir a divisão nos afazeres e responsabilidades, incentivar que todas participem direta ou indiretamente do tratamento. Disfunção sexual relacionada ao processo da doença. Estimular a comunicação aberta entre o casal e se julgar necessário sugerir aconselhamento com terapeuta ocupacional,Estimular o paciente a pratica de atividades, principalmente que lhe deem prazer AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS A avaliação dos resultados é na verdade uma reavaliação do paciente, onde será comparado o estado do mesmo no inicio do tratamento e como ele esta agora, revendo o que foi feito e com que qualidade, se foi alcançado algum objetivo, se há necessidade de tirar ou acrescentar algum procedimento aos cuidados já adotados. CONCLUSÃO “ A autonomia profissional só será adquirida no momento em que toda a classe passar a utilizar a metodologia científica em suas ações, o que só será alcançada pela aplicação sistemática do processo de Enfermagem” (HORTA 1979). A partir deste trabalho, foi possível desenvolver um raciocínio sobre a Esclerose Múltipla, relacionando os problemas apontados com diagnósticos e planejamento, visando a melhoria dos cuidados e assim, um atendimento com qualidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS http://esclerosemultipla.com.br/2014/11/20/como-identificar-um-surto-na-esclerose-multipla/ http://enilaariem.blogspot.com.br/2010/06/esclerose-multipla-em.html http://abem.org.br/esclerose/o-que-e-esclerose-multipla/ http://www.nursing.com.br/esclerose-multipla-tudo-sobre/ https://www.google.com.br/search?q=esclerose+multipla&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwjE1qKmyuXSAhVKIJAKHcwnBPYQ_AUIBygC&biw=1242&bih=535#imgrc=qal8dohcw42fDM: NANDAINTERNACIONAL 2015/2017 http://abem.org.br/esclerose/tratamento/
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