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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA
INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ
CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA E BOMBEIROS MILITAR/CSPBM/2017
SIDNEY PROFETA DA SILVA 
A MÍDIA INFLUENCIANDO NA SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA DAS PESSOAS
 	
MARITUBA-PA
2017
RESUMO
No objetivo de fazer uma discussão numa possível relação entre o que a mídia noticia e a sensação de insegurança vivida pela população das grandes cidades, a pesquisa se desenvolve a partir de autores da área do comportamento humano e pesquisas disponíveis na internet. A natureza do trabalho é exploratória, qualitativa e descritivo-explicativa. Nessa pesquisa há uma tentativa de participar na formação do imaginário do receptor das notícias. A participação do cidadão deve ser melhor pesquisado.
Palavras - chave: Sensação de insegurança, mídia, comportamento humano.
ABSTRACT
In the objective of making a discussion on a possible relationship between what the news media and the sense of insecurity experienced by the population of large cities, the research is developed from authors of the area of human behavior and research available on the internet. The nature of the work is exploratory, qualitative and descriptive-explanatory. In this research there is an attempt to participate in the formation of the imaginary of the receiver of the news. Citizen participation should be better researched.
Key words: Feeling of insecurity, media, human behavior. 
INTRODUÇÃO 
As Grandes cidades vivem atualmente em torno de uma grande problemática que é o aumento da criminalidade, o que torna difícil viver de forma harmoniosa e pacifica, visto que segurança constitui uma das necessidades básicas do homem, podendo ser definida como estar livre do medo do crime e do perigo de ser vítima da violência. 
A constância nos acontecimentos criminosos deixam sem controle essa questão por parte das autoridades, apontando para a existência de problemas na área da segurança pública em todo o território brasileiro, principalmente nas grandes cidades. Observa-se que outra questão grave é o reflexo causado em parte considerável da população sobre esses acontecimentos. Uma sensação de insegurança que ao todo não reflete o que é real, pois, segurança pública, de acordo com o pensamento de Paschoal e Tatto (2015) é formada por um conjunto de fatores complexos onde a solução além das ações de segurança pública propriamente dita, deve ser acompanhada de valores cívicos, éticos e morais, assim como a compreensão em relação ao tema deve passar por fatores multi e interdisciplinares, como a sociologia, a psicologia, o direito, a economia, dentre outros, e suas relações com a sociedade. Porém não é o que se apresenta hoje em dia, pois o que se apresenta à sociedade é que o problema de segurança pública está relacionado somente ao sistema estatal e seus representantes. 
O objeto desta pesquisa é mostrar até que ponto a mídia em suas diversas formas de expressão podem ter responsabilidade e serem um dos principais responsáveis pela sensação de insegurança em que a população dos grandes centros urbanos se encontram. 
A mídia desempenha um papel de grande importância quando o assunto é violência, pois tem o poder de influenciar a opinião pública, sendo dessa forma decisiva tanto na absorção por parte da sociedade sobre o que lhe é repassado, quanto nas respostas ou omissões do governo.
Uma das hipóteses é a de que a mídia constrói e dissemina fatos e fatores que abrangem a violência em seu sentido mais cruel, operando no imaginário das pessoas, o que faz aumentar a sensação de insegurança e sentimento de injustiça vividos pela população.
Observa-se que nas grandes cidades a sociedade implora segurança, por paz, harmonia, bem estar, coisas que segundo os mais antigos já existiu nesse sentido, pois atualmente se vive mais, a evolução das tecnologias trouxe mais conforto, porém, se percebe também ao lado disso tudo, o medo, a revolta e a busca por justiça. É nessa questão que se verifica a necessidade de compreender e refletir sobre os acontecimentos buscando diferenciar o que é plenamente verdade e o que é tendencioso e imaginário. 
METODOLOGIA 
Para elaboração do trabalho foi adotada a pesquisa descritiva-qualitativa, através de procedimentos técnicos da pesquisa bibliográfica, onde foram utilizadas como base para construção da pesquisa, um conjunto de dados bibliográficos já pesquisados por outros autores sobre temas semelhantes envolvendo os meios de comunicação social, elaborados a partir de material já publicado, através de livros, artigos, e materiais disponibilizados na Internet, os quais representam o estado da arte sobre o assunto pesquisado, e na busca de identificar e descrever fatos e caraterísticas nesse processo que relacionam a mídia e a criminalidade, como a intencionalidade por exemplo.
Em relação aos objetivos, pode-se definir a pesquisa como descritivo-explicativa, onde de acordo com Gil (1991, p.53), “visa descrever as características de determinada população ou fenômeno e aprofundar o conhecimento da realidade”. 
O MÍDIA COMO OBJETO DE ESTUDO
A mídia desempenha um papel de grande importância quando o assunto é violência, pois tem o poder de influenciar a opinião pública, sendo dessa forma decisiva tanto na absorção por parte da sociedade sobre o que lhe é repassado, quanto nas respostas ou omissões do governo.
Ninguém discorda que existe um número expressivo de crimes, e atualmente os meios de comunicação, através de técnicas e objetivos, consegue alcançar em segundos a população, levando notícias, informações e conteúdo, e dessa forma contribui também para tornar ou aumentar a sensação de insegurança vivida pela população das grandes cidades. É sabido que há alguns anos atrás, antes dessa evolução dos meios de comunicação, ocorrências violentas aconteciam, porém, ficava circunscrita ao meio onde estava localizada, poucos tomavam conhecimento dos fatos. Atualmente as informações chegam de forma muito veloz às pessoas, a mídia reporta informações trágicas sobre outras informações igualmente trágicas em diversas situações, dentre elas as da área de segurança pública, banalizando dessa forma a violência, chegando a provocar pânico na população. Se no passado os acontecimentos eram isolados e poucos tomavam conhecimento, atualmente, os crimes cometidos nos locais mais longínquos podem se tornarem mundialmente conhecidos através dos meios de comunicação (Jornais, rádio, televisão, internet). 
Observa-se que a mídia, através de seus conteúdos, funcionam muitas vezes colaborando como estruturação de sociedades cada vez mais violentas, visto que, essa mídia valoriza em suas reportagens o comportamento violento. Michaud (1996, p. 136) sobre o assunto diz:
(...) a violência na mídia, que ela seja estilizada ou não, que seja ficção ou parte dos telejornais da atualidade, serve, de uma certa maneira, a um descarregar-se, distender-se, dar livre curso aos sentimentos através do espetáculo. As cenas de violência são um sintoma da nervosidade da sociedade. Podem não tornar as crianças mais violentas, mas certamente contribuem para excitá-las.
OBJETIVO MÍDIATICO E A REALIDADE 
No entendimento de Paschoal e Tatto (2015) na abordagem do uso da linguagem para construir a realidade, é preciso refletir o papel específico dos meios de comunicação de massa em relação à construção social e sua percepção. 
A mídia tem que passar aos receptores da mensagem a impressão de que está sendo verdadeira com a informação que está sendo prestada. A população deve receber a comunicação como algo real, de quem buscou conhecer muito sobre o que está sendo repassado, dando à mídia esse poder para a construção social da verdade, Wolf (1994), em seus estudos mostrou como a mídia coopera para formar a realidade social ao interpretar os conflitos das relações dos meios de comunicação sobre como se perceberá a realidade social de forma subjetiva, deixandoa população dependente da mídia para perceber o que é a realidade, principalmente o que não se pode perceber pessoalmente, com tendência a excluir o que conhece para substituir pelo o que os meios de comunicação estão informando, ou seja, os meios de comunicação de massa muitas vezes não dizem o que pensam sobre determinados assuntos, em especial sobre a violência, mas conduzem a população a pensar de acordo com o que se quer repassar como informação, de acordo com Ramos e Paiva (2005) influenciam na opinião da sociedade e ainda sobre as políticas públicas de estado. 
A mídia é decisiva na qualidade e rapidez das respostas do governo e da sociedade, com as informações que são repassadas ao público, descreve e dá uma precisão sobre o que se quer como realidade, para poder formar opinião e discussão. De acordo com Shaw apud Wolf (2005) A asserção fundamental é que a compreensão das pessoas em relação a realidade social é modificada pelos meios de comunicação de massa. E nesse meio está incluída também a compreensão da realidade social no que diz respeito à segurança pública, a violência e suas derivações.
A MÍDIA COMO FORMADORA DE OPINIÃO
De acordo com o pensamento de Carvalho Jr. (2009) A emergência da TV nos anos 1960 coincidiu com o aumento dos índices de criminalidade no ocidente, fato que teve como colaboração o realce dado ao tema do crime, transformando o modo como a população percebe o problema da criminalidade.
Ao fazer a exploração, dramatização, reforço das experiências públicas de ressonância psicológica, a mídia tem um papel fundamental na formação do entendimento e absorção da violência, criando muitas vezes um ambiente com sensações de medo, fúria. Ressentimento, dentre outros sentimentos provocados pelas experiências mostradas em relação ao crime e a violência, visto que o público tende a levar em consideração o conhecimento e a informações que são repassados pelos meios de comunicação, e essas informações que são transmitidas constroem e modelam a imagem da violência, assim como das opiniões como consequência do que é repassado.
Em 1998, a UNESCO divulgou estudo tornando público a explicação de como os meios de comunicação influenciam a forma de pensar das pessoas, onde apresentou conclusão diagnosticando a existência dessa influência, a qual afeta mais as crianças do que os adultos, sendo ingênuo e inconsequente achar que não há influência da mídia no pensamento da sociedade, assim como de que não traria junto a violência como um resultado natural dessa prática. Segundo Groebel (1998), quando por exemplo um comportamento agressivo é mostrado pelos meios de comunicação como bem sucedido, passa-se através das formas de cognição, a acreditar que aquilo seja a verdade para a vida, Para McCombs e Shaw (1972, p.117) “a mídia pode até não ter muito sucesso em dizer como as pessoas devem pensar, mas sem dúvida alcança um sucesso estrondoso em dizer sobre o que as pessoas devem pensar”. 
Groebel (1998), fez uma proposição em que procura explicar como a mídia pode exercer influência no dia a dia das pessoas, onde o conteúdo das informações apresentadas disponibilizam uma orientação, uma referência, que direciona o comportamento das pessoas. Aqueles que recebem a informação nem sempre absorvem ao que é repassado de forma simultânea, mas acabam por tomar como parâmetro o seu comportamento com os apresentados pela mídia. Groebel (1998, p. 36) cita como exemplo comparar a crueldade extrema apresentada pela mídia com um chute que se dá em outra pessoa, tornando a segunda ação inocente quando comparada a primeira que é a apresentada como referencial.
 Para Ramos e Novo (2003) os receptores da comunicação de massa, por não ter acesso direto com o que é repassado de informação pelos meios de comunicação, assumem o conteúdo produzido pela mídia como seu. Mello (1999) diz que “os meios de comunicação não se limitam a informar. Eles tomam partido, julgam e condenam. Ao fazerem assim, aprofundam o temor e a ignorância do público que deveriam informar.”
Todas as correntes de diferentes direções apresentam argumentos que identificam a influência exercida pela mídia, e de acordo com Porto (2009) é a mídia um dos principais produtores das representações sociais, onde independente do conteúdo apresentado ser falso ou verdadeiro, sua função é orientadora de condutas dos atores sociais. 
Segundo Sacco (1995), as notícias que cobrem o crime como um todo chegam a ser 25% do conteúdo total, dependendo da mídia que se considere, os motivos desse apelo poderiam ser explicados pela disponibilidade de matéria, pois, principalmente nos grandes centros, todos os dias acontecem ações criminosas de todos os tipos, cabendo aos meios de comunicação optar o que deseja explorar. Outra explicação está direcionada à questão do crime ser um problema de natureza social, sendo de interesse de muitas pessoas. E outra explicação ainda seria a questão do crime fornecer características que fornecem elevado potencial para prender a atenção do espectador, devido ao seu caráter ficcional, muitas vezes até bizarros, dramáticos e violentos, e são esses últimos tipos menos comuns os que mais prendem a atenção do receptor da informação e os que mais são trabalhados pela mídia, em relação a este assunto Gilliam e Yengar (2000) mostram que a percepção pública é dominada pelos crimes menos comuns, que acontecem de forma mais esporádica, e os mais violentos. Segundo Bucci (2000) a mídia ao fazer seleção e hierarquização das notícias torna a informação mais dramática do que factual, organizando-se como uma ficção primária onde há suspense, drama, lição de moral, mocinhos, bandidos, os que são do bem e os que são do mal. Leal Filho (2006) acredita que a notícia no Brasil é movida por interesses comerciais, tratada como produto a ser consumido e para geração de audiência, não se preocupando tanto na qualidade da informação a ser prestada ao público. Concluindo-se daí que quando o assunto é violência ou crime, ou algo relacionado à segurança pública, os meios de comunicação estariam longe de fornecer a informação real, como é defendido por quem produz a matéria. Supondo-se que deve haver seleção, síntese e reformulação do que realmente acontece para adequá-las as regras do mercado, à ideologia do momento e as rotinas de trabalho que lhes próprias, em outras palavras, a manipulação da informação, trazendo como consequência a não realidade dos fatos que são apresentados. 
Dessa forma, a mídia acaba por ter seu papel diabolizado, afastando-se do paraíso, deixando de informar com qualidade, imparcialidade, isenção, respeito e independência, deixando como vítimas de todo esse contexto, aquele que absorve o conteúdo disponibilizado, o espectador. 
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA DA POPULAÇÃO
Os meios de comunicação diariamente fazem, sem perceber ou não, surgir um clima para que a dor alheia seja entendida de uma forma generalizada como algo que poderá acontecer a qualquer momento, fazendo aparecer um sentimento de pânico na imaginação do receptor da informação, sendo esse tipo de situação trabalhada de forma contínua no imaginário das pessoas, chegando muitas vezes a dar rumo nas ações diárias de muitos. 
A respeito do medo da violência, Delumeau (1989), discorre: 
Um [...] efeito do medo é a objetivação. Por exemplo, no medo da violência, o homem ao invés de lançar-se à luta ou fugir dela, satisfaz-se olhando-a de fora. Encontra prazer em escrever, ler, ouvir, contar histórias de batalhas. Assiste com certa paixão às corridas perigosas, às lutas de boxe, às touradas. O instinto combativo deslocou-se para o objeto.
Dessa forma, é entendido que para compreender essa forma de relação, deve-se levar em consideração o que leva uma notícia, por exemplo, sobre violência a aumentar o sentimento de dor e medo àqueles que recebem a mensagem, para assim, tornar viável que essas notícias possam vir a ser repetidas sempre. Pode-se dizer que existe um certo fascínio por parte das pessoas quando o assunto é violência, essa satisfaçãoprovavelmente não decorra somente do medo ou da possibilidade de ser a próxima vítima, mas também a frente dos fatos, que chegam a lhe proporcionar prazer, enquanto espectador.
O cientista francês Jean-Claude Chesnais, especialista em violência urbana, mostra alguns fatores que influenciam decisivamente para a situação da violência urbana. Chesnais (1996) registra como fundamentais os seguintes fatores: 
1. Fatores sócio-econômicos (pobreza, agravamento das desigualdades, herança da hiper-inflação). 
2. Fatores institucionais: insuficiência do Estado, crise do modelo familiar, recuo do poder da Igreja. 
3. Fatores culturais: problemas de integração racial e desordem moral. 
4. Demografia urbana: as gerações provenientes do período da explosão da taxa de natalidade no Brasil chegando à vida adulta e surgimento de metrópoles sem a mínima infra-estrutura. 
5. A mídia, com seu poder, que colabora para a apologia da violência.
 6. A globalização mundial, com a contestação da noção de fronteiras e o crime organizado (narcotráfico, posse e uso de armas de fogo, guerra entre gangues). 
Observa-se nas causas descritas pelo autor, que a mídia, com seu poder de influência, são fundamentais, aparecendo entre as principais causas para o aumento dos registros mais comuns que temos de violência nos grandes centros.
Vaz e Lissovsky (2007), nos dão outros exemplos de como pode ocorrer essa influência da mídia no imaginário das pessoas, citam, por exemplo, um roubo seguido de homicídio em uma via movimentada ou um homicídio cometido em um estabelecimento comercial onde a vítima estava trabalhando, fatos que prendem a atenção das pessoas por imaginarem que o marginal tirou a vida de um inocente que não fez nada para contribuir para esse resultado. Segundo os autores, esse sentimento influência muito o imaginário do espectador ou leitor, pois este se coloca no lugar do vitimado, que qualquer um poderia estar naquela situação, se estivesse no local errado, na hora errada. Esse tipo de acontecimento traz às pessoas um sentimento de vitimização, provocando grande sensação de insegurança.
	De acordo com os mesmos autores, um exemplo desta afirmação sobre a influência da mídia em causar uma sensação de insegurança na população com as contínuas reportagens relativas à violência, crime, assuntos policiais, está o caso da cidade do Rio de Janeiro, onde a cada nova reportagem, os espectadores, já acostumados e absorvidos com o tipo de informação, será capaz de lembrar fatos idênticos, sem necessitar que o jornal o ajude a isso, e aqueles que estão de passagem pela cidade, acreditam que a qualquer momento o que estão lhes sendo reportado irá acontecer. 
Estes exemplos, apontam para uma definição de que os meios de comunicação são determinantes para explicar o aumento da violência e influenciam para isso na imaginação da população.
CONCLUSÃO
A ideia dessa pesquisa é tornar evidente a influência que a mídia exerce na sensação de medo, insegurança, que vivem as pessoas nos grandes centros urbanos.
O trabalho procura explorar o objeto da pesquisa, a mídia e sua influência na vida das pessoas. Ao longo do trabalho, observou-se que vários são os autores que direcionam essa influência dos meios de comunicação no imaginário dos cidadãos. É importante deixar evidente que pesquisar sobre a influência da mídia na vida da população tem somente o objetivo de estabelecer uma interlocução sobre a forma de repasse das informações que chegam àqueles que recebem a notícia e a forma que absorvem essas mensagens.
Os programas de televisão exercem uma enorme influência no cotidiano, na abordagem do uso da linguagem para construir a realidade, eles tem que refletir o papel específico dos meios de comunicação de massa em relação à construção social e sua percepção, tendo que passar aos receptores da mensagem a impressão de que está sendo verdadeira com a informação que está sendo prestada. Já a sociedade recebe a comunicação como algo real, tendo a mídia esse poder para a construção social da verdade nos assuntos referentes à segurança e nas atitudes comportamentais da sociedade, sendo essa sensação de insegurança fruto de estereótipos gerados por intermédio da influência exercida pela mídia em geral. 
Assim, foi verificado que o aumento considerável da sensação de insegurança nos grandes centros, tem relação direta em como mídia amplia a violência e a criminalidade na sua forma de passar o noticiário. Pois se vê no dia-a-dia e em qualquer meio de comunicação, além das várias violências, programas em que pessoas ensinam como praticar este ou aquele crime, dando dicas e “modus operandi” dos crimes e revelando as técnicas e capacidades operacionais das policias.
	É importante ressaltar, que a mídia tem considerável importância quando o assunto é segurança, violência, crime, pois com o poder que tem de influenciar a opinião pública, como formadora dessa opinião, é decisiva nesse sentido, construindo e disseminando fatos e fatores que abrangem a violência em seu sentido muitas vezes cruel, operando no imaginário das pessoas, tendo como consequência o aumento da sensação de insegurança e sentimento de injustiça vividos pela população.
REFERÊNCIAS
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CARVALHO JR, Orlando Lira. Mídia e criminalidade no Brasil. I Seminário Nacional Sociologia e Política UFPR 2009. Paraná, 2009.
CHESNAIS, Jean-Claude. O aumento da violência criminal no Brasil. Tradução Luiz Gonzaga de Freitas. Força Policial. São Paulo, n. 9, jan./mar, 1996.
DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente: 1300-1800, uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia da Letras, 1989.
GIL, Antonio C. Como elaborar projeto e pesquisa.São Paulo Atlas. 1991.
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GROEBEL, Jo. Percepção dos jovens sobre a violência nos meios de comunicação. – Brasília. Unesco, 1998. (Cadernos Unesco Brasil. Série Direitos Humanos e Cultura da Paz; v. 1). Disponível em <http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001315/131502por.pdf> . Acesso em 22 de junho de 2017.
LEAL FILHO, L. L.. A TV sob controle: a resposta da sociedade ao poder da televisão. São Paulo. Summus, 2006.
McCOMBS, Maxwell; SHAW, Donald. The agenda-setting funtion of the mass media. Public Opinion Quarterly. Vol. 36. 1972.
MELLO, S.L. A violência urbana e a exclusão dos jovens. In: B.B. SAWAIA (org), As Artimanhas da exclusão: Análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis, Vozes, 1999.
MICHAUD, Yves. Violence et politique. Paris. Gallimard. 1989.
PASCHOAL, Ademar Carlos; TATTO, Luiz. Reflexões sobre o poder da mídia na formação da sensação de (in)segurança.2015.Disponível em:< http://www.escoladegestao.pr.gov.br/arquivos/File/anais/painel_justica_e_cidadania/reflexoes sobre_o_poder.pdf>. Acesso em: 20 de junho de 2017.
PORTO, Maria Stela Grossi. Mídia, segurança pública e representações sociais. In: Revista de sociologia da USP. Vol. 21. N. 2. São Paulo, 2009.
RAMOS, Fabiana P.; NOVO, Helerina A. Mídia, Violência e Alteridade: Um estudo de caso. Estudos de psicologia. Vol 8, 2003. 
RAMOS, Silvia; PAIVA, Anabela. Mídia e violência: novas tendências na cobertura de criminalidade e segurança no Brasil. Rio de Janeiro, Iuperj. 2007.
SACCO, V. Media Construction of Crime, in Teaction to Crime and Violence. The Annal of the American Academy of Political and Social Science, Sage Publications. 1995.
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