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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA
INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ
CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA E BOMBEIROS MILITAR/CSPBM/2017
	SIDNEY PROFETA DA SILVA
	Preservação do local do crime ou prestação de socorro: 	Uma análise sobre procedimentos após intervenção policial na área da 1ª Companhia do 6º Batalhão da PMPA.
 	
MARITUBA-PA
2017
PRESERVAÇÃO DO LOCAL DO CRIME OU PRESTAÇÃO DE SOCORRO: UMA ANÁLISE SOBRE PROCEDIMENTOS APÓS INTERVENÇÃO POLICIAL NA ÁREA DA 1ª COMPANHIA DO 6º BATALHÃO DA PMPA
INTRODUÇÃO
	No Brasil, há algum tempo existe um grande questionamento quanto a preservação do local do crime e a prestação de socorro de vítimas que ainda não evoluíram a óbito no local do evento, principalmente àquelas que foram vitimadas após confronto com a Polícia Militar. 
	Segundo Drago; Pinto (2015) quando não se preserva o local do crime ou ainda quando se deixa falha nessa preservação, pode causar repercussões sérias na prestação jurisdicional ou na investigação desse mesmo crime pela necessidade de valorização das evidências, por outro lado temos o bem maior, a vida, a ser prestada socorro por ter-se verificado que ainda existe essa possibilidade.
Quando a vítima encontra-se no local, facilita a análise dos fatos ocorridos e quando a vítima não está, fica difícil deduzir o que, e como poderiam ter acontecido os fatos, dificultando as análises. Por outro lado, a prestação de socorro por parte dos policiais militares àquelas vítimas que ainda não evoluíram a óbito, acabam por descaracterizar o local do crime, mas criam melhores possibilidades de socorro às vítimas, visto que o objetivo numa situação dessa é priorizar o direito à vida, sob pena de perecimento desta, em relação ao valor secundário da preservação do local do crime.
De acordo com os ensinamentos de Diniz (1996, p.68), pode existir a antinomia nas Leis, e que elas são normas positivas pressupostas pelas leis, e que sua resolução podem ser encontradas no próprio ordenamento jurídico, pois, essas leis contraditórias entre si é consequência da própria dinamicidade do Direito. No estado do Pará, esse conflito de pensamentos não é diferente, e essa indecisão existente quanto a questão legal de preservar o local do crime ou prestar socorro ao cidadão infrator após intervenção policial também existe.
Surge então a motivação em padronizar procedimentos, na busca de Preservar o Policial militar quanto a forma de atuação mais segura juridicamente em relação à problemática apresentada, utilizou-se como delimitação espacial a área da 1ª CIA/6º BPMPA, através da Investigação dos procedimentos adotados por policiais militares da unidade policial em referência quanto à preservação do local de crime e a prestação de socorro, após intervenção policial.
METODOLOGIA
Para elaboração do trabalho foram adotadas duas modalidades de pesquisa metodológicas. A primeira se deu através de uma pesquisa bibliográfica, onde foram utilizadas como base para construção da pesquisa, um conjunto de dados bibliográficos já pesquisados por outros autores, que representam o estado da arte sobre o assunto pesquisado. 
Outra modalidade adotada foi o estabelecimento de um Banco de Dados para reunir informações referentes ao assunto estudado junto aos policiais militares que atuam na área de circunscrição da 1º CIA/6º BPMPA, localizada nos bairros da Jaderlândia, Atalaia e Guanabara, no Município de Ananindeua. Foi aplicada a técnica do questionário, a fim de coletar dados sobre a atuação dos agentes de segurança que atuam nessa área circunscrita à pesquisa. 
LOCAL DE CRIME: Podemos dizer que local de crime seria o espaço onde o delito ocorreu, para Rabelo (1968, p.51) local de crime é:
“(...) a porção do espaço compreendida num raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato, se estenda de modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária ou presumivelmente, hajam sido praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares ou posteriores, à consumação do delito, e com este diretamente relacionados.”
É o local que será examinado, onde o evento ocorreu, e fonte de todas as provas no intuito de chegar ao esclarecimento do ocorrido, prestando sua contribuição ao processo judicial. 
EXISTEM PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA APLICÁVEIS EM QUALQUER SITUAÇÃO?
ASPECTOS LEGAIS QUANTO À PRESERVAÇÃO DO LOCAL DO CRIME:
O Código de Processo Penal Brasileiro, no seu Artigo 6º, I, pressupõe que a autoridade policial, logo que tiver conhecimento da prática da infração penal deverá ir ao local, preservando a não alteração do estado e conservação das coisas até que cheguem os peritos criminais. Essa autoridade policial a que se refere o CPB é o delegado de polícia civil.
O artigo 6º, do Código de Processo Penal – CPP – não deixa outra forma de interpretação de que a autoridade policial – delegado de polícia civil, ao tomar conhecimento de prática de infração penal – exceto as militares, essa última parte contida no final do § 4º, artigo 144, CF/88, deve dirigir-se ao local do evento e tomar as providências para que não se altere os estados das coisas, entre outras atribuições, preservando até a equipe de peritos criminais cheguem ao local para realizar a perícia.
É observado que a falta de preocupação de alguns policiais em preservar o local do delito, principalmente quando a ocorrência se deu após confronto policial, seria um dos grandes obstáculos encontrados hoje em dia pela perícia criminal, e pela polícia civil para se fazer a análise do fato.
PRESTAÇÃO DE SOCORRO ÀS VITIMAS – ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO:
O Código Penal Brasileiro normatiza a não prestação de socorro a pessoas feridas como omissão, pois, existindo a possibilidade de assistir ao ferido, a simples forma de se omitir a essa prestação de socorro, impõe ao previsto no Art. 135 do CPB, assim como a previsão no Art. 13 §2º do mesmo código penal, onde diz que o resultado da existência do crime é imputável ao causador do delito, sendo a omissão considerada uma causa para a ocorrência do resultado.
	Art. 135 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
A disposição contida neste artigo visa punir a omissão daquele que ao perceber a pessoa em risco, não providencia qualquer socorro, não observando assim, o direito à preservação da vida, contido também na constituição federal, no Art. 5º, Caput, devem ser assegurados na plenitude.
	Assim, vê-se que de uma forma ou de outra se aplica princípios de justiça para resolução da problemática apresentada, pois as duas formas de atuação tem amparo jurídico, apenas devendo analisar cada caso concreto que se apresentar.
A 1ª COMPANHIA ORGÂNICA AO 6º BPMPA
A 1ª Companhia Orgânica do 6º BPMPA é a subunidade que tem como área de circunscrição os bairros da Jaderlândia, Atalaia e Guanabara, todos no Município de Ananindeua, região metropolitana de Belém do Pará. A CIA possui atualmente um efetivo de 50 policiais militares, que atuam numa escala de 12h de trabalho por 24 de folga e 12h de trabalho por 72h de folga, com instrução nas ultimas 24h da folga de 72h, em três viaturas operacionais, uma para realizar o policiamento em cada um dos bairros da área.
Os policiais militares lotados na 1ª CIA/6º BPM foram escolhidos para realização da pesquisa em virtude de a área de circunscrição da companhia ser a área onde mais ocorreram registros de confrontos com disparos de arma de fogo entre policiais militares ecidadãos infratores no ano de 2016, dentre as áreas policiadas pelas subunidades do 6º Batalhão. 
QUESTIONAMENTOS AOS POLICIAIS SOBRE CONFRONTOS COM OPONENTES FERIDOS.
Foi realizada uma pesquisa em forma de questionário, onde os policiais militares que fazem parte do efetivo da 1ª CIA/6º BPMPA, com o objetivo de saber se já se depararam com situações durante o serviço policial em que houve confronto, e se ocorreu, quais as medidas tomadas.
AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO.
Baseado na pesquisa realizada em questionário, passou-se a analisar os resultados obtidos com o posicionamento dos policiais militares que compõem a 1ª CIA/6ºBPMPA. Onde ficou claro que os policiais militares tem consciência da necessidade de preservar o local do crime, porém, afirmam que se necessário e quando foi necessário optaram por tentar prestar socorro ao ferido, chamando o serviço de socorro ou conduzindo ao Hospital mais próximo.
ANÁLISE DA PESQUISA
A pesquisa mostra de forma significativa que o efetivo da 1ª CIA/6ºBPMPA, apesar de ser uma tropa experiente, onde mais de 75% dos policiais militares já estão há mais de 10 anos na corporação, ainda carecem de entendimento uniforme em relação ao procedimento a ser adotado quando estão diante de um confronto, onde no resultado final há feridos, pois, fica evidente a divergência de opiniões de forma bastante distribuída no seio desse efetivo, necessitando de um posicionamento da corporação em relação a confecção de um protocolo padrão de direcionamento que o caso concreto requer, sobre padronização de procedimentos, Guerreiro; Beccaria; Trevizan (2008), afirmam que a definição de padrões visam estabelecer diretrizes para controle e melhoramento da qualidade do atendimento previsível.
Dentro desse contexto se enxerga a necessidade de padronização de procedimentos que o caso requer, visto que, não se tem na Instituição Polícia Militar do Pará nenhuma orientação formal sobre o assunto. 
	Dessa forma sugere-se a diretriz a ser executada, tomando por base a existente na Polícia Militar do Estado de São Paulo, com as devidas adaptações às peculiaridades vivenciadas pela Polícia Militar do Pará.
REFLEXÃO MORAL: Harmonização dos julgamentos que fazemos com os princípios que afirmamos. 	
		Além de demonstrar a importância com relação ao quesito preservação do local de crime versus prestação de socorro às vítimas após confronto com policiais militares em ocorrências policiais, este trabalho busca mostrar também a necessidade do cuidado com o local do crime, tomando esse procedimento como o padrão. A prestação de socorro às vítimas que não evoluíram a óbito, será realizada, somente se essa prestação de socorro for necessária. Para isso, é preciso o envolvimento do policial militar que, estará diretamente no local do crime, pois este deverá ter discernimento para realizar a melhor forma de atuação diante do caso concreto.
MORAL: Pesar custos e benefícios.
Realizar a padronização de procedimentos, na busca de Preservar o Policial militar quanto a forma de atuação mais segura juridicamente em relação à problemática apresentada, foi a forma adequada encontrada durante a pesquisa, ao pesar custos e benefícios de toda ordem ao policial militar e à corporação Polícia Militar, quando se observa o modus operandi dos policiais militares da 1ª CIA/6º BPM da PMPA durante as ocorrências onde há intervenção policial com ferimentos; Da analise da legislação brasileira no que se refere ao socorro às vítimas e preservação do local; Da evidencia do conflito existente entre a necessidade de preservar o local ou prestação de socorro ao cidadão infrator, e a sugestão de melhores práticas em ocorrências onde há intervenção policial com feridos, se Mostrando o problema e apresentando uma forma padrão definida a fim de orientar a atuação policial militar.
CONCLUSÃO
	O presente Trabalho procurou explorar o objeto da pesquisa, levantando a questionamento um assunto há tempos discutido no seio das corporações militares dos estados e que no estado do Pará não era diferente, a preservação do local do crime e a prestação de socorro de vítimas que ainda não evoluíram a óbito no local do evento, principalmente àquelas que foram vitimadas após confronto com a Polícia Militar. 
Diante de toda pesquisa, e dessa visão em relação a necessidade de uma orientação padronizada, sugere-se dentro desse contexto, o estabelecimento de padronização de procedimentos que o caso requer, visto que, não se tem na Instituição Polícia Militar do Pará nenhuma orientação formal sobre o assunto. Dessa forma, sugere-se o estabelecimento de um protocolo de ações a serem executadas quando o policial militar confrontar com cidadãos infratores e desse confronto houver feridos, estabelecendo que prioritariamente se vai preservar o local do evento com todas as medidas legais e necessárias, e dentro desse mesmo protocolo fica estabelecido, caso o não exista na localidade do evento, o serviço de emergência, ou quando o tempo previsto para resposta da unidade de resgate não for adequado, com possibilidades de salvar a vida do cidadão, após informar a central de operações, poderá o policial militar realizar o transporte imediato do ferido ao pronto socorro ou unidade hospitalar mais próxima.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848/1940, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm. Acesso: 06 de abril de 2017.
BRASIL. Decreto-Lei n. 3.689/1941, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm. Acesso: 06 de abril de 2017.
DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Interpretada. 2 ed., Saraiva, 1995.
DRAGO, Ana Lídia Camargo; PINTO, Renildo de Sena. A PRESERVAÇÃO DO LOCAL DO CRIME QUANDO NÃO HÁ CORPO. Disponível em: <http://revista.oswaldocruz.br/Content/pdf/Edicao_8_Ana_Drago.pdf>. Acesso em: 16 de abril de 2017.
GUERRERO, Patrícia Giselli; BECCARIA, Lúcia Marinilza; TREVIZAN, Maria Auxiliadora. Procedimento operacional padrão: utilização na assistência de enfermagem em serviços hospitalares in Revista Latino Americana de Enfermagem, Vol.16, nº 6, São Paulo, 2008. 
RABELLO, Eraldo. Contribuições ao Estudo dos Locais de Crime in Revista de Criminalística do Rio Grande do Sul, no 7, 1968, pp. 51 a 75.