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AULA 5 DESAPROPRIAÇÃO

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DIREITO ADM. II – AULA 5 – DESAPROPRIAÇÃO	30/08/17
Prof.: Estefânia – Aluno: leandro		Pág. de 
6 – DESAPROPRIAÇÃO
	Esta é uma forma drástica de intervenção do Estado na propriedade privada, com base no interesse público, buscando dar a função social.
	Corresponde a transferência compulsória da propriedade ao poder público, para fins de interesse público.
	Previsão legal: Art. 5º, XXIV, CF
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
	Indenização
	Prévia → Primeiro paga o proprietário, e depois desapropria. O executivo edita um decreto, faz um acordo com o proprietário, faz o pagamento em dinheiro e depois desapropria (não ocorre precatório)
	Justa → deve corresponder o valor de mercado. Caso o poder público pague um valor a menor, o particular ingressa com uma ação e caso o Estado perca paga o valor faltante por precatório. Nesta ação não cabe discussão quanto ao mérito da desapropriação, somente referente ao valor;
	Dinheiro.
	
	Competência
	Legislativa → União;
	Para declarar → todos entes federados podem declarar a desapropriação (fase declaratória). Algumas leis autorizam a autarquia declarar a desapropriação; contudo, alguns doutrinadores dizem que tais leis são inconstitucionais uma vez que o ente exerceria uma função típica do administrador.
	Executiva → Entes federados e pessoas jurídicas de direito privado que exerçam atividade delegada do estado (art. 3º, DL 3365/41)
Art. 3.º Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.
Na fase executória, pode a pessoa jurídica de direito privado (concessionários) executar a desapropriação.
	Forma de aquisição originária da propriedade
	Não há autonomia da vontade; o dono não escolhe transferir, ele só pode discutir valor da desapropriação.
	o bem entra lavado (sem ônus) para o patrimônio público; tudo é resolvido no valor da indenização; nenhum contrato será oponível ao ente federado.
	Objeto da desapropriação:
Qualquer bem de valor econômico (móvel ou imóvel);
	Desapropriação de bens públicos
	Princípio da hierarquia (art. 2, §2º, DL 3365);
Art. 2.º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados, pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
	União → desapropria bens estaduais e municipais;
	Estados → desapropria bens municipais;
	Municípios → só desapropria bens privados.
Obs.: para desapropriar bens públicos, estes devem estar desafetados e ter prévia autorização legislativa.
TIPOS
	ORDINÁRIA → Neste caso não há sanção alguma, apenas o interesse da administração pública. 
	Necessidade (está ligada a urgência) ou utilidade pública (DL 3365);
		Interesse social (Lei 4132/62); (questão de reforma agrária). Apesar do particular estar cumprindo a função social, há um interesse maior, como por exemplo construção de casas populares.
	Obs.: desapropriação por zona (art. 4º, DL 3365)
Art. 4.º A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em conseqüência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda.
Parágrafo único. Quando a desapropriação destinar-se à urbanização ou à reurbanização realizada mediante concessão ou parceria público-privada, o edital de licitação poderá prever que a receita decorrente da revenda ou utilização imobiliária integre projeto associado por conta e risco do concessionário, garantido ao poder concedente no mínimo o ressarcimento dos desembolsos com indenizações, quando estas ficarem sob sua responsabilidade.
	O ente federativo poderá desapropriar áreas contíguas à realização de obras públicas em que preveja a valorização imobiliária, e poderá revender os bens valorizados.
	EXTRAORDINÁRIA: em virtude de descumprimento da função social da propriedade.
		Urbanística → Só o Município pode desapropriar (art. 182, §4º da CF e art. 8º da Lei 10.257/01);
§ 4.º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Pagamento em títulos da dívida pública (prazo de resgate de até 10 anos)
	Rural → Só a União pode desapropriar (para fins de reforma agrária)
Fundamento: art. 184 a 186 CF e LC 76/93;
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1.º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2.º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3.º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4.º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5.º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
	Pagamento em títulos da dívida agrária (prazo de resgate de até 20 anos)
→ Salvo as benfeitoria úteis (pagamento em dinheiro)
	Desapropriação Confiscatória (art. 243 CF)
	Cultura ilegal de drogas psicotrópicas;
	Exploração de trabalho escravo (na forma da lei);
Obs.: Este tipo de desapropriação é vinculada.
	Indenização: não há;
	Desapropriação indireta (doutrina)
Esta é uma construção doutrinária quando a adm. pública se apodera de uma propriedade privada sem os requisitos legais, sem o procedimento a ser observado pela adm. pública; ocorrendo, assim, um verdadeiro esbúlio possessório.
É o fato administrativo pelo qual o Estado se apropria de bem particular, sem observância do procedimento legal. Equipara-se ao esbúlio possessório.
Art. 35, DL 3365/41 → Qualquer ação julgada procedente resolver-se-á em perdas e danos;
Este artigo prevê que mesmo que haja nulidade no procedimento de desapropriação, ocorrerá perdas e danos.
	Prazo para pleitear a indenização
	Súmula 119 STJ (editada na vigência do CC de 1916 – 20 anos);
Esta súmula foi editada na vigência do código civil antigo em que previa o maior prazo para o processo de desapropriação. Então, no entendimento do STJ, esta súmula não pode ser mais aplicada uma vez que o maior prazo para o código novo é de 15 anos, sendo este um prazo novo.
	10 ou 15 anos (art. 1238 CC) → Resp. 1386164/1300442;
	Juros compensatórios → A partir da ocupação do imóvel (súmula 69, STJ);
	Este instituto será aplicada na desapropriação indireta, e serve para compensar a perda antecipada da posse na medida em que a adm. invadiu seu bem, sem observar o procedimento, verificar-se-á que o proprietário terá direito aos juros compensatórios.
	Caberá também na desapropriação direta, sendo que neste caso caberá juros compensatórios desde a ordem de imissão na posse.
	Deve-se observar que há uma diferença entre juros compensatórios e juros moratórios, em que este será aplicado em casos de atraso/mora.
RETROCESSÃO
	É o direito do proprietário de reaver o bem.
	É o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel quando a administração pública não der destinação pública ao bem. 
Obs.: Art. 35, DL 3365 (não permite a retrocessão) Resp. 853.713
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
	Natureza: depende da corrente adotada.
	Direito Real: pode reaver o bem (em até 10 anos) - Artigo 205 CC.
	Direito Pessoal: cabe indenização (em até 5 anos); - Decreto 20.910/32.
	TREDESTINAÇÃO
Dar destinação diversa no bem.
Ocorre quando a administração pública dá ao bem desapropriado destinação diversa da que foi prevista no decreto expropriatório.
	Tredestinação Lícita → Ocorre quando a administração pública dá destinação diversa ao bem, porém mantém o atendimento ao interesse público.
	Tredestinação ilícita → É traduzida na verdadeira desistência da desapropriação, uma vez que a administração pública pratica desvio de finalidade ao não manter o interesse público, dando ensejo a retrocessão para alguns doutrinadores.
FASES DA DESAPROPRIAÇÃO
	1ª DECLARATÓRIA
	Decreto (executivo)
	Lei (art. 8º, DL 3365): O executivo não é obrigado a implementar a desapropriação
	2ª EXECUTÓRIA
	Imissão na posse
	A simples declaração não é suficiente (art. 7º, DL 3365: fere o artigo 5º, XI, CF);
	Declaração de urgência no decreto é condição para pedido judicial de imissão provisória na posse (art. 15, DL 3365)
Obs.: Necessário depositar o valor incontroverso e 80% dele será levantado pelo expropriado (art. 33, §2º, DL 3365)
	Prazo para requerer a imissão: 120 dias da declaração de urgência.
	Contestação: art. 20, DL 3365
	Vícios
	Impugnação ao valor
	Juros moratórios: devidos pela demora no pagamento.
	Súmula vinculante 17 e súmula 70, STJ.
	Juros compensatórios: devidos pela perda antecipada da posse.
Obs.: 	Súmula 618, STF (12% ao ano)
	Súmula 69, STJ
→ da imissão na posse (desapropriação direta)
→ da ocupação do imóvel (desapropriação indireta)
	Indenização → Será em precatório.
	RE 922.144 (pendente de julgamento)
	Prazo para desapropriar (ação)
	5 anos (art. 10, DL 3365)

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