Buscar

AULAS CONSTITUCIONAL 1

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

CONSTITUCIONAL I
ESTÁCIO FAL
PROF. BRUNO SARMENTO
DIREITO CONSTITUCIONAL
CONCEITO:
Ramo do direito público que estuda as normas que determinam a forma de governo, a forma de Estado, as competências, as normas que limitam os poderes e definem os direitos individuais.
Estudo da organização do poder político do Estado, da Estrutura do Estado…
Ciência das normas e instituições básicas de toda e qualquer modalidade de ordenamento político. 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
OBJETO:
Estudo sistematizado das constituições para entender:
As normas que organizam o Estado;
Formas de governo;
Estruturação do poder;
Disciplina das liberdades públicas;
CONSTITUCIONALISMO
“... teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade.
 Neste sentido, o constitucionalismo moderno representará uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos[...]” (Canotilho)
CONSTITUCIONALISMO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
Antiguidade: Entre os Hebreus, no Estado teocrático havia limitações ao poder político ao assegurar aos profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos; 
Nas Cidades-Estado Gregas, havia o único exemplo conhecido de sistema político com plena identidade entre governantes e governados, no qual o poder político estava igualmente distribuído entre todos os cidadãos ativos.
CONSTITUCIONALISMO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
Idade Média: Durante a Idade Média, a Magna Carta de 1215 representa o grande marco do constitucionalismo medieval, estabelecendo, mesmo que formalmente, a proteção a importantes direitos individuais.
Idade Moderna: Durante a Idade Moderna, destacam-se: o Petition of Rights, de 1628, que requeria o reconhecimento de direitos e liberdades para os súditos do Rei; o Habeas Corpus Act, de 1679; o Bill of Rights, de 1689 o mais importante destas, pois submetia a monarquia à soberania popular, transformando-a numa monarquia constitucional; e o Act of Settlement, de 1701, completa o conjunto de limitações ao poder monárquico do período.
MAGNA CARTA
Artigo 12. Não lançaremos taxas ou tributos sem o consentimento do conselho geral do reino, a não ser para resgate da nossa pessoa, para armar cavaleiro o nosso filho mais velho e para celebrar, mas uma única vez, o casamento de nossa filha mais velha; e esses tributos não excederão limites razoáveis. De igual maneira se procederá quanto aos impostos da cidade de Londres.
CONSTITUCIONALISMO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
Constitucionalismo Moderno: Dois são os marcos históricos e formais do constitucionalismo moderno: a Constituição norte-americana de 1787 e a francesa de 1791 (que teve como preâmbulo a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789), movimento este deflagrado durante o Iluminismo e concretizado como uma contraposição ao absolutismo reinante, por meio do qual se elegeu o povo como o titular legítimo do poder.
CONSTITUCIONALISMO
CONSTITUIÇÕES LIBERAIS: na concepção do constitucionalismo liberal, marcado pelo liberalismo clássico, os seguintes valores: individualismo, absenteísmo estatal, valorização da propriedade privada e proteção do indivíduo. Essa perspectiva, para se ter um exemplo, influenciou profundamente as Constituições brasileiras de 1824 e 1891.
CONSTITUCIONALISMO 
CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO:
O constitucionalismo contemporâneo está centrado naquilo que Uadi Lammêgo Bulos chamou de “totalitarismo constitucional, consectário da noção de Constituição programática”, e que tem como bom exemplo a Constituição brasileira de 1988.
Fala-se em “totalitarismo constitucional” na medida em que os textos sedimentam um importante conteúdo social, estabelecendo normas programáticas (metas a serem atingidas pelo Estado, programas de governo) e se destacando o sentido de Constituição dirigente defendido por Canotilho.
CONSTITUCIONALISMO
CONSTITUCIONALISMO NO FUTURO
“O constitucionalismo do futuro sem dúvida terá de consolidar os chamados direitos humanos de terceira dimensão, incorporando à ideia de constitucionalismo social os valores do constitucionalismo fraternal e de solidariedade, avançando e estabelecendo um equilíbrio entre o constitucionalismo moderno e alguns excessos do contemporâneo.”
Direitos de terceira dimensão: relacionados ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, bem como ao direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e ao direito de comunicação. São direitos transindividuais, em rol exemplificativo, destinados à proteção do gênero humano.
CONSTITUIÇÃO
CONCEITO:
CONJUNTO DE NORMAS JURÍDICAS SUPERIORES DELIMITADOR DA ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO ESTADO, DA FORMA DE GOVERNO, DA GARANTIA DAS LIBERDADES PÚBLICAS, DO MODO DE AQUISIÇÃO E EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO.
CONSTITUIÇÃO
Constituição Material: Arts 1º - 5º CF/88. Conteúdo que regulamenta as relações de poder, os princípios gerais que nutrem a ordem constituída nacional e a garantia das liberdades públicas;
Constituição Formal: conjunto de normas que só pode ser elaborado e modificado por um procedimento particular, instituído para esse fim. Art. 60 CF/88
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:
1) QUANTO À ORIGEM:
1.1 - DEMOCRÁTICAS/PROMULGADAS: participação popular;
1.2 – OUTORGADAS
1.3 – PACTUADAS: pactuada entre soberano e organização nacional. Ex.: 1215
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:
1) Quanto à Origem:
1.4 – CESARISTAS: presentes o plebiscito e o referendo. Povo integra processo, do ponto de vista formal.
CONSTITUIÇÃO 
CLASSIFICAÇÃO
2) QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO: 
2.1 – CODIFICADAS
2.2 – NÃO CODIFICADAS (França, 1975)
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
3) Quanto à Ideologia:
3.1 – ORTODOXAS: ideologia única e centralizada
3.2 – HETERODOXAS OU ECLÉTICAS: originam-se dos embates de pensamentos, mas há consenso. (Portugal, 1976)
4) Quanto à Extensão:
4.1 – SINTÉTICAS: matéria constitucional disposta de modo breve. (EUA, 1787, 07 artigos)
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:
4) Quanto à Extensão:
4.2 – ANALÍTICAS: amplas, detalhistas, pleonásticas, minuciosas. (Iugoslávia, 1974, 406 artigos)
4) Quanto ao Conteúdo:
5.1 – MATERIAIS: conjunto de normas substancialmente constitucionais, escritas ou costumeiras, que podem vir ou não codificadas (Brasil, 1824, art. 178 trazia núcleo material)
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:
5) Quanto ao Conteúdo:
5.2 – FORMAIS: documentos escritos e solenes, apenas alteráveis por procedimento determinado no momento de sua feitura. Rito para reformular está nelas mesmas. (Brasil, 1988, Art. 60)
6) Quanto à Forma:
6.1 – ESCRITA: normas prescritas e codificadas em documento solene.
6.2 – NÃO ESCRITAS: normas não vêm grafadas de modo único. (Inglaterra)
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:
7) Quanto ao Processo de Mudança:
7.1 – RÍGIDAS: mudança por processo solene e complicado;
7.2 – FLEXÍVEIS: mudança não requer processo específico (Inglaterra)
7.3 – TRANSITORIAMENTE FLEXÍVEIS: suscetível de reforma por meio comum, durante período determinado. (Baden, 1947)
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:
7) Quanto ao Processo de Mudança:
7.4 – SEMI-RÍGIDAS OU SEMI-FLEXÍVEIS: parte rígida, parte flexível. (Brasil, 1824)
7.5 – FIXAS: modificação pelo poder constituinte originário.
7.6 – IMUTÁVEIS/GRANÍTICAS/INTOCÁVEIS: pretendem ser eternas. (Itália, 1848)
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:
8) Quanto à Forma de Elaboração:
8.1 –DOGMÁTICAS:sempre escritas, consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais do Estado; são elaboradas de uma só vez, por uma Assembléia Nacional Constituinte.
 8.2 – HISTÓRICA OU COSTUMEIRA: constituem-se por meio de um lento e contínuo processo de formação através do tempo, reunindo as Histórias e as tradições de um povo. A Inglesa.
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO:
9) Quanto à Finalidade:
9.1– GARANTIA: os grandes exemplos são as Constituições liberais burguesas que estabelecem liberdades públicas ou os chamados Direitos Fundamentais de 1ª geração
como mecanismos de controle do poder estatal;
9.2 – BALANÇO: Elas recebem esse nome porque procuram equilibrar os anseios burgueses e proletários; Constituições do México (1917) e de Weimar (1919). 
9.3 – DIRIGENTE: são aquelas que além de estabelecer direitos individuais e sociais que o Estado deveria alcançar, preveem normas conhecidas como programáticas (tipo de normas de eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas, políticas públicas, como valores a serem perseguidos pelo ente estatal
CONSTITUIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Democrática;
Promulgada;
Normativa;
Analítica;
Dirigente;
Escrita;
Rígida;
Heterodoxa;
Formal
CONSTITUIÇÃO 
SENTIDOS:
1) SOCIOLÓGICO – Ferdinand Lassale – Soma dos fatores reais de poder que regem uma sociedade, em um momento; Constituição efetiva é equilíbrio entre forças econômicas, políticas e culturais. 
2) POLÍTICO – CARL SCHMITT – Constituição é decisão política fundamental de um povo. Como a maioria quer estruturar o Estado. 
3) NORMATIVO OU JURÍDICO – KELSEN – Constituição norma superior produzida pelo estado, fundamento de validade das demais normas. 
CONSTITUIÇÃO
FORÇA NORMATIVA (KONRAD HESSE) – Se fatos contrariam normas constitucionais, estas devem prevalecer; princípio da máxima efetividade; aplicadores e intérpretes da carta devem procurar a máxima efetividade do texto constitucional.
Insere-se no conceito Pós-positivista de Constituição, desenvolvido por Hesse e que buscou superar positivismo de Kelsen. Constituição não deixa de ser norma jurídica, mas está aberta, em diálogo com a sociedade, modificando-a e sendo modificada: Constituição Sistema Aberto de Princípios e Regras.
CONSTITUIÇÃO
Pós-Positivismo e Constituição:
Reconhecimento da mutação da Constituição;
Solução de conflitos por ponderação de princípios;
Reconhecimento de que todas pessoas que são submetidas à Constituição, a interpretam – Sociedade aberta dos intérpretes da Constituição (Peter Haberle).
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Validade 
Validade pressupõe elaboração de normas segundo o Processo Legislativo Previsto (Validade Formal), bem como, a compatibilidade do Conteúdo das Normas com o Ordenamento Vigente (Validade Material). As Normas Constitucionais Originárias são sempre válidas, pois, foram produzidas pelo Poder Constituinte Originário, que é Ilimitado e Incondicionado. O STF reconheceu que não cabe a um Poder Constituído invalidar Norma produzida pelo Poder Constituinte Originário. O STF, por mais de uma vez (ADI 815, 3300) não admitiu a aplicação, no Brasil, da Tese da Inconstitucionalidade de Normas Constitucionais Originárias, Tese esta desenvolvida pelo Alemão Otto Bachof.
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Vigência 
É a qualidade da norma, que dá a ela Força de Execução Compulsória. As Normas Constitucionais Originárias e Derivadas tem Vigência Imediata, via de regra, salvo, expressa previsão em sentido contrário na própria Norma Constitucional. A Repercussão da vigência de uma Nova Constituição em relação ao Ordenamento Jurídico Anterior é a seguinte: 
a) Em relação a Constituição Anterior: No Brasil, prevalece a posição de que a Nova Constituição provoca a Revogação Total ou Ab-rogação da Constituição Anterior, salvo, expressa menção em sentido contrário na Nova Constituição (art. 34, do ADCT);
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
b) Desconstitucionalização: O STF não admitiu no Brasil. Seria o fenômeno pelo qual as normas da Constituição Anterior Compatíveis com a Nova Constituição, teriam sua Vigência Preservada, mas, com outra natureza, pois, passariam a ser Leis Infraconstitucionais. Diante da posição do STF que não reconheceu esse fenômeno, só será possível o Reconhecimento da Desconstitucionalização, por previsão expressa em uma Futura Constituição Brasileira. Da mesma maneira, só será admitida a Repristinação de Normas Constitucionais por previsão expressa em uma Futura Constituição.
Consequências da Vigência de uma Nova Constituição em relação a uma Legislação Infraconstitucional Anterior 
Aplica-se no Brasil o Princípio da Recepção. Isto significa que, a Legislação Infraconstitucional Anterior Compatível com a Nova Constituição terá sua vigência mantida, sendo recepcionada. Ocorre verdadeira Novação da Legislação Anterior. 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Para a verificação da Recepção promove-se, apenas, um Juízo de Conformidade Material, ou seja, é suficiente que o Conteúdo da Legislação Anterior seja Compatível com a Nova Constituição, não importando a presença de eventual Incompatibilidade Formal.
Entretanto, só se admite a Recepção de Leis que já eram Compatíveis Material e Formalmente com a Constituição Anterior. 
A Legislação Infraconstitucional Anterior, que contraria a Nova Constituição não é Recepcionada. Para o STF, a não Recepção implica Revogação dessa Legislação Anterior. Alguns autores sustentam que a não Recepção, provoca a Inconstitucionalidade Superveniente, afinal, a Lei era válida sob a Constituição Anterior e tornou-se contrária a Nova Constituição. 
Porém. esta posição não é admitida pelo STF. Por este motivo, Leis Anteriores à Constituição não podem ser questionadas por meio de ADIN. As Leis Anteriores só podem ser questionadas mediante ADPF, que provoca o Controle Concentrado ou, então, pela Via de Exceção ou Defesa (que é o que provoca o Controle Difuso).
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Aplicabilidade das Normas Constitucionais 
A Primeira Classificação das Normas Constitucionais quanto a aplicabilidade foi desenvolvido pelo constitucionalista Norte-Americano Thomas Cooley. Segundo esta Doutrina Clássica, as Normas Constitucionais podem ser Autoexecutáveis (“self executing”) e, também, podem ser não Autoexecutáveis (“not self executing”).
As Primeiras são Normas Claras, enquanto que, a Segunda depende de Regulamentação Posterior. Por este motivo, para a Doutrina Clássica, as Normas não Autoexecutáveis não teriam Força Obrigatória, mas, apenas recomendariam Posturas Legislativas. Atualmente, prevalece o entendimento de que todas as Normas Constitucionais tem Eficácia (Força Obrigatória). O que varia é o Grau de Aplicabilidade.
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Normas Constitucionais de Eficácia Plena: são normas completas, claras, que contém as informações necessárias para a sua compreensão permitindo sua Aplicabilidade Imediata. Art. 20, CF/88.
Normas Constitucionais de Eficácia Contida: também chamadas Normas de Integração Restringíveis ou Redutíveis, ou ainda Normas de Eficácia Relativa Restringíveis (MHD). Também são normas completas, portanto, de Aplicabilidade Imediata, mas, estas normas admitem a Possibilidade de Edição de uma Lei ou de uma Providência do Poder Público que restrinja o Direito consagrado na própria Norma Constitucional.
Exemplo: Ar. 5º, XIII, CF (“XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”). 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Normas Constitucionais de Eficácia Limitada (também chamada Normas de Integração Completáveis, ou ainda, Normas de Eficácia Relativa, dependente de Complementação - Maria Helena Diniz): Estas normas são incompletas e, por isso, sua aplicabilidade depende de Regulamentação Posterior. São consideradas Normas de Aplicabilidade Diferida ou Mediata. Ex: Art. 153, VII, CF (Imposto sobre Grandes Fortunas); Art. 37, VII, CF (Direito de Greve do Servidor Público).
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
José Afonso da Silva identifica entre as normas de Eficácia Limitada, as chamadas Normas Institutivas ou de Princípio Institutivo e Normas Programáticas ou de Princípio Programático. 
Normas Institutivas: são as que prevêem a possibilidade ou necessidade de Criação, Organização ou Disciplina de Competências de Órgãos, Instituições em Geral, ou mesmo, de Entes Políticos. Ex: Art. 134, CF, que prevê que os Estados DEVEM criar suas Defensorias Públicas; Art. 98, II,
CF, que é um exemplo de Norma Institutiva Impositiva – Justiça de Paz eleita pelo Voto Popular.
Normas Programáticas: são aquelas que prevêem a necessidade de implementação de Programas Sociais e Econômicos. Para o STF, estas normas tem Aplicabilidade Gradativa, uma vez que, há a necessidade de Disponibilidade Orçamentária, salvo, quanto ao Mínimo Existencial.
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Todas as Normas Constitucionais de Eficácia Limitada produzem alguns efeitos de Imediato, antes mesmo da Regulamentação, como por exemplo, provocam a não recepção da Legislação Infraconstitucional Anterior com elas Incompatível. Além disso, essas normas também condicionam a atuação futura do Legislador que não poderá contrariá-las. 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Normas Constitucionais de Eficácia Exaurida ou Esgotada ou Esvaída: São aquelas que já cumpriram TODOS os seus Objetivos. As Disposições Transitórias tem vários exemplos – Art. 3º, ADCT, que prevê a Reforma Constitucional, que já foi realizada. Art. 2º, ADCT, que previu a realização de um Plebiscito para Formas e Sistema de Governo, sendo que esse Plebiscito, também já foi realizado.
Normas Constitucionais de Eficácia Absoluta: São as cláusulas pétreas.
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO:
“O Ministro Celso de Mello, após interessante estudo, conclui que “o preâmbulo ... não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte (...). Não contém o preâmbulo, portanto, relevância jurídica. O preâmbulo não constitui norma central da Constituição, de reprodução obrigatória na Constituição do Estado-membro. O que acontece é que o preâmbulo contém, de regra, proclamação ou exortação no sentido dos princípios inscritos na Carta (...).”
CONSTITUIÇÃO
NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO: 4 CORRENTES:
1) Preâmbulo irrelevante do ponto de vista jurídico – referência ideológica, apresentação da constituição;
2) Dotado de significado normativo, mas apenas infraconstitucional, não jurídico-constitucional;
3) Dotado de valor jurídico constitucional direto: parte da constituição, previsões normativas identificadas somente a partir da sua dicção, mesma eficácia das normas constitucionais, justificada pelo fato do preâmbulo emanar do poder constituinte original;
CONSTITUIÇÃO
NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO:
4) Valor jurídico-constitucional indireto: sem autonomia, vetor interpretativo, integração, não tem a mesma eficácia das demais previsões da carta, pode ser invocado junto com as demais normas para aclarar ou reforçar seu sentido. 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Estudo das regras de interpretação das normas constitucionais.
A Constituição contém predominantemente normas de princípio com grande caráter de abstração.
Destina-se a Lei Maior a alcançar situações que não expressamente contempladas ou detalhadas no texto. 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Hermenêutica Jurídica:
“DOMÍNIO TEÓRICO, ESPECULATIVO, VOLTADO PARA A IDENTIFICAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DO DIREITO” (Barroso)
Particularidades da Interpretação Constitucional:
Supremacia da constituição;
Utilização de normas abstratas, de princípios;
Tratamento dos direitos fundamentais e dos poderes;
Regulamentação da esfera política.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
A hermenêutica Constitucional é conduzida por um conjunto de princípios que lhe são próprios, e de suma importância para a interpretação nos moldes propostos pelas diversas correntes interpretativas, visto que os princípios, imantados de densa carga axiológica e teleológica, possibilitam ao intérprete da Constituição conferir-lhe a melhor compreensão, a partir da ideia de direito e de justiça que os princípios constitucionais incorporam.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
1-O princípio da Unidade da Constituição.
Constituição deve ser interpretada em conjunto, num todo harmônico. Não há hierarquia entre normas constitucionais originárias. (cláusulas pétreas não estão acima das demais). Conflitos entre normas constitucionais são aparentes.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
2- HARMONIZAÇÃO (Concordância Prática)
No conflito entre princípios os dois podem perder e a solução é dada através da ponderação a depender do exame do caso concreto. Intérprete sopesa bens jurídicos envolvidos no caso concreto e decide que princípio deve prevalecer. Não se nega qualquer princípio, decide qual prevalece.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
3 – O princípio da interpretação conforme a Constituição 
Pelo qual impõe-se a interpretação de uma norma legal em harmonia com a Lei Maior, em meio a outras possibilidades interpretativas que o preceito admita
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
4 – MÁXIMA EFETIVIDADE (EFICIÊNCIA)
Quando norma constitucional têm mais de um significado possível, deve-se escolher aquele que potencialize a efetividade da referida norma. Aquele que possa lhe conceder maior eficácia.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
5 - O princípio da razoabilidade 
Tem sua origem ligada à cláusula do devido processo legal, do direito anglo-saxão, havendo assumido uma dimensão substantiva que permite ao Judiciário adentrar o mérito de certos atos legislativos e administrativos para aferir-lhes a justiça, a adequação dos meios aos fins. O intérprete deve afastar interpretações desequilibradas e interpretar as restrições aos direitos fundamentais de forma a restringi-los da menor maneira possível. 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
6 – Efeito Integrador
Nos conflitos jurídico-constitucionais o intéprete deve escolher os significados que confiram maior paz social e que promovam a integração política.
Quando uma norma possuir mais de um significado, deve-se optar por aquele que gere menos conflitos entre os grupos sociais. 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CONFORMIDADE FUNCIONAL (CORREÇÃO FUNCIONAL)
Na interepretação constitucional deve-se respeitar o equilíbrio entre poderes, o desenho constitucional da separação entre poderes.
“Se a Constituição ordena a respectiva tarefa e a colaboração dos titulares das funções estatais de uma determinada forma, então o órgão interpretador tem de manter-se no quadro das funções a ele atribuídas; ele não deve, pela maneira e pelo resultado de sua interpretação, remover a distribuição das funções” (Hesse).
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO
Sempre que uma norma apresentar mais de um significado possível, deve-se optar por aquele que tem maior sintonia com a constituição, afastando aquele que a contrariar. Desta forma, preserva-se a norma infra-constitucional.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS NORMAS:
Fundamentos: democracia (legitimidade) e separação de poderes;
Ônus argumentativo;
Interpretação conforme;
Juízes só reconheçam, em casos concretos, inconstitucionalidade de um ato normativo quando indispensável ao julgamento da lide.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Na Hermenêutica Clássica, o objetivo é extrair dos textos legais o sentido das palavras. Daí os métodos tradicionais: gramatical, histórico, teleológico e sistemático. 
Na Hermenêutica Constitucional, ou Nova Hermenêutica, o objetivo é extrair o significado que dê maior efetividade à Constituição. 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Os métodos clássicos de interpretação remontam ao magistério de Savigny, fundador da Escola Histórica do Direito, e que, em seu Sistema, de 1840, distinguiu, em terminologia moderna, os métodos gramatical, sistemático e histórico. Posteriormente, uma quarta perspectiva foi acrescentada, que foi a interpretação teleológica. 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Interpretação Gramatical: observa a pontuação, a etimologia e a colocação das palavras;
Interpretação Histórica: investiga os fatores que resultaram no trabalho de elaboração normativa;
Intepretação Sistemática: examina o contexto constitucional;
Interpretação Teleológica: busca os fins da norma constitucional.
Interpretação Popular: realiza-se pelo plebiscito,
referendo, iniciativa e vetos populares;
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Interpretação Doutrinária: equivale à doutrina dos juristas;
Interpretação Evolutiva: propicia mutação constitucional.
NEOCONSTITUCIONALISMO
Luís Roberto Barroso:
Neoconstitucionalismo e constitucionalização do direito: o triunfo tardio do direito constitucional no Brasil. 
 Marco histórico  Marco filosófico  Marco teórico 
Reconhecimento da força normativa da Constituição;
 Expansão da jurisdição Constitucional;
Desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional 
Dimitri Dimoulis:
(Anotações sobre o “neoconstitucionalimo” – e sua crítica)
 A atualidade e onipresença da Constituição (e dos constitucionalistas) nos debates modernos, muitas vezes indicadas como “constitucionalização do ordenamento jurídico”, indica que o movimento do constitucionalismo adquiriu nova força que muitos descrevem como neoconstitucionalismo.
Crítica ao marco teórico (de Barroso) 
Força normativa da Constituição – a Constituição nunca foi um documento essencialmente político, sem força jurídica;
Expansão da jurisdição Constitucional – as Cortes Constitucionais nem sempre propiciarão a tutela mais adequada dos direitos fundamentais;
Nova dogmática da interpretação constitucional - tendências que são de cunho qualitativo e não indicam uma ruptura, no sentido de início de uma nova era na interpretação constitucional.
Modelo jurídico que revisa a teoria da norma, a teoria do direito e a teoria das fontes;
Pressuposto: disposição e defesa dos direitos fundamentais; 
Teoria voltada eminetemente para o Estado Constitucional Democrático de Direito 
Pontos Comuns:
Todos os poderes (públicos e privados submetidos à Constituição;
Todos os direitos possíveis ganham efetividade (sociais); 
Importância dada aos princípios e valores como componente elementares dos sistemas jurídicos constitucionalizados; 
Ponderação como método de interpretação/aplicação dos princípios e de resolução dos conflitos entre valores e bens constitucionais; 
Presença invasora da Constituição; compreensão da Constituição como norma que irradia efeitos por todo o ordenamento jurídico, condicionando toda a atividade jurídica e política dos poderes do Estado e até mesmo dos particulares em suas relações privadas; 
Protagonismo dos juízes em relação ao legislador na tarefa de interpretar a Constituição; 
Aceitação de alguma conexão entre Direito e moral 
Elementos:
Constituição rígida;
Força vinculante;
Garantia jurisdicional da Constituição;
Supremacia da Constituição; 
O constitucionalismo apareceu como limitação/readequação dos poderes e consolidou-se com a afirmação da supremacia da Constituição (I) e a rididez constitucional (II), garantidos pela jurisdição constitucional (III), que defende e promove a força vinculante dos direitos fundamentais (IV). 
Sobreinterpretação da Constituição; 
Aplicação direta das normas constitucionais; 
Influência da Constituição sobre as relações políticas; 
Eficácia direta dos direitos fundamentais na relação entre particulares. 
Crença na força normativa da Constituição (Konrad Hesse) 
Positivação constitucional dos valores éticos por meio dos princípios 
Crítica ao legalismo e ao formalismo jurídico (positivismo) 
Compromisso com a dignidade da pessoa humana 
Menos Regras e Mais Princípios; 
Mais Constituição e Menos Leis; 
Menos Subsunção e Mais Ponderação;
Menos Legislador e Mais Juízes
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO:
Máxima Efetividade;
Interpretação Conforme;
Unidade da Constituição;
Presunção de Constitucionalidade.
CHOQUES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS:
Ponderação;
Proporcionalidade;
Argumentação;
Proibição de Abuso e Proteção do Núcleo Essencial.
CRÍTICAS DANIEL SARMENTO:
“Juridocracia”:
Caráter antidemocrático;
Não esgotamento no respeito ao princípio majoritário – acatamento regras jogo democrático;
Juízes teriam espécie de poder constituinte permanente – vagueza e abertura maioria das normas constitucionais;
Judiciário pode impedir mudanças feitas por outros poderes em favor dos excluídos
Tentativa elite perdeu no jogo democrático, manter poder.
“Juridocracia”:
Ativismo judicial – Justificativa: violações de direitos; crise representatividade legislativo; Atuação: tutela direitos fundamentais; proteção minorias e garantia funcionamento da democracia; outros campos não – falta de conhecimento do judiciário.
“Oba-oba Constitucional”:
Problema na argumentação – invocação de princípios vagos: dignidade humana; razoabilidade.
Não utilizam regras existentes – segurança e estabilidade.
“Oba-oba Constitucional”:
Direito precisa de mais rigidez ou de mais maleabilidade?
Quem tende a se beneficiar com a adoção de uma hermenêutica jurídica mais flexível?
“PANCONSTITUCIONALISMO”:
Releitura de todas as normas e institutos dos mais variados ramos do Direito à luz da Constituição, com o sentido que mais promova os objetivos e a axiologia da carta: interpretação irradiante dos direitos fundamentais e dos princípios mais importantes da ordem constitucional – diminuição do espaço de liberdade do legislador em detrimento da democracia; 
Tudo decidido pela constituição – legislador mero excutor das medidas impostas – negação ao povo autonomia política para, em dado momento da história, realizar suas escolhas;
“PANCONSTITUCIONALISMO”:
Abertura semântica dos princípios e dos direitos fundamentais – principal agente é o judiciário – última palavra sobre interpretaçã das cláusulas.
Constituição incide nas relações privadas, impondo obrigações positivas ou negativas sob o pretexto de proteger a dignidade humana – imposição às pessoas, supostamente em nome de valores constitucionais, comportamentos e estilos de vida que elas próprias rejeitam, em detrimento da liberdade existencial. 
ORDEM SOCIAL 
TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL
1. A SEGURIDADE SOCIAL
		- A SAÚDE
		- A PREVIDÊNCIA SOCIAL
		- A ASSISTÊNCIA SOCIAL
2. A EDUCAÇÃO, A CULTURA E O DESPORTO
ORDEM SOCIAL
3. A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA
4. A COMUNICAÇÃO SOCIAL
5. O MEIO AMBIENTE
6. A FAMÍLIA / A CRIANÇA / O ADOLESCENTE / O JOVEM / O IDOSO
ORDEM SOCIAL
Art. 193, CF:
		“A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.”
ORDEM SOCIAL

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais