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ANA CLÁUDIA RUSSO CANTON DENISE TIOKO SUIAMA PATRÍCIA DAMIANO ROGÉRIO PIVA PLANO DE NEGÓCIOS FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO VETERINÁRIA PHARMAVET Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de Especialização em Administração Industrial da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo 2008 2º Quadrimestre ANA CLÁUDIA RUSSO CANTON DENISE TIOKO SUIAMA PATRÍCIA DAMIANO ROGÉRIO PIVA PLANO DE NEGÓCIOS FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO VETERINÁRIA PHARMAVET Monografia de Conclusão do CEAI - Curso de Especialização em Administração Industrial da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Área de Concentração: Empreendedorismo. Orientador: Prof. Dr. Antonio Cantizani Filho São Paulo 2008 2º Quadrimestre AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer primeiramente a todos que nos incentivaram a darmos o primeiro passo em busca desta conquista, que de alguma forma nos motivaram a iniciarmos um curso de especialização. Agradecemos aos nossos familiares, pais, irmãos, esposos, namorados, filhos, etc. pela compreensão nos momentos de ausência, quando não pudemos estar presentes em eventos ou confraternizações por estarmos voltados ao estudo e aos trabalhos da pós- graduação. E como não agradecermos aos amigos que fizemos nesta jornada, alunos, professores e funcionários do CEAI que nos ajudaram durante este período, e nos quais acreditamos que podemos contar em novas oportunidades. Nosso agradecimento especial ao orientador, Prof. Dr. Antônio Cantizani Filho, pela dedicação e apoio na elaboração deste trabalho de conclusão de curso. RESUMO A criação de animais domésticos no Brasil tem aumentado muito nos últimos anos, porém o país possui um pequeno mercado de produtos veterinários, dificultando o tratamento destes animais. Diante das dificuldades encontradas pelos veterinários em obterem, no mercado brasileiro, medicamentos adequados para o tratamento de animais, a manipulação veterinária tem-se revelado um grande agente no auxílio de diversos tratamentos. Analisando estes fatos temos como uma excelente oportunidade de empreendedorismo a montagem de uma farmácia de manipulação veterinária. Para que a empresa não tenha vida curta, se faz necessário a elaboração de um bom plano de negócios para verificar se o negócio é viável ou não, portanto este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo a pesquisa e viabilidade da montagem de uma farmácia de manipulação veterinária, considerando finanças, logística, marketing, clientes, concorrência, mercado, etc. Para início dos estudos foi feito um levantamento bibliográfico sobre assuntos relevantes como empreendedorismo, plano de negócios, planejamento estratégico, análise de SWOT e as 5 (cinco) forças de Michael Porter, apresentados no capítulo 2 (dois) Fundamentação Teórica. Os demais capítulos tratam de assuntos relevantes ao plano de negócios - farmácia de manipulação veterinária – Pharmavet, como: estrutura da empresa, mercado alvo, marketing, estudo da concorrência, plano financeiro de investimento e layout. Após análise dos resultados obtidos com as pesquisas realizadas e apresentadas neste TCC, podemos considerar a montagem de uma farmácia de manipulação veterinária um negócio de grande interesse ao público alvo, estruturalmente e financeiramente viável. Palavras-chave: Plano de negócios, Empreendedorismo, Manipulação veterinária. SUMÁRIO RESUMO LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1 1.1. A Empresa....................................................................................................... 1 1.2. Relevância do Tema ....................................................................................... 1 1.3. Estrutura do Trabalho...................................................................................... 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 4 2.1 Empreendedorismo .......................................................................................... 4 2.1.1. O que é empreendedorismo......................................................................... 4 2.1.2. Empreendedorismo no Brasil ....................................................................... 5 2.2. Planejamento Estratégico ............................................................................... 6 2.3. Plano de negócios........................................................................................... 8 2.4. Análise de SWOT.......................................................................................... 16 2.5. As 5 (cinco) Forças de Michael Porter .......................................................... 18 3. EMPREENDIMENTO PHARMAVET MANIPULAÇÃO VETERINÁRIA................ 21 3.1. Oportunidade de negócio .............................................................................. 21 3.2. A empresa..................................................................................................... 21 3.3. Serviços e Produtos ...................................................................................... 21 3.4. Marketing e venda......................................................................................... 22 3.5. Competição (Concorrência) .......................................................................... 23 3.6. Mercado Alvo ................................................................................................ 23 3.7. Equipe ........................................................................................................... 23 3.8. Política da Qualidade .................................................................................... 24 3.9. Visão ............................................................................................................. 24 3.10. Lay out ........................................................................................................ 24 4. ANÁLISE DOS 4 P’S (MIX DE MARKETING) ..................................................... 25 4.1. Produto.......................................................................................................... 25 4.2. Praça............................................................................................................. 26 4.3. Promoção...................................................................................................... 27 4.4. Preço............................................................................................................. 27 5. ANÁLISE DE PORTER NO SETOR DE MANIPULAÇÃO VETERINÁRIA .......... 29 6. ANÁLISE DE SWOT PARA PHARMAVET.......................................................... 32 7. PROCESSO PRODUTIVO .................................................................................. 34 7.1. Etapas da Manipulação................................................................................. 34 7.2. Fluxograma ................................................................................................... 35 8. COLETA DE DADOS........................................................................................... 39 9. DISCUSSÃO DOS ESTUDOS FINANCEIROS E VIABILIDADE ECONÔMICA.. 40 9.1. Demonstrativo de Resultado de Exercício ....................................................40 9.2. Demonstrativo de Fluxo de Caixa ................................................................. 40 9.3. Retorno do Investimento ............................................................................... 40 9.4. Investimento demandado .............................................................................. 41 10. CONCLUSÕES.................................................................................................. 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 43 ANEXOS....................................................................................................................46 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Organograma da Empresa…………………………...................…………….. 1 Figura 2: Matriz de SWOT.........................................................………………...…… 18 Figura 3: Modelo de Porter........................................……………………...............… 20 Figura 4: Mapa de São Caetano do Sul e Região…………………………................. 26 Figura 5: As 5 Forças de Porter – Análise do negócio…………………..............…… 29 Figura 6: Matriz de SWOT para a PharmaVet………………………........................…32 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Fatores associados ao sucesso ou à extinção de empresas....................10 Tabela 2: Cinco tipos básicos de personalidade dos clientes...................................13 LISTA DE SIGLAS ABCD – Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema BPMF – Boas Práticas de Manipulação em Farmácia BPMFH – Boas Práticas de Manipulação em Farmácia Homeopática CRMV – Conselho Regional de Medicina Veterinária IDH – Índice de Desenvolvimento Humano NF – Nota Fiscal ONU – Organização das Nações Unidas OS – Ordem de Serviço POP´s – Procedimentos Operacionais Padrão PUC – Pontifica Universidade Católica RS – Rio Grande do Sul SCS – São Caetano do Sul SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SNGPC – Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados SOFTEX - Sociedade Brasileira para Exportação de Software SP – São Paulo SWOT – Strengths, Weaknesses, opportunities e Threats (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) TCC – Trabalho de Conclusão de Curso TIR – Taxa Interna de Retorno TMA – Taxa mínima de atratividade VPL – Valor Presente líquido 1 1. INTRODUÇÃO Atualmente observa-se um aumento muito grande da criação de animais domésticos, o Brasil possui um pequeno mercado de produtos veterinários, o que dificulta o tratamento dos animais, muitos prejuízos ocorreram com mortes de animais, quer seja por indisponibilidade de produtos veterinários adequados ou por desconhecimento de tratamentos preventivos e/ou curativos existentes para determinadas doenças animais. Este trabalho tem como objetivo o estudo de viabilidade para um plano de negócios para a Pharmavet Manipulação Veterinária, um empreendimento inovador no mercado nacional, que proporcionará mais alternativas de tratamentos aos animais pelos médicos veterinários, com qualidade e segurança. 1.1. A Empresa Pharmavet Manipulação Veterinária: Localizada na Rua Afonso Pena, - Bairro Santa Paula – São Caetano do Sul. Figura 1: Organograma da Empresa 1.2. Relevância do Tema Diante das dificuldades encontradas pelos veterinários em obterem, no mercado brasileiro, medicamentos adequados para o tratamento de animais, a manipulação veterinária tem-se revelado um grande agente no auxílio de diversos tratamentos. Dentre as vantagens dos medicamentos manipulados podemos citar: produtos adequados a cada animal (adequando peso a dose), produtos eficazes e Administrador Recepcionista Farmacêutica Auxiliar de farmácia 2 que venham a apresentar um número menor de efeitos adversos, segurança/ eficácia, além de um preço acessível. Para que uma empresa não tenha vida curta, se faz necessário a elaboração de um bom plano de negócios, o qual elaborado de maneira correta é um instrumento para inicialmente verificar se o negócio é viável ou não e visualizar toda a operação da empresa: finanças, logística, marketing, clientes, concorrência, mercado, etc. 1.3. Estrutura do Trabalho Este trabalho se trata de um Plano de Negócios para um empreendimento voltado à manipulação de medicamentos veterinários. O mesmo está estruturado em 10 (dez) capítulos conforme mostrado a seguir: • Capítulo 1 – Introdução: Neste capítulo encontra-se uma breve apresentação da empresa, objetivo do trabalho, relevância do tema e a estrutura do trabalho. • Capítulo 2 – Fundamentação Teórica: Neste momento são abordados temas importantes para a execução de um bom plano de negócios, como: empreendedorismo, planejamento estratégico, plano de negócios, análise de SWOT e 5 forças de Michael Porter. • Capítulo 3 – Empreendimento Pharmavet Manipulação Veterinária: Neste capítulo temos informações sobre o empreendimento, a empresa, a oportunidade de negócio, os serviços e produtos oferecidos, marketing, concorrência, mercado alvo, equipe, política da qualidade, visão e Lay out da empresa. • Capítulo 4 – Análise dos 4 P’S (mix de marketing): Esta etapa faz uma análise do local, preço, promoção e produto. • Capítulo 5 – Análise de Porter no setor de manipulação veterinária: Neste capítulo é feito uma análise do mercado através das forças de Porter. • Capítulo 6 – Análise de SWOT para Pharmavet: Análise dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças através da matriz de SWOT. 3 • Capítulo 7 – Processo produtivo: São apresentados os procedimentos efetuados na empresa. • Capítulo 8 – Coleta de dados: Apresentação dos resultados de pesquisa feita com médicos veterinários sobre manipulação veterinária. • Capítulo 9 – Discussão dos estudos financeiros e viabilidade econômica: Neste capítulo estão apresentadas as planilhas financeiras utilizadas para o estudo da viabilidade econômica do empreendimento. • Capítulo 10 – Conclusões: São apresentadas as conclusões tomadas pelo grupo após análise dos dados apresentados. 4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Serão apresentados nos próximos tópicos fundamentos teóricos sobre empreendedorismo, plano estratégico e plano de negócios, assuntos de grande importância para o desenvolvimento deste TCC. 2.1. Empreendedorismo 2.1.1. O que é empreendedorismo Desde os tempos primitivos, quando o homem das cavernas descobriu como moldar o barro, trabalhando a argila e fabricando os primeiros utensílios de cerâmica, a ação empreendedora do homem possibilitou-lhe intervir, transformar e dominar o meio ambiente criando e inovando, avançando sempre na busca de novos patamares de produção, de melhores níveis de qualidade de vida (Gárcia, 2007). Embora empreendedorismo seja um tema amplamente discutido nos dias atuais, seu conteúdo, ou seja, o que ele representa, varia muito de um lugar para outro, de país para país, de autor para autor. Segundo o Site Geranegócio (2000) empreendedorismo quer dizer pelo menos três coisas: � A capacidade individual de empreender. Isto é, a capacidade de tomar a iniciativa, buscar soluções inovadoras e agir no sentido de encontrar a solução para problemas econômicos ou sociais, pessoais ou de outros, por meio de empreendimentos. � O processo de iniciar e gerir empreendimentos. Isto é, o conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas relacionadas com a criação, implantação e gestão de novas empresas ou organizações. � O movimento social de desenvolvimento do espírito empreendedor. Isto é, um movimento social para a criação de emprego e renda, que recebe o incentivodos governos e instituições de diferentes tipos. Uma das definições mais aceita hoje em dia é dada pelo estudioso de empreendedorismo, Robert Hirsch, em seu livro “Empreendedorismo”. Segundo ele, empreendedorismo “é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e 5 sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal” (site Wikipédia, 2008). Robert Menezes (2007) - professor de Empreendedorismo da UFCG - comenta: "Empreendedorismo é aprendizado pessoal, que impulsionado pela motivação, criatividade e iniciativa, busca a descoberta vocacional, a percepção de oportunidades e a construção de um projeto de vida ideal”. Conforme definição encontrada em página do site do Ministério da Ciência e Tecnologia, empreendedorismo é a característica daquele que tem habilidade para criar, renovar, modificar, implementar e conduzir empreendimentos inovadores. Empreendedorismo é saber visualizar uma oportunidade e diante disso criar, inovar para o desenvolvimento econômico, social e pessoal. 2.1.2. Empreendedorismo no Brasil No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante a abertura da economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma condição importante para o país voltar a crescer, mas trouxe problemas para alguns setores que não conseguiam competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o resto do mundo, o País precisou mudar. Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se modernizar para poder competir e voltar a crescer. O governo deu início a uma série de reformas, controlando a inflação e ajustando a economia, em poucos anos o País ganhou estabilidade, planejamento e respeito. A economia voltou a crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de novos postos de trabalho. Investidores de outros países voltaram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as exportações aumentaram. Ano a ano, as micro e pequenas empresas ganham mais espaço e importância na economia. Hoje, de cada 100 empresas brasileiras, 95 são micro ou pequenas empresas. Juntas elas empregam cerca de 40 milhões de trabalhadores, mais da metade de toda mão-de-obra do País. Os números são grandes, mas o espaço para crescimento é ainda maior. O futuro é promissor e cabe, a cada um de nós, fazer dele uma realidade (GESTÃO E LIDERANÇA, 2008). O número de brasileiros que está trocando o trabalho como funcionário em uma empresa ou mesmo driblando o desemprego com a montagem de um negócio 6 próprio está crescendo. Melhor do que isso, aqueles que optaram pelo empreendedorismo têm conseguido permanecer no mercado de forma mais sustentada. As informações constam da nova pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor), instituto que mede as taxas de empreendedorismo mundial. Os números referentes ao Brasil são animadores. Apesar de ter mantido a 5ª colocação no número de empreendedores - dentro de um ranking de 42 países - , o percentual das empresas que se mantêm estabelecidas no mercado tem crescido regularmente: passou de 7,6%, em 2003, para 12,09%, no ano passado, para um total de 14,2 milhões de empreendimentos (DATT, 2007). O levantamento mostra que o Brasil é o décimo país com o maior número de pessoas que abrem negócio no mundo. São cerca de 13,7 milhões de empreendedores iniciais. Nessa categoria, os países mais empreendedores são o Peru (40,1%), Colômbia (22,4%), Filipinas (20,4%), Jamaica (20,3%) e Indonésia (19,2%). No ranking das empresas já estabelecidas, os países que saem na frente são Filipinas (19,7%), Indonésia (17,6%), Tailândia (17,4%), Peru (12,3%) e Brasil (12,09%) (DATT, 2007). Os brasileiros estão cada vez mais procurando estabelecer seu próprio negócio, aumentando o número de pequenas e médias empresas no País. Este fato muito se deve a criação de instituições como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Software). 2.2. Planejamento Estratégico Segundo Ferrari (2007), planejamento estratégico é muito mais que a projeção de ações no calendário. Na verdade, essa é apenas uma pequena etapa do processo. O planejamento estratégico é o momento de reflexão sistemática sobre os negócios da empresa – sua trajetória e situação atual, suas forças e fraquezas, o contexto mercadológico em que está atuando, as oportunidades e ameaças que se apresentam, caminhos alternativos para expansão, benefícios e riscos de investimentos ou desinvestimentos, fatores limitantes sistêmicos dos processos e, finalmente, os próprios anseios e objetivos de seus acionistas. É essa reflexão que trará à tona aspectos que não são identificados no sufoco vivenciado pelas pessoas em seu dia-a-dia. São riscos não identificados ou não avaliados, oportunidades não 7 mapeadas ou não valorizadas, negócios infrutíferos não interrompidos, despesas desnecessárias não eliminadas, investimentos não realizados nos momentos oportunos, ações da concorrência não antecipadas ou mudanças nos hábitos dos consumidores não monitoradas. Aspectos cuja análise e tratamento pró-ativo são fundamentais para o crescimento sustentável da empresa, quando não sua sobrevivência. O conceito de “estratégia” é oriundo de um cenário de guerra. Chiavenato diz que “As constantes lutas e batalhas ao longo dos séculos fizeram com que os militares começassem a pensar antes de agir. A condução das guerras passou a ser planejada com antecipação”, basta assistir a um bom filme de guerra para ver claramente a estratégia aplicada. Este conceito sofreu uma série de refinamentos e hoje sem planejamento uma empresa não sobrevive. A elaboração de um Planejamento Estratégico aumenta a probabilidade de que, no futuro, a organização esteja no local certo, na hora certa. Um plano estratégico oferece uma visão de futuro (PELETEIRO, 2005). Independente do porte da organização, o plano estratégico indica a direção certa. Para Drucker (1984), “planejamento estratégico é um processo contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução destas decisões e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas”. O processo de Planejamento Estratégico pode conter as seguintes discussões a seguir: � Definição do negócio, missão e visão – A tendência na definição do que é o negócio, muitas empresas têm a tendência de encontrar a resposta no produto / serviço da organização, isto pode levar a uma missão míope do que realmente é o negócio. O correto é analisar o benefício resultante do produto / serviço. A declaração de missão deve refletir a razão de ser da empresa, geralmente é uma declaração curta, que destaca as atividades da empresa, já a visão da empresa é a definição de onde a empresa quer estar em um determinado período de tempo. Estas três etapas são fundamentais para o processo de definição do planejamento estratégico. 8 � Análise de ambiente interno e externo – Esta etapa é a fundamental para a a definição das metas e estratégias, pois é da análise de ambiente que as estratégias são formuladas. A análise de ambiente é a definição das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades da empresa que afetam a empresa no cumprimento da sua missão. � Formulação de Estratégias – As estratégias são escritas com base na análise de ambiente levantada, após uma priorização de principais objetivos e agrupamento por temas. A estratégiaprecisa estar voltada para o futuro da organização, porém para ser bem descrita necessita estar de acordo com as etapas anteriores (missão, visão, negócio e ambiente). � Implementar projetos e controlar – É denominado de Plano de Negócios o resultado deste planejamento. Esta etapa garante a execução de tudo o que foi levantado e priorizado. Não adianta definir um desafiador planejamento se não houver implementação e acompanhamento e para isto o Plano de Negócios precisa ser apresentado à força de trabalho, como também a definição de O comprometimento de quem participa destas discussões é fundamental para uma boa análise e definições dos objetivos. Algumas empresas optam por efetuar algumas etapas deste planejamento com a participação de empregados de diversos setores, promovendo um comprometimento de todos, é a chamada gestão participativa. Um outro aspecto importante para o sucesso da implementação do planejamento estratégico, está em ficar atento ao mercado, às mudanças, por exemplo: uma empresa define a estratégia para ganhar um percentual de mercado e um ano depois seus dois maiores concorrentes se unem em uma fusão. O cenário mudou e a estratégia precisa ser revisada. O planejamento estratégico não pode ser fixo, o processo precisa ser “vivo” e com a disciplina bem aplicada trará bons resultados para uma organização (PELETEIRO, 2005). 2.3. Plano de negócios 9 O plano de negócio tem se revelado o mais completo e indispensável instrumento de planejamento para as micros e pequenas empresas, tanto nos primeiros momentos de atividade quanto no balizamento dos resultados depois de alguns anos de atuação no mercado. Por outro lado, o plano de negócios tem sido adotado pelas instituições financeiras como um documento de apresentação das empresas no momento da análise de um financiamento, pois a própria formatação do plano de negócios permite uma análise da capacidade de pagamento da empresa. Apresenta uma visão clara do conhecimento que a empresa detém do mercado onde está inserida e demonstra os benefícios que os investimentos resultantes do financiamento podem trazer, não apenas para os resultados da empresa, mas também à sociedade em geral, principalmente para o grupo social ao qual a empresa pertence (BIAGIO e BATOCCHIO, 2005). Segundo o SEBRAE/SP (1996), a abertura de uma pequena empresa envolve empreendimentos burocráticos e medidas práticas para concretizá-la. Todavia, antes disso, o futuro empresário deve desenvolver um trabalho teórico de concepção e planejamento do negócio. Isso tem por objetivo diminuir riscos e construir bases sólidas para o empreendimento. O plano de negócios não é somente um documento usado para descrever o negócio e apresentar a empresa aos fornecedores, investidores, clientes, parceiros, empregados, etc. Ele permite avaliar riscos e identificar soluções; definir os pontos fracos e fortes da empresa em relação aos concorrentes; conhecer as vantagens competitivas da empresa; identificar o que agrega valor para o cliente, ou seja, quais características os clientes procuram nos produtos e serviços e pelas quais estão dispostos a pagar; planejar e implantar uma estratégia de marketing voltada ao cliente-alvo; estabelecer metas de desempenho para a empresa; avaliar investimentos; identificar as necessidades de absorção de novas tecnologias e novos processos de fabricação; calcular o retorno sobre o capital investido, lucratividade e produtividade. Enfim, o plano de negócios é um guia que norteará todas as ações da empresa (BIAGIO e BATOCCHIO, 2005). Quando o plano de negócios é elaborado única e exclusivamente para atender aos requisitos das fontes de financiamento, acaba desprezando sua maior contribuição para a empresa: servir como um “plano de vôo” (BIAGIO e BATOCCHIO, 2005). 10 FATORES ASSOCIADOS AO SUCESSO OU À EXTINÇÃO DE EMPRESAS FATOR NEGÓCIOS COM MAIORES RISCOS DE EXTINÇÃO NEGÓCIOS COM MAIORES POSSIBILIDADES DE SUCESSO Experiência prévia Empreendedor sem experiência no ramo Empreendedor com experiência no ramo Tempo de estudo antes de abrir a empresa Período curto de estudo Período maior de estudo Planejamento antes da abertura da empresa Falta de um planejamento prévio (ou falta de planejamento adequado) Maior consciência sobre o negócio. Busca por informações sobre aspectos legais, fornecedores e qualificação da mão-de-obra Administração do negócio Descuido com o fluxo de caixa, com o aperfeiçoamento do produto e com o cliente Administração eficiente do fluxo de caixa e aperfeiçoamento do produto às necessidades do cliente. O empresário ouve o cliente e investe em propaganda e divulgação Dedicação ao negócio Parcial Exclusiva Uso de assessoria Não utiliza assessoria externa Utiliza assessoria externa Disponibilidade de capital Falta de capital (capital de giro ou investimento) Certa disponibilidade Idade da empresa Há maior risco no primeiro ano de atividade Empreendimento mais maduro tem menor probabilidade de fechar Porte da empresa Estrutura excessivamente pequena Estrutura maior Tabela 1: Fatores associados ao sucesso ou à extinção de empresas (Fonte: BIAGIO e BATOCCHIO, 2005) Campos (2008) indica que os itens a seguir são pontos que devem estar muito bem definidos para que o plano de negócio tenha sucesso: • Sobre o negócio em si: o que é o negócio (em uma frase!), quais produtos e serviços serão oferecidos, quais as razões que levam a crer que será atingido o sucesso, quais são as oportunidades (já existentes ou que serão criadas) que você percebe e pretende explorar. • Sobre a administração: quem administrará o seu negócio? Que experiência e formação essas pessoas têm? Que qualificações busca para a equipe? Quantos empregados precisará, quais suas atividades e remuneração? Onde 11 eles trabalharão? Qual será a estrutura organizacional? Qual a missão e a visão? • Sobre o mercado: quantos ou quem são os clientes potenciais? Onde eles estão? Alguns exemplos específicos, como você os atrairá, por que eles escolherão você e não o concorrente, quem serão seus parceiros e fornecedores, quem são os concorrentes, quais os fatores do sucesso atual destes concorrentes, qual o seu diferencial competitivo, qual o seu nicho, qual a sua delimitação geográfica, como você vai promover e divulgar seu negócio, como vai distribuir seu produto. • Sobre economia e finanças: fontes do capital, projeção de faturamento, investimentos e despesas para os 2 primeiros anos (trimestral), projeção de fluxo de caixa mensal para o primeiro ano, volume de negócios necessário para alcançar o ponto de equilíbrio ou o resultado operacional positivo e em quanto tempo você espera alcançá-lo, quais as condições para começar a vender e faturar, e quando você espera alcançá-las, valor do capital imobilizado em instalações e equipamentos, lista de fontes financeiras potenciais e garantias de empréstimo. • Mapas: estado atual, cronograma previsto, dificuldades esperadas, suas soluções e condições. Para Biagio e Batocchio (2005) é importante que o plano de negócios mantenha uma seqüência lógica que permita a qualquer leitor entender a organização da empresa, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, sua estratégia de marketing e sua situação financeira. Várias são as estruturas de um plano de negócios cada empresa deve procurar a que melhor lhe atender de acordo com suas necessidades e objetivos. Para este trabalho utilizamos como base alguns itens de um modelo de plano de negócios proposto e disponibilizado pela PUC/RS. A seguir descreveremos os tópicos utilizados deste modelo de plano de negócios: - Empresa Neste momento deve-sedescrever a empresa seu histórico, área de atuação, estrutura legal, composição societária, localização, etc. 12 Deve ser apresentada a missão da empresa, esta missão reflete a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz: corresponde a uma imagem/ filosofia que guia a empresa. Demonstrar como a empresa será estruturada/organizada, ex.: área comercial, administrativa, técnica, etc. Neste item devem-se identificar os parceiros do negócio, a natureza da parceria e como cada um deles contribui para o produto/serviço em questão e para o negócio como um todo. - Produto ou serviço Devem-se relacionar aqui as principais características dos produtos e serviços da empresa, para que se destinam, como são produzidos, os recursos utilizados, fatores tecnológicos envolvidos etc. Relaciona-se neste item o diferencial tecnológico dos produtos e serviços da empresa em relação à concorrência. Para manter-se competitivo é necessário manter-se atualizado quanto às tendências tecnológicas; e as empresas intensivas em tecnologia, especialmente, dependem do desenvolvimento continuo de produtos e serviços que promovam a inovação tecnológica. A empresa deve cultivar um plano de desenvolvimento de novos projetos, produtos e tecnologias, que atendam às demandas futuras do mercado e deve expressar, neste item, quais suas perspectivas para o futuro. É importante que o empreendedor perceba que todo produto tem um ciclo de vida e que, para manter-se na vanguarda, precisa continuamente estar pesquisando e desenvolvendo novos projetos. Não é efetivo centrar-se apenas no projeto/produto atual. - O Mercado Neste item deve-se descrever quem são os clientes ou grupos de clientes que a empresa pretende atender, quais são as necessidades destes clientes potenciais e como o produto/serviço poderá atendê-los. É fundamental procurar conhecer o que influencia os futuros clientes na decisão de comprar produtos ou serviços: qualidade, preço, facilidade de acesso, garantia, forma de pagamento, moda, acabamento, forma de atendimento, embalagem, aparência, praticidade etc. 13 É importante estar atento ao definir quem é o cliente. O cliente não é apenas quem vai tomar a decisão de compra. Cliente é quem vai usar diretamente o produto; é quem vai ser afetado pelo uso do produto; é quem vai tomar a decisão de compra e por aí afora. Cinco tipos básicos de personalidade dos cliente Tipo de personalidade Característica Inovadores (5%) Correm todos os riscos; jovens e bem educados; familiarizados com novas idéias e tecnologias; têm computadores portáteis e estão conectados a redes; mantêm-se informados por fontes externas. Primeiros adeptos (10%) Líderes de opinião em suas comunidades; avaliadores cautelosos; abertos a argumentos bem justificados; respeitados por seus companheiros. Maioria inicia (35%) Evitam riscos sempre que possível; agem de forma deliberda; não experimentam novos produtos, a não ser que se tornem populares. Maioria tardia (35%) Céticos, extremamente cautelosos; desapontados com outros produtos; relutantes com novos produtos; respondem apenas à pressão de amigos. Retardatários (15%) Esperam até o último momento; esperam até os produtos ficarem desatualizados; ainda insitem. Tabela 2: Cinco tipos básicos de personalidade dos clientes (Fonte: BAGIO e BATOCCHIO, 2005) Devem-se relacionar os principais Concorrentes, que são as pessoas ou empresas que oferecem mercadorias ou serviços iguais ou semelhantes àqueles que serão colocados no mercado consumidor pelo novo empresário. Devem-se descrever quantas empresas estão oferecendo produtos ou serviços semelhantes, qual é o tamanho dessas empresas e, principalmente, em que a empresa nascente se diferencia delas. Diversas características podem ser foco de análises, tais como: qualidade, preço, acabamento, durabilidade, funcionalidade, embalagem, tamanho, qualidade no atendimento, facilidade de acesso, forma de apresentar a mercadoria, e o nível de satisfação em relação às mercadorias ou serviços disponíveis. Neste momento é feita também uma análise de fornecedores. 14 - Estratégia de Negócios Neste item, o empreendedor deve despertar para o fato de que para que sua empresa obtenha êxito, não basta ter um bom produto. É preciso ter um negócio. Produtos não geram receita por si só; negócios geram receita. E para que se tenha um negócio, é preciso ter uma estratégia e uma estrutura que permitam posicionar o produto em seu mercado. É comum empresas que possuem um bom produto "morrerem" porque não conseguiram encontrar uma maneira de posicionar este produto no mercado. Portanto, o empreendedor deverá planejar seu negócio. A partir da análise já feita nos itens anteriores, deve identificar as oportunidades e as ameaças que o ambiente lhe apresenta; identificar os pontos fortes e fracos de sua empresa; definir objetivos a alcançar; identificar estratégias que permitirão o atingimento destes objetivos e encontrar maneiras de colocar estas estratégias em prática. Para analisar as oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracas utilizamos a análise de SWOT, a qual veremos com mais detalhes no item 2.4. - Plano de Marketing Segundo Biagio e Batocchio o plano de marketing define a forma como a empresa atuará para levar seus produtos ao consumidor. A empresa deve demonstrar sua capacidade em tornar o produto/serviço conhecido pelos seus clientes, assim como despertar nos mesmos o desejo de compra-lo. Assim, um bom plano de marketing deve conter: • A forma que a empresa utilizará para que seus produtos ou serviços tornem- se conhecidos pelos clientes. • A forma como a empresa despertará em seus clientes a necessidade de adquirir seus produtos ou serviços. • A forma como a empresa fará com que os consumidores lembrem-se da sua marca no momento da compra. • Como a empresa se comunicará com seus consumidores. • A definição da estrutura de vendas e a estrutura de distribuição dos produtos ou serviços da empresa. O plano de marketing se apóia nos 4 Ps (Produto, preço, promoção e praça ou distribuição), pontos estes que foram analisados neste trabalho. 15 - Produto: tudo aquilo que a empresa tem para vender, deve-se conhecer muito bem o produto para se ter uma boa estratégia de venda. - Preço: a empresa deve identificar as faixas de preços possíveis de atuar em qualquer situação. Deverá, portanto, manter identificados quais os preços mínimos, preço ideal, as margens de contribuição e de lucro para os produtos comercializados. - Praça ou Distribuição: deve-se identificar e determinar os possíveis canais de distribuição para disponibilizar o produto/serviço, no local, tempo e quantidade certos, para melhor atender às necessidades do consumidor. A distribuição deve ser feita de maneira adequada para que seja possível dominar o seu nicho no mercado, através da maximização das vendas, alavancagem de marca, valor agregado, satisfação e lealdade dos clientes. - Promoção: segundo Kotler e Keller (2006), promoção consiste em um conjunto de ferramentas de incentivo, a maioria de curto prazo, projetadas para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade de produtos ou serviços específicos por parte do consumidor ou do comércio. - Planejamento e Desenvolvimento do Projeto Neste momento apresenta-se um cronograma de etapas do projeto e em qual parte a empresa encontra-se. Deve-se também apontar as principais dificuldades que poderão ser enfrentadas pela empresa durante o desenvolvimento do projeto e descrever as estratégias que serão utilizadas para reduzir ou eliminar o impacto destas dificuldades. - Plano Financeiro No plano financeiro, apresentam-se,em números, todas as ações planejadas para a empresa. Algumas perguntas chave que o empreendedor deverá responder neste item são: Quanto será necessário para iniciar o negócio? Existe disponibilidade de recursos para isto? De onde virão os recursos para o crescimento do negócio? Qual o mínimo de vendas necessário para que o negócio seja viável? O volume de vendas que a empresa julga atingir torna o negócio atrativo? A lucratividade que a empresa conseguirá obter é atrativa? 16 A inclusão de um plano financeiro dentro de um plano de negócios procura demonstrar um conjunto de projeções abrangentes que possam refletir o desempenho futuro da empresa em termos financeiros. Se bem preparadas e fundamentadas, essas projeções transmitirão uma imagem futura de estabilidade e de ganhos dignas de crédito, tornando-se um dos principais pontos da avaliação da atratividade do negócio. A elaboração de um plano financeiro deve compreender: balanço patrimonial, demonstrativo de resultados, plano de investimentos, fluxo de caixa, planilha de custos e plano de vendas. 2.4. Análise de SWOT Análise de SWOT é uma ferramenta estratégica muito utilizada para analisar os pontos fortes (Strenghts), pontos fracos (Weaknes), oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats) de uma empresa. Deve ser realizada freqüentemente, ao menos uma vez ao ano. Os pontos fortes e fracos estão relacionados ao ambiente interno, ou seja, estão ao alcance e controle da organização. Já as oportunidades e ameaças estão relacionadas com o ambiente externo, ou seja, estão fora do alcance e controle da organização. Força é algo que a empresa faça bem ou que constitua uma característica que aumente a sua competitividade: competências, know-how, ativos físicos, ativos humanos, ativos organizacionais, ativos intangíveis, capacidades competitivas, atributos específicos, alianças, parcerias corporativas e imagem de marcas são exemplos de forças (SERRA e TORRES, 2004). Fraqueza é algo que falta à empresa, que ela execute mal ou que a ponha em desvantagem em relação à concorrência. As fraquezas, em geral, são justamente a falta dos elementos encontrados nas forças: ausência ou deficiência de know-how e de competências etc. (SERRA e TORRES, 2004). O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da empresa, uma vez que ele é resultado das estratégias de atuação definidas pelos próprios membros da organização. Desta forma, durante a análise, quando for percebido um ponto forte, ele deve ser ressaltado ao máximo; e quando for percebido um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito (WIKIPÉDIA, 2007). 17 Segundo Goldschimidt (2003), o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Isso não significa que não seja útil conhecê-lo. Apesar de não podermos controlá-lo, podemos monitorá-lo e procurar aproveitar as oportunidades da maneira mais ágil e eficiente e evitar as ameaças enquanto for possível. Diversos fatores externos à organização podem afetar o seu desempenho. E as mudanças no ambiente externo podem representar oportunidades ou ameaças ao desenvolvimento do plano estratégico de qualquer organização. A avaliação do ambiente externo costuma ser dividida em duas partes: • Fatores macroambientais - entre os quais podemos citar questões demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais, etc. • Fatores microambientais – entre os quais podemos citar os beneficiários, suas famílias, as organizações congêneres, os principais parceiros, os potenciais parceiros, etc. Na prática, isso significa que mudanças que estão totalmente fora do controle da organização podem afetar (positiva ou negativamente) seu desempenho e sua forma de atuação. As mudanças no ambiente externo, sempre afetam de maneira homogênea todas as organizações que atuam numa mesma área geográfica e num mesmo mercado e, desta forma, representam oportunidades ou ameaças iguais para todo mundo. Quando ocorre uma mudança na legislação, por exemplo, todas as organizações são afetadas. A análise SWOT deve ser feita e interpretada de forma integrada, conjugando os elementos da análise interna e externa, de forma que o diagnóstico que dela resulta seja fiável e constitua uma fonte de informação e suporte adequada às necessidades da gestão estratégica, que se ocupa das decisões que vão no fundo delinear o futuro a médio e longo prazo da organização (BICHO e BAPTISTA, 2006). - Matriz de SWOT Consiste na avaliação da posição competitiva de uma empresa no mercado através do recurso a uma matriz de dois eixos, cada um dos quais composto por duas variações: pontos fortes (Strenghts) e pontos fracos (Weaknesses) da análise interna; oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats) da análise externa. Ao construir a matriz as variáveis são sobrepostas, facilitando a sua análise e a procura de sugestões para a tomada de decisões, sendo uma ferramenta imprescindível na 18 formação de planos e na definição de estratégias de negócio (BICHO e BAPTISTA, 2006). Análise Interna S (strenghs) Pontos fortes W (Weaknesses) Pontos fracos O (oportunities) Oportunidades SO (max-max) Tirar o máximo partido dos pontos fortes para aproveitar ao máximo as oportunidades detectadas. WO (min-max) Desenvolver as estratégias que minimizem os efeitos negativos dos pontos fracos e que em simultâneo aproveitem as oportunidades emergentes. A n ál is e Ex te rn a T (Threats) Ameaças ST (max-min) Tirar o máximo partido dos pontos fortes para minimizar os efeitos das ameaças detectadas. WT (min-min) As estratégias a desenvolver devem minimizar ou ultrapassar os pontos fracos e, tanto quanto possível, fazer face ás ameaças. Figura 2: Matriz de SWOT (Fonte: BICHO e BAPTISTA, 2006) Esta matriz sugere a escolha óbvia das estratégias que conduzem à maximização das oportunidades do ambiente e construída sobre os pontos fortes da empresa e à minimização das ameaças bem como à redução dos efeitos dos pontos fracos da empresa (BICHO e BAPTISTA, 2006). . 2.5. As 5 (cinco) Forças de Michael Porter As 5 (cinco) forças de Porter se destinam a análise de competição entre as empresas. Michael Porte identificou 5 (cinco) forças que determinam a atividade intrínsica de um determinado segmento de mercado. São elas: - Ameaça de rivalidade entre os concorrentes: segundo Kotler (2000, p. 240), diversa situações podem levar à guerra de preços, batalhas no ambiente de 19 propaganda e necessidades de lançamentos de novos produtos que poderão fazer com que a competição nesse mercado se torne onerosa demais fazendo com que o negócio venha a tornar-se inviável. - Ameaça de novos entrantes: segundo Kotler (2000, p. 240), a atratividade de um segmento é dada de acordo com as configurações das barreiras à entrada e à saída desse segmento. Quanto maiores são as barreiras de entrada de uma empresa em um segmento e quanto menores são as barreiras de saída, mais atrativo será esse segmento, garantindo assim melhores resultados. Neste cenário, nem barreiras de entrada pequenas e barreiras de saída grandes, quaisquer que sejam as cominações entre as mesmas são satisfatórias, pois correm o risco de prejudicar os resultados do setor como um todo. - Ameaça de produtos substitutos: Kotler (2000, p. 240) afirma que um segmento não é atraente quando há substitutos reais ou potenciais para o produto, pois estes limitam os preços e os lucros do segmento. - Ameaça dos clientes: segundoKotler (2000, p. 240), quando um segmento possui compradores com poder de barganha muito alto ou em crescimento, ele passa a não ser interessante. Neles os compradores passam a estipular os preços dos produtos e serviços, passam a fazer muitas exigências e acabam por colocar os concorrentes uns contra os outros, impedindo que eles se desenvolvam. - Ameaça dos fornecedores: de acordo com Kotler (2000, p. 240), se um segmento possui fornecedores que possam controlar e elevar os preços de seus produtos ou diminuir a quantidade ofertada, ele não é interessante. Isso ocorre principalmente se os fornecedores estiverem organizados entre si, se houver poucos produtos substitutos e se existirem custos muito altos associados a tal produto. 20 Figura 3: Modelo de Porter (Fonte: Wikipédia, 2008) 21 3. EMPREENDIMENTO PHARMAVET MANIPULAÇÃO VETERINÁRIA 3.1. Oportunidade de negócio Um segmento potencial, onde proprietários de animais de estimação ou criadores de animais possam aderir integralmente a tratamentos médicos, visto que a proposta é fornecer medicamentos a preços mais acessíveis e individualizados. Está crescendo cada vez mais o número de animais de estimação nas grandes cidades, e percebemos que o tratamento que os proprietários dispensam aos animais é comparável ao dispensado com crianças. Por esta razão, vislumbramos um empreendimento capaz de fornecer preço mais acessível que os medicamentos industrializados e com a vantagem de doses individualizadas, de acordo com o peso do animal e doença. 3.2. A empresa Para iniciar as atividades, foi realizada uma pesquisa, com dados aproximados, de números de animais domésticos tratados em clínicas veterinárias. Os resultados foram bastante otimista, nos levando a dar continuidade ao projeto. A partir desta informação, a etapa seguinte foi determinar o melhor local para o empreendimento. Fizemos uma pesquisa cruzando os dados de número de clínicas veterinárias por região e estimativa de animais domésticos na mesma região, e chegamos a conclusão que um local ideal para implantação do empreendimento seria na cidade de São Caetano do Sul. Com esta pesquisa decidimos pela seguinte localização: Rua Afonso Pena, 345 – Bairro Santa Paula em São Caetano do Sul. 3.3. Serviços e Produtos A principal oferta do empreendimento, inicialmente, foi de produtos, fornecer medicamentos veterinários manipulados com dosagem e tempo de terapêutica individualizados. 22 Com algumas semanas de funcionamento ficou nítida a necessidade de oferecermos alguns serviços para maior fidelização de nossos clientes potenciais, no caso dos médicos veterinários. Com esta constatação a farmácia passou a oferecer serviço via correio eletrônico e telefônico de auxílio às prescrições médicas. 3.4. Marketing e venda Forma de divulgação da Farmácia: • A mesma localiza-se em São Caetano do Sul e em um raio de 5 km existem algumas clínicas nas quais foram visitadas e na ocasião foram distribuídos material promocional (folder). • Visitas aos principais veterinários da cidade os quais classificamos como “formadores de opinião” baseado em alguns critérios como tempo clinicando, mestres e professores. • Apostamos no marketing boca a boca deste pessoal na divulgação para os demais colegas, pois identificamos que a classe comunica-se com freqüência. • Procuramos também a associação dos médicos veterinários da região como canal de divulgação do nosso trabalho. • Através dos “formadores de opinião” da lista telefônica e da associação levantamos em todo ABCD uma lista de todos os veterinários e ligamos um a um para um primeiro contato e agendamento de visita, em seguida disparamos a 1ª mala direta. • Convidamos um pequeno grupo para um coquetel de inauguração da farmácia. • Mais material promocional foi distribuído nas ruas (folder e ímã de geladeira). • Também como forma de marketing, distribuímos para cada veterinário um livro (manual) com formulações magistrais básicas e como prescrever um medicamento manipulado. • Universidades foram visitadas, e juntamente com os discentes da área promovemos palestras sobre assuntos técnicos. • Estamos tentando patrocínio da iniciativa privada para realização de eventos científicos trazendo “pessoas de peso” da veterinária. 23 • Elaboração de um site interativo onde o médico veterinário pode acessá-lo e obter informações on-line da equipe Pharmavet. • Colocamos também dois números de telefones a disposição da classe médica para que possam tirar suas dúvidas. • Anúncio e reportagens periódicas nos chamados jornais de bairro (ABCD). • Contratamos uma médica veterinária para atuar como propagandista frente aos médicos veterinários. • Buscamos uma diferenciação em relação às farmácias existentes: uma certificação do ministério da agricultura e pecuária que nos deixa legalmente aptos para manipular medicamentos exclusivos de uso veterinário. 3.5. Competição (Concorrência) Entendemos como principais concorrentes as indústrias veterinárias e de uso humano, farmácias de manipulação para uso humano e as de manipulação veterinária, que estão surgindo no mercado. 3.6. Mercado Alvo Nosso mercado alvo são as clínicas veterinárias, mais precisamente os médicos veterinários, pois sabemos que nos dias de hoje, quem tem um animal de estimação procura frequentemente os serviços deste profissionais e confiam nas suas indicações. 3.7. Equipe Contamos com uma estrutura simples, porém funcional: • 01 (um) farmacêutico; • 01 (um) auxiliar de farmácia; • 01 (um) recepcionista; • 01 (um) administrador. Apesar de estrutura simples, todos os profissionais são qualificados em suas funções e foram treinados para entender os valores da empresa. 24 3.8. Política da Qualidade Nosso compromisso é entender e atender as reais necessidades do médico veterinário e do paciente, garantir qualidade e segurança em todos os produtos e serviços, ouvir o cliente antes, durante e após o tratamento, oferecer a melhor solução ao médico veterinário e ao paciente com o menor preço. Suprir pacientes e classe médica veterinária com produtos e serviços que efetivamente possam contribuir para a cura (ou melhoria da qualidade de vida) dos animais. 3.9. Visão Nossa visão é estar entre as primeiras opções para o fornecimento de medicação veterinária, entre os médicos veterinários em 2012. 3.10. Lay out O lay out da Pharmavet está apresentado no ANEXO 7. Este lay out foi projetado para atender às necessidades regulatórias, bem como o total aproveitamento da área do imóvel e melhor fluxo de movimentação de pessoas e materiais. 25 4. ANÁLISE DOS 4 P’S (MIX DE MARKETING) Os 4 P’s podem ser definidos como a combinação de elementos variáveis controláveis que compõem as atividades de marketing. É uma ferramenta que auxilia a empresa a alcançar resultados esperados no mercado em que deseja atuar. Foram classificadas pelo professor Jerome McCarthy como: Produto, Preço, Praça (ou ponto de venda) e Promoção. A seguir, demostraremos estudo quanto a cada item desta ferramenta. 4.1. Produto Segundo Kotler (2000, p. 416), “Produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Podem ser tangíveis e intangíveis para organizações e para consumidores.“ Partindo deste princípio, analisamos as necessidades das pessoas que possuem animais de estimação, de criação e de monta, além de veterinários,adequando suas necessidades às possibilidades e facilidades que a manipulação de medicamentos proporciona na cura de doenças e na eliminação da dor. - Disponibilizaremos os seguintes serviços: • Desenvolvimento e pesquisa de fórmulas especiais. • Consultoria técnica farmacêutica e veterinária. • Apoio ao médico veterinário. • Entrega em domicílio no ABCD e Grande São Paulo. • Entrega via correio em todo Território Nacional. • Orçamentos via fax ou e-mail. • Resumo de fórmulas para consulta técnica. • Produtos personalizados para atender o gosto e as necessidades de cada animal. Alinharemos um rigoroso controle de qualidade ao uso racional e eficiente de medicamentos, proporcionando economia, maior aceitação pelos animais e melhores resultados nos tratamentos ministrados pelos médicos veterinários. Contaremos com equipamentos modernos, sempre acompanhando os últimos lançamentos em tecnologia de manipulação, que garantem segurança total aos 26 produtos manipulados. Além disso, manteremos um rígido controle de qualidade sobre as matérias-primas, embalagens e produto acabado. Priorizando sempre a qualidade de produto e serviço, queremos que o consumidor crie uma identidade com nossa empresa, de modo que sempre que pensar em necessidades dos seus animais (estimação, criação e monta), venha a mente a Pharmavet. 4.2. Praça São Caetano do Sul é um município do estado de São Paulo que apresenta os melhores indicadores sociais de todo país, é uma cidade considerada exemplar em vários aspectos do chamado IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU, estando em 1º (primeiro) lugar na lista dos municípios brasileiros neste quesito. Não existem favelas e o analfabetismo é quase nulo. Possui na classificação socioeconômica da população uma maioria na classe B (45,2%). A escolha por este município é decorrente da classificação socioeconômica da população, e por não haver nenhuma farmácia de manipulação veterinária nesta região. A empresa estará localizada na Rua Afonso Pena, próxima a Avenida Goiás, principal do Município. Estaremos estrategicamente localizados na região do ABCD e de São Paulo, podendo assim abranger uma área maior de atuação. Figura 4: Mapa de São Caetano do Sul e Região 27 4.3. Promoção Segundo Kotler (2000, p. 109) “A promoção inclui todas as atividades de comunicação e promoção da empresa nos mercados-alvo”. Seguindo este conceito, a divulgação da Pharmavet se dará a partir das vendas relacionadas, que são aquelas que primam pelo relacionamento com o cliente, feito através de multicanais (via presencial, telefone, correio ou internet) e participação em feiras/eventos relacionadas ao setor veterinário. As vantagens dos canais de vendas adotados são: • Mídia permanente (mala direta, catálogos, internet, etc.). A conveniência, a interatividade, a facilidade de informação e a atualização rápida são os destaques. • Garantia de maior fidelidade do cliente, uma vez que se podem trocar serviços diretamente com os mesmos, de acordo com a sua necessidade; • Menor custo de aquisição de clientes. • Melhora do relacionamento com os clientes por atendê-los no canal e no momento que os mesmos querem comprar. • Menor custo operacional. • Maior conhecimento individual do cliente. Assim, agregaremos novos valores adicionados e serviços de informação customizados aos produtos e serviços tradicionais, expandindo-se assim as oportunidades de vendas relacionadas, reduzindo os custos e complexidade da oferta de serviços customizados. O compromisso da Pharmavet é ser o parceiro fundamental nas tomadas de decisões estratégicas dos nossos clientes, almejando ao máximo o atendimento de suas necessidades. 4.4. Preço Utilizaremos o software “Medicator”, que é um sistema SNGPC informatizado para a venda de medicamentos sob o controle especial exigido pela Vigilância Sanitária. Este nos permite criar uma biblioteca de fichas farmacológicas, controlar o movimento de caixa, gerar gráficos estatísticos, criar histórico de compra dos 28 clientes, controlar o processo interno de manufatura, controlar o agendamento das receitas baseadas na capacidade de produção, gerenciar os horários dos funcionários de entrada e saída (cartão de ponto), criar um histórico do cliente, criar um correio interno entre os funcionários, calcular custo de produto. Para o cálculo de custo do produto, o software utiliza a metodologia de custeio ABC, que procura identificar os recursos disponíveis na organização e os associa, através de geradores de custos primários às atividades executadas. Em seguida, as atividades são associadas a outras atividades ou a objetos de custo (produtos, clientes, mercados ou qualquer outra entidade interna ou externa à empresa que consomem atividades e que geram custos e/ou receitas) através de geradores de custos secundários. Os principais benefícios do custo ABC são a acuracidade do custo do produto e a visibilidade das oportunidades de redução de custos e melhoria de desempenho. Ressaltamos que os preços praticados pela concorrência serão analisados periodicamente com o intuito de sempre se manter competitivo no mercado, nunca esquecendo o quesito qualidade, apesar da pouca concorrência encontrada atualmente. 29 5. ANÁLISE DE PORTER NO SETOR DE MANIPULAÇÃO VETERINÁRIA A partir das definições das 5 forças de Porter, realizamos a seguinte análise do negócio: Figura 5: As 5 Forças de Porter – Análise do negócio Quanto ao grau de rivalidade: O grau de rivalidade entre empresas do mesmo genero não é alto, uma vez que não existem muitas no mercado atualmente. Porém se torna alto quando levamos em consideração o tipo de remédio prescrito pelos veterinários, que geralmente são destinados a humanos, podendo ser adquirido em farmácias convencionais, fato este devido a falta de conhecimento dos veterinários sobre formulações e a falta de farmácias de manipulação que possam oferecer o devido suporte aos profissionais da área, permitindo um tratamento direcionado ao problema do animal, com resultados mais eficientes. Concorrentes - Pet Shop - Farmácias Substitutos - Produtos industrializados - Medicamento Humano - Farmácia de Manipulação humana Novos Entrantes - Farmácia de Manipulação Veterinária - Produção direta de medicamentos por laboratórios (produção industrial) Clientes - Donos de animais de estimação - Veterinários - Donos de animais de criação - Donos de animais de monta Fornecedores - Equipamentos - Matéria-prima - Embalagem 30 Quanto a ameaça de novos entrantes: Este é um setor sujeito à entrada de novos concorrentes, tanto farmácias de manipulação veterinária como produtos industrializados. Como barreira existe a questão da alta exigência para abertura deste tipo de negócio junto a órgãos fiscais federais e estaduais. Todo trâmite de abertura de uma farmácia de manipulação, ou até mesmo produção industrial de medicamentos, torna-se extremamente burocrático e moroso. Quanto a ameaça de substitutos: A ameaça de substitutos para o negócio é alta, uma vez que o consumidor pode fazer uso de medicamentos destinados a humanos em seus animais de estimação, criação ou monta, já que os mesmos são prescritos pelos próprios veterinários. No entanto, estes medicamentos geram maiores custos aos consumidores e desperdício, uma vez que os mesmos não são vendidos fracionados, sendo prescrito apenas uma parcela do produto total. Quanto ao poder de barganha dos clientes: Os nossos clientes foco, sãoaqueles que necessitam de um tratamento diferenciado e eficaz para o seu animal, além de possuir um baixo custo. Devido o negócio poder proporcionar ao cliente um tratamento adequado e de baixo custo, quando comparado aos remédios atuais prescritos (industrializados), não haverá barganha por parte dos clientes no que se refere ao custo. Porém um fato crítico seria que o veterinário deverá desempenhar na questão da indicação ideal de tratamento, uma vez que seria exigido um maior conhecimento técnico do mesmo. Neste caso, a negociação seria maior entre cliente e veterinário. Quanto ao poder de barganha dos fornecedores: O poder de negociação com os fornecerdores é grande, uma vez que bons negócios poderão ser feitos baseados na parceria, e que pretendemos diminuir a carteira de fornecedores para criarmos uma fidelidade de fornecimento com consequente ganho nos custos. 31 Esta criação de parceria impediria um abuso nas ofertas dos produtos por parte dos fornecedores, uma vez que haveria a garantia de fornecimento a Pharmavet, tornando o volume contínuo. O critério para seleção dos fornecedores será qualidade de produto, prazos de entrega e custo. 32 6. ANÁLISE DE SWOT PARA PHARMAVET Outra ferramenta de marketing muito utilizada em planejamento é a análise de SWOT que estuda as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que representam a empresa sob a ótica do ambiente interno e externo. Análise do Ambiente Interno Strengths (Forças) • Atendimento diferenciado • Vantagens de custo • Confiabilidade nos serviços/produtos • Padronização do serviço (alta qualidade) • Fidelização • Melhores resultados no tratamento adotado • Localização • Inovação na manipulação de remédios • Tratamento direcionado Weaknesses (Fraquezas) • Indisponibilidade de dados técnicos • Contratação de funcionários altamente qualificados Análise do Ambiente Externo Opportunities (Oportunidades) • Pontos não atendidos pelos concorrentes • Carência de tratamento ideal aos animais de estimação • Mercado inovador • Parcerias com clínicas veterinárias • Crescente do mercado de animais de estimação monta e criação. Threats (Ameaças) • Indústrias farmacêuticas • Farmácias de manipulação humana • Falta de conhecimento pelos consumidores • Falta de conhecimento técnico dos veterinários quanto à composição do tratamento Figura 6: Matriz de SWOT para a PharmaVet A matriz de SWOT nos permite verificar a posição estratégica em que a empresa se encontra, deste modo, como o mercado está em constante mudança, se faz necessário a repetição desta análise constantemente. Assim, estaremos mapeando o negócio, possibilitando: o ressaltamento dos pontos fortes, uma 33 atuação mais eficiente em pontos fracos, o aproveitamento das opotunidades verificadas e o tratamento adequado das ameaças. 34 7. PROCESSO PRODUTIVO 7.1. Etapas da Manipulação As receitas que chegam às unidades da Farmácia são analisadas cuidadosamente pelo farmacêutico antes de serem enviadas à produção. Elas passam por uma triagem e são encaminhadas aos laboratórios de semi- sólidos/líquidos ou de sólidos. Os cuidados são constantes durante todas as fases, desde a captação das receitas até suas entregas. É o compromisso em oferecer produtos de qualidade a seus clientes. Fluxograma: • O Cliente vai até a farmácia ou envia a receita por fax. • A atendente recebe a prescrição médica. • É feito o orçamento conforme solicitado pelo cliente. • O valor do orçamento é informado para sua aprovação. • A receita é analisada pelo farmacêutico responsável e lançada no sistema.. • São impressos a ordem de serviço e o rótulo da embalagem. • Os rótulos vão para a área de conferência para ver se está tudo correto. • É feita a triagem da forma farmacêutica solicitada e encaminhada para o laboratório específico. • Começa a fase da manipulação. • Análise e conferência final da ordem de serviço com o medicamento manipulado pronto. • Com o nome e endereço do cliente, o manipulado está pronto para ser retirado ou entregue. • O Motoboy se desloca até a residência do cliente. • E a entrega é feita com todo conforto. Palavras- chaves - Área de dispensação: área de atendimento ao usuário destinado especificamente para a entrega dos produtos e orientação farmacêutica. 35 - Fracionamento: procedimento que integra a dispensação de medicamentos na forma fracionada efetuado sob a supervisão e responsabilidade de profissional farmacêutico habilitado, para atender à prescrição ou ao tratamento correspondente nos casos de medicamentos isentos de prescrição, caracterizado pela subdivisão de um medicamento em frações individualizadas, a partir de sua embalagem original, sem rompimento da embalagem primária, mantendo seus dados de identificação. - Pesagem: procedimento que integra a dispensação de Matérias-primas na forma fracionada efetuado sob a supervisão e responsabilidade de profissional farmacêutico habilitado, para atender à prescrição. - Ordem de manipulação (OS): documento destinado a acompanhar todas as etapas de manipulação. - Preparação: procedimento farmacotécnico para obtenção do produto manipulado, compreendendo a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, fracionamento de substâncias ou produtos industrializados, envase, rotulagem e conservação das preparações. - Quarentena: retenção temporária de insumos, preparações básicas ou preparações manipuladas, isolados fisicamente ou por outros meios que impeçam a sua utilização, enquanto esperam decisão quanto à sua liberação ou rejeição. 7.2. Fluxograma ATENDIMENTO - Os atendentes da Farmácia são orientados segundo os POPs elaborados de acordo com as BPMF, a fim de prestar um atendimento profissional e cordial. Os atendentes recebem a instrução de valorizar e respeitar o procedimento ético que envolve o atendimento a todas as receitas médicas, assegurando para que não promovam nenhum tipo de alteração da orientação médica. 36 ORÇAMENTO - O orçamento é realizado utilizando um sistema informatizado que reproduz a fórmula constante na receita médica considerando as matérias-primas, dosagens e quantidades. O programa informatizado possui um sistema de segurança que identifica eventuais distorções na digitação do orçamento ou na prescrição, quanto a interações medicamentosas, incompatibilidade farmacêutica, dosagem diferente da usual, entre outras, as quais são submetidas a avaliação farmacêutica, a fim de evitar as prováveis duvidas. REGISTRO DE FÓRMULAS - É o processo onde são registradas as fórmulas cujo orçamento foi aprovado, na qual são informados para o sistema informatizado os dados do paciente, do médico veterinário e das formulações contidos na receita médica, a qual é carimbada a fim de identificar este registro, além disso, é feito o arquivamento de receitas e/ou notificações quando se tratarem de produtos controlados. AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA - Todas as formulações são conferidas confrontando a receita médica com a ordem de produção para os laboratórios, onde é verificado se as formulações possuem dosagens diferentes das usuais, interações ou incompatibilidades medicamentosas. Caso seja necessário, o farmacêutico entra em contato com o médico veterinário a fim de fazer os devidos esclarecimentos. APOIO AO MÉDICO VETERINÁRIO - Através de uma Equipe de Pesquisa são elaborados informes técnicos a fim de levar ao médico o conhecimento de novas matérias-primas, novas aplicações das matérias-primas já utilizadas e as vantagensdo uso de uma formulação magistral, visto que elas possibilitam a associação de mais de uma matéria-prima, além de poder individualizar a dosagem de acordo com as características do paciente e do tratamento. A Equipe de Pesquisa é composta por farmacêuticos e Veterinários, que auxiliam também no treinamento dos Atendentes da Farmácia a fim de que eles estejam atualizados e possam instruir o paciente quanto as dúvidas relativas ao uso do produto, armazenamento, validade, etc. 37 ARMAZENAMENTO - Após o recebimento as matérias-primas e embalagens são acondicionadas obedecendo a critérios os quais previnam a alteração na sua qualidade. Treinamentos são realizados a fim de garantir a reposição adequada aos laboratórios, dando agilidade a produção das formulações. MANIPULAÇÃO NO LABORATÓRIO DE SÓLIDOS - É o setor onde são preparadas as fórmulas com apresentação na forma de biscoitos, cápsulas e pós. Os manipuladores conferem todos os cálculos e dosagens das formulações, antes de iniciarem o aviamento nas balanças eletrônicas calibradas e aferidas, integradas no sistema informatizado. ENCAPSULAMENTO - Setor que envasa os pós previamente homogeneizados nas cápsulas, processo chamado de encapsulação. A seguir e realizado o acondicionamento e rotulagem do produto. MANIPULAÇÃO NO LABORATÓRIO DE SEMI-SÓLIDOS E LÍQUIDOS - É o setor onde são realizadas regularmente as fórmulas para uso tópico como cremes, géis, loções, pastas, pomadas e soluções tanto de uso interno quanto de uso externo. Os manipuladores conferem todos os cálculos e dosagens das formulações, antes de iniciarem o aviamento nas balanças eletrônicas calibradas e aferidas, integradas no sistema informatizado. A água utilizada no aviamento das fórmulas é purificada através de um sistema de tratamento de osmose reversa, cujo equipamento é submetido à sanitização periódica, garantindo que a água está livre de contaminação, conforme análises microbiológicas e testes físico-químicos realizados regularmente. MANIPULAÇÃO NO LABORATÓRIO DE HOMEOPATIA: A Farmácia dispõe de um Laboratório de Homeopatia, um ambiente separado do setor alopático, onde as fórmulas homeopáticas são preparadas com o mais alto nível de qualidade, e os melhores equipamentos que o mercado dispõe, e uma variedade de matrizes homeopáticas para a manipulação dos medicamentos nas diversas escalas (Centesimal, Decimal, Cinqüenta Milesimal e Fluxo Contínuo) e apresentação em glóbulos, líquidos, dose única, envelopes e preparações de uso externo, seguindo 38 rigorosamente a Farmacopéia Homeopática Brasileira e as BPMFH (Boas Práticas de Manipulação em Farmácia Homeopática). UNIFICAÇÃO - Após serem preparadas todas as fórmulas são submetidas por um processo de verificação e controle nos quais são verificadas as condições do acondicionamento da fórmula, a higiene, informações constantes no rótulo, colocação de etiquetas informativas ao paciente quando necessárias e a conferência da quantidade preparada. Além da conferência da quantidade as fórmulas de cápsulas, em especial, são verificadas também quanto ao peso médio a fim de garantir que o processo de encapsulação mantenha a dosagem de cada cápsula de acordo com a receita médica. ENTREGA DOMICILIAR - Serviço prestado em toda a Capital e Grande São Paulo a fim de facilitar o recebimento das fórmulas pelo cliente, a entrega domiciliar dos pedidos feitos pessoalmente / Pedidos via fax / Pedidos enviados por e-mail é feita por entregador motorizado. A entrega pode ser feita no dia seguinte ou em 2 dias, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h, sábados, das 09h às 12h. O cliente receberá junto com o seu pedido: NF e as orientações quanto ao uso dos medicamentos manipulados. ENTREGAS VIA SEDEX: Serviço de envio de fórmulas magistrais para os Clientes com domicílio em outras Cidades de São Paulo ou em outros Estados a qual enviamos as fórmulas mediante depósito bancário prévio. PEDIDOS ENVIADOS POR CORREIO ELETRÔNICO: É necessário o envio da receita médica escaneada e posterior contato telefônico ou por e-mail para aprovação de orçamento e informações para retirada. O pedido pode ser retirado na Farmácia, entregue em domicílio ou entregue via Sedex. RETIRADA DAS FÓRMULAS - O Cliente ao retirar as suas fórmulas na Farmácia e é orientado pelos nossos atendentes onde ele será informado quanto ao armazenamento, a validade e o uso da fórmula. 39 8. COLETA DE DADOS Realizada pesquisa (Anexo 1) entre os médicos veterinários da região escolhida e outros de locais aleatórios, para coleta de dados a respeito do empreendimento, antes de sua inauguração. Relação dos médicos veterinários pesquisados no Anexo 2. Os dados obtidos na pesquisa: • 80% dos médicos entrevistados demonstraram total aceitação ao projeto apresentado, ressaltando apenas a necessidade de maior informação aos profissionais para prescrição manipulada. • 8% se mostraram contrários ao projeto, ressaltando a confiança nas indústrias de medicamentos, mesmo sem existir as dosagens necessárias ao animal. • 12% demonstraram indecisão, porém receptivos ao novo concito apresentado. 40 9. DISCUSSÃO DOS ESTUDOS FINANCEIROS E VIABILIDADE ECONÔMICA As planilhas referentes a este capítulo encontram-se nos anexos 3, 4, 5 e 6. 9.1. Demonstrativo de Resultado de Exercício Dentro das expectativas previstas, espera-se um prejuízo nos 02 (dois) primeiros anos, ver anexo 3, devido à necessidade de se implantar uma nova visão de mercado, fazer remédios manipulados para animais é muito vantajoso economicamente, pois as fórmulas manipuladas possuem um custo muito menor do que remédios industrializados. A principal preocupação da empresa nos primeiros anos é divulgar a marca, manter-se viável e conquistar o maior numero de clientes possíveis. Dentro deste contexto observa-se um prejuízo esperado nos 02 (dois), primeiros anos, ver anexo 3, mas com um crescimento nos anos seguintes observando-se um aumento no faturamento bruto e consequentemente resultados positivos nos anos seguintes. Neste momento, estima-se que a marca esteja consolidada e os serviços estejam sendo extremamente aceitos pelos clientes. 9.2. Demonstrativo de Fluxo de Caixa O quadro mostrado, no anexo 4, apresenta a previsão do comportamento do fluxo de caixa da empresa, devido ao tamanho reduzido da empresa, os sócios se preocupam em trabalhar o mínimo possível com períodos de fluxo de caixa negativo. Outro ponto importante onde os sócios se atentam é o fato de não fazerem retiradas nos primeiros 05 (cinco) anos. 9.3. Retorno do Investimento Considerando a taxa interna de retorno – TIR para os primeiros 05 (cinco) anos, o investimento na empresa Pharmavet é de 26,5% a.a, ver anexo 6, representando dessa maneira um investimento extremamente atraente, pois fica acima da Taxa Mínima de Atratividade (TMA). 41 Valor Presente Líquido em R$ 150.930,00 considerado baixo para as receitas esperadas, e o tempo de Retorno do investimento descontado (Pay-back) esta estimado em 4,6 anos, ver anexo 6. Considerado não muito alto para este tipo de investimento. 9.4. Investimento demandado Para o estudo financeiro foi levantado os investimentos necessários para o inicio do empreendimento. Estes investimentos estão divididos em 02 duas partes, ou seja, na primeira parte representa aproximadamente 50 % do total investido de R$ 138.000,00, nesta parte consideramos os investimentos pré-operacionais. Nestes investimentos estão inclusos os valores de abertura da empresa, certificação da vigilância sanitária, criação de site da empresa, reforma das instalações físicas, mobílias, balanças de precisão, equipamentos
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