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Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário

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Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário / Noções de direito Empresarial
Introdução
Segundo informações da Receita Federal do Brasil, cresce a cada ano o número de microempresas, de empresas de pequeno porte e de microempreendedores individuais (criado pela LC128/08), que chega a 60% das sociedades cadastradas. Por outro lado, o índice de “mortalidade” dessas mesmas sociedades é relativamente alto tendo em vista a inexperiência dos sócios, em especial no que se refere ao sistema societário e tributário brasileiro. Vamos lá!
Objetivos
Conhecer o que é o direito empresarial;
Identificar a origem do direito empresarial;
Identificar os elementos constitutivos de uma sociedade;
Perceber as características dos tipos societários mais comuns;
Identificar os princípios gerais dos contratos;
Distinguir os contratos empresariais e cíveis.
Créditos
Gisele Lima
Coordenador
Maiara Machado
Designer Instrucional
Daniel de Abreu
Web Designer
Rafael Jourdan
Desenvolvedor
Origem
Ao iniciarmos o estudo sobre o direito empresarial, que teve como ponto de partida o direito comercial, é importante sabermos a sua evolução histórica que, diga-se de passagem, é bem remota, pois vem desde a Idade Antiga, época em que se destacava o exercício da atividade mercantil. Nesse tempo, já existiam leis para nortear o comércio que existia, sem falar ainda em direito comercial.
O direito comercial surge na Idade Média, quando o comércio era mais avançado e se estendia a todos os povos daquela época. Consistia em um regime jurídico próprio para regular as transações daquele período. É nesse momento que ressurgem as cidades e o Renascimento Mercantil.
O poder político era descentralizado apenas nas mãos de poucos da nobreza, o que fez com que houvesse diversas divisões nas regiões da Europa, surgindo assim os “direitos locais”.
Fonte: Shutterstock.com
A classe burguesa, na busca de atender aos seus interesses, inicia a organização e construção do seu próprio “direito”, que passa a ser utilizado nos conflitos da atividade mercantil. Suas regras foram surgindo de acordo com as necessidades da atividade.
O direito comercial, no que diz respeito aos usos e costumes mercantis, é oriundo da disciplina e das relações jurídicos-comerciais. Nesse momento em que se inicia a construção do direito sem a participação do Estado, cada “Corporação” utilizava seus usos e costumes, e seus cônsules, que eram eleitos pelos próprios associados, para administrar as relações entre seus membros.
Fonte: Shutterstock.com
Os títulos de crédito, as sociedades, os contratos mercantis e os bancos são os primeiros institutos jurídicos que aparecem no direito comercial e, com isso, declinam a utilização dos usos e costumes e do informalismo para criar suas regras.
Podemos destacar nesse período inicial do direito comercial, o caráter subjetivista, sendo um direito dos membros das corporações ou um direito ”a serviço do comerciante”. Com uma das partes sendo comerciante já bastava para essa relação ser regida pelo direito comercial.
Nessa primeira fase do direito comercial, houve um rompimento da doutrina contratualista com a teoria contratual concretizado do direito romano. A antiga visão de um contrato engessado do direito romano confrontava com a classe mercantil que surgia na época. É nesse período que constatamos o aparecimento da celebração dos contratos.
Fonte: Shutterstock.com
Evolução histórica
Toda essa evolução fez com que a teoria do direito avançasse, saindo do comum tradicional e evoluindo para um direito específico.
Após o Renascimento Mercantil, houve uma evolução no comércio, proveniente também das feiras e das navegações, o que possibilitou a evolução do direito específico que se estendeu por toda Europa; assim, o direito comercial se expandiu fazendo com que os tribunais consulares se adequassem às novas demandas.
No período da Idade Média, nos Estados Monárquicos, a figura do monarca vai perdendo força para a classe dos comerciantes. Com todas essas modificações no cenário desse período, Benvenutto Stracca publicou a primeira grande obra referente à sistematização do direito comercial: "Tratactus de Mercatura seo Mercatore", publicada em 1553.
Fonte: Shutterstock.com
O monopólio da jurisdição mercantil foi enfraquecendo devido aos Estados terem assumido o monopólio da jurisdição e se incumbido de fiscalizar os tribunais de comércio.
Nos anos de 1804 e 1808, surgem o Código Civil e o Código Comercial, e assim é criado o sistema jurídico estatal nas relações jurídico-comerciais, nascendo assim um direito comercial elaborado e executado pelo Estado. Com a divisão do direito privado, houve a necessidade de criar critérios para limitar os efeitos dessa divisão. Contudo, limitar os efeitos do direito comercial, visto que foi concebido como um regime jurídico especial para atuar nas atividades mercantis. Foi criada assim a teoria dos atos de comércio pelos franceses, e com essa teoria foi denominado de comerciante quem praticava atividade de comércio. O direito comercial regularia, portanto, as relações jurídicas que envolvessem a prática de alguns atos definidos em lei como atos de comércio. Quando não envolvesse essa relação, seria regulamentada pelas normas do Código Civil.
Fonte: Shutterstock.com
O Mercantilismo sofre uma alteração, passa da qualidade do sujeito para o objeto. Essa objetivação do direito comercial relaciona-se à formação dos Estados Nacionais da Idade Moderna que impõem sua soberania ao particularismo que imperava na ordem jurídica anterior e se inspiram no princípio da igualdade.
Duas doutrinas tiveram destaque sobre os atos de comércio:
a) Thaller - baseava nos atos de comércio a atividade de circulação de bens ou serviços;
b) Alfredo Rocco - que constatava nos atos de comércio uma característica habitual na intermediação para a troca.
Destaque-se que a segunda corrente foi mais incisiva, pois fez um resumo constatando que todos os atos de comércio possuem uma característica em comum na intermediação para a troca. Contudo, entendemos que essas correntes doutrinárias não satisfizeram, pois não deram ênfase ao que realmente seriam os atos de comércio.
Evolução do direito empresarial no Brasil
Durante muitos anos o Brasil não possuía legislação própria, utilizava a legislação de Portugal, as Ordenações do Reino (Filipinas, Manuelinas, Afonsinas). Com a chegada da família Real portuguesa ao Brasil e a abertura dos portos às nações amigas, o comércio foi mais explorado, sendo criada a “Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábrica e Navegação” com o propósito de elaborar um direito comercial brasileiro. Em 1834, foi criado um projeto de lei que, posteriormente aprovado, se transformou na Lei 556, o Código Comercial brasileiro. O Código Comercial definiu o comerciante como aquele que exercia a mercancia de forma habitual, como sua profissão. Como essa lei não explicou o significado de mercancia, foi editado o Regulamento 737 de 1850, que no seu artigo 19 a conceitua.
Com o Código Civil de 1942, podemos constatar que o direito brasileiro se equipara ao italiano; os doutrinadores da época de 1960, em seus estudos sobre a teoria dos atos de comércio, percebem as mudanças que causam a teoria dos atos de comércio e dão mais ênfase à teoria da empresa.
A teoria dos atos de comércio já não satisfazia mais. Os estudiosos, nas jurisprudências, podiam constatar esse fato, os juízes da época ofereciam concordata a pecuaristas e garantia para renovar o contrato de aluguel que eram institutos do direito comercial; isso foi um enorme progresso, porque estavam colocando de lado o conceito de mercantilidade e inovando com o de empresarialidade nas decisões.
Direito comercial ou direito empresarial
A nomenclatura direito comercial vem da Antiguidade, período em que a atividade do comércio prevalecia no ramo do direito. E a transição para nomenclatura Direito Empresarial veio da necessidade de abranger toda atividade que envolve o comércio, especialmente nas relaçõesempresariais. Agora, vamos conhecer alguns conceitos importantes pertencentes ao direito empresarial:
Autonomia do Direito Empresarial
Fontes do direito empresarial
O conceito de empresário
O conceito de empresário
O Código Civil de 2002 conceitua em seu artigo 966: “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
Empresário individual versus sociedade empresária
Em uma sociedade empresária seus sócios não são empresários e sim a própria sociedade é que se designa empresária; a ela é conferida a personalidade com seus direitos e obrigações.
A diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que, nesta, a pessoa jurídica tem patrimônio próprio, que não se mistura ao patrimônio dos sócios, e, por isso, não são executados por dívidas da sociedade.
Já o empresário individual não tem essa separação patrimonial e responde pelos seus bens devido ao risco do empreendimento.
Assim, na sociedade empresária a responsabilidade dos sócios é subsidiária, pode ser limitada, como por exemplo, nas sociedades limitadas e nas sociedades anônimas; já o empresário individual tem responsabilidade direta e responde com todos os seus bens por dívidas obtidas no exercício da atividade econômica, não tendo limite de responsabilização.
A Empresa Individual de Responsabilidade limitada (EIRELI)
A lei 12.441/2011 alterou dispositivos do Código Civil e adicionou outros, criando assim a empresa individual de responsabilidade limitada, chamada de EIRELI.
Objetivou o legislador criar um novo tipo de pessoa jurídica, constituída por apenas uma pessoa que possa exercer atividade empresarial, com os benefícios da separação de patrimônio e limitação de sua responsabilidade. O capital investido na empresa deve ser igual ou superior a 100 vezes o valor do maior salário mínimo vigente no país.
Fonte: Shutterstock.com
Contratos
As sociedades são instituídas no Brasil através de seus atos constitutivos que, posteriormente, são devidamente arquivados nos órgãos competentes, como por exemplo, as “juntas”. Nesse sentido, é importante sabermos a distinção entre um contrato empresarial e um contrato eminentemente cível.
Os contratos cíveis distinguem-se dos contratos empresariais, pois nos contratos empresariais há nos contratantes uma simetria; por esse motivo, não se aplicam algumas regras do Código Civil que cerceiam a liberdade na celebração dos contratos.
Os empresários devem ter total liberdade para concretizar seus negócios, sempre com cautela e ciente dos riscos que poderão ocorrer.
Atividades Propostas - Para fixar o conteúdo estudado nesta aula, vamos praticar com algumas atividades!
1 - Acerca de empresa, assinale a alternativa correta.
a) A empresa caracteriza-se pela atividade comercial organizada e com intuito lucrativo.
b) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada e econômica, excluindo-se as atividades de índole intelectual.
c) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada, econômica e habitual, independentemente de ser prestação de serviço ou circulação de mercadoria.
d) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada e econômica, independentemente de ser prestação de serviço ou circulação de mercadoria.
e) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada, econômica e habitual, excluindo-se as intelectuais e de natureza rural.
A
B
C
D
E
Corrigir
2 - Considere as afirmativas a respeito da figura da EIRELI:
I. A figura da EIRELI significa “empresa individual de responsabilidade limitada.” A pessoa natural que constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada, em nenhuma hipótese poderá figurar em outra empresa dessa modalidade.
II. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 120 (cento e vinte) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
III. O Sr. João da Silva Pacheco constituiu uma EIRELI e utilizou o nome empresarial “JOÃO DA SILVA PACHECO EIRELI”; nesse caso, pode-se afirmar que o nome empresarial utilizado pelo empresário é uma firma.
IV. Empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram essa concentração.
Marque a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
Apenas as afirmativas II, III e IV;
Apenas a afirmativa II;
Apenas a afirmativa I, II e IV;
Todas as afirmativas estão corretas;
Apenas as afirmativas I, III e IV.
Corrigir
3 - Discorra sobre Empresário individual e sociedade empresária.
Sociedade não personificada
Embora o Código Civil estabeleça que a personalidade jurídica da sociedade começa com o registro de seus atos constitutivos, possui dispositivos que regem o que denomina de sociedade não personificada, denominação sob a qual acolheu a sociedade em comum (antiga sociedade de fato) e sociedade por conta de participação.
Portanto, considera-se sociedade não personificada aquela cujo ato constitutivo ainda não foi registrado no órgão competente, ou seja, aquela que não possui personalidade jurídica, o que contribui para a existência de uma atividade paralela, pautada na economia informal, de transparência nebulosa para responsabilização dos sócios atuantes naquela prática empresarial.
Excetuam-se deste conceito, as sociedades anônimas e as sociedades em comandita por ações, uma vez que, de acordo com a legislação de regência, não podem funcionar sem que sejam arquivados e publicados os seus atos constitutivos (art. 982).
As sociedades não personificadas se subdividem em sociedade em comum e sociedade em conta de participação.
Fonte: Shutterstock.com
Sociedade personificada
Considera-se sociedade personificada aquela que possui personalidade jurídica, obtida mediante registro de seus atos constitutivos no órgão competente que – dependendo do seu objeto – poderão ser no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial.
As sociedades personificadas se subdividem em sociedade empresária e sociedade simples. Veremos a seguir!
Fonte: Shutterstock.com
Sociedade empresária
É definida como sociedade empresária aquela que tem por objeto o exercício de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, ou seja, considera-se sociedade empresária a antiga sociedade comercial.
Antes de iniciar a atividade econômica, o empresário individual ou a sociedade empresária, que a ela for se dedicar, deverá inscrever-se no Registro Público de Empresas Mercantis, em uma das Juntas Comerciais (artigos 967, 968 e 1.150 do Código Civil), tendo como elemento essencial o nome empresarial.
A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos seguintes tipos jurídicos:
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
Sociedade limitada
Sociedade anônima
Sociedade em comandita por ações
Sociedade em nome coletivo
Nesta sociedade, somente podem participar pessoas físicas, com todos os sócios respondendo solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, os sócios podem, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.
A sociedade em nome coletivo deve adotar firma social, não sendo permitido o uso de denominação social. Exceto pelo fato de poder exercer atividade empresária, este tipo de sociedade é praticamente idêntico ao da sociedade simples.
Sociedade simples
É considerada sociedade simples aquela cujo objeto social seja decorrente de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, ou seja, considera-se sociedade simples a antiga sociedade civil.
A sociedadesimples (exceto no caso das cooperativas e de determinadas atividades reguladas por leis especiais que imponham a doação de tipo societário específico) poderá ser constituída em conformidade com um dos tipos examinados nos subitens anteriores (exceto como sociedade por ações); não o fazendo, subordinam-se às normas que lhes são próprias (arts. 997 a 1.000).
Neste tipo de sociedade, os bens particulares dos sócios (inclusive aqueles que ingressem em uma sociedade já constituída) poderão ser executados por dívidas da sociedade, mas apenas depois de executados os bens sociais, se estes forem insuficientes para saldar as dívidas. Neste caso, os sócios respondem com o seu patrimônio social na proporção que participem das perdas sociais, salvo se houver no contrato social cláusula estipulando a responsabilidade solidária.
Fonte: Shutterstock.com
Atividades Propostas
Para fixar o conteúdo estudado nesta aula, iremos realizar algumas atividades. Vamos lá!
1. Marque a opção que apresenta uma característica das sociedades em comum.
a) Acarretam responsabilidade limitada de seus sócios.
b) Não apresentam seus atos constitutivos arquivados no órgão registral.
c) Adotam como nome empresarial firma social.
d) Não podem ser constituídas no direito brasileiro.
A
B
C
D
Corrigir
2 - Com referência às normas do direito societário, em relação às sociedades em conta de participação pode-se afirmar, SALVO:
a) Todos os sócios respondem ilimitadamente.
b) Os sócios participantes não têm responsabilidade em relação à terceiros.
c) São sociedades sem registro nos órgãos de registro.
d) Os sócios ostensivos respondem ilimitadamente.
A
B
C
D
Corrigir
3 - Em relação às sociedades em comanditas simples, pode-se afirmar:
a) Todos os sócios apresentam a mesma categoria de tratamento de responsabilidade.
b) Os sócios comanditados respondem até a participação do capital social.
c) Adotam sempre a denominação como forma de nome empresarial.
d) Podem ser sociedade simples ou empresária.
A
B
C
D
Corrigir
4 - (CESPE - 2010 - EMBASA - Analista de Saneamento - Advogado) A distinção entre a sociedade simples e a empresarial não reside no intuito lucrativo, pois há sociedade simples com escopo de lucro. O que caracteriza a pessoa jurídica de direito privado como empresarial é o fato de explorar empresarialmente o seu objeto social. Embora haja esse critério, como regra, para fins de distinção, toda cooperativa é uma sociedade simples e toda sociedade anônima é empresarial, independentemente da forma pela qual seu objeto é explorado.
Comente o enunciado.
Corrigir
5 - (CESPE - 2011 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal) Se a atividade empresarial é exercida pelo empresário, sua representação patrimonial denomina-se estabelecimento, que é a reunião de todos os bens necessários para a realização da atividade empresarial, também chamada, sob a influência dos franceses, fundo de comércio, ou, sob a dos italianos, azienda. Com relação ao estabelecimento empresarial, assinale a opção correta.
a) Com a edição do atual Código Civil, consagrou-se o entendimento de que o estabelecimento é uma universalidade de bens que passa a ser uma universalidade de fato, e não, de direito, como era considerado anteriormente.
b) O aviamento, por ser considerado bem, está sujeito a proteção direta, assim como o patrimônio material ou imaterial da empresa.
c) Tratando-se de ação renovatória, para que o empresário possa pleitear a renovação compulsória da locação, independentemente da vontade do locador, exige-se que o contrato a renovar seja celebrado por escrito e por prazo indeterminado.
d) Com o trespasse, presume-se sub-rogado o adquirente nos contratos que, até então firmados pelo alienante, sejam de tratos sucessivos estipulados para a exploração do estabelecimento e tenham caráter pessoal, não se transferindo automaticamente nesse caso.
e) Com a venda do estabelecimento, altera-se a figura de seu titular, que passa a ser o comprador; com a venda da sociedade empresária, entretanto, não existe alteração do titular do estabelecimento, que permanece o mesmo.
A
B
C
D
E
Corrigir
As obrigações
As obrigações para o regular exercício da atividade empresarial são inerentes aos empresários e sociedade empresárias em níveis federal, estadual e municipal.
O empresário deve:
Registrar-se na Junta Comercial;
Manter escrituração regular de seus negócios;
Levantar demonstrações contábeis periódicas.
Fonte: Shutterstock.com
Registro de empresa
O registro de empresas é regulado pela Lei 8.934/94 e exercido pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis, composto pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI) e pelas Juntas Comerciais.
O DREI integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, cuja finalidade consiste em supervisionar, orientar, normatizar, coordenar e fixar diretrizes básicas para a prática de atos registrais a cargo da Junta Comercial.
Fonte: Shutterstock.com
Empresário de fato e sociedade em comum (sociedade irregular e sociedade de fato)
Trata-se da sociedade que não inscreve seus atos constitutivos no registro competente. Assim, o empresário e a sociedade empresária, antes de iniciar suas atividades, deverão proceder ao registro na Junta Comercial, e a sociedade simples, no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (art. 1.150, CC).
A falta de registro implica sanções de natureza administrativa e judicial: ela não tem direito de ingressar com recuperação judicial ou de pedir a falência de outra empresa. Porém, por tratar-se de sociedade irregular, estará sujeita a falência.
Escrituração dos livros e contabilidade
O empresário e a sociedade empresária deverão adotar um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, de acordo com a documentação respectiva, devendo levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado (art. 1.179, CC).
Obrigatoriedade da escrituração
A empresa é constituída para praticar atos mercantis, financeiros, trabalhistas, fiscais, civis, mas de maneira documentada. Para um documento ser hábil, é necessário que seja:
Idôneo;
Devidamente preenchido;
Vinculado com a atividade da empresa.
Podemos definir a escrituração como sendo o ato de registrar as operações exercidas e comprovadas que ocorrem no decorrer de um período.
Fonte: Shutterstock.com
Vejamos, no vídeo a seguir, a situação de pessoas que foram enganadas por uma empresa fantasma
Jornal da Clube.
Vimos que proprietários foram denunciados e irão responder por estelionato perante o Código Penal e relação de consumo mediante o código de defesa do consumidor.
A Natureza Jurídica dos sócios é discutida na doutrina e sustentada por alguns como sendo um direito de propriedade do sócio sobre a sociedade que ele integra. Outros afirmam que ser sócio é um direito de crédito sobre a sociedade, por ter contribuído na formação do capital social. A doutrina majoritária inclina-se para a formação de um regime jurídico próprio entre sócio/sociedade com regras específicas que delimitam direitos e deveres peculiares.
Vamos conhecer os direitos e obrigações dos agentes societários:
A terminologia usada para a desclassificação é resolução de um sócio perante a sociedade, já que o vocábulo resolução consiste na quebra do pacto estabelecido no contrato social por um dos sócios.
Administração da sociedade
A importância do estudo dos administradores das sociedades, antes da vigência do Código Civil de 2002, conhecidos como sócios gerentes, ocorre pelo fato de ser o agente responsável em corporificar a vontade da sociedade assumindo assim pessoalmente a responsabilidade pelos atos realizados.
Distinguir sua atuação como gestor, norteada pela autonomia de vontade versus a submissão às normas sociais, assume no contexto societário extrema relevância no aspecto da responsabilidade pessoal pelos atos do administrador da sociedade.
A Administração Societáriaencontra-se regulada no CC do artigo 1.010 ao 1.021. O artigo 1,061 do CC nos trouxe uma inovação: a de Administradores não sócios nas sociedades limitadas. Neste caso, esta designação dependerá da aprovação unânime dos sócios, enquanto o capital não tiver sido integralizado, ou de 2/3 no mínimo, após a sua integralização.
O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva; e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. (Art.1.179 CC ).
O número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados, ficando o pequeno empresário a que se refere o art. 970 CC dispensado das exigências de escrituração contábil. Prescreve o art. 970 CC que a lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Hoje para a microempresa e empresa de pequeno porte temos a aplicação de regras específicas para uma escrituração simplificada prevista na Lei Complementar nº 123/2006. O mesmo se estende ao empresário rural.
Vejamos, agora, detalhes importantes sobre a documentação:
Livro diário
Forma da escrituração
Livro de balancetes diários e balanços
Demonstrações contábeis
Autenticação no registro do comércio
Livro registro de inventário
Valor probante da escrituração
Conservação e guarda da documentação
Livro diário
O empresário e a sociedade empresária, entre as quais as sociedades limitadas, são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva (art.1.179 CC).
Atividades Propostas
1 - Respeitando as normas do direito societário, em relação aos sócios pode-se afirmar, SALVO:
A) O sócio não é obrigado a integralizar a sua parcela do capital social;
B) O sócio tem direito a participar dos lucros da sociedade;
C) O sócio remisso é aquele que não integraliza o capital social;
D) O sócio tem o direito de retirada da sociedade.
Corrigir
2 - Pode-se afirmar em relação aos administradores da sociedade:
A) O administrador poderá ser pessoa jurídica ou pessoa natural;
B) O administrador da sociedade poderá ser nomeado no contrato social ou em ato separado;
C) O administrador da sociedade nunca será responsável pelos excessos de gestão;
D) O menor que integre a sociedade poderá ser nomeado administrador da sociedade.
Corrigir
3 - (OAB/ES 2014 - CESPE/UnB) Acerca da escrituração das sociedades empresárias, assinale a opção incorreta.
A) Atualmente, o diário é o único livro empresarial comum obrigatório. Assim, os livros razão, caixa e estoque são facultativos;
B) Se o administrador de determinada sociedade empresária, por esquecimento, se abstiver de efetuar a autenticação dos livros empresariais dessa sociedade, tal omissão resultará em impedimento legal para eventual pedido de concordata por parte da sociedade;
C) À exceção das hipóteses expressamente previstas em lei, é vedado a juiz de direito ordenar diligência para constatar se determinada sociedade empresária observa a correta escrituração de seus livros empresariais;
D) Em conformidade com as disposições do atual Código Civil, as microempresas e as empresas de pequeno porte estão dispensadas de manter escrituração fiscal e empresarial.
Corrigir
4 - Considerando a legislação aplicada às Sociedades Limitadas, é CORRETO afirmar que:
A) A responsabilidade da sociedade é limitada ao valor total do capital social;
B) Os sócios respondem solidariamente pelas dívidas da sociedade, ainda que o capital social esteja integralizado;
C) A sociedade simples que adotar a forma de limitada será considerada sociedade empresária;
D) A responsabilidade dos sócios é solidária e limitada ao valor das quotas não integralizadas;
E) A responsabilidade dos sócios é solidária e limitada ao valor que faltar a ser integralizado no capital social.
Corrigir
5 - A inscrição do contrato social no órgão competente confere capacidade jurídica às sociedades, exceto à:
A) Sociedade em comum;
B) Sociedade simples;
C) Sociedade em nome coletivo;
D) Sociedade em conta de participação.
Corrigir
Distinção entre Direito Financeiro e Direito Tributário
Podemos conceituar o Direito Financeiro como o ramo do direito público que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira que se estabelecem entre o Estado e o particular. Abrange, pois, o estudo da despesa pública, da receita pública, do orçamento público e do crédito público.
Daí Ricardo Lobo Torres ensinar que o Direito Financeiro deve ser dividido nos seguintes ramos: Receita Pública (Direito Tributário, Direito Patrimonial Público e Direito de Crédito Público), Despesa Pública (Direito da Dívida Pública e Direito das Prestações Financeiras) e Direito Orçamentário.
Orçamento anual
O orçamento anual é o instrumento de operacionalização de curto prazo da programação constante dos planos setoriais e regionais de médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos globais de longo prazo, onde estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas. Nesse sentido, a principal matéria-prima utilizada para a elaboração da proposta de orçamento é buscada em elementos integrantes do sistema de planejamento.
A Constituição Federal de 1988 estabelece, no art. 165 quais as Leis orçamentárias que deverão ser propostas para regular as finanças do Estado. O Poder Executivo é o responsável pela elaboração da proposta orçamentária. Ressalte-se que o orçamento, sendo uno, deve atender, também, aos Poderes Legislativo e Judiciário. Considerando que os três Poderes são independentes e harmônicos, as propostas parciais das unidades orçamentárias do Legislativo e Judiciário são negociadas num nível superior àquele que vigora para os setores do Executivo.
O conteúdo da proposta orçamentária encaminhada pelo Executivo ao Legislativo deverá conter os itens seguintes:
Item 1
Item 2
Item 3
Item 4
Item 5
Item 1
Mensagem com exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada, com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômico-financeira do governo; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital.
VOCÊ SABIA?
Crédito nada mais é que a captação de recursos pecuniários, na figura de empréstimos, para pagá-los, supervenientemente, no prazo e nas condições avençadas, a curto, médio e longo prazo. Documenta-os o Estado em papéis de crédito público de vários tipos, tais como Bônus do Tesouro, Letras do Tesouro, Apólices da Dívida Pública, Títulos da Dívida Agrária etc.
Para se compreender o Sistema Tributário Nacional, é necessário compreender o mecanismo a ser utilizado pelo Poder Público de utilizar de suas prerrogativas de Direito Público para, através do cumprimento das normas, obrigar o particular a entregar valores aos cofres públicos, independentemente de sua vontade. Mas também faz parte deste contexto um planejamento orçamentário que deverá compreender não só a obtenção de receitas, como também a administração das despesas e créditos.
A atividade financeira do estado
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A partir do século XX observamos um crescimento em relação às despesas públicas, para manter não só um processo de evolução em relação à manutenção da vida, como também a introdução de novas tecnologias, o avanço industrial, surgimento de novos empreendimentos, relação internacional com outros Estados no campo da exportação e importação; ou seja, a busca do desenvolvimento econômico fez surgir investimentos, gastos, despesas, receitas e para isso, o Estado atravésdo mecanismo de uma atividade financeira pode inserir no contexto dessa evolução funções fiscais, tais como promover ajustamentos na alocação de recursos; promover ajustamentos na distribuição de renda; manter a estabilidade econômica.
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Tipos de receitas
Agora, vamos analisar os tipos de receitas:
Receita Derivada
Receita Originária
Receita de Contribuições
Receita Patrimonial
Receita Agropecuária
Receita Industrial
Receita de Serviços
Receita de Capital
Receita Derivada
Origina-se do patrimônio do particular, cujo regime jurídico é de Direito Público, com características de um Estado que usa o seu poder e obriga o particular a contribuir em dinheiro através dos tributos, multas, penalidade etc., envolve uma aquisição de receita mediante o exercício do poder de império do Estado, compelindo a comunidade a efetuar pagamentos compulsórios, sem aquela condição negocial de igualdade entre credor e devedor evidenciada na primeira. É representada pelos tributos e pelas penalidades pecuniárias. Aqui, o Estado mobiliza a sua característica de soberania e exige recursos financeiros, recolhendo compulsoriamente do patrimônio dos indivíduos.
Embora subordinando-se a limitações e controles jurídicos precisamente definidos, os aparelhos fiscais das entidades tributantes fazem valer o predomínio estatal sobre a sociedade e exigem o Imposto de Renda, o IPI, o ICMS, a taxa de iluminação pública de quem os deve, sem que para tanto celebrem acordo, lavrem-se instrumentos contratuais ou, pelo menos, seja esperada concordância mínima nos elementos postos na condição de devedores.
Como o Poder Público poderá controlar as despesas?
Assista ao primeiro vídeo da websérie "E se..." do Tribunal de Contas de Mato Grosso e reflita sobre a seguinte questão: Como o Poder Público poderá controlar as despesas?
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=trNHRc328q4
A resposta está no controle de execução orçamentária. Há duas espécies de controle: interno e externo.
Atividades Propostas
1 - Quanto às Receitas Públicas é INCORRETO afirmar:
A) Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas;
B) A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de efetivo registro de reconhecimento do direito e constituem obrigações correspondentes e por isto alteram a situação líquida patrimonial, como a receita proveniente de impostos ou a receita decorrente de uma prestação de serviços;
C) A Receita Pública Não-Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito e por isto não alteram a situação líquida, como a receita proveniente da venda de bens permanentes ou resultantes de operações de crédito;
D) A Lei nº 4.320/64, fundamentada na dedução germânica de que os tributos são cobrados de forma coativa, emprega o termo "Receita Derivada" quando se refere à receita tributária instituída pelas entidades de direito público, em face do seu sentido peculiar de renda proveniente de rendimentos e lucros das atividades e bens dos cidadãos do país;
E) "Receita Originária" é a que provém do patrimônio público empregado na exploração de serviços comerciais, industriais e outros rendimentos decorrentes de locações, inversões financeiras etc.
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2 - Analise os itens a seguir elencados e assinale a sequência correta:
A Receita Tributária envolve apenas os tributos, que, de acordo com a definição expressa na Constituição Federal de 1988, são os seguintes: impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições previdenciárias e contribuições econômicas.
As Receitas de Contribuições englobam as do tipo social (contribuições previdenciárias, salário-educação) e as do tipo econômico (cotas de contribuições sobre exportação).
A Receita Patrimonial é oriunda da exploração econômica do patrimônio das instituições, especialmente aluguéis e dividendos e recebimentos da Dívida Ativa.
As transferências correntes são os recursos financeiros recebidos de pessoas jurídicas ou físicas e que serão aplicados no atendimento de despesas correntes.
A) F, V, V, V;
B) V, F, F, V;
C) F, V, F, F;
D) V, V, F, V;
E) F, V, F, V.
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3 - O tributo, considerado como receita pública, é uma:
A) Receita voluntária;
B) Receita de direito privado;
C) Receita derivada;
D) Receita de capital;
E) Receita originária.
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4 - As receitas provenientes da cobrança de tributos e da alienação de bens são classificadas, respectivamente:
A) Receitas patrimoniais e receitas de capital;
B) Receitas de capital e receitas de serviços;
C) Receitas correntes e receitas de capital;
D) Receitas correntes e receitas patrimoniais.
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A regra-matriz
A regra-matriz é a representação de uma norma de conduta que leva o contribuinte a entregar dinheiro ao Estado, então podemos concluir que o contribuinte só entrega o dinheiro ao Estado se tiver um motivo. Os motivos da entrega estão descritos nos critérios apontados na regra-matriz de incidência, por isso nenhum tributo poderá ser cobrado sem a composição de todos os elementos dispostos na regra-matriz de incidência tributária.
É a ocorrência conjunta destes elementos que dará ensejo ao nascimento da obrigação tributária. A partir desse momento, ou seja, quando ocorre a ação descrita no critério material da regra-matriz, é que surgirá a conduta obrigatória a ser cumprida pelo sujeito passivo, em benefício do sujeito ativo fazendo nascer a relação jurídica tributária e desta surge a obrigação tributária do sujeito passivo de pagar ao sujeito ativo uma prestação em dinheiro.
Mas junto ao estudo devemos também entender quem é o sujeito ativo e quem é o sujeito passivo, quais são suas responsabilidades e por que fazem parte principal da relação da obrigação tributária.
Quando descrevemos sobre obrigação estamos determinando um polo passivo e um polo ativo, o cumprimento de uma obrigação dentro de uma relação jurídica existente. Melhor dizendo, uma pessoa X compra um carro, nesse momento surge a relação jurídica da pessoa com as responsabilidades que ela deverá cumprir com o Poder Público, por exemplo, pagar o IPVA. Mas qual foi o fato gerador da incidência do tributo? Justamente a compra do veículo, surgindo nesse momento, o dever do Estado de, através do procedimento administrativo, identificar o sujeito passivo, a matéria tributável, o fato gerador, a obrigação e, caso não se concretize o cumprimento da obrigação, aplicar a penalidade pecuniária.
O ponto principal do nosso estudo será justamente identificar o fato gerador da obrigação, essa regra matriz, seja ela principal ou acessória, que cabe ao contribuinte cumprir, ou seja desde pagar um tributo bem como emitir uma nota fiscal.
Você sabe quanto paga de imposto?
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=8-W46dP2BRE
“Impostos estão embutidos em todos os produtos e serviços que consumimos. No Brasil, quase ninguém sabe quanto paga de imposto e, o pior, pagamos muito mais do que imaginamos ou do que recebemos em troca.”
O fato gerador
No art. 114 do Código Tributário Nacional (CTN), Lei nº 5.172/66, encontramos a definição de fato gerador, que é um fato praticado por alguém (sujeito passivo), que irá gerar, acarretar, uma obrigação tributária (principal ou acessória).
Através do fato gerador podemos entender o início da relação tributária, tendo como base o art. 128 do CTN e art. 150, § 7º da CF.
O que acontece para a existência do fato gerador é: a lei faz a previsão de uma situação hipotética, por exemplo, a propriedade de um veículo, caso uma pessoa venha a ter o veículo, incidirá uma obrigação. Mas quando a situação realmente ocorre, ou seja, aquilo que era previsão da lei se concretiza, por exemplo, a compra do veículo, o fato gerador existiu.
Os elementos que compõem um fato gerador são: lei, situação jurídica,sujeitos passivo e ativo.
Os aspectos do fato gerador são: material, pessoal, temporal, espacial e valorativo.
As situações do fato gerador podem ser de fato ou de direito.
Fato gerador da obrigação principal
Diz o CTN, no artigo 114 do CTN, que "fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência", ou seja, é a situação de fato que gera a obrigação tributária de pagamento imposta ao sujeito passivo a crédito do sujeito ativo.
Para a ocorrência do fato gerador da obrigação principal é preciso que esteja este fato definido em “lei”, ou seja, é matéria compreendida na reserva legal, não podendo a legislação infralegal discriminar a situação hipotética geradora da obrigação principal.
O fato gerador da obrigação principal está submetido ao princípio da estrita legalidade descrita na Constituição Federal no inciso I, do artigo 150, que diz ser vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Fato gerador da obrigação acessória
O fato gerador da obrigação acessória está descrito no artigo 115 do CTN, como sendo qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Quando o artigo 115 diz “na forma da legislação aplicável”, está dizendo que não necessariamente deva ser definido por “lei”, pode ser definido pela legislação infralegal.
O Prof. Hugo de Brito Machado, ilustrando o nascimento de um fato gerador de uma obrigação acessória, exemplifica dizendo que “A situação de quem é estabelecido comercialmente faz nascer as obrigações acessórias de não receber mercadorias sem o documento fiscal correspondente e de tolerar a fiscalização em seus livros e documentos”.
Assim, o fato gerador da obrigação acessória não necessariamente está ligado à obrigação principal, estão ligadas independentemente, ou seja, uma determinada situação factual pode ser fato gerador de uma obrigação acessória sem haver essencialmente uma obrigação principal a cumprir. Porém, um determinado fato pode gerar ambas as obrigações.
Sujeito ativo da obrigação tributária
Conforme preceitua o artigo 119 do CTN, “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento”; é aquele que tem o direito de exigir a obrigação tributária imposta ao sujeito passivo, é o credor, ou seja, o que integra o polo ativo da relação jurídica tributária.
Caso fosse interpretado o disposto no artigo 119 do CTN conforme alguns dispositivos da Constituição Federal, haveria uma restrição que levaria, por consequência, como ilegais as cobranças de qualquer contribuição fundamentada, por exemplo, no artigo 149 da Constituição Federal, ou seja, todas as contribuições de natureza parafiscal e também nos casos de sujeição ativa auxiliar.
Ainda no tocante à literalidade do disposto no artigo 119 do CTN, o jurista é contundente ao afirmar que “Se nos ativéssemos à mensagem isolada desse preceptivo, teríamos de suprimir gama enorme de possíveis sujeitos ativos, circunscrevendo a titularidade do direito subjetivo de exigir os gravames tão-somente à pessoas jurídicas de direito público, portadoras de personalidade política”.
O sujeito ativo pode ser dito como a pessoa jurídica de direito público ou agente público que lhe faça as vezes, com personalidade jurídica para figurar no polo ativo da relação jurídica tributária estabelecida, ou seja, todo aquele que possui capacidade tributária ativa; porém, nem todo ente que exerce a capacidade tributária possui competência tributária, como no caso referente ao INSS, SESC, SESI etc., pois estes possuem a capacidade de cobrar os tributos a eles referentes, enquanto que a competência legislativa tributária é da União.
É o titular do poder de tributar, atributo este proveniente da soberania do Estado dado pelos contribuintes através de seus representantes do poder legislativo, para a criação do tributo. É o autoconsentimento para a tributação restringindo o governante de exigir diretamente o pagamento de tributos dos contribuintes.
Sujeito passivo
O CTN em dois dispositivos - artigos 121 e 122 do CTN - prevê a existência de dois sujeitos passivos, o da obrigação acessória e o da obrigação principal que se divide em direto e indireto, ou seja, o contribuinte e o responsável.
A obrigação tributária principal e/ou acessória é dever do sujeito passivo assim como o crédito tributário é direito do sujeito ativo, nascendo assim a relação jurídica tributária entre estes dois sujeitos, passivo e ativo.
Assista ao vídeo informativo realizado pela TV Receita com informações sobre o Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte).
Fonte: TV Receita
Tipos de sujeito passivo
Sujeito passivo da obrigação acessória
Sujeito passivo da obrigação principal
Sujeito passivo direto
Sujeito passivo indireto
Sujeito passivo da obrigação acessória
O sujeito passivo da obrigação acessória, conforme o artigo 122 do CTN, é a pessoa obrigada às prestações (dever de prestar) que constituem o seu objeto, ou seja, a pessoa obrigada a fazer, a não fazer ou tolerar uma gama de deveres no interesse da arrecadação e da fiscalização tributária, ou seja, são componentes do objeto principal.
Hugo de Brito Machado considera que o sujeito passivo da obrigação acessória “é a pessoa à qual a legislação tributária atribui deveres diversos do dever de pagar. (...) Qualquer dever diverso do pagamento atribuído pela legislação tributária a qualquer pessoa, no interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos, é obrigação acessória, na linguagem do Código Tributário Nacional.”
O sujeito passivo da obrigação acessória difere do sujeito passivo da obrigação principal devido ao fato de este ser o responsável pelo pagamento do tributo ou penalidade pecuniária, enquanto aquele cumpre as obrigações impostas pela legislação tributária no interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos.
Atividades Propostas
1 - Para fixar o conteúdo estudado nesta aula, vamos praticar com algumas atividades!
Assinale a opção que contenha, na ordem devida, as respostas certas.
De acordo com os princípios que emanam da Constituição da República e do Código Tributário Nacional, em relação ao imposto de renda retido na fonte, dos servidores do Estado do Piauí, no que concerne aos vencimentos destes, quem tem a competência para estabelecer-lhe a alíquota?
A quem pertence o produto da arrecadação desse imposto retido pelo Estado do Piauí?
Quem é o sujeito passivo da obrigação tributária principal?
Qual é o ente responsável pela fiscalização do contribuinte, relativamente à declaração desses vencimentos?
A) O Estado, o Estado, o servidor, o Estado.
B) A União, o Estado, o servidor, a União.
C) A União, a empresa fornecedora do serviço, o empregado desta, o Estado.
D) O Estado, a empresa fornecedora do serviço, o empregado desta, a União.
E) A empresa fornecedora do serviço, essa mesma empresa, o empregado dela, a União.
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2 - A pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o cumprimento da obrigação é o:
A) Sujeito passivo da obrigação principal.
B) Sujeito passivo da obrigação acessória.
C) Sujeito ativo da obrigação.
D) Contribuinte ou responsável.
E) Sujeito responsável.
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3 - A capacidade tributária:
A) Depende da capacidade civil das pessoas naturais.
B) Depende de estar a pessoa jurídica regularmente constituída.
C) Depende, em certos casos, da capacidade civil das pessoas naturais.
D) Independe da capacidade civil das pessoas naturais.
E) Depende da regularização das pessoas jurídicas.
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4 - Segundo o CTN, o contribuinte e o responsável são, respectivamente:
A) O titular da competência para efetuar o pagamento do tributo, inclusive penalidades pecuniárias.
B) O sujeito passivo que tem relação pessoal e direta com o fatogerador e o sujeito passivo que, sem se revestir na condição de contribuinte, tenha obrigação decorrente de disposição expressa de lei.
C) As pessoas ligadas ao fato gerador.
D) O sujeito passivo indireto e o sujeito passivo direto.
E) A mesma pessoa jurídica.
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5 - A natureza jurídica dos vários tributos decorre:
A) Da natureza do negócio jurídico tributado.
B) Da denominação legal.
C) Das características formais indicadas na lei.
D) Do fato gerador da obrigação tributária.
E) Da titularidade da competência para instituir o tributo.
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