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SAUDE DA FAMILIA

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INTRODUÇÃO 
HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE 
A Política de Humanização da Assistência à Saúde - PHAS, é a política que, ao articular as práticas na área da saúde, impõe como característica ou qualidade fundamental a humanização dessas práticas em todas as instâncias.
CUIDADO E ALTO CUIDADO NA SAÚDE 
Para entendemos como de essencial importância pensar em cuidados da saúde na família a partir de dois movimentos contrários. O primeiro, que consiste em diminuir o foco da família como entidade abstrata para concentrá-lo na participação das mulheres e homens enquanto agentes concretos, e o segundo, que aumenta o foco para abarcar as parcerias femininas e masculinas nas redes de relações tecidas ,incluindo a comunidade.
 
Apresentação
O Manual de humanização, elaborado com base no Programa Nacional de Humanização da assistência Hospitalar (PNHAH) apresenta informações importantes para a implantação de um processo de humanização dos serviços de saúde. Dirigido aos Grupos de trabalho de humanização, ampara suas orientações em experiências produzidas pelo PNHAH, já desenvolvido em mais de duas dezenas de instituições hospitalares no Rio Grande do sul.
O desenvolvimento das ações propostas pela Política de Humanização da Assistência à Saúde (PHAS) tem como princípios fundamentais o respeito às especificidades de cada instituição, estimula a cooperação entre as mesmas pela troca de experiências produzidas, que visam a qualificação do serviço público de saúde.
A Política de Humanização da Assistência à Saúde oferece uma Diretriz que contempla os projetos de caráter humanizador desenvolvidos nas diferentes instituições de saúde, estimulando a criação e sustentação permanente de espaços de comunicação e divulgação, que facultem e estimulem a livre expressão, o diálogo, o respeito e a solidariedade.
Todo cidadão brasileiro tem direito de acesso ao SUS. Mas convém observar que tanto a comunidade como o governo são responsáveis pela coordenação de esforços para estruturar o SUS. A descentralização, através da regionalização e da municipalização da saúde, é a estratégia ideal para que todas as instâncias responsáveis pelo sistema de saúde possam se articular nesse esforço. Não há dúvida de que a municipalização garante a atenção básica de saúde, trazendo lógica, racionalidade e controle ao sistema.
Sabe-se que os municípios brasileiros possuem condições de desenvolvimento e de assistência à saúde completamente diferentes, por isso mesmo, o SUS definiu várias formas de habilitação que indicam o grau de responsabilidade e autonomia da gestão municipal da saúde.
A regionalização da saúde assegura referência ao atendimento de média e alta complexidade. Os municípios brasileiros foram agrupados em módulos de saúde, cada um deles com um município-sede, responsável pelo nível 1 de referência em média complexidade. Um ou mais destes módulos são agrupados pela Secretaria Estadual de Saúde em microrregiões, designando serviços de nível 2 de referência em média complexidade. Estas microrregiões, por sua vez, são agrupadas em macrorregiões, com serviços de nível 3 de referência em alta complexidade. A Secretaria Estadual da Saúde designa, também, os serviços de nível 4 de referência em alta complexidade.
A operacionalização do SUS exige planejamento e articulação dos gestores municipais e estaduais. A articulação política entre as Secretarias Estaduais de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde de cada microrregião é fundamental para que o cidadão brasileiro tenha condições de acesso à saúde básica em seu município, ocorrendo referência para serviços de média e alta complexidade apenas quando necessário. Quanto mais o planejamento desse sistema estiver articulado, mais garantia teremos de que os serviços de saúde não vão estar sobrecarregados com uma demanda excessiva e não pertinente ao seu objetivo institucional.
A participação comunitária, através dos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde, tem um papel importante: conferir maior visibilidade às decisões dos gestores. A criação de conselhos gestores em todos os serviços de saúde integrantes do SUS amplia o controle e a participação social.
A humanização da saúde pública é preconizada no plano de ações coordenado e descentralizado pelo SUS. Para que ela aconteça, na prática, a principal estratégia é a articulação entre os gestores municipais, os gestores estaduais e as instâncias colegiadas de participação social, as Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde. É imperioso implantar o SUS onde ele não existe. E é imperioso aperfeiçoar o SUS, permanentemente, onde ele já estar implantado. 
DILEMAS E DESAFIOS 
É inegável que, depois de tantos anos de luta, o SUS conseguiu uma ampliação significativa em termos de cobertura e acesso. Gestores, profissionais e usuários dos serviços de saúde sabem que o maior desafio do SUS é melhorar a qualidade dos serviços que presta à população em termos de eficácia e produção de saúde. Não basta centrar esforços na busca de eficiência e produtividade, essenciais para que os recursos públicos sejam investidos de forma responsável.
A baixa qualidade dos serviços acaba sobrecarregando o sistema, isso porque se o profissional tem dificuldades na realização de seu trabalho, o usuário fica insatisfeito com o atendimento e o gestor não consegue ter uma boa comunicação e interação com outras instâncias, os encaminhamentos são desorganizados e geram um número considerável de consultas, exames complementares e internações adicionais. Boa parte das demandas dos pacientes poderia ser resolvida em um primeiro atendimento, se houvesse um bom sistema de comunicação e um bom relacionamento profissional - usuário.
Quanto menor a integração, a comunicação, o vínculo e o reconhecimento mútuo entre profissionais e usuários, entre equipes de profissionais e gestores das diversas instâncias do sistema de saúde, menor será a possibilidade de eficácia no atendimento da população.
Para resolver esses desafios e melhorar a eficácia no atendimento à saúde, não basta investir na eficiência técnico-científica e na racionalidade administrativa. Qualquer atendimento à saúde, assim como qualquer relação entre gestores e equipes profissionais, é caracterizado pelas relações humanas. É preciso, portanto, estar atento a princípios e valores como a solidariedade e a ética na relação entre gestores, profissionais e usuários. Uma ética que acolha o desconhecido e o imprevisível, que aceite os limites de cada situação e que seja pautada pela abertura e pelo respeito ao outro como um ser singular e digno.
A PARTICIPAÇÃO DO USUARIO 
A Constituição de 1988 é bem clara: todos os cidadãos têm direitos civis, tais como liberdade pessoal de expressão, religião e movimentação; direitos políticos, como os eleitorais e de associação; e direitos sociais, referentes às condições de saúde, educação, trabalho, condições de vida e de assistência em situações de risco social.
Na prática, nem sempre é fácil respeitar esses direitos. Especialmente os direitos sociais. Para que isso aconteça, têm sido indispensáveis a organização social e a participação ativa do cidadão. No SUS os direitos dos usuários vêm sendo garantidos através do controle social. Aliás, é a mesma Constituição, de 1988, que estabelece como princípio estruturador do SUS a participação da comunidade no planejamento e na avaliação continuada.
Em 1990, a Lei 8.080, que regulamentou o SUS, determinou a criação de comissões intersetoriais subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde. No mesmo ano, a Lei 8.142 definiu duas instâncias colegiadas: as Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde. Os Conselhos de Saúde – constituídos em 50% por representantes dos usuários e em 50% por representantes do governo, prestadores de serviços e profissionais de saúde – são órgãos deliberativos encarregados de normatizar, recomendar, promover diligências, formular estratégias e controlar a execução da política de saúde. As decisões devem ser referendadas pelos níveis estadual e municipalde saúde e as suas principais estratégias de ação são a negociação política, a ação judicial e o acionamento do Ministério Público quando as resoluções não são cumpridas.
Vale destacar que, em dezembro de 2000, a 11? Conferência Nacional de Saúde estabeleceu as diretrizes para a política de saúde, com o tema “Efetivando o SUS: Acesso, Qualidade e Humanização na Atenção à Saúde, com Controle Social”. Em 2003, as conferenciais municipais (RS) elegeram a humanização como um dos principais temas a ser desenvolvido na prestação de serviços de saúde.
A participação cidadã tem sido estimulada por recursos como ouvidoria, trabalhos de sala de espera, preparação das altas, alojamento conjunto e ampliação do horário de visitas. Estes mesmos recursos são usados para ampliar os direitos dos usuários e legitimar o prestígio das instituições hospitalares.
Muitas das restrições impostas por modernos hospitais a seus usuários e familiares em termos de regras e horários, por exemplo, não obedecem a razões técnicas. Elas são, na verdade, parte de uma longa herança institucional, de cunho autoritário. É importante questionar e reavaliar as regras que restringem o acesso e a participação de famílias e usuários, propiciando formas mais abertas e livres de interação com o hospital. Quanto maior esta interação, maior é a força criativa e a aliança que se estabelece entre a instituição e seus usuários. Todos ganham: os pacientes e suas famílias conquistam mais espaço, liberdade e confiança no atendimento; funcionários e profissionais passam a contar com uma maior rede de ajuda para o desenvolvimento de suas tarefas.
A população e as instituições não-governamentais têm demonstrado uma disposição crescente para se engajar em ações filantrópicas, caritativas, formas de solidariedade e participação social. Com isso, o trabalho voluntário tem conquistado cada vez mais visibilidade e respeito.
Convém lembrar, no entanto, que o voluntariado nasce de um impulso pessoal, solidário e de forte caráter emocional. Seria um engano negar essa origem ou desconsiderar essa enorme força motivacional. Mas é necessário ir além desse impulso e fortalecer uma sociedade civil mais autônoma e instituições mais democráticas.
É necessário, ainda, derrubar preconceitos quanto à natureza e significado do voluntariado. Isto só será possível com a ampla divulgação de experiências bem sucedidas, um esforço sistemático de orientação e integração dos voluntários e o preparo das instituições para gerenciar adequadamente o potencial do trabalho voluntário. Mas, para a consolidação de uma nova cultura de voluntariado, a comunidade mais ampla precisa ser envolvida.
A Política de Humanização da assistência à saúde implica uma série de dimensões organizacionais, institucionais, profissionais e pessoais. Uma delas é a incorporação consistente do trabalho voluntário. Como expressão de solidariedade e participação cidadã, o voluntariado é uma das formas mais efetivas de aliança da instituição com uma comunidade que incorpora e assume sua parcela de responsabilidade pela mudança na cultura de atendimento à saúde. Não pode, portanto, reduzir-se a impulsos de generosidade desorganizada ou substituir vínculos formais de trabalho em quadros sociais de desemprego.
Quando é desenvolvido de forma organizada, com critérios e objetivos bem claros, o trabalho voluntário é uma fonte significativa de recursos e competências qualificadas. Afinal, ele conta com a participação direta da comunidade e pode responder com mais visibilidade e credibilidade às necessidades e expectativas dos usuários. Integrada em um processo de humanização, a ação voluntária implica uma tomada de consciência de si-mesmo e uma transformação pessoal inseparáveis de uma mudança na compreensão do mundo e de uma transformação mais ampla sociedade.
REFERENCIA BLIBIOGRAFICA 
MINISTERIO DA SAUDE- PORTAL DA SAUDE SUS
CONCLUSÃO 
HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE
A proposta de humanização dos serviços públicos de saúde é, portanto, valor básico para conquistar uma melhor qualidade no atendimento à saúde dos usuários e nas condições de trabalho dos profissionais de todo o sistema de saúde. Não se trata de adotar medidas para “maquiar” as instituições, nem tampouco de uma proposta “ortopédica”. A humanização tem como meta uma nova cultura institucional, que possa instaurar padrões de relacionamento ético entre gestores, técnicos e usuários.
CUIDADOS E ALTO CUIDADO NA SAUDE 
A problematização do tema cuidados em saúde na família merece mais atenção na literatura acadêmica e no campo das discussões em saúde pública. Os estudos específicos são bastante escassos e insuficientes para entendermos as diferentes formas de cuidar de grupos peculiares, especialmente num país como o nosso, que abarca grande diversidade e combinação de processos culturais
CUIDADOS E ALTO CUIDADOS NA SAÚDE 
Os “cuidados da saúde” têm sido tradicionalmente entendidos pelos usuários dos sistemas de saúde e também pelos profissionais da rede de um modo extremamente limitado. De modo predominante, as definições se restringem a dar ênfase a ações que se desenrolam no contexto dos serviços de saúde a partir da ação técnica dos profissionais do setor. 
No entanto, uma observação mais atenta e criteriosa nos leva a perceber que os “cuidados da saúde” são produzidos em pelo menos dois contextos distintos, porém inter-relacionados: a rede oficial de serviços e a rede informal,representada especialmente pela família.
 A rede oficial, incorporando o saber biomédico-científico e as tecnologias terapêuticas modernas, conta com amplo reconhecimento como agência produtora de cuidados. Já a rede informal, que tem na família seu principal personagem, não conta com tanto prestígio. No entanto é na e pela família que se produzem cuidados essenciais à saúde.
Estes vão desde as interações afetivas necessárias ao pleno desenvolvimento da saúde mental e da personalidade madura de seus membros, passam pela aprendizagem da higiene e da cultura alimentar e atingem o nível da adesão aos tratamentosprescritos pelos serviços (medicação, dietas e atividades preventivas). Essa complementaridade se
dá através de ações concretas no cotidiano das famílias, o que permite o reconhecimento das doenças, busca “em tempo” de atendimento médico,incentivo para o autocuidado e, não menos importante, o apoio emocional.
A visível indiferença dos serviços quanto ao papel que a família desempenha na produção de cuidados pode ser entendida como decorrente do processo de colonização a que a área da saúde foi submetida pelo saber médico. Sob a égide do pensamento positivista, houve a redução da concepção de saúde à mera “ausência de doença” e os cuidados assumiram a forma de “ações e procedimentos técnicos” informados pela ciência biomédica e descolados do mundo vivido. Já a família, instituição onipresente no tempo e no espaço na história da humanidade, é naturalizada e tomada como um “dado” que não requer definição. Nela, não se reconhece a pertinência de procedimentos técnicos, pois estamos acostumados a tratá-la como o espaço do afeto, da espontaneidade e das interações. Assim, o papel da família na produção da saúde fica subsumido ao espaço de intervenção médica que ocorre nas instituições e serviços de 
saúde. Uma concepção tão pobre de saúde e de cuidados resultou na exclusão da família como agência significativa de produção de cuidados. Temos diante de nós a tarefade contribuir para descolonizar esse território,atentando para os modos como a família produz cuidados indispensáveis e específicos para a saúde e investigando como esses cuidados se somam aos produzidos pela rede de serviços, por vezes superando-os em importância.
No que diz respeito às políticas, observamos que a família tem recebido maior atenção nas formulações das políticas sociais a partir da década de noventa. No entanto, quase sempre, o discurso que fundamenta essas políticas parte da perspectiva da açãosolidária de uma família idealizada que não conta com a necessária proteção social para que, ao ver-se protegida, possa proteger os seus membros
Ao olharmos para os cuidados da saúde a partir das relações entre políticas sociais e funções atribuídas à família no âmbito da cultura, verificamos uma relação marcada por importantes flutuações. Historicamente, dentro do modelo do Estado de bem-estar, houve um esvaziamento das funções familiares com transferência de suas atribuições para outras instituições sociais
O pensamento gerado a partir de então sempre enfatizou a responsabilidade dos governos, o “dever do Estado”, deixando em segundo plano o papel dos indivíduos. Contrariamente, as propostas neoliberais que preconizam o Estado mínimo tendem a devolver à família e aos indivíduos a responsabilização pela educação, pela saúde e pela segurança. Certo equilíbrio, no caso do setor saúde, é retomado na Carta de Ottawa documento fundamental para orientação da promoção da saúde, onde os ministros da saúde reunidos pela Organização Mundial de Saúde em 1986 chamam atenção para o papel insubstituível das políticas públicas, mas ressaltam, com igual peso, a importância dos vários atores na construção dos cuidados e da qualidade de vida, enfatizando inclusive a adesão dos sujeitos a esses processos.
Na área da saúde, a emergência da “família”como foco de atenção específica se agiganta com o Programa Saúde da Família (PSF). Esse programa preconiza dois pontos fundamentais: a perspectiva de atenção básica descentralizada e local, substituindo o modelo hospitalocêntrico,e o reconhecimento do cuidado em saúde a partir do grupo familiar. Essa proposta, no que concerne à família, exige superar a perspectiva meramente individual para oferecer uma atenção sistêmica em que se integrem o estudo da cultura, das maneiras de fazer dos diferentes grupos sociais e das relações de gênero que operam dentro das relações familiares. Mas, ainda que o PSF tenha representado um avanço à inflexão para a proposta de um novo modelo de atenção, a noção de família nele contida parece ser muito genérica, pouco clara e, portanto, de pouco valor operativo.
Observamos e ressaltamos que os estudos atuais e disponíveis não dão conta de descrever concretamente como as famílias cuidam e que critérios usam para o cuidado da saúde de seus membros. A questão é importante se considerarmos, como destacam Leite e Vasconcelos, que a família é a primeira instância cuidadora dos doentes, de modo que a grande parte dos sintomas e episódios é tratada sem que sequer chegue à rede oficial de serviços de saúde.
 O cuidado enquanto conceito relevante para a área da saúde surgiu da gerontologia para incluir o cuidado na família ao idoso em longo prazo; contudo, devido à sua importância, tem se difundido para diferentes domínios de atenção à saúde e gerado várias reflexões, porém, pensamos nós, ainda de modo insuficiente.
Dos textos examinados, alguns poucos tra-zem uma análise teórica do conceito de cuidado. Em vários textos analisados, o conceito de cuidado utilizado não é explicitado. Dentre estes, porém, encontramos casos em que os autores discutem a noção por meio de categorias construídas a partir dos dados empíricos
 Em Bocchi, o cuidado é visto como a satisfação da necessidade do outro e pode ser produzido por duas modalidades distintas: incentivando o doente a recuperar sua autonomia; nesse caso, a atitudes de incentivo à autonomia e facilitação da participação do doente nas decisões, reconhecendo-o como sujeito de sua saúde, propiciam um melhor restabelecimento e um maior nível de autonomia para ambos, cuidador e pessoa cuidada.
 Ou o cuidado pode apresentar-se na modalidade não estimulando a autonomia do doente, através de atitudes de superproteção que dificultam o processo de reabilitação. O aspecto interacional do cuidado se evidencia e essa é uma adição importante, no fato dessas duas modalidades funcionarem de modo interdependente e condicionado pelo nível de reabilitação alcançado pelo paciente. Em vários textos, o cuidado é tomado na acepção do senso comum, sem delimitação precisa de seu significado. Os dois últimos trabalhos mostram a dificuldade da família, sobretudo da mulher, de cuidar ou conter o doente mental. Ressaltam as contradições da implementação da reforma psiquiátrica que simplesmente devolve o paciente para seu lar, transferindo quase sempre, para a figura feminina, que já tem incontáveis atribuições domésticas, a tarefa de resolver problemas de subsistência e de atenção específica, antes ofertada por instituições. Serapioni classifica os cuidados em saúde em formal e informal, incluindo nesses últimos os desenvolvidos pela família e pela comunidade.
Dá ênfase ao cuidado comunitário, responsabilizando o mundo micros-social juntamente com o Estado.
REFERENCIA BLIBIOGRAFICA 
Carvalho MCB. O lugar da família na política so-
cial. In: Carvalho MCB, organizadora. 
A família contemporânea em debate
. São Paulo: EDUC/Cor-tez; 2002. p. 15-22.
Bilac ED. Família: algumas inquietações. In: Car-
valho MCB, organizadora. 
A família contemporânea em debate
. São Paulo: EDUC/Cortez; 2002. p. 29-38.
Carta de Ottawa. I Conferência Internacional sobre
Promoção da Saúde. In: Ministério da Saúde. 
Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 1986.
Leite SN, Vasconcelos MPC. Negociando fronteiras
entre culturas, doenças e tratamentos no cotidianofamiliar. 
Hist. cienc. saude-Manguinhos
2006;
13(1):113-1.

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