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Psicologia e Defensoria Pública: Conciliação de Conflitos

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PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social 
 
 
DEFENSORIA PÚBLICA: ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COMO CONCILIADOR E 
MEDIADOR DE CONFLITOS 
 
Thauane Rezende Santos; Aline dos Santos Nunes (Departamento de Ciências da Saúde, Universidade 
do Oeste Paulista, SP, Brasil). 
 contato: thauane_rezende@hotmail.com 
sn_alinne@hotmail.com 
 
Palavras-chave: Psicologia. Defensoria Pública. Conflitos. Conciliação. Mediação. 
 
 
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 
 
Caracteriza-se como conflito, uma situação em que duas ou mais pessoas estão em 
desacordo, essas situações estão presentes na vida de todos nós, porém cada um possui sua 
própria maneira de agir. Quando as partes não conseguem encontrar possibilidades para a 
resolução de um problema a ação de terceiros se faz necessária. Por vezes, pessoas buscam 
atendimento na Defensoria Pública para a resolução de conflitos através de aparato jurídico. 
Entretanto, em alguns casos é possível que haja conciliação entre as partes, através de acordo 
extrajudicial. Para isso a Defensoria Pública conta com o trabalho do Centro de Atendimento 
Multidisciplinar, onde um psicólogo pode atuar como conciliador e/ou mediador de conflitos. 
A Defensoria Pública é uma instituição pública que presta assistência jurídica gratuita 
àquelas pessoas que não possam pagar por esse serviço. O cidadão pode procurar a instituição 
quando necessitar de uma orientação jurídica ou no caso de propositura de uma ação ou 
realização de uma defesa num processo (in:www.defensoria.sp.gpv.br). 
Segundo Costa et al. (2009), enquanto o contexto jurídico tem o seu tempo 
determinado pela urgência de decisões processuais, busca normas e parâmetros já legitimados 
na sociedade como fundamento e meta de suas decisões, a Psicologia por sua vez busca a 
compreender as ações humanas, desde uma perspectiva individual até aquela que investiga os 
seus contextos sócio-culturais. Portanto, o profissional em Psicologia é um individuo capaz de 
intervir mediante aos conflitos dos sujeitos que buscam atendimento em uma Defensoria 
Pública. 
Objetiva-se aqui, descrever o processo de conciliação e mediação de conflitos, e 
informar como o psicólogo pode atuar nessas áreas em uma unidade de Defensoria Pública. 
 
 
 
 
 PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social 
 
 
MÉTODO 
 Como embasamento teórico para o presente estudo foi realizada pesquisa bibliográfica 
com as palavras-chave “Defensoria Pública”, “Conciliação” e “Mediação de Conflitos”, bem 
como o conhecimento teórico-prático adquirido em uma unidade de Defensoria Pública. 
 
RESULTADOS 
 Através do estágio em Psicologia na unidade de Defensoria Pública do Estado de São 
Paulo, situada na cidade de Presidente Prudente, os presentes autores tiveram a oportunidade 
de conhecer as atribuições do profissional em Psicologia e intervenções possíveis. Atualmente 
os métodos mais utilizados pelo psicólogo são a conciliação e a mediação de conflitos. Sendo 
assim, se faz cabível a discussão a seguir. 
 
DISCUSSÃO 
O papel da Justiça é garantir que os direitos sejam respeitados. A Defensoria Pública 
atua em prol especificamente dos direitos de pessoas hipossuficientes. A maior parte do 
público atendido pela Defensoria Pública possui necessidades que só podem ser satisfeitas por 
meio do processo jurídico. Sabendo que vários direitos estão à disposição da sociedade, 
sujeitos buscam o serviço a fim de reivindica-los, quando violados. Entretanto em alguns 
casos não há violação de direitos, e assim a Defensoria Pública também pode atuar na 
realização de acordos extrajudiciais. 
Processos jurídicos possuem uma série de normas, metas e prazos determinados. Além 
disso, as decisões tomadas pelo poder judiciário nem sempre agradam as partes envolvidas em 
um problema. Já o acordo extrajudicial proporciona a participação dos envolvidos na tomada 
de decisão, é um processo mais rápido, mais barato e menos burocrático. 
O psicólogo, agente de Defensoria Pública, pode desempenhar o papel de conciliador 
ou mediador para que haja um acordo extrajudicial. A conciliação e mediação são métodos 
para a resolução de conflitos, a fim de evitar um processo judicial e fazer com que as pessoas 
sejam autoras de suas próprias vidas. Embora sejam parecidas, as duas técnicas se confundem 
por terem características particulares, tendo em vista o mesmo objetivo que é o de fazer com 
que as partes que estão em desacordo obtenham um consenso. Em ambos os métodos, o 
psicólogo deve analisar o conflito, ter uma linguagem clara, criar um ambiente de confiança, 
 
 
 
 PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social 
 
proporcionar uma escuta ativa, informar, esclarecer dúvidas e incentivar a comunicação entre 
as partes. 
Segundo Sampaio (2014), a conciliação tem como objetivo principal por fim as 
divergências ou ao processo judicial, fazendo com que o acordo seja realizado de forma mais 
imediata, através de uma única reunião entre o conciliador e as partes. O conciliador conduz o 
processo e deve sempre ser imparcial, porém tem a liberdade de manifestar sua opinião 
propondo novos meios para a resolução do conflito. 
Na mediação, é preciso ter um conhecimento da inter-relação existente entre os 
envolvidos, e este processo pode durar meses ou até anos. A mediação não tem apenas a 
finalidade de alcançar um acordo entre as partes, mas também fazer com que as necessidades 
dos envolvidos sejam satisfeitas. É o mediador quem facilita essa comunicação entre os 
sujeitos, leva-os a refletirem sua forma de viver e repensar suas alternativas. Diferente da 
conciliação, nessa modalidade não há opiniões e sugestões de uma terceira parte. Os 
indivíduos envolvidos no problema devem expressar seus próprios interesses e ter 
compromisso e responsabilidade com suas decisões. Além de solucionar conflitos, a mediação 
é uma forma de impedir conflitos no futuro. 
 
CONCLUSÃO 
Seja desempenhando a conciliação quanto a mediação de conflitos, o psicólogo está 
ligado à promoção da cidadania, autonomia e ao empoderamento dos sujeitos. Deve-se 
compreender e respeitar o sujeito em sua totalidade, contextualizando-o social, histórica e 
culturalmente em uma perspectiva de inclusão social (CARVALHO, 2013). 
Conclui-se que o trabalho do psicólogo na Defensoria Pública é de extrema 
importância. O atendimento psicossocial oferece uma escuta diferenciada, um auxílio que vai 
além do âmbito judicial. Os atendidos nessa instituição possuem a possibilidade de falar 
abertamente de acordo com sua subjetividade, serem compreendidos e auxiliados na resolução 
de problemas internos e externos. 
Duas das maneiras de atuação do psicólogo são a conciliação e a mediação de 
conflitos. Na primeira o psicólogo pode intervir fazendo um levantamento de possibilidades e 
informando sobre os direitos e deveres de ambas as partes para que estas venham a refletir e 
decidir como será a forma de resolução do problema. Como mediador, o psicólogo facilita, 
mas não intervém, ele proporciona o empoderamento do sujeito para que este se perceba 
 
 
 
 PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social 
 
como protagonista de sua vida e seja capaz de resolver seus conflitos sem precisar recorrer à 
Justiça. É função do psicólogo, respeitar aqueles a quem presta serviço, ser responsável 
fazendo o que lhe cabível, analisar e explorar a subjetividade de cadasujeito. 
 
Referências Bibliográgicas 
 
Carvalho, M. W. V. (2013). Interfaces entre Psicologia e Direito: Desafios da Atuação na 
Defensoria Pública. Psicologia, Ciência e Profissão. Brasília, v. 33, n. spe, 2013. Recuperado 
em 12 de mar de 2015, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932013000500010&lng=en&nrm=iso. 
 
Costa, L. F. Penso, M. A. Legnani, V. N. & Sudbrack, M. F. O. (2009). As competências da 
psicologia jurídica na avaliação psicossocial de famílias em conflito. Psicologia & 
Sociedade, 21(2), 233-241. Recuperado em 12 de mar de 2015, de 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822009000200010&lng=pt&tlng=pt. 10.1590/S0102-71822009000200010. 
 
Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Recuperado em 12 de mar de 2015, de: 
http:www.defensoria.sp.gov.br. 
 
Macedo, F. L. A. ,Jr. & Antonio, M. R. (2011). Manual de Conciliação. 2ª ed. Curitiba: Juruá. 
 
Sampaio, L. R. C & Braga, A., Neto. (2014). O que é Mediação de Conflitos. São Paulo: 
Brasiliense.

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