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PLANO DE AULA 3 CPP

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Semana 2
Princípios Constitucionais e Gerais Princípios Constitucionais e Gerais Princípios Constitucionais e Gerais Princípios Constitucionais e Gerais 
informadores do Processo Penalinformadores do Processo Penalinformadores do Processo Penalinformadores do Processo Penal
Semana 2
O Direito se expressa por meio de normas. As normas se
exprimem por meio de regras ou princípios.
“Princípios são as ideias fundamentais que constituem o
arcabouço do ordenamento jurídico, são os valores básicos
da sociedade que podem, ou não, se constituir em normas
jurídicas.”
Quando há colisão entre princípios, aplica-se a ponderação.
Noções sobre princípios e regras
Semana 2
As regras operam dentro de um esquema de “tudo ou nada”;
isto é, ou determinada regra é válida e produz resultado,
mediante aplicação ao caso concreto ou é inválida e não tem
qualquer incidência no caso. Essa lógica não admite a
coexistência de regras contrárias, no mesmo sistema jurídico.
Quando as regras entram em conflito, não tem sentido dizer
qual delas apresenta maior importância, no caso concreto. As
únicas perguntas que fazem sentido são: Uma regra derroga
a outra? ou Uma regra excepciona a outra? A resposta
afirmativa em qualquer das direções, fundamentada em
princípios, auxilia o intérprete a resolver o aparente dilema.
Semana 2
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
O princípio da dignidade da pessoa humana serve como
princípio reitor de muitos outros.
O legislador constituinte concedeu um status normativo ao
princípio da dignidade da pessoa humana, entendendo-o como
um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito – art.
1º, III, CRFB.
“Como princípio constitucional, a dignidade da pessoa humana
deverá ser entendida como norma de hierarquia superior,
destinada a orientar todo os sistema no que diz respeito à
criação legislativa, bem como para aferir a validade das normas
que são inferiores.”
(GRECO, Rogério. Direito Penal do Equilíbrio. 3 ed. Niterói- RJ: Impetus,
2008. p. 59)
Semana 2
O princípio da legalidade 
Desde a Revolução Francesa, o princípio da legalidade teve
papel crucial na progressiva humanização do Direito Penal
ao restringir o poder do Estado com o propósito de
assegurar os direitos fundamentais.
Está ligado ao princípio da dignidade da pessoa humana e
duas são suas expressões fundamentais:
• o devido processo legal ;
• a reserva legal.
Semana 2
Princípio do Devido Processo Legal
A garantia do devido processo legal tem sua origem na Magna
Carta de João Sem- Terra, art. 39.
Tem assento no inciso LIV, do artigo 5º da CRFB.
O objetivo deste princípio é determinar que apenas mediante
uma sequência de procedimentos formais previamente
positivados em lei , o cidadão poderá ter um direito subjetivo
restringido como forma de sanção por haver incorrido em ato
ilícito.
É cláusula pétrea, somente podendo ser modificado pelo poder
constituinte originário (art. 5º, §4º, IV da CF).
Semana 2
Rui Barbosa, explicando o dito princípio, dizia: ”não há pena
sem processo, nem processo senão pela justiça.”
Ou seja, a aplicação de qualquer pena só pode ocorrer após
ser instaurado um processo em desfavor de um agente.
Exceção: transação penal (art. 76 lei 9.099/95).
Semana 2
Princípio da reserva legal
A reserva legal impõe que certas matérias só podem ser
tratadas através de lei, sendo proibido o emprego de
qualquer outra espécie normativa.
A CRFB assegura as garantias fundamentais abarcadas pela
reserva legal em seu art. 5º, inc. XXXIX e no inc. II.
Na norma infraconstitucional temos o art. 1º, CP: “ não há
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.
Semana 2
Surgiu na Segunda Guerra Mundial, na Alemanha: “Nenhuma
garantia constitucional tem valor absoluto de forma a aniquilar
outro princípio ou garantia”.
“Trata-se de uma ‘garantia especial’, exigindo-se que toda
intervenção na esfera dos direitos fundamentais ‘se dê por
necessidade, de forma adequada e na justa medida’. O princípio
da proporcionalidade complementa o princípio da reserva legal e
reafirma o Estado de Direito.” ( FERNANDES, Antonio Scarance.
Processo Penal Constitucional. 5 ed. São Paulo: RT, 2005, p. 57)
Princípio da proporcionalidade 
Semana 2
O princípio da proporcionalidade apresenta três subprincípios que
lhe são consectários:
1º) adequação ou idoneidade: só se permite o ataque ao direito
individual, se o meio utilizado contribuir para o resultado almejado.
Exemplo: não se mantém cautelarmente preso o sujeito que ao
final terá a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de
direitos.
2º) intervenção mínima: não basta uma adequação do meio ao
fim. Além de ser o mais idôneo deve se causar a menor restrição
possível.
Exemplo: deve-se preferir as formas mais brandas de
investigação, menos invasivas.
3º) proporcionalidade em sentido estrito: a necessidade de
comparar na situação concreta entre os valores em conflito, qual
irá prevalecer.
Ex.: Liberdade de imprensa x direito à privacidade
Semana 2
Princípio do contraditório 
A CRFB consagra em seu art. 5º, LV, o princípio do contraditório.
Esta previsão consta do Pacto de San Jose da Costa Rica , do
qual o Brasil é signatário:
“Art. 8º - Garantias judiciais
1. Toda pessoa tem o direito de ser ouvida, com as devidas
garantias e dentro de um prazo razoável, por um um juiz ou
tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal
formulada contra ela, ...”
Semana 2
No processo penal é necessário que a informação e a
possibilidade de reação permitam um contraditório pleno e
efetivo. Pleno porque se exige a observância do contraditório
durante todo o desenrolar da causa, até seu encerramento.
Efetivo porque não é suficiente dar à parte a possibilidade
formal de se pronunciar sobre os atos da parte contrária, sendo
imprescindível proporcionar-lhe os meios para que tenha
condições reais de contrariá-las . Liga-se, aqui, o contraditório
ao princípio da paridade das armas, sendo mister, para um
contraditório efetivo, estarem as partes munidas de forças
similares.” ( FERNANDES, Antonio Scarance. Processo Penal
Constitucional. 5 ed. São Paulo: RT, 2005, p. 64)
Semana 2
Alguns questionamentos:
•Há contraditório na fase do inquérito policial?
•É constitucional o contraditório diferido?
Semana 2
O princípio da publicidade está previsto no art. 5º, LX, CRFB.
A inserção de tal garantia teve o condão de alterar situações
em que a regra era o julgamento em sigilo.
Trata-se de uma garantia relevante e que assegura a
transparência da atividade jurisdicional, permitindo ser
fiscalizada pelas partes e pela própria comunidade. Com ela
são evitados excessos e arbitrariedades no desenrolar do
processo.
A regra é a publicidade plena, ficando expressas as
hipóteses em que se permite a publicidade restrita: art. 5º,
LX, CRFB e art. 792, §1º, CPP.
Princípio da publicidade 
Semana 2
Princípio da ampla defesa 
O direito de defesa vem expresso no art. 5º, LV, juntamente com
o contraditório.
Quando a Constituição assegura a ampla defesa, entende-se
que, para observância desse comando, deve a proteção
derivada da cláusula constitucional abranger o direito à defesa
técnica e o direito de autodefesa.
A defesa técnica necessária: o acusado deve estar amparado
por um profissional habilitado ( advogado)
Os arts. 261 , 263, 265 CPP, bem como o art. 5º, LXXIV trazem
essa previsão.
Semana 2
Princípio da ampla defesa 
Essa necessidade de defesa atinge todos os acusados, até
mesmo o revel.
Caso o processo se desenvolva sem defensor , será nulo – art.
564, III, c, CPP.
Defesa técnica indeclinável – Além da defesa técnica ser
necessária, ela é indeclinável, não podendo o acusado a ela
renunciar.
Defesa técnicaplena- deve estar assegurada em todo o
percurso processual.
Defesa técnica efetiva- Além de necessária, indeclinável,
plena, a defesa deve ser efetiva, não sendo suficiente a
aparência de defesa.
Semana 2
A autodefesa
Além da defesa técnica, decorre da ampla defesa a garantia da
autodefesa, que é aquela exercida pelo próprio acusado, em
momentos fundamentais do processo.
A autodefesa embora não possa ser desprezada pelo juiz, é
renunciável, não podendo o acusado ser obrigado a comparecer
para o interrogatório ou para a realização de atos processuais.
Semana 2
Princípio do juiz natural
•O Estado na persecução penal deve assegurar às partes, para
julgar a causa, a escolha de um juiz previamente designado pela lei
de acordo com as normas constitucionais.
•Surge, então, a previsão inscrita no artigo 5.º, inciso LIII, da
Constituição Federal, que dispõe que “ninguém será sentenciado
senão pelo juiz competente”.
•Juiz natural é, portanto, aquele previamente conhecido, segundo
regras objetivas de competência estabelecidas anteriormente à
infração penal, investido de garantias que lhe assegurem absoluta
independência e imparcialidade.
Semana 2
O princípio da identidade física do juiz passou a ser aplicado também no âmbito
do Direito Penal a partir da Lei n. 11.719/2008, que incluiu o § 2º no art. 399 do
CPP ao dispor que o magistrado que presidir a instrução criminal deverá proferir
a sentença no feito. Contudo, o aludido princípio não tem aplicação absoluta. O
STJ vem admitindo mitigação do aludido princípio nos casos de
convocação, licença, promoção ou de outro motivo que impeça o juiz que
tiver presidido a instrução de sentenciar o feito, aplicando, por analogia, o
art. 132 do CPC. Assim, em razão do princípio da identidade física do juiz, a
sentença deverá, em regra, ser proferida pelo magistrado que participou de
produção das provas durante o processo criminal, admitindo-se,
excepcionalmente, que juiz diverso o faça quando aquele estiver impossibilitado
de realizar o ato em razão das hipóteses acima narradas. No caso, o juiz prolator
de sentença encontrava-se em gozo de férias regulamentares. Daí, ao
prosseguir o julgamento, a Turma, por maioria, concedeu a ordem para anular a
sentença proferida contra o paciente, pois caberia ao magistrado substituto fazê-
lo, inexistindo motivos que justifiquem a prolação de sentença durante o período
de descanso regulamentar. Precedente citado: HC 163.425-RO, DJe 6/9/2010.
HC 184.838-MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/8/2011. (STJ informativo
nº 480 de agosto de 2011)
Semana 2
•Do princípio, decorre também a proibição de criação de
tribunais de exceção. (artigo 5.º, inciso XXXVII, da Constituição
Federal).
•Os órgãos colegiados dos Tribunais, compostos por
Desembargadores ou Ministros, são juízes naturais para o
julgamento originário de quem detenha foro privilegiado, assim
como para o julgamento de recursos interpostos pelas partes
contra decisões de juízos submetidos à sua jurisdição.
•O Superior Tribunal de Justiça, a respeito já entendeu e decidiu
que são nulos os julgamentos de recursos proferidos por
Câmara composta, MAJORITARIAMENTE, por juízes de
primeiro grau convocados para as funções junto às Câmaras,
por violação ao princípio do juiz natural e aos artigos 93, III, 94 e
98 I da Constituição Federal (HC 72.941/SP. 6ª Turma. DJ
19.11.2007)
Semana 2
Princípio da imparcialidade do juiz 
O juiz situa-se entre as partes e acima delas (caráter substitutivo).
O juiz imparcial é pressuposto para uma relação processual válida.
Para assegurar essa imparcialidade, a Constituição Federal
estipula garantias (artigo 95), prescreve vedações (artigo 95,
parágrafo único) e proíbe juízos e tribunais de exceção (artigo 5.º,
inciso XXXVII). Observação: tribunal de exceção é um órgão
constituído após a ocorrência do fato.
Também em determinados casos, a própria lei presume a
parcialidade do juiz e impõe o seu afastamento da causa, quais
sejam:
Semana 2
•Impedimento
� Ensejadoras de incapacidade objetiva do juiz que estão
previstas no artigo 252 do Código de Processo Penal.
Trata-se de situações específicas e determinadas que impõem
presunção absoluta (jure et jure), de parcialidade.
•Suspeição
� Motivos de incapacidade subjetivas do juiz em permanecer
na causa, encontram-se previstas no artigo 254 Código de
Processo Penal.
Tanto o impedimento como a suspeição devem ser reconhecidos
“ex oficio” pelo juiz, afastando-se voluntariamente de oficiar no
processo e encaminhando ao seu substituto legal. (CODJ/PR e
CNCG/PR).
Se o juiz não agir de ofício poderão ser arguido pelas partes o
impedimento ou suspeição na forma da lei. Artigo 112 e 254 do
Código de Processo Penal.
Semana 2
Tem seu fundamento no artigo 5°, LII, da Constituição Federal e
a principal decorrência é a vedação da designação pela
Procuradoria Geral de promotor de justiça ou de Procurador da
República par atuar em caso específico.
O artigo 128,§ 5°, I, b Constituição Federal, impõe a
inamovibilidade ao membro do Ministério Público, o que
sustenta um acusador imparcial, visto não ser possível alterar o
órgão acusatório, conforme interesses particulares.
Neste sentido o STF tem reiteradas decisões no sentido de que
o postulado do promotor natural tem o objetivo de impedir que
chefias institucionais do Ministério Público façam designações
“casuísticas e injustificadas, instituindo a reprovável figura do
acusador de exceção”. (HC 103.038, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, DJe, 14/10/2011)
Princípio do Promotor natural e imparcial 
Semana 2
Princípio da Presunção de Inocência 
Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória (artigo 5.º, LVII, da Constituição
Federal).
Trata-se de decorrência natural da conjugação dos princípio
constitucionais da presunção de inocência (artigo 5°, LVII) e ampla
defesa ( artigo 5°, LV) com o direito humano fundamental que
permite ao acusado de se manter calado (artigo 5°, LXIII).
Tem por objetivo primordial garantir que o ônus da prova cabe a
acusação e não a defesa. As pessoas nascem inocentes, sendo
este seu estado natural, razão pela qual, para quebrar tal regra,
torna-se indispensável que o Estado-acusador evidencie, com
provas suficientes, ao Estado-juiz a culpa do réu.
Semana 2
Desdobra-se em três aspectos:
•Prova: deve ser valorada em favor do acusado; quando
houver dúvida, interpretação do favor rei ou também
denominada de in dubio pro reo, conforme noticia o art. 387,
VII do CPP;
•Instrução processual: inverte-se o ônus da prova, ou seja,
o réu não precisa provar que é inocente, mas sim a acusação
precisa fazer prova de que ele é culpado;
•No curso do processo: Excepcionalidade e a
necessariedade das medidas cautelares de prisão .
Semana 2
Princípio do in dubio pro reu
Por este princípio, deve-se privilegiar a garantia de liberdade em
detrimento da pretensão punitiva do Estado. Apenas diante da
certeza quanto à responsabilização penal do acusado pelo fato
que lhe é imputado é que poderá haver condenação. O artigo 386,
VII do Código de Processo Penal, traz implícito esse princípio:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na
parte dispositiva, desde que reconheça:
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela
Lei nº 11.690, de 2008)
Semana 2
Situa-se entre o sistema da prova legal, em que os elementos
probatórios possuem valor prefixado, e o sistema do julgamento
secundum conscientiam, em que o juiz pode decidir com base na
prova dos autos, mas também sem provas e até mesmo contra a
prova.
No princípio da persuasão racional, o juiz decide com base nos
elementos existentes nos autos, mas sua apreciação não depende
de critérios legais preestabelecidos. A avaliação ocorre segundo
parâmetros críticos e racionais.Esta liberdade não se confunde com arbitrariedade, pois o
convencimento do juiz deve ser motivado.
Exceção: os jurados, no Júri, não precisam fundamentar suas
decisões, pois para eles vigora o princípio da íntima convicção.
Princípio da Persuasão racional do juiz ou do livre convencimento motivado 
Semana 2
•Consiste na possibilidade de revisão, por via de recurso, das
causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau.
•Não é tratado de forma expressa na Constituição Federal. O
duplo grau de jurisdição decorre da própria estrutura atribuída
ao Poder Judiciário pela Carta Magna, previstos nos artigos
102, II e III. bem como, 105, II e III da Constituição Federal
•Há casos em que não há duplo grau de jurisdição, como, por
exemplo, as hipóteses de competência originária do Supremo
Tribunal Federal (artigo 102, inciso I, da Constituição Federal)
e as decisões em torno de inexistência de repercussão geral
nos temas constitucionais.
Princípio do duplo grau de jurisdição 
Semana 2
Princípio da verdade real 
A análise desse princípio inicia-se pelo conceito de verdade, que
será sempre relativa, enquanto não findar as possibilidades de se
alcançar o retrato fiel de como os fatos ocorreram na realidade.
Ensina Malatesta: que a verdade é a “conformidade da noção
ideológica com a realidade” e que a certeza é a crença nessa
conformidade, gerando um estado subjetivo do espírito ligado a
um fato, sendo possível que essa crença não corresponda a
verdade objetiva. Portanto, pode-se afirmar que a certeza e a
verdade nem sempre coincidem; por vezes, duvida-se do que
objetivamente é verdadeiro; e a mesma verdade que parece certa
a um, a outros parece por vezes duvidosa ou até mesmo falsa.
Semana 2
Diante disso jamais, no processo, pode assegurar o juiz ter
alcançado a verdade objetiva, aquela que corresponde
perfeitamente com o acontecido n plano real.
Assim pelo princípio da livre investigação das provas a
verdade material ou real é a que mais se aproxima da
realidade, tendo o legislador facultado ao juiz ir além da
iniciativa das partes na colheita das provas, devendo, se for o
caso, agir de ofício, esgotando todas as possibilidades para
alcançar a verdade real sobre os fatos para fundamentar a
sentença.
STJ. RHC 1806/RJ 6ª Turma DJ 02.05.2006, já se posicionou
nesse sentido “ A busca da verdade real constitui princípio que
rege o Direito Processual Penal. A produção de provas,
porque constitui garantia constitucional, pode ser
determinada, inclusive, pelo Juiz, de ofício, quando julgar
necessário.
Semana 2
Da inexistência da verdade real
O Processo Penal à luz da Constituição não busca a verdade real:
1. A dignidade da pessoa humana apresenta-se como primeiro limite
imposto à busca da verdade real, pois não se admitem os meios
de prova que atentem contra a dignidade da pessoa humana.
2. O art. 5º, LVI prescreve que são inadmissíveis as provas obtidas
por meios ilícitos.
3. O art. 98, I, CF traz a previsão da transação penal nos crimes de
menor potencial ofensivo, havendo uma renúncia a qualquer
forma absoluta de verdade, pois não investigação da verdade.
4. A Constituição optou por um processo democrático, adotando o
sistema acusatório, com respeito às garantias processuais dentre
as quais a dignidade da pessoa humana e a imparcialidade do
juiz.
Semana 2
A incompatibilidade entre a imparcialidade e os poderes
instrutórios do juiz – art. 156, CP
“No jogo democrático, as garantias fundamentais são mais
importantes do que o resultado prático do processo. Na lógica de
um Estado Democrático de Direito, os fins não justificam os meios.
O direito fundamental de ter um juiz imparcial é mais importante do
que o desejo de encontrar uma verdade real ( material) e
absoluta.” ( NIICOLITT, André. Manual de Processo Penal, 2 ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 381. )
Daí conclui-se que o art. 156, I, CPP é cristalinamente
inconstitucional.
Semana 2
Princípio da não obrigatoriedade de produzir provas contra si mesmo
Nemo tenetur se detegere
O princípio apresenta-se como uma garantia ao acusado,
permitindo que este não seja obrigado a produzir prova contra
si mesmo, tenha o direito de permanecer em silêncio e de
decidir se quer colaborar ou não com a investigação criminal
ou com a instrução processual, estando consagrado em
inúmeras constituições e tratados internacionais.
Semana 2
Exame grafotécnico e recusa do investigado
Informativo STF 639 de setembro de 2011
A 2ª Turma denegou habeas corpus em que se sustentava a nulidade de sentença
condenatória por crime de falso, sob a alegação de estar fundamentada em prova ilícita,
consubstanciada em exame grafotécnico a que o paciente se negara realizar. Explicitou-
se que o material a partir do qual fora efetuada a análise grafotécnica consistira em
petição para a extração de cópias, manuscrita e formulada espontaneamente pelo próprio
paciente nos autos da respectiva ação penal. Consignou-se inexistir ofensa ao princípio
da proibição da auto-incriminação, bem assim qualquer ilicitude no exame grafotécnico.
Salientou-se que, conforme disposto no art. 174, II e III, do CPP, para a comparação de
escritos, poderiam servir quaisquer documentos judicialmente reconhecidos como
emanados do punho do investigado ou sobre cuja autenticidade não houvesse dúvida. Em
seguida, aduziu-se que a autoridade poderia requisitar arquivos ou estabelecimentos
públicos do investigado, a quem se atribuíra a letra. Assentou-se que o fato de ele se
recusar a fornecer o material não afastaria a possibilidade de se obter documentos.
Ademais, mesmo que se entendesse pela ilicitude do exame grafotécnico, essa prova, por
si só, não teria o condão de macular o processo. Por fim, em relação à dosimetria,
assinalou que o STF já tivera a oportunidade de afirmar entendimento no sentido de que,
uma vez reconhecida a continuidade delitiva, a exasperação da pena, a teor do que
determina o art. 71 do CP, ocorreria com base no número de infrações cometidas. HC
99245/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 6.9.2011. (HC-99245)
Semana 2
O privilégio contra a auto-incriminação - nemo tenetur se
detegere -, erigido em garantia fundamental pela Constiuição -
além da inconstitucionalidade superveniente da parte final do art.
186 C.Pr.Pen. - importou compelir o inquiridor, na polícia ou em
juízo, ao dever de advertir o interrogado do seu direito ao
silêncio: a falta da advertência - e da sua documentação formal -
faz ilícita a prova que, contra si mesmo, forneça o indiciado ou
acusado no interrogatório formal e, com mais razão, em
"conversa informal" gravada, clandestinamente ou não. IV.
Escuta gravada da comunicação telefônica com terceiro, que
conteria evidência de quadrilha que integrariam: ilicitude, nas
circunstâncias, com relação a ambos os interlocutores.
HC80.949, STF.
Semana 2
Exercício Suplementar
1- (MPU/MPDFT/Prom. Just. Adjunto/2002) O art. 5º, inciso LV, da
Constituição da República assegura aos acusados em geral o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes. Com apoio nesse dispositivo, o acusado
A)Tem direito a ser previamente informado, durante o inquérito
policial, da decretação de medidas cautelares, entre as quais a
busca e apreensão domiciliar.
B)Poderá dispensar a presença de advogado na audiência de
inquirição das testemunhas arroladas na denúncia, por ser a
defesa técnica um direito disponível nos atos de instrução.
C)Tem direito de estar pessoalmente presente nos atos
processuais, além do interrogatório, como exercício da sua
autodefesa.
D)Poderá, se o requerer, usar a palavra pelo dobro do tempo
destinado aos debates, no julgamento pelo tribunal do júri.
Semana 2
DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS 
ILÍCITAS – ART.5º, LVI, CF E ART. 157, CPP 
AAAA CondiçãoCondiçãoCondiçãoCondição dededede validadevalidadevalidadevalidade dasdasdasdasprovasprovasprovasprovas éééé oooo respeitorespeitorespeitorespeito aoaoaoao devidodevidodevidodevido
processoprocessoprocessoprocesso eeee àsàsàsàs garantiasgarantiasgarantiasgarantias individuaisindividuaisindividuaisindividuais....
As provas ilícitas serão desentranhadas do processo.
Ex.: Confissão obtida por meio de tortura, hipnose,
ministração de substâncias químicas, do detector de
mentiras.
Semana 2
PROVA ILÍCITA X PROVA ILEGÍTIMA 
Rangel as definem, “A vedação da prova pode estar
estabelecida em norma processual ou em norma de
direito material, surgindo, em nível doutrinário, a diferença
entre as duas: será prova ilegítima quando a ofensa for ao
direito processual, e será ilícita quando a ofensa for ao
direito material.” (2009, p. 431).
Semana 2
Mirabete define a prova emprestada como "aquela
produzida num processo para nele gerar efeitos, sendo
depois transportada documentalmente para outro, com o
fim de gerar efeitos neste“.
Numa visão mais clássica, Grinover, Scarance e Gomes
Filho, citando Bentham, a conceituam como "aquela que já
foi produzida juridicamente, mas em outra causa, da qual
se extrai para aplicá-la á causa em questão".
PROVA EMPRESTADAPROVA EMPRESTADAPROVA EMPRESTADAPROVA EMPRESTADA
Semana 2
Não só a prova diretamente ilícita é vedada pela
Constituição, mas tudo que derivar da ilicitude será
considerado imprestável no processo, de acordo
com a teoria norte-americana conhecida como
fruits of the poisonous tree (frutos da árvore
envenenada).
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO 
Semana 2
DO APROVEITAMENTO DAS PROVAS ILÍCITAS 
Princípio da Proporcionalidade ou Razoabilidade
(balancing test )
O conflito entre bens jurídicos tutelados pelo ordenamento
leva o intérprete a dar prevalência àquele bem de maior
relevância. Nesta linha, se de um lado está o jus puniendi
estatal e a legalidade na produção probatória, e o do outro
o status libertatis do réu, que objetiva demonstrar a
inocência, este último bem deve prevalecer, sendo a prova
utilizada, mesmo que ilícita, em seu benefício. (Nestor
Távora in Curso de Direito Processual, Ed. JUSPODIUM).
Semana 2
Gravação ou escuta clandestina
Posição STF: No julgamento do RE nº583.937/RJ, o STF
reconheceu a repercussão geral da questão, afirmando a
validade da gravação clandestina nas hipóteses em que o
interlocutor esteja a defender interesse juridicamente relevante e
legítimo, bem como em casos em que não haja sigilo na
comunicação.
Posição do STJ: Tem aceitado a gravação de conversa feita por
um dos interlocutores sem o consentimento do outro, com base
na aplicação do princípio da proporcionalidade.
Semana 2
CASO 1
Raimundo Nonato, saiu de casa para comemorar a aprovação no
exame da OAB dirigindo seu carro. Após ingerir excessiva
quantidade de bebida alcóolica, resolve voltar pra casa na direção
do seu veículo, quando é surpreendido na blitz da “Lei Seca”.
Informado pelo agente de trânsito que ele deveria se submeter ao
“bafômetro”, Raimundo recusou-se a fazer o teste. À Luz dos
princípios informadores do processo penal, diga se Raimundo
está obrigado a se submeter a testes de alcoolemia, tais como
“bafômetro”, exame de sangue, urina.

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