Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO SUMÁRIO APRESENTAÇÃO _______________________________________________________ 3 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ___________________________________________ 4 INTRODUÇÃO _________________________________________________________ 4 1. Ética no Serviço Público _______________________________________________ 8 1.1 Princípio da Legalidade ________________________________________________________ 9 1.2 Princípio da Impessoalidade ______________________________________________________ 9 1.3 Princípio da Moralidade __________________________________________________________ 9 1.4 Princípio da Publicidade _________________________________________________________ 10 1.5 Princípio da Eficiência __________________________________________________________ 10 2. Comissão de Ética Pública _____________________________________________ 11 2.1 Funções técnicas da Comissão de Ética ____________________________________________ 13 3. Plataforma Legal da Comissão de Ética ___________________________________ 15 3.1 Código de Posturas da Universidade Federal do Pará (Resolução nº 657, de 23 de dezembro de 2008) __________________________________________________________________________ 17 3.2 Criação da Comissão de Ética da Universidade Federal do Pará _________________________ 17 CONCLUSÃO _________________________________________________________ 18 BIBLIOGRAFIA _______________________________________________________ 19 APRESENTAÇÃO Se você está fazendo esse curso, parabéns! Faz parte de um seleto grupo de servidores públicos federais! Deve conhecer o tema sobre ética a partir de suas vivências pessoais, profissionais e educacionais e também do próprio concurso, que tem exigido conhecimento das áreas disciplinar e ética. Aqui vamos resgatar alguns conceitos sobre ética antes de entender como ela funciona dentro do serviço Público Federal, em especial na Universidade Federal do Pará. Destacaremos alguns temas importantes para a introdução à compreensão das normas que tratam do assunto ética no serviço público como a diferença entre ética, moral e direito. Em um segundo momento vamos abordar a ética no Serviço Público e entender as funções técnicas da Comissão de Ética. Por último vamos ter uma abordagem mais normativa e conhecer a Plataforma Legal da Comissão de Ética. Conhecendo algumas normas você será capaz de entender como a Comissão de Ética da UFPA funciona, de quantos membros é composta e quais são suas competências. O curso vai nos possibilitar compreender a importância das funções e mecanismos da Comissão de Ética como unidade que busca atender ao interesse público de acordo com os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Estamos aqui para entender as normas, promover e praticar o serviço público pautado na ética e na transparência. O desenvolvimento de uma consciência ética é elemento fundamental para comprometer os agentes públicos com o respeito à cidadania, ao estado de direito e à consolidação da democracia. Bom curso e boa aprendizagem! OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Após o estudo do módulo, espera-se que você seja capaz de: Compreender os conceitos básicos da Ética Pública Conhecer as funções técnicas de uma Comissão de Ética do Serviço Público Civil Federal; Assimilar as principais normas do Regramento ético que norteia a Universidade Federal do Pará. OBJETIVO DO TÓPICO Compreender a importância da ética na vida e seu significado no serviço público INTRODUÇÃO 1. Importância do estudo da ética É provável que você não saiba conceituar ética, mas no dia-a-dia consegue diferenciar uma atitude ética de uma atitude antiética. Independente de sua religião, crença, gostos, nível de instrução, você aprendeu desde criança a diferenciar do que é certo ou errado. Sabemos que para questões ilícitas existe um rol de atos não permitidos por lei (exemplo: roubar, matar, estuprar, prevaricar). Mas será que existe um rol de atos que não são éticos? Para responder essa pergunta veja o que nos fala Clóvis Barros Filho: A ética é um tema necessário para o debate sobre aquilo que queremos respeitar. Ela pode estar mais atualizada que a lei, pois nossa sociedade é dinâmica. O que era aceito antes, já não é aceito hoje. Há um tempo atrás era considerado comum alguém usar um veículo do serviço público para levar o filho à escola. Hoje isso não é mais tolerado. Muito provável encontrar em algum órgão público normas orientando o uso de veículos e as sanções éticas, ou penas disciplinares previstas para aqueles que desviarem a finalidade do uso de tais veículos. Acesse o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=EVixxe2fTyI Sempre que se fala em ética não podemos deixar de mencionar os pensadores, filósofos e professores, que se dedicam a pensar a ética conforme suas experiências de vida de suas profissões e de muita reflexão. 2. Conceitos de Ética A palavra ÉTICA deriva do grego “ethos”, que significa costume, maneira habitual de agir. Ética se refere à ciência ou filosofia dos costumes, ou também, a conduta do ser humano. A ciência ética trata dos costumes e modos de agir de uma sociedade, bem como o caráter ou temperamento individual que deve ser educado para os valores e para a conduta humana. Pensadores e filósofos se debruçaram e ainda se dedicam conceituar ética. Os pensadores clássicos passaram boa parte do seu tempo abordando o tema. A obra “Ética à Nicômaco” de Aristóteles trata de vários temas em que a ética está presente na vida, na amizade, na política. Segundo o pensador grego a finalidade suprema é a felicidade, que não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida virtuosa. A virtude, por sua vez, se encontra no justo meio entre os extremos, e será encontrada por aquele dotado de prudência e educado pelo hábito no seu exercício. Sempre que tratamos de ética falamos dos pensadores antigos. E por isso muitos acreditam que é apenas um tema filosófico, desconectado do nosso cotidiano. Vamos ver, então, o que o mundo moderno tem pensado sobre ética. Existem abordagens mais técnicas, como: Alguns são mais reflexivos: O todo da Ética é integrado pela Deontologia [deveres] e pela Diceologia [direitos]. (Paulo L. Netto Lobo). O bem ético pertence ao gênero da vida excelente e a felicidade é a vida plenamente realizada em sua excelência máxima. Por isso não é alcançável imediata nem definitivamente, mas é um exercício cotidiano que a alma realiza durante toda a vida (…) de acordo com a sua excelência mais completa, a racionalidade. Marilena Chaui, Introdução à história da filosofia, 1, p. 442. Outros são provocativos: 3. Diferença entre Ética, Moral e Direito Ética e moral são conceitos que se confundem. A própria origem grega da palavra ética nos remete a conceitos semelhantes ao significado de moral. As palavras ganham diferentes conceitos com o passar do tempo e conforme a sociedade adquire ou modifica valores. Ética e moral também incorporaram diferenças. A literatura especializada optou por definir MORAL todo o sistema público de regras próprio de diferentes grupos sociais. São todas as normas e valores aceitos e praticados, como certos e errados. Por sua vez, ÉTICA é uma parte da filosofia que estuda a moral, os diferentes sistemas públicos de regras, seus fundamentos, características e justificações. Quandoouvimos a palavra DIREITO é mais fácil entender o significado, pois sempre associamos às leis, à ordem, àquilo que está codificado. Mas como cada área pode definir aquilo que é certo ou errado? O quadro abaixo pode nos ajudar para entender algumas diferenças básicas: Por que o indivíduo seria honesto no escuro?" (Niklas Luhmann) Outros pensamentos são bem humorados, como este de Mário Sérgio Cortella: https://www.youtube.com/watch?v=0o3pAwVxIOE MODO DE AGIR AMBIENTE NORMAS E REGRAS GUIADAS PELA (S) MORAL PESSOAL → é adquirida e formada ao longo da vida, por experiências INDIVIDUAL CONSCIÊNCIA ÉTICA SOCIAL → implica no consenso e na adesão da sociedade GRUPAL E/OU COLETIVO CULTURA DA SOCIEDADE DIREITO LEGAL → imposta aos cidadãos; exige cumprimento e obediência JURÍDICO INSTITUIÇÕES JURÍDICAS/LEIS Ficou claro que essas três áreas se preocupam com algo muito importante: A conduta humana em sociedade! O vídeo introduz no assunto do nosso próximo módulo: A Ética no Serviço Público! Quais são os mecanismos e as funções de uma Comissão de Ética? Antes da reflexão vamos fazer essa atividade de fixação do que aprendemos! MÓDULO 2 1. Ética no Serviço Público 2. Comissão de Ética Pública 3. Funções técnicas da Comissão de Ética OBJETIVOS DO MÓDULO Conhecer as funções técnicas da Comissão de Ética; Entender os mecanismos para solução de conflitos; Para aprofundar o debate e entender esses conceitos no serviço público, assista o vídeo abaixo que também aborda tais diferenças: https://www.youtube.com/watch?v=NVdgp7XZl2w 1. Ética no Serviço Público Já sabemos alguns conceitos sobre ética e compreendemos como ela trata a conduta humana na sociedade. Mas e no serviço público? Por que a Ética necessita ser codificada, se esse é um papel do Direito? Ética, Direito e Moral possuem conceitos diferenciados, mas coexistem e se entrelaçam. Veja a frase abaixo: Temos todo um ordenamento jurídico (DIREITO) para prevenir e punir crimes contra a vida – ou seja, a legislação (de ordem MORAL) está reforçando e colocando em prática um princípio ÉTICO (a vida é o maior valor humano). Assim, dentro do mundo profissional necessitamos de códigos de Ética, como um norte (um caminho) para os princípios básicos que um determinado profissional deve ter para bem cumprir sua missão. Temos o Código de Ética do Advogado1, Código de Ética Médica, Código de Ética do Profissional de Secretariado, Código de Ética do Médico Veterinário… e tantos outros códigos de ética destinados a cada tipo de profissão. Todos eles tentam estabelecer um padrão comportamental compatível com princípios da moral individual, social e profissional. E como construir um Código de Ética? Olhe a curiosa história verídica abaixo: O que podemos tirar de aprendizado com esse relato? Só podemos entender o código de ética de determinada profissão, grupo empresarial ou instituição se pudermos conhecer os princípios, normas, valores da organização e das pessoas que fazem parte daquele grupo. O código de ética é um documento que busca expor os princípios e a missão de uma determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender às necessidades que aquela categoria serve e representa. Eles são feitos para enfatizar os valores que devem ser praticados pelos profissionais e instituições. Pode-se falar também em código 1 Os advogados utilizam o Código de Ética e Disciplina. No Serviço Público Federal temos essas funções e ordenamentos jurídicos separados. No âmbito da Universidade Federal do Pará, por exemplo, temos a Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – CPPAD e a Comissão de Ética da UFPA – CEUFPA. Clóvis de Barros Filho, respeitado professor de Ética da USP, certa vez foi convidado por uma assessora para fazer o Código de Ética e Posturas de determinada empresa. Ele recusou de imediato. Intrigada a assessora queria saber o motivo de recusar o convite, se estavam pagando pouco. O professor disse que não era esse o problema e explicou que nunca poderia fazer o código de uma empresa em que ele não conhecia a filosofia, os propósitos e muito menos o perfil das pessoas que trabalhavam lá. Ele acabou aceitando o convite, mas antes teve que “mergulhar” no cotidiano e na vida da empresa, até poder traçar alguns pontos para construção de um Código de Ética daquela organização. deontológico. A deontologia é a ciência que estuda os deveres e obrigações a partir da ótica moral e ética. Em geral é baseado na legislação vigente do país, na Declaração dos Direitos Humanos, nas Leis Trabalhistas e outras. A Administração Pública também possui seus princípios, tão difundidos, mas nunca é demais relembrar o famoso LIMPE! Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência 1.1 Princípio da Legalidade A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da vontade. É um dos mais importantes para a Administração Pública. Baseia-se no Art. 5º da nossa Constituição Federal, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei", pressuposto de que tudo o que não é proibido, é permitido por lei. Mas o administrador público deve fazer as coisas sob a regência da lei imposta. Portanto, só pode fazer o que a lei lhe autoriza. Ele não pode se distanciar dessa realidade, caso contrário será julgado de acordo com seus atos. 1.2 Princípio da Impessoalidade A imagem de administrador público não deve ser identificada quando a Administração Pública estiver atuando. Outro fator é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse atua em nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o privilégio de pessoas específicas. Todos devem ser tratados de forma igual. 1.3 Princípio da Moralidade Esse princípio tem a junção de Legalidade com Finalidade, resultando em Moralidade. Ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na administração, lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal. Deve ser adicionado ainda a ideia de que o fim é e sempre será o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer servidor público, para o alcance da moralidade. 1.4 Princípio da Publicidade Na Publicidade, o gerenciamento deve ser feito de forma legal, não oculta. A publicação dos assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para ambos os lados, tanto para o administrador quanto para o público. Porém, a publicidade não pode ser usada de forma errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um verdadeiro controle social e atendendo sempre o interesse público. 1.5 Princípio da Eficiência O administrador tem o dever de fazer uma boa gestão. É o que esse princípio afirma. O representante deve trazer as melhores saídas, sob a legalidade da lei, bem como mais efetiva. Com esse princípio, o administrador obtém a resposta do interesse público e o Estado possui maior eficácia na elaboração de suas ações. Esse princípio anteriormente não estava previsto na Constituição e foi inserido após a Emenda Constitucional nº 19/98, relativo à Reforma Administrativa do Estado. Todos esses princípios juntamente com a necessidade de uma Comissão de Ética surgem em um período marcado por um cenáriode insatisfação da sociedade civil quanto às imperfeições dos sistemas políticos, especificamente em relação ao comportamento das autoridades. Vivemos uma fase de controle e vigilância aos conflitos de interesses gerados pela dificuldade de separação das esferas públicas e privadas. Accountability Muitos traduzem esta palavra de origem inglesa para “controle”. O certo é que tem muitos outros significados e a tradução pode limitar seu verdadeiro sentido. Por ser ampla a conceituação vamos então ver os principais aspectos segundo Anna Maria Campos. O exercício da accountability é determinado pela qualidade das relações entre governo e cidadão, entre burocracia e clientelas. O comportamento (responsável ou não responsável) dos servidores públicos é consequência das atitudes e comportamento das próprias clientelas. Uma sociedade precisa atingir um certo nível de organização de seus interesses públicos e privados, antes de tornar-se capaz de exercer controle sobre o Estado. A extensão, qualidade e força dos controles são consequência do fortalecimento da malha institucional da sociedade civil. À medida que os diferentes interesses se organizam, aumenta a possibilidade de os cidadãos exercerem o controle e cobrarem do governo aquilo a que têm direito. Um desses mecanismos de controle seria a participação da sociedade civil na avaliação das políticas públicas, fazendo recomendações a partir dessa avaliação. 2. Comissão de Ética Pública Nossas instituições democráticas e de controle são relativamente novas. Basta lembrar que muitas delas nasceram ou ganharam poder a partir da Constituição Federal de 1988. É cada vez mais frequente a divulgação nos meios de comunicação do importante trabalho exercido pelos órgãos de prevenção e combate à corrupção. Nós temos órgãos de controle externo (Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União, Comissão de Ética Pública do Governo Federal) e instâncias internas (Comissões de Processo Administrativo Disciplinar, Auditorias Internas, Ouvidorias, Comissões de Ética) que melhoram e aperfeiçoam o accountability (veja o quadro ao lado). Você já deve ter se perguntado quanto se deixa de ser investido em políticas públicas quando há desvio de dinheiro. Essa é uma preocupação internacional. Aliado às necessidades internas dos países existe a necessidade dos países em firmar regras de combate à corrupção. Em um mundo globalizado, os valores, normas e princípios precisam ter alguns pontos comuns para que essa sociedade global possa conviver. É dessa relação que uma Comissão de Ética nasce e é mantida. A Comissão de Ética Pública busca aprimorar o intercâmbio de informações técnicas, bem como a troca de experiências sobre matérias diversas, tais como: conflito de interesse, ética no âmbito público, integridade, transparência, combate à corrupção, entre outras. Assim, os membros da Comissão de Ética Pública reúnem-se em eventos para discutir, com outros especialistas e representantes de organismos internacionais, boas práticas de gestão da ética. Participam da Reunião dos Estados-Parte da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção (ONU); da Reunião do Grupo de Especialistas em conflito de Interesse (OCDE); da Convenção Interamericana contra a Corrupção (OEA), além dos Congressos Internacionais sobre a Reforma do Estado da Administração Pública (CLAD). As Comissões de Ética (CE) vinculadas ao Poder Executivo Federal são órgãos subordinados à Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República – estão encarregadas de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público. Para isso, implementa ações como a realização de seminários e campanhas educativas, bem como aplica as sanções cabíveis, buscando precipuamente a prevenção de conflitos, a preservação dos valores éticos e a disseminação da cultura ética dentro do Serviço Público Civil Federal. Em geral as CE possuem as seguintes atribuições básicas: Zelar pelo cumprimento dos valores éticos do serviço público federal, regulamentados no âmbito do ordenamento jurídico federal e internos de cada instituição; Fornecer à Unidade de Gestão de Pessoal os registros sobre a conduta ética dos servidores, para efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor; Quem poderá acionar a Comissão de Ética? Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito público ou privado, associação ou entidade de classe poderá provocar a atuação da CE, visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal. Atuar como instância consultiva do Dirigente máximo e dos respectivos servidores da Instituição. 2.1 Funções técnicas da Comissão de Ética Educativa – fornecer subsídios morais para a formação e consolidação da cultura ética. Consultiva – referenciar, sob o prisma da ética, consultas internas na instituição; Preventiva – prevenir a ocorrência de conflitos intersubjetivos; Conciliadora – criar mecanismos amigáveis para a solução de conflitos internos. Repressiva – em último caso, exercer correções de problemas éticos em conformidade com a Lei. Perceba que a última função técnica é a repressiva. A Comissão de Ética tem o propósito educativo, preventivo e conciliador antes atribuir uma pena por determinada infração ética. MÓDULO 3 OBJETIVOS DO MÓDULO Assimilar as principais normas do Regramento ético que norteia a Universidade Federal do Pará. 3. Plataforma Legal da Comissão de Ética Existe um conjunto de normas dos quais os servidores públicos civis federais devem observar. Algumas dessas normas dizem respeito de como uma Comissão de Ética deve estar organizada, o mínimo necessário para seu funcionamento e o rito processual que deve ser seguido. Outras trazem um rol de condutas consideradas antiéticas. Sempre bom lembrar que esse rol nunca deve ser fechado. Cada instituição deve ser capaz de criar suas normas, claro desde que não afronte a Constituição e as seguintes normas: Não vamos aqui debater todos os artigos das normas acima. Se você quiser ter um acompanhamento mais detalhado, basta clicar em cada um dos retângulos para conhecer de forma mais aprofundada como uma Comissão de Ética está estruturada. Destacaremos aqui, aquelas normas que nos auxiliam a entender os objetivos de uma Comissão de Ética no Serviço Público Civil de órgãos federais: Decreto 1.171/1994 Decreto 6.029/2007 Resolução CEP Nº 10/2008 INSTÂNCIA ATRIBUIÇÕES DECRETO 1.171/94 DECRETO 6.029/07 RESOLUÇÃO CEP 10/08 DIREÇÃO Observar e fazer observar a Ética e a Disciplina - Art.8º, I - Constituir a Comissão de Ética Art. 2º; Cap. II, XVI Art. 8º, II - Garantir condições de trabalho à comissão de ética e integrantes Art. 2º, Cap. II, XVI Art. 6º, I; Art. 8º, III - Avaliação da Gestão da Ética - Art. 6º, II - COMISSÃO DE ÉTICA Aproveitar/Executar o plano de trabalho - Art. 7º, § 1º Art 2º, XXIV Aplicar o Código de Ética do Serviço Federal Art. 2º Art. 7º,II Art. 2º, II Supervisionar o Código da Alta Administração Federal - Art. 7º, IV Art. 2º, IV Função Consultiva Capítulo II, XVI Art. 7º, I, II, “b” Art. 2º, I, VI, VII, XIX Função Educativa Capítulo II, XVI Art. 7º, II, “d” Art. 2º, II, “c”; Art. 17 caput Função Investigativa Capítulo II, XVI, XXIV Art. 7º, II, “c” Art. 2º, II, “b”, VII, IX Função Punitiva Capítulo II, XXII Art. 12 §5º, I, II, III Art. 2º, XV, “a”, “b”, “c”, “d” Função Representativa - Art. 7º, III Art. 2º, III Função Administrativa Diversos Diversos Diversos SECRETARIA EXECUTIVA Elaborar e cumprir o Plano de Trabalho - Art. 7º, §1º Art. 4º caput Coordenar ações de comunicação e educação ética - - Art. 10, VIII Coordenar o trabalho dos representantes locais - - Art. 10, V Coordenar o assessoramento técnico e administrativo - Art. 7º, §1º Art. 10, III, IV, V, VI PROCESSOS DE TRABALHO Compromisso Institucional Art. 2º Art. 6º, I, II; Art. 8º, I a IV - Plano de Trabalho - Art. 7, §1º Art. 2º, XXIV Regramento Ético Art. 1º, Cap. I Art. 15, caput, Art. 20, §1º Art 18, §1º Organização e Funcionamento Cap. II, XVI, XXII Diversos Diversos Procedimento e Rito Processual Cap. II, XVIII, XXII, XXIV Diversos Diversos 3.1 Código de Posturas da Universidade Federal do Pará (Resolução nº 657, de 23 de dezembro de 2008) Você sabia que a Universidade Federal tem um Código de Posturas? Não é um Código Ética. Esse ainda precisa ser discutido e proposto, quem sabe por você! O Código de Posturas é bem avançado e se preocupa com o uso dos vários espaços da instituição. Vamos ler a matéria do nosso jornal o Beira do Rio! UFPA adota Código de Posturas: 131 artigos estabelecem regras de convivência Vocês puderam ler na matéria a quantidade de normas que o Código de Postura da UFPA possui! Aliado à plataforma legal da Comissão de Ética e das regras da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar (Lei 8.112/1990) temos um valioso ordenamento jurídico na matéria de ética, disciplina e conduta! Ajude a divulgar essas normas! Seja um entusiasta do bom serviço público! 3.2 Criação da Comissão de Ética da Universidade Federal do Pará Diante à necessidade de se fazer cumprir as normas editadas, a Comissão de Ética do Poder Executivo Federal passou a fazer visitas para saber informações da implementação das comissões nos vários órgãos ligados ao Poder Executivo Federal, como a Universidade Federal do Pará. O link abaixo é um registro dessa primeira visita que a UFPA recebeu de alguém do alto escalão da Comissão de Ética Pública Federal: UFPA recebe visita de representante da Comissão de Ética do Executivo Federal A partir da visita e das solicitações da Comissão de Ética Pública Federal foi efetivamente regulamentada a Comissão de Ética da Universidade Federal do Pará – CEUFPA a partir da Resolução nº 720 do Conselho de Universitário, de 20 de setembro de 2013. No mesmo ato aprovou seu regimento geral. É uma norma que acompanha a plataforma legal vista acima e está assim dividida: LINK LINK - Capítulo I – Competências (artigo 2ª) - Capítulo II – Composição (artigos 3º e 4º) - Capítulo III – Funcionamento (artigos 5º a 7º) - Capítulo IV – Atribuições (artigos 8º e 9º) - Capítulo V – Mandatos dos membros (artigos 10 e 11) - Capítulo VI – Normas gerais de procedimento (artigos 12 a 18) - Capítulo VII – Rito Processual (artigos 19 a 31) - Capítulo VIII – Deveres e responsabilidades dos integrantes da Comissão (artigos 32 a 34) - Capítulo IX – Disposições Finais CONCLUSÃO Chegamos ao final do curso! Ao longo dos três módulos podemos entender o significado de Ética e descobrimos que não é apenas um conceito filosófico! É muito prático e presente em nossas vidas! Vimos como a Ética se relaciona com o Direito e a Moral. Podemos entender que as Comissões de Ética surgem em um contexto onde se cobra mais transparência dos órgãos públicos! E quanto é importante a atuação da sociedade civil, que deve estar sempre vigilante aos atos do administrador público. No âmbito da Universidade Federal do Pará analisamos as normas que tratam da matéria na Instituição. Aprofundamos o conhecimento quanto as regras de funcionamento, as competências e nos exercícios percebemos um pouco o papel de um membro da Comissão de Ética, que deve ter além do comportamento pautado nas condutas éticas do servidor público, deve ser um proponente da ética no Serviço Público! Seja você também esse entusiasta da ética no serviço público! E não se esqueça de que a prática cotidiana por meio de nossos valores forma nosso caráter! Se a cada dia trabalharmos na perfeição do conhecimento e do caráter individual estaremos muito próximos de sermos seres éticos, e felizes, como tanto defendeu Aristóteles. E assim, além da felicidade individual seremos capazes de promover a felicidade pública, tendo como caminho o serviço público federal! A sua consciência e participação são fundamentais para a construção da excelência no serviço público brasileiro. BIBLIOGRAFIA ARISTÓTELES. Ética à Nicôcamo. BARRETO, Vicente de Paulo. Direitos Humanos, Democracia e Globalização. In: Liber Amicorum. Homenagem ao prof. Doutor António José Avelãs Nunes. Coimbra, 2009. CAMPOS, Anna Maria. Accountability: quando poderemos traduzi-la para o Português. In: Public service accountability: a comparative perspective. Jabbra Joseph G. & Dwivedi. O .P.West Harttid, Connecticut. Kurnarian Press, 1988. OLIVIERI, Antônio Carlos. Política: A arte ou ciência de governar. UOL Educação, 2005. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/politica-a-arte-ou-ciencia-de- governar.htm SPERBER, Monique Canto. O Dicionário de Ética e Filosofia Moral. São Leopoldo, RS Unisinos, 2003; 2 vols. Sites visitados Comissão de Ética Pública http://etica.planalto.gov.br/ Código de Ética http://codigo-de-etica.info/
Compartilhar