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MODULO 3 2 etica no serviço publico

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SUMÁRIO 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO _______________________________________________________ 3 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ___________________________________________ 4 
INTRODUÇÃO _________________________________________________________ 4 
 
1. Ética no Serviço Público _______________________________________________ 8 
1.1 Princípio da Legalidade ________________________________________________________ 9 
1.2 Princípio da Impessoalidade ______________________________________________________ 9 
1.3 Princípio da Moralidade __________________________________________________________ 9 
1.4 Princípio da Publicidade _________________________________________________________ 10 
1.5 Princípio da Eficiência __________________________________________________________ 10 
 
2. Comissão de Ética Pública _____________________________________________ 11 
2.1 Funções técnicas da Comissão de Ética ____________________________________________ 13 
 
3. Plataforma Legal da Comissão de Ética ___________________________________ 15 
3.1 Código de Posturas da Universidade Federal do Pará (Resolução nº 657, de 23 de dezembro de 
2008) __________________________________________________________________________ 17 
3.2 Criação da Comissão de Ética da Universidade Federal do Pará _________________________ 17 
 
CONCLUSÃO _________________________________________________________ 18 
BIBLIOGRAFIA _______________________________________________________ 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Se você está fazendo esse curso, parabéns! Faz parte de um seleto grupo de 
servidores públicos federais! Deve conhecer o tema sobre ética a partir de suas vivências 
pessoais, profissionais e educacionais e também do próprio concurso, que tem exigido 
conhecimento das áreas disciplinar e ética. Aqui vamos resgatar alguns conceitos sobre ética 
antes de entender como ela funciona dentro do serviço Público Federal, em especial na 
Universidade Federal do Pará. 
Destacaremos alguns temas importantes para a introdução à compreensão das 
normas que tratam do assunto ética no serviço público como a diferença entre ética, moral e 
direito. Em um segundo momento vamos abordar a ética no Serviço Público e entender as 
funções técnicas da Comissão de Ética. Por último vamos ter uma abordagem mais normativa e 
conhecer a Plataforma Legal da Comissão de Ética. Conhecendo algumas normas você será 
capaz de entender como a Comissão de Ética da UFPA funciona, de quantos membros é 
composta e quais são suas competências. 
O curso vai nos possibilitar compreender a importância das funções e mecanismos 
da Comissão de Ética como unidade que busca atender ao interesse público de acordo com os 
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Estamos aqui para 
entender as normas, promover e praticar o serviço público pautado na ética e na transparência. 
O desenvolvimento de uma consciência ética é elemento fundamental para 
comprometer os agentes públicos com o respeito à cidadania, ao estado de direito e à 
consolidação da democracia. 
Bom curso e boa aprendizagem! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
 
Após o estudo do módulo, espera-se que você seja capaz de: 
 Compreender os conceitos básicos da Ética Pública 
 Conhecer as funções técnicas de uma Comissão de Ética do Serviço Público Civil Federal; 
 Assimilar as principais normas do Regramento ético que norteia a Universidade Federal 
do Pará. 
 
OBJETIVO DO TÓPICO 
 Compreender a importância da ética na vida e seu significado no serviço público 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
1. Importância do estudo da ética 
 
É provável que você não saiba conceituar ética, mas no dia-a-dia consegue 
diferenciar uma atitude ética de uma atitude antiética. Independente de sua religião, crença, 
gostos, nível de instrução, você aprendeu desde criança a diferenciar do que é certo ou errado. 
Sabemos que para questões ilícitas existe um rol de atos não permitidos por lei (exemplo: 
roubar, matar, estuprar, prevaricar). Mas será que existe um rol de atos que não são éticos? 
Para responder essa pergunta veja o que nos fala Clóvis Barros Filho: 
 
 
 
 
 
 
A ética é um tema necessário para o debate sobre aquilo que queremos respeitar. 
Ela pode estar mais atualizada que a lei, pois nossa sociedade é dinâmica. O que era aceito 
antes, já não é aceito hoje. Há um tempo atrás era considerado comum alguém usar um veículo 
do serviço público para levar o filho à escola. Hoje isso não é mais tolerado. Muito provável 
encontrar em algum órgão público normas orientando o uso de veículos e as sanções éticas, ou 
penas disciplinares previstas para aqueles que desviarem a finalidade do uso de tais veículos. 
 
Acesse o vídeo 
https://www.youtube.com/watch?v=EVixxe2fTyI 
 
 
Sempre que se fala em ética não podemos deixar de mencionar os pensadores, 
filósofos e professores, que se dedicam a pensar a ética conforme suas experiências de vida de 
suas profissões e de muita reflexão. 
 
2. Conceitos de Ética 
 
A palavra ÉTICA deriva do grego “ethos”, que significa costume, maneira habitual de 
agir. Ética se refere à ciência ou filosofia dos costumes, ou também, a conduta do ser humano. 
A ciência ética trata dos costumes e modos de agir de uma sociedade, bem como o caráter ou 
temperamento individual que deve ser educado para os valores e para a conduta humana. 
Pensadores e filósofos se debruçaram e ainda se dedicam conceituar ética. Os 
pensadores clássicos passaram boa parte do seu tempo abordando o tema. A obra “Ética à 
Nicômaco” de Aristóteles trata de vários temas em que a ética está presente na vida, na 
amizade, na política. Segundo o pensador grego a finalidade suprema é a felicidade, que não 
consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida virtuosa. A 
virtude, por sua vez, se encontra no justo meio entre os extremos, e será encontrada por aquele 
dotado de prudência e educado pelo hábito no seu exercício. 
 Sempre que tratamos de ética falamos dos pensadores antigos. E por isso muitos 
acreditam que é apenas um tema filosófico, desconectado do nosso cotidiano. Vamos ver, 
então, o que o mundo moderno tem pensado sobre ética. 
 
 
Existem abordagens mais técnicas, como: 
 
 
 
 
Alguns são mais reflexivos: 
 
 
 
 
 
O todo da Ética é integrado pela Deontologia [deveres] e pela Diceologia 
[direitos]. (Paulo L. Netto Lobo). 
 
O bem ético pertence ao gênero da vida excelente e a felicidade é a vida 
plenamente realizada em sua excelência máxima. Por isso não é alcançável imediata 
nem definitivamente, mas é um exercício cotidiano que a alma realiza durante toda 
a vida (…) de acordo com a sua excelência mais completa, a racionalidade. 
Marilena Chaui, Introdução à história da filosofia, 1, p. 442. 
 
 
Outros são provocativos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Diferença entre Ética, Moral e Direito 
 
Ética e moral são conceitos que se confundem. A própria origem grega da palavra ética nos 
remete a conceitos semelhantes ao significado de moral. As palavras ganham diferentes 
conceitos com o passar do tempo e conforme a sociedade adquire ou modifica valores. Ética e 
moral também incorporaram diferenças. 
A literatura especializada optou por definir MORAL todo o sistema público de regras 
próprio de diferentes grupos sociais. São todas as normas e valores aceitos e praticados, como 
certos e errados. Por sua vez, ÉTICA é uma parte da filosofia que estuda a moral, os diferentes 
sistemas públicos de regras, seus fundamentos, características e justificações. Quandoouvimos 
a palavra DIREITO é mais fácil entender o significado, pois sempre associamos às leis, à 
ordem, àquilo que está codificado. 
Mas como cada área pode definir aquilo que é certo ou errado? O quadro abaixo 
pode nos ajudar para entender algumas diferenças básicas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por que o indivíduo seria honesto no escuro?" (Niklas Luhmann) 
 
Outros pensamentos são bem humorados, 
como este de Mário Sérgio Cortella: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=0o3pAwVxIOE 
 
 
 
MODO DE AGIR AMBIENTE 
NORMAS E REGRAS 
GUIADAS PELA (S) 
MORAL 
PESSOAL → é adquirida e 
formada ao longo da vida, 
por experiências 
INDIVIDUAL CONSCIÊNCIA 
ÉTICA 
SOCIAL → implica no 
consenso e na adesão da 
sociedade 
GRUPAL E/OU COLETIVO CULTURA DA SOCIEDADE 
DIREITO 
LEGAL → imposta aos 
cidadãos; exige 
cumprimento e obediência 
JURÍDICO 
INSTITUIÇÕES 
JURÍDICAS/LEIS 
 
 
Ficou claro que essas três áreas se preocupam com algo muito importante: A 
conduta humana em sociedade! 
 
 
 
 
 
 
O vídeo introduz no assunto do nosso próximo módulo: A Ética no Serviço Público! 
Quais são os mecanismos e as funções de uma Comissão de Ética? Antes da reflexão vamos 
fazer essa atividade de fixação do que aprendemos! 
 
MÓDULO 2 
1. Ética no Serviço Público 
2. Comissão de Ética Pública 
3. Funções técnicas da Comissão de Ética 
 
OBJETIVOS DO MÓDULO 
 Conhecer as funções técnicas da Comissão de Ética; 
 Entender os mecanismos para solução de conflitos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para aprofundar o debate e entender esses conceitos no serviço 
público, assista o vídeo abaixo que também aborda tais diferenças: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=NVdgp7XZl2w 
 
 
1. Ética no Serviço Público 
 
Já sabemos alguns conceitos sobre ética e compreendemos como ela trata a 
conduta humana na sociedade. Mas e no serviço público? Por que a Ética necessita ser 
codificada, se esse é um papel do Direito? Ética, Direito e Moral possuem conceitos 
diferenciados, mas coexistem e se entrelaçam. Veja a frase abaixo: 
Temos todo um ordenamento jurídico (DIREITO) para prevenir e punir crimes 
contra a vida – ou seja, a legislação (de ordem MORAL) está reforçando e colocando em 
prática um princípio ÉTICO (a vida é o maior valor humano). 
Assim, dentro do mundo profissional necessitamos de códigos de Ética, como um norte (um 
caminho) para os princípios básicos que um determinado profissional deve ter para bem cumprir 
sua missão. Temos o Código de Ética do Advogado1, Código de Ética Médica, Código de Ética do 
Profissional de Secretariado, Código de Ética do Médico Veterinário… e tantos outros códigos de 
ética destinados a cada tipo de profissão. Todos eles tentam estabelecer um padrão 
comportamental compatível com princípios da moral individual, social e profissional. E como 
construir um Código de Ética? Olhe a curiosa história verídica abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que podemos tirar de aprendizado com esse relato? Só podemos entender o 
código de ética de determinada profissão, grupo empresarial ou instituição se pudermos 
conhecer os princípios, normas, valores da organização e das pessoas que fazem parte daquele 
grupo. 
O código de ética é um documento que busca expor os princípios e a missão de 
uma determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender às 
necessidades que aquela categoria serve e representa. Eles são feitos para enfatizar os valores 
que devem ser praticados pelos profissionais e instituições. Pode-se falar também em código 
 
1 Os advogados utilizam o Código de Ética e Disciplina. No Serviço Público Federal temos essas funções e 
ordenamentos jurídicos separados. No âmbito da Universidade Federal do Pará, por exemplo, temos a Comissão 
Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – CPPAD e a Comissão de Ética da UFPA – CEUFPA. 
 
 
Clóvis de Barros Filho, respeitado professor de Ética da USP, certa vez 
foi convidado por uma assessora para fazer o Código de Ética e Posturas de 
determinada empresa. Ele recusou de imediato. Intrigada a assessora queria 
saber o motivo de recusar o convite, se estavam pagando pouco. O professor 
disse que não era esse o problema e explicou que nunca poderia fazer o código 
de uma empresa em que ele não conhecia a filosofia, os propósitos e muito 
menos o perfil das pessoas que trabalhavam lá. Ele acabou aceitando o 
convite, mas antes teve que “mergulhar” no cotidiano e na vida da empresa, 
até poder traçar alguns pontos para construção de um Código de Ética daquela 
organização. 
 
deontológico. A deontologia é a ciência que estuda os deveres e obrigações a partir da ótica 
moral e ética. Em geral é baseado na legislação vigente do país, na Declaração dos Direitos 
Humanos, nas Leis Trabalhistas e outras. 
 A Administração Pública também possui seus princípios, tão difundidos, mas nunca 
é demais relembrar o famoso LIMPE! 
 
Legalidade 
Impessoalidade 
Moralidade 
Publicidade 
Eficiência 
 
1.1 Princípio da Legalidade 
 
A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da 
vontade. É um dos mais importantes para a Administração Pública. Baseia-se no Art. 5º da 
nossa Constituição Federal, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei", pressuposto de que tudo o que não é proibido, é 
permitido por lei. Mas o administrador público deve fazer as coisas sob a regência da lei 
imposta. Portanto, só pode fazer o que a lei lhe autoriza. Ele não pode se distanciar dessa 
realidade, caso contrário será julgado de acordo com seus atos. 
 
1.2 Princípio da Impessoalidade 
 
A imagem de administrador público não deve ser identificada quando a 
Administração Pública estiver atuando. Outro fator é que o administrador não pode fazer sua 
própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse atua em nome do interesse público. E 
mais, ao representante público é proibido o privilégio de pessoas específicas. Todos devem ser 
tratados de forma igual. 
 
1.3 Princípio da Moralidade 
 
Esse princípio tem a junção de Legalidade com Finalidade, resultando em 
Moralidade. Ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na administração, 
 
lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal. Deve ser adicionado ainda a 
ideia de que o fim é e sempre será o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar juntas 
na conduta de qualquer servidor público, para o alcance da moralidade. 
 
1.4 Princípio da Publicidade 
 
Na Publicidade, o gerenciamento deve ser feito de forma legal, não oculta. A 
publicação dos assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para ambos os lados, 
tanto para o administrador quanto para o público. Porém, a publicidade não pode ser usada de 
forma errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um verdadeiro controle social e 
atendendo sempre o interesse público. 
 
1.5 Princípio da Eficiência 
 
O administrador tem o dever de fazer uma boa gestão. É o que esse princípio 
afirma. O representante deve trazer as melhores saídas, sob a legalidade da lei, bem como mais 
efetiva. Com esse princípio, o administrador obtém a resposta do interesse público e o Estado 
possui maior eficácia na elaboração de suas ações. Esse princípio anteriormente 
não estava previsto na Constituição e foi inserido após a Emenda Constitucional nº 19/98, 
relativo à Reforma Administrativa do Estado. 
Todos esses princípios juntamente com a necessidade de uma Comissão de Ética 
surgem em um período marcado por um cenáriode insatisfação da sociedade civil quanto às 
imperfeições dos sistemas políticos, especificamente em relação ao comportamento das 
autoridades. Vivemos uma fase de controle e vigilância aos conflitos de interesses gerados pela 
dificuldade de separação das esferas públicas e privadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Accountability 
 
Muitos traduzem esta palavra de 
origem inglesa para “controle”. O 
certo é que tem muitos outros 
significados e a tradução pode 
limitar seu verdadeiro sentido. 
Por ser ampla a conceituação 
vamos então ver os principais 
aspectos segundo Anna Maria 
Campos. 
 
O exercício da accountability é 
determinado pela qualidade das 
relações entre governo e 
cidadão, entre burocracia e 
clientelas. O comportamento 
(responsável ou não responsável) 
dos servidores públicos é 
consequência das atitudes e 
comportamento das próprias 
clientelas. 
 
Uma sociedade precisa atingir 
um certo nível de organização de 
seus interesses públicos e 
privados, antes de tornar-se 
capaz de exercer controle sobre o 
Estado. A extensão, qualidade e 
força dos controles são 
consequência do fortalecimento 
da malha institucional da 
sociedade civil. À medida que os 
diferentes interesses se 
organizam, aumenta a 
possibilidade de os cidadãos 
exercerem o controle e cobrarem 
do governo aquilo a que têm 
direito. Um desses mecanismos 
de controle seria a participação 
da sociedade civil na avaliação 
das políticas públicas, fazendo 
recomendações a partir dessa 
avaliação. 
 
2. Comissão de Ética Pública 
 
Nossas instituições democráticas e de 
controle são relativamente novas. Basta lembrar que 
muitas delas nasceram ou ganharam poder a partir da 
Constituição Federal de 1988. É cada vez mais 
frequente a divulgação nos meios de comunicação do 
importante trabalho exercido pelos órgãos de prevenção 
e combate à corrupção. Nós temos órgãos de controle 
externo (Tribunal de Contas da União, Ministério Público 
Federal, Controladoria Geral da União, Comissão de 
Ética Pública do Governo Federal) e instâncias internas 
(Comissões de Processo Administrativo Disciplinar, 
Auditorias Internas, Ouvidorias, Comissões de Ética) 
que melhoram e aperfeiçoam o accountability (veja o 
quadro ao lado). 
Você já deve ter se perguntado quanto se 
deixa de ser investido em políticas públicas quando há 
desvio de dinheiro. Essa é uma preocupação 
internacional. Aliado às necessidades internas dos 
países existe a necessidade dos países em firmar regras 
de combate à corrupção. Em um mundo globalizado, os 
valores, normas e princípios precisam ter alguns pontos 
comuns para que essa sociedade global possa conviver. 
É dessa relação que uma Comissão de Ética nasce e é 
mantida. 
 
 
 
 
 
A Comissão de Ética Pública busca aprimorar o 
intercâmbio de informações técnicas, bem como a troca 
de experiências sobre matérias diversas, tais como: 
conflito de interesse, ética no âmbito público, 
integridade, transparência, combate à corrupção, entre 
outras. Assim, os membros da Comissão de Ética Pública 
reúnem-se em eventos para discutir, com outros especialistas e representantes de organismos 
internacionais, boas práticas de gestão da ética. Participam da Reunião dos Estados-Parte da 
Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção (ONU); da Reunião do Grupo de Especialistas 
em conflito de Interesse (OCDE); da Convenção Interamericana contra a Corrupção (OEA), além 
dos Congressos Internacionais sobre a Reforma do Estado da Administração Pública (CLAD). 
As Comissões de Ética (CE) vinculadas ao Poder Executivo Federal são órgãos 
subordinados à Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República – estão 
encarregadas de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor no tratamento com 
as pessoas e com o patrimônio público. Para isso, implementa ações como a realização de 
seminários e campanhas educativas, bem como aplica as sanções cabíveis, buscando 
precipuamente a prevenção de conflitos, a preservação dos valores éticos e a disseminação da 
cultura ética dentro do Serviço Público Civil Federal. Em geral as CE possuem as seguintes 
atribuições básicas: 
 Zelar pelo cumprimento dos valores éticos do serviço público federal, regulamentados no 
âmbito do ordenamento jurídico federal e internos de cada instituição; 
 Fornecer à Unidade de Gestão de Pessoal os registros sobre a conduta ética dos 
servidores, para efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais 
procedimentos próprios da carreira do servidor; 
Quem poderá acionar a 
Comissão de Ética? 
 
Qualquer cidadão, agente 
público, pessoa jurídica de 
direito público ou privado, 
associação ou entidade de 
classe poderá provocar a 
atuação da CE, visando à 
apuração de infração ética 
imputada a agente público, 
órgão ou setor específico 
de ente estatal. 
 
 
 Atuar como instância consultiva do Dirigente máximo e dos respectivos servidores da 
Instituição. 
 
2.1 Funções técnicas da Comissão de Ética 
 
Educativa – fornecer subsídios morais para 
a formação e consolidação da cultura ética. 
 
 
 
Consultiva – referenciar, sob o prisma da 
ética, consultas internas na instituição; 
 
 
 
 
 
 
Preventiva – prevenir a ocorrência de 
conflitos intersubjetivos; 
 
 
Conciliadora – criar mecanismos amigáveis para a solução de conflitos internos. 
 
 
 
 
 
 
Repressiva – em último caso, exercer correções de problemas éticos em conformidade com a 
Lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perceba que a última função técnica é a repressiva. A Comissão de Ética tem o 
propósito educativo, preventivo e conciliador antes atribuir uma pena por determinada infração 
ética. 
 
 
MÓDULO 3 
 
OBJETIVOS DO MÓDULO 
 Assimilar as principais normas do Regramento ético que norteia a Universidade Federal 
do Pará. 
 
3. Plataforma Legal da Comissão de Ética 
 
Existe um conjunto de normas dos quais os servidores públicos civis federais devem 
observar. Algumas dessas normas dizem respeito de como uma Comissão de Ética deve estar 
organizada, o mínimo necessário para seu funcionamento e o rito processual que deve ser 
seguido. Outras trazem um rol de condutas consideradas antiéticas. Sempre bom lembrar que 
esse rol nunca deve ser fechado. Cada instituição deve ser capaz de criar suas normas, claro 
desde que não afronte a Constituição e as seguintes normas: 
 
 
 
 
 
 
 
Não vamos aqui debater todos os artigos das normas acima. Se você quiser ter um 
acompanhamento mais detalhado, basta clicar em cada um dos retângulos para conhecer de 
forma mais aprofundada como uma Comissão de Ética está estruturada. Destacaremos aqui, 
aquelas normas que nos auxiliam a entender os objetivos de uma Comissão de Ética no Serviço 
Público Civil de órgãos federais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Decreto 1.171/1994 
Decreto 6.029/2007 
Resolução CEP Nº 10/2008 
 
INSTÂNCIA ATRIBUIÇÕES 
DECRETO 
1.171/94 
DECRETO 
6.029/07 
RESOLUÇÃO 
CEP 10/08 
DIREÇÃO 
Observar e fazer observar a Ética 
e a Disciplina 
- 
Art.8º, I 
- 
Constituir a Comissão de Ética Art. 2º; Cap. 
II, XVI 
Art. 8º, II 
- 
Garantir condições de trabalho à 
comissão 
de ética e integrantes 
Art. 2º, Cap. 
II, XVI 
Art. 6º, I; Art. 8º, III 
- 
Avaliação da Gestão da Ética - Art. 6º, II - 
COMISSÃO 
DE ÉTICA 
Aproveitar/Executar o plano de 
trabalho 
- Art. 7º, § 1º Art 2º, XXIV 
Aplicar o Código de Ética do 
Serviço Federal 
Art. 2º Art. 7º,II Art. 2º, II 
Supervisionar o Código da 
Alta Administração Federal 
- Art. 7º, IV Art. 2º, IV 
Função Consultiva 
Capítulo II, 
XVI 
Art. 7º, I, II, “b” Art. 2º, I, VI, 
VII, XIX 
Função Educativa 
Capítulo II, 
XVI 
Art. 7º, II, “d” Art. 2º, II, “c”; 
Art. 17 caput 
Função Investigativa 
Capítulo II, 
XVI, XXIV 
Art. 7º, II, “c” Art. 2º, II, “b”, 
VII, IX 
Função Punitiva 
Capítulo II, 
XXII 
Art. 12 §5º, I, II, III Art. 2º, XV, 
“a”, “b”, “c”, 
“d” 
Função Representativa - Art. 7º, III Art. 2º, III 
Função Administrativa Diversos Diversos Diversos 
SECRETARIA 
EXECUTIVA 
Elaborar e cumprir o Plano de 
Trabalho 
- Art. 7º, §1º Art. 4º caput 
Coordenar ações de 
comunicação e educação ética 
- - Art. 10, VIII 
Coordenar o trabalho dos 
representantes locais 
- - Art. 10, V 
Coordenar o assessoramento 
técnico e administrativo 
- Art. 7º, §1º Art. 10, III, IV, 
V, VI 
PROCESSOS 
DE 
TRABALHO 
Compromisso Institucional Art. 2º Art. 6º, I, II; 
Art. 8º, I a IV 
- 
Plano de Trabalho - Art. 7, §1º Art. 2º, XXIV 
Regramento Ético Art. 1º, Cap. I Art. 15, caput, Art. 
20, §1º 
Art 18, §1º 
Organização e Funcionamento Cap. II, XVI, 
XXII 
Diversos Diversos 
Procedimento e Rito Processual Cap. II, XVIII, 
XXII, XXIV 
Diversos Diversos 
 
 
 
 
3.1 Código de Posturas da Universidade Federal do Pará (Resolução nº 657, de 23 de 
dezembro de 2008) 
 
Você sabia que a Universidade Federal tem um Código de Posturas? Não é um Código 
Ética. Esse ainda precisa ser discutido e proposto, quem sabe por você! O Código de Posturas é 
bem avançado e se preocupa com o uso dos vários espaços da instituição. Vamos ler a matéria 
do nosso jornal o Beira do Rio! 
 
UFPA adota Código de Posturas: 131 artigos estabelecem regras de convivência 
 
Vocês puderam ler na matéria a quantidade de normas que o Código de Postura da 
UFPA possui! Aliado à plataforma legal da Comissão de Ética e das regras da Comissão de 
Processo Administrativo Disciplinar (Lei 8.112/1990) temos um valioso ordenamento jurídico na 
matéria de ética, disciplina e conduta! 
Ajude a divulgar essas normas! Seja um entusiasta do bom serviço público! 
 
3.2 Criação da Comissão de Ética da Universidade Federal do Pará 
 
 
Diante à necessidade de se fazer cumprir as normas editadas, a Comissão de Ética do 
Poder Executivo Federal passou a fazer visitas para saber informações da implementação das 
comissões nos vários órgãos ligados ao Poder Executivo Federal, como a Universidade Federal 
do Pará. O link abaixo é um registro dessa primeira visita que a UFPA recebeu de alguém do 
alto escalão da Comissão de Ética Pública Federal: 
 
 
UFPA recebe visita de representante da Comissão de Ética do Executivo Federal 
 
 
A partir da visita e das solicitações da Comissão de Ética Pública Federal foi 
efetivamente regulamentada a Comissão de Ética da Universidade Federal do Pará – CEUFPA a 
partir da Resolução nº 720 do Conselho de Universitário, de 20 de setembro de 2013. No 
mesmo ato aprovou seu regimento geral. É uma norma que acompanha a plataforma legal vista 
acima e está assim dividida: 
 
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- Capítulo I – Competências (artigo 2ª) 
- Capítulo II – Composição (artigos 3º e 4º) 
- Capítulo III – Funcionamento (artigos 5º a 7º) 
- Capítulo IV – Atribuições (artigos 8º e 9º) 
- Capítulo V – Mandatos dos membros (artigos 10 e 11) 
- Capítulo VI – Normas gerais de procedimento (artigos 12 a 18) 
- Capítulo VII – Rito Processual (artigos 19 a 31) 
- Capítulo VIII – Deveres e responsabilidades dos integrantes da Comissão (artigos 32 a 34) 
- Capítulo IX – Disposições Finais 
 
CONCLUSÃO 
 
Chegamos ao final do curso! 
Ao longo dos três módulos podemos entender o significado de Ética e descobrimos que 
não é apenas um conceito filosófico! É muito prático e presente em nossas vidas! Vimos como a 
Ética se relaciona com o Direito e a Moral. Podemos entender que as Comissões de Ética 
surgem em um contexto onde se cobra mais transparência dos órgãos públicos! E quanto é 
importante a atuação da sociedade civil, que deve estar sempre vigilante aos atos do 
administrador público. 
No âmbito da Universidade Federal do Pará analisamos as normas que tratam da matéria 
na Instituição. Aprofundamos o conhecimento quanto as regras de funcionamento, as 
competências e nos exercícios percebemos um pouco o papel de um membro da Comissão de 
Ética, que deve ter além do comportamento pautado nas condutas éticas do servidor público, 
deve ser um proponente da ética no Serviço Público! 
Seja você também esse entusiasta da ética no serviço público! E não se esqueça de que 
a prática cotidiana por meio de nossos valores forma nosso caráter! Se a cada dia trabalharmos 
na perfeição do conhecimento e do caráter individual estaremos muito próximos de sermos 
seres éticos, e felizes, como tanto defendeu Aristóteles. E assim, além da felicidade individual 
seremos capazes de promover a felicidade pública, tendo como caminho o serviço público 
federal! 
A sua consciência e participação são fundamentais para a construção da excelência no 
serviço público brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ARISTÓTELES. Ética à Nicôcamo. 
BARRETO, Vicente de Paulo. Direitos Humanos, Democracia e Globalização. In: Liber 
Amicorum. Homenagem ao prof. Doutor António José Avelãs Nunes. Coimbra, 2009. 
CAMPOS, Anna Maria. Accountability: quando poderemos traduzi-la para o Português. 
In: Public service accountability: a comparative perspective. Jabbra Joseph G. & Dwivedi. O 
.P.West Harttid, Connecticut. Kurnarian Press, 1988. 
OLIVIERI, Antônio Carlos. Política: A arte ou ciência de governar. UOL Educação, 2005. 
Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/politica-a-arte-ou-ciencia-de-
governar.htm 
SPERBER, Monique Canto. O Dicionário de Ética e Filosofia Moral. São Leopoldo, RS 
Unisinos, 2003; 2 vols. 
 
Sites visitados 
Comissão de Ética Pública http://etica.planalto.gov.br/ 
Código de Ética http://codigo-de-etica.info/

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