Buscar

Prova Pericial Art. 464 a 480

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

DA PROVA PERICIAL
O princípio do devido processo legal exige que desde a provocação do Estado-Juiz até o momento em que a tutela jurisdicional é prestada em definitivo, sejam disponibilizados aos jurisdicionados todos os meios legais para defesa de seus interesses, assegurando o contraditório. Às partes envolvidas numa lide deve ser facultada a produção de todas as provas que se mostrem necessárias à comprovação de suas alegações, para assim se desincumbirem de seus ônus.
O destinatário da prova é o juiz. Para esse fim é que se produz a prova, pela qual virá a formar sua convicção. Para auxiliar a função do juiz nas causas em que a matéria envolvida exigir conhecimentos técnicos ou científicos próprios, o magistrado será assistido de forma primordial com diligência e imparcialidade por perito ou órgão especializado. Assim, dentre os meios de prova legalmente previstos, destacaremos aqui a Pericial – fundamentadas nos artigos 464 a 480 do CPC.
A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. Assim, a perícia supõe conhecimento técnico especifico; a avaliação visa o valor de um bem; Exame é feito em pessoas, documentos e coisas moveis e, a vistoria visa apurar fatos e estado de bens. A prova pericial poder ser indeferida quando: 
A prova não depender de conhecimento especial técnico;
For desnecessária tendo em vista outras provas produzidas;
Havendo outras provas no processo que formulam o convencimento do juiz;
A verificação for impraticável.
Pode ainda o juiz de oficio ou a requerimento das partes, quando o ponto controvertido for de menor complexidade, determinar a produção de prova técnica simplificada. Esta consistirá no questionamento de um especialista, que deverá ter formação específica na área e poderá utilizar-se de recursos tecnológicos para esclarecimentos acerca do ponto controvertido.
O perito, auxiliar do juiz para busca das convicções dos fatos e imprescindível para o desempenho da prova pericial, deverá cumprir de forma primordial com diligência e imparcialidade o seu encargo, e começara a perícia independente do termo de compromisso legal, no dia e lugar que o juiz determinar. Se houver exames ou diligencias em outro local o perito terá que dar ciência no prazo de 5 dias. O perito pode ser substituído se lhe faltar o conhecimento técnico, que é algo bem específico, geralmente adquirido pelos anos de experiência; ou científico, que é o conhecimento adquirido academicamente sobre ciências em geral; ou ainda se deixar de cumprir o encargo no prazo sem justificativa plausível. Neste caso, sujeita-se a penalidade de multa, restituição do valor em 15 dias e impedimento da atividade por 5 anos. A parte que adiantou o valor e não tendo a restituição do mesmo, poderá executar o perito segundo o art. 513 CPC.
O perito deverá ser especializado no objeto da perícia, e ao ser solicitado pelo juiz, terá de imediato prazo estabelecido para entrega do laudo. Diante disso, terão as partes 15 dias da data da intimação do despacho para se manifestarem, seja para impedimento ou suspeição do perito, indicar assistente técnico e apresentar seus quesitos. O perito terá 5 (cinco) dias após ciência de sua nomeação para apresentar sua proposta de honorários, seu currículo e contatos, especialmente seu endereço eletrônico para recebimento das intimações. Com isso, após serem intimadas da proposta, as partes poderão se manifestar com prazo de até 5 dias conforme art. 95 deste código. O assistente técnico é uma pessoa de confiança da parte e não está sujeito a impedimento ou suspensão. Os valores previamente estabelecidos numa perícia poderão sofrer alterações se forem inconclusivas ou deficientes.
As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que poderão ser respondidas pelo perito previamente ou na audiência de instrução e julgamento. Sendo que o escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos quesitos aos autos. Cabe ao juiz indeferir quesitos que considere desnecessários e poderá formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa.
A perícia consensual, advinda das partes, substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito nomeado pelo juiz. Às partes cabe ainda, em consenso, escolher o perito, desde que sejam plenamente capazes e a causa possa ser resolvida por auto composição; neste caso pode haver a participação de árbitro ou mediador. A auto composição pode ocorrer por:
Desistência – Renúncia da proteção do Direito lesado ou ameaçado de lesão.
Submissão - Aceitação de resolução de conflito oferecido pela parte contraria.
Transação – Negociação equilibrada e recíproca entre as partes.
A finalidade da prova é a convicção dos fatos da causa, assim, a importância da prova e da sua análise pelas partes e pelo juiz é fundamental para que o processo possa cumprir os seus fins, sendo concomitantemente relativa a necessidade de prova pericial se o juiz considerar pareceres técnicos ou documentos elucidativos apresentados na audiência inicial e na contestação suficientes para elucidação dos fatos.
O laudo deverá conter a exposição, a análise e o método utilizado; bem como demonstração esclarecedora em ordem lógica, com linguagem simples e fundamentada, para aceitação de especialistas da área, juiz, partes e Ministério Público nos quesitos previamente apresentados. O Perito deve se ater ao que foi solicitado, não devendo ultrapassar o que lhe foi designado ou emitir opinião pessoal. Além do Perito, os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários para desempenho de suas funções para o esclarecimento do objeto da perícia. Havendo complexidade na perícia a qual abranja mais de uma área, poderá o juiz nomear mais de um perito e a parte mais de um assistente. As partes deverão ter ciência do local e início e da realização da produção da prova pericial.
Se o perito não puder apresentar justificadamente seu laudo no prazo, terá a extensão, sento tal prazo a metade do qual inicialmente fora determinado, e não mais conforme o arbítrio do magistrado como determinava o antigo código de 73.
O perito designado ao caso terá o prazo de 20 dias antes da audiência de instrução e julgamento, para protocolar o respectivo laudo. Dessa forma, as partes serão intimadas e terão 15 dias comum para se manifestarem sobre o laudo; e de igual forma tem o mesmo prazo o assistente para apresentar seu parecer. Havendo discrepância, o perito designado terá o prazo de 15 dias para esclarecer. O perito será eletronicamente intimado com pelo menos 10 dias de antecedência da audiência.
Órgãos oficiais ao prestarem gratuidade na justiça, podem solicitar prorrogação do prazo se requerida motivadamente. Para autenticidade de documento ou de natureza médico legal, será escolhido perito de estabelecimentos oficiais e os autos e material sujeito a exame serão remetidos aos seus respectivos diretores. 
O juiz apreciará a prova pericial indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar sua conclusão, levando em consideração o método utilizado.
O juiz determinará nova perícia quando o incontroverso em relação ao objeto permanecer. A segunda pericia destina-se a esclarecer omissão ou inexatidão com mesmos fatos e disposições em resultados em resultado controverso da primeira; ela não substitui a primeira.

Outros materiais