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AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO Generalidades - agência e distribuição são contratos muito comuns na seara mercantil, regulados pelas Leis n. 4.886/65 e 6.729/79, com alteração da Lei n. 8.132/90, podendo ser regidos por clausulas contratuais e supletivamente pelas normas do mandato e da comissão - o CC os prevê nos arts. 710 a 721 Contrato de Agência ou Representação Comercial 1. Conceito - é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a realizar certos negócios, em zona determinada, com caráter de habitualidade, em favor e por conta de outrem, sem subordinação hierárquica 2. Elementos Caracterizadores - contratualidade - obrigação do agente de promover a conclusão do contrato por conta do proponente - profissionalidade do representante - autonomia na prestação de serviço - habitualidade do serviço - delimitação da zona onde deverá ser desenvolvida a atividade do agente - exclusividade recíproca da representação - retribuição do representante pelo agenciamento 3. Conseqüências Jurídicas a) direitos do agente - exclusividade - remuneração - ver atendidos os seus pedidos - liberdade de ação - admitir subagentes - ressarcir-se de prejuízos causados por inadimplemento do proponente b) obrigações do representante - exercer sua atividade conforme as instruções recebidas - conseguir negócios em favor do representado - informar o representado das condições do mercado, perspectivas de vendas, situação da clientela, atuação dos concorrentes e andamento dos negocios - diligenciar para que os clientes recebam com regularidade as mercadorias - manter sigilo sobre as atividades da representação - pagar as despesas decorrentes do agenciamento - prestar contas de suas atividades c) deveres do representado - pagar a remuneração dos serviços prestados pelo representante - respeitar a exclusividade prevista no contrato d) direitos do representado - reter o pagamento do representante, nos casos em que o contrato for rescindido por culpa dele, para garantir a indenização dos danos que sofreu com a rescisão - conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos 4. Extinção - pelo decurso do prazo - pela resilição unilateral - pela resolução por inexecução contratual - pelo distrato - pela força maior ou caso fortuito - pela morte do agente Contrato de Distribuição ou de Concessão Comercial “Lato Sensu” Noção - é aquele em que uma pessoa assume a obrigação de revender, com exclusividade e por conta própria, mediante retribuição, mercadorias de certo fabricante, em zona determinada Generalidades - poderá reger-se pelo novo Código Civil, arts. 710 a 721, pela Lei n. 6.729/79, com alterações da Lei n. 8.132/90, sendo uma espécie genérica de concessão mercantil. É contrato típico e misto por abranger a compra e venda dos produtos a serem distribuídos, a agência, o fornecimento de estoques de mercadorias, a prestação de serviços de assistência técnica e o uso de marca. A venda de produtos fabricados é feita ao comerciante, que revende a consumidores. Esse contrato é utilizado na comercialização de produtos derivados de petróleo, de bebidas, de automóveis, caminhões, ônibus, tratores, motocicletas. Não serão suscetíveis de distribuição ou concessão as máquinas rodoviárias e agrícolas, a colheitadeira, a debulhadora e a trilhadeira. Conceito O contrato de distribuição é o acordo em que o produtor, oferecendo vantagens especiais, compromete-se a vender, continuadamente, seus produtos, ao distribuidor, para revenda em determinada área geográfica Requisitos 1. Subjetivos: de um lado o concedente ou produtor, seja ele fabricante ou manipulador do produto, e de outro lado o distribuidor, que se obriga a revender os produtos e a prestar assistência técnica, em seu nome e risco 2. Objetivos: o produto comercializado, objeto da distribuição, deverá ser fabricado pelo fabricante e destinado à revenda na área delimitada, pelo preço fixado pelo produtor 3. Formais: deverá ser feito por escrito, mediante adesão do distribuidor, pois o fabricante deverá submeter todos os distribuidores, sem exceção, a normas estabelecidas pré-fixadas. O contrato de distribuição permanecerá sempre em aberto, permitindo o ingresso de novas partes, pois, mediante instrumento-padrão do contrato, novos distribuidores serão admitidos. Exigi-se, ainda, que esse contrato seja assentado no Registro de Títulos e Documentos Obrigações do concedente ou produtor - não efetuar vendas diretas - respeitar a exclusividade reservada ao distribuidor - promover propaganda dos produtos a serem revendidos pelo distribuidor - não exigir o pagamento antes do faturamento - cumprir, se rescindir o contrato, os arts. 24 e 25 da Lei n. 6.729/79 Deveres do distribuidor - vender os produtos fornecidos pelo concedente ou fabricante - submeter-se à fiscalização e às normas da concedente relativas ao preço, à assistência técnica, aos acessórios que serão colocados à venda, à revisão e ao numero de bens que deverão ser vendidos - ter uma reserva de estoque - aparelhar suas instalações - dirigir a publicidade - facilitar a realização de inspeções técnicas por profissionais da concedente - organizar cursos de aperfeiçoamento para aprimorar a técnica dos funcionários - ter uma oficina de reparos e reposição de peças - dar garantia do produto à clientela - pagar 5% do valor total das mercadorias que adquiriu nos últimos 4 meses, se der causa à rescisão contratual - arcar com as despesas de execução do contrato Controle empresarial sobre a rede de distribuição - pela exclusividade de aprovisionamento, restringindo o direito do distribuidor de adquirir produtos de outro produtor, para a revenda na área demarcada - pela adoção, pelos distribuidores, dos métodos e condutas organizativas do fabricante - pela interferência do fabricante na política comercial dos distribuidores, fornecendo dados mercadológicos Casos de resolução do contrato - vencimento do prazo contratual - denúncia justificada de uma parte à outra - inadimplemento contratual - extinção do sistema de distribuição - distrato - resilição unilateral do fabricante - força maior ou caso fortuito COMPILAÇÃO DO QUADRO SINOPTICO DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, v. 3, pg. 436 a 440. . Ed. 2007
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