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EDUCAÇÃO FINANCEIRA 
E PLANEJAMENTO 
DOMÉSTICO 
Como Controlar Gastos Domésticos com Criatividade 
e Capacidade 
Magno Angelito Bontorin 
Curitiba, julho/2013 
Esta apostila foi desenvolvida para servir de instrumento de apoio ao curso 
Educação Financeira e Planejamento Domestico e oferece ao seu usuário 
condições de reciclar e aprimorar conhecimentos de forma simples e acessível, 
sobre os principais conceitos de Finanças e Orçamento Domestico, através da 
aplicação e desenvolvimento de exercícios, reflexão de temas pertinentes, em 
aula, construindo o conhecimento em negociações financeiras e controle de 
dívidas. Estas questões tema/exercicios, são baseadas em situações práticas do 
dia a dia tanto a nível pessoal como familiar ou profissional. Além disto, ensina 
como resolver os problemas do cotidiano particularmente na relação conjugal e na 
partilha dos assuntos financeiros e responsabilidades mútuas. 
Educação Financeira e Planejamento Doméstico Profº Magno Angelito Bontorin 
1 
Sumário 
1 – FINANÇAS PESSOAIS / ORÇAMENTO DOMÉSTICO ............................................. 3 
1.1 IMPORTÂNCIA DE CONVERSAR COM A FAMILIA ........................................................... 3 
1.2 ESPAÇO PARA AS DIFERENÇAS..................................................................................... 6 
1.3 REGRAS DE NEGOCIAÇÃO PARA O CASAL .................................................................... 6 
1.4 SUGESTÃO PARA MONTAR SEU ORÇAMENTO DOMESTICO ............................................ 8 
2 ECONOMIA X FINANÇAS .......................................................................................... 13 
2.1 EXEMPLOS DE ENDIVIDAMENTO ................................................................................ 21 
2.2 COMO RENEGOCIAR DÍVIDAS ..................................................................................... 22 
2.3 RAZÃO COMO GUIA DE JUROS ................................................................................... 22 
2.4 QUEM NÃO SABE, PAGA CARO... ................................................................................. 23 
2.5 COMO SE LIVRAR DO CARTÃO DE CRÉDITO ............................................................... 24 
2.6 CARTÃO QUALIDADE ................................................................................................. 25 
2.7 NÃO EXISTE VENDA A PRAZO SEM JUROS... ................................................................ 27 
2.8 CONSUMIDOR S.A. .................................................................................................... 28 
2.9 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ....................................................................... 28 
2.10 PASSOS PARA UMA BOA RENEGOCIAÃO .................................................................... 29 
2.11 ESTE É O MOMENTO DE PLANEJAR SUA VIDA E TRAÇAR SEUS OBJETIVOS ................... 30 
3 MORADIA ...................................................................................................................... 37 
3.1 ABUSOS NO ALUGUEL ............................................................................................... 37 
3.2 AGUA ........................................................................................................................ 38 
3.3 ELETRICIDADE ........................................................................................................... 38 
3.4 CONSERTOS NA MORADIA / CONTRATO COM TERCEIROS ........................................... 39 
3.5 LIXO .......................................................................................................................... 40 
4 ALIMENTAÇÃO ........................................................................................................... 40 
4.1 OS PAIS SÃO RESPONSÁVEIS ....................................................................................... 41 
4.2 HORTA DOMESTICA - APROVEITAMENTO ................................................................... 41 
5 SAUDE - MEDICAMENTOS ....................................................................................... 42 
5.1 COMO ECONOMIZAR NA SAUDE ................................................................................. 42 
5.2 MEDICAMENTOS GENÉRICOS ..................................................................................... 42 
6 SAUDE - RELACIONAMENTOS ............................................................................... 48 
6.1 SAUDE – RELACIONAMENTOS .................................................................................... 48 
6.2 SAUDE – FILHOS ........................................................................................................ 49 
7 EDUCAÇÃO ................................................................................................................... 49 
7.1 MENSALIDADE ESCOLAR ........................................................................................... 49 
7.2 LANCHE: NA ESCOLA OU EM CASA? ........................................................................... 50 
7.3 MESADA PARA OS FILHOS .......................................................................................... 50 
7.4 VOCE FEZ, VOCÊ ASSUME .......................................................................................... 50 
7.5 CRIANÇA BIRRENTA... ................................................................................................ 51 
7.6 PAPEL ...................................................................................................................... 51 
8 TRANSPORTE ............................................................................................................... 52 
8.1 TRANSPORTE COLETIVO OU ESCOLAR ....................................................................... 52 
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8.2 COMBUSTIVEL ........................................................................................................... 52 
8.3 AUTOMOVEL – COMO PROLONGAR A VIDA ÚTIL DA SUA BATERIA ........................ 53 
8.4 AUTOMÓVEL – IPVA – FIQUE ATENTO AOS IMPOSTOS ......................................... 54 
9 PESSOAL ........................................................................................................................ 54 
9.1 DESEJO OU NECESSIDADE? ........................................................................................ 54 
9.2 ROUPAS – PRECISO IR A UMA FESTA, E AGORA? ......................................................... 55 
9.3 FESTA DE ANIVERSARIO DE UM FILHO ....................................................................... 55 
9.4 CONSUMIDOR � DIREITOS E DEVERES ..................................................................... 55 
9.5 O CÍRCULO DAS RELAÇÕES ........................................................................................ 56 
9.5.1 Pessoal (eu) .......................................................................................................... 57 
9.5.2 Família ................................................................................................................. 57 
9.5.3 Empresa ................................................................................................................ 57 
9.5.4 Posição ................................................................................................................. 57 
9.5.5 Chefe ..................................................................................................................... 57 
9.5.6 Subordinados ........................................................................................................ 57 
9.5.7 Colegas ................................................................................................................. 57 
9.5.8 Comunidade ..........................................................................................................57 
9.6 PLANO DE METAS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL ..................................... 58 
9.6.1 Área de Desenvolvimento: Pessoal / Familiar ..................................................... 58 
9.6.2 Área de Desenvolvimento: Saúde física ............................................................... 58 
9.6.3 Área de Desenvolvimento: Comunidade .............................................................. 58 
9.6.4 Área de Desenvolvimento: Educação / Ensino..................................................... 58 
9.6.5 Financeiro ............................................................................................................ 58 
9.6.6 Espiritual .............................................................................................................. 58 
9.7 FAÇA SEU PLANO DE MDETAS ................................................................................... 59 
9.8 CONSELHOS PRÁTICOS PARA VOCÊ NÃO IR AO FUNDO DO POÇO .............................. 60 
9.9 TESTE � VOCÊ SE PREOCUPA COM SEU PLANO DE METAS? .................................... 61 
10 – LAZER ......................................................................................................................... 63 
10.1 DESCANSO, DIVERSÃO... ........................................................................................... 63 
10.2 LAZER COM OS BICHANOS, POR QUE NÃO ??? ............................................................. 64 
 
 
 
 
 
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1 – FINANÇAS PESSOAIS / ORÇAMENTO 
DOMÉSTICO 
“Não importa o tamanho do 
patrimonio nem a 
disponibilidade financeira do casal: nunca é 
fácil falar de dinheiro. Mas marido e mulher 
podem aprender a negociar, entendendo que 
cada um tem um estilo de gastar” 
1.1 Importância de conversar com a Familia 
Quando chega o momento de compartilharmos 
nossos sonhos e problemas com alguém fazemos uma 
escolha muito apurada. Avaliamos inúmeras 
caracteristicas que se tornam boas qualidades em nossas 
analise pessoal como formação religiosa, apego à familia, 
gostar de crianças, formação acadêmica (escolar), 
educação, boas maneiras e bons modos. Enfim 
escolhemos a pessoa que vai compartilhar nossa vida e 
nossos sonhos para o resto de nossas vidas. 
Aprovamos o seu jeito de fazer amor, conhecemos 
quais os assuntos que deixam nosso conjuge entusiasmados, descobrimos quais são 
os deus defeitos. Juntos, conversamos sobre o nosso futuro e assumimos o 
compromisso de respeitar as diferenças e dividir as responsabilidades asssumidas. 
Em suma, ninguém se casa antes de escolher muito bem o homem ou mulher 
com quem vai se casar. Todas as caracteristicas qeu serviram de base para a nossa 
escolha tem por finalidade favorecer a convivência conjugal, favorecer o diálogo entre 
marido e mulher. Mas, um assunto geralmente muito embaraçoso é dinheiro. É normal 
até chegar a um entendimento e decidir quem vai pag o quê. Mas a falta de educação 
financeira, problema comum nas pessoas do Brasil, não permite que o assunto evolua 
para outros campos e então paramos por aí. 
Não podemos imaginar que quando se discute finanças nos tornamos pessoas 
mesquinhas ou obsessivas perante o outro. Falar de dinheiro não é feio nem tão pouco 
desagadável mas é fundamental para a saúde do orçamento doméstico e vital para a 
relação conjugal. Da mesma forma como no sexo, não pode haver tema proibido 
nessa conversa, que muitas pessoas consideram desnecessárias algumas vezes 
vulgar ou ate mesmo deselegante. 
No mundo atual onde a comunicação e a informação chegam a todas as 
pessoas, sem discriminar classe social, raça ou cor, não podemos mais permitir temas 
proibidos. Vivemos cercados por questões que a todo momento nos induzem ao 
consumismo e quando não dispomos das condições financeiras necessárias para 
adquirir ou consumir criamos um problema em nossa casa. Importante que o casal 
 
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defina quais os valores que se podem utilizar para o consumo e lazer pessoal e 
também para o lazer e consumo do casal. 
A vida a dois fica melhor quando o casal consegue 
administrar suas finanças no dia-a-dia e a definir o que fazer 
com o dinheiro que sobra (se sobrar). Planejar uma viagem à 
casa dos pais? Economizar para comprar um sofá novo? 
Planejar o pagamento dos estudos do(s) filho(s)? Poupar para 
fazer um curso de aperfeiçoamento profissional? Estas 
decisões são extremamente importantes tanto antes como 
depois do casamento e, a partir do momento que começa a 
ser feita propicia que os cônjuges conheçam as prioridades 
um do outro além do que serve para se prepararem e resolverem eventuais 
divergências financeiras com os acordos que foram feitos com a devida antecedência 
e de forma clara entre eles. 
Por que é tão difícil falar o que queremos? 
No inicio de nossa vida de casal, vivemos uma etapa em que as emoções falam 
mais alto. Somos movidos pela paixão. Tudo à nossa volta é perfeito e não falta 
absolutamente nada. Após o casamento começamos a reduzir o nível de nossaas 
emoções que estavam supervalorizados. Então, após o casamento começamos a nos 
deparar com situações até então não previstas pelos casais. Precisamos deixar um 
pouco a emoção de lado e cuidar melhor da parte materialista. 
Quando nos deparamos com situações em que notamos que nosso cônjuge 
está se desesperando porque entrou novamente no limite do cheque especial ou 
porque não conseguiu pagar suas prestalções em dia, precisamos sentar e 
conversar, expor nossa apreensão e insegurança. Mas não podemos colocar o 
assunto de forma a por tudo a perder. Estamos pedindo para o romance acabar. 
Devíamos ter aprendido na fase de namoro que o amor deve ser flexível e que 
conversar é fundamental para que o casal chegue ao entendimento desejado. Na 
vida tudo depende de treinamento. Deviamos ter “treinado” a discutir estes assuntos 
sobre finanças ou dificuldades financeiras. Fica mais facil depois do casamento ir 
direto ao assunto. Não podemos jamais cair na tentação de taxar nosso cônjuge de 
“desorganizado”, “incompetente”, etc. 
Ninguem precisa ficar alardeando as dificuldades que temcom dinheiro. Elas se 
revelam aos poucos, ao longo da convivência. Não podemos iniciar cada nova 
semana rezando para que o nosso cônjuge não se esqueça de pagar este ou aquele 
compromisso ou de reservar dinheiro para pagar alguma conta naquele dia. Estes são 
sinais de que há algo de errado no comportamento 
dele e no seu de não se sentar para conversar sobre 
a situação. 
Somente o diálogo poderá acabar com esta 
tensão. Somente uma conversa ffranca e sincera 
poderá permitir que se resolva a situação. Sempre 
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num clima de serenidade e harmonia, trazer o assunto e procurar entender os motivos 
que justificam aquela atitude e parar com as suposições que apenas contribui para 
enfraquecer e esfriar o relacionamento conjugal. 
Algumas suposições. Pensamento... 
Das mulheres � Ele deve ter uma amante.... 
Dos homens � Será que ela gastou em bobagens 
novamente o dinheiro das contas da casa? 
Por mais banal que seja a situação não podemos 
deixar passar despercebido. É necessário comentar o 
esquecimento ou a falta de dinheiro. Normalmente as 
mulheres tendem a ser mai compreensivas mas também são como poços profundos: 
gostam de ir acumulando e um dia explodem do nada e neste momento perdem o 
controle vindo a ter uma reação desproporcional ao fato em si e tendem a xingar até 
a enésima enésima geração do marido estabelecendo um conflito que deencadeará 
raiva e rancor sendo que, se houvesse uma conversa preventiva lá atrás o desgaste 
da relação seria evitado. 
De forma geral, sem expor nossasinquietações e inseguranças, fantasiamos, 
entramos no campo pantanoso da livre interpretação e das indiretas que, na maioria 
das vezes não são entendidas pela cara metade. 
Mal-entendidos não esclarecidos são um empecilho a mais na já espinhosa 
tarefa de construir um projeto de vida a dois. Contribuem, também, para a criação de 
rótulos.É mais simples catalogar uma atitude que não compreendemos, moldando-a a 
nossa visão de mundo, do que decifrá-la. 
Temos a tendência de rotular os outros por seus atos. Uma vez cristalizado o 
rótulo, deixamos de nos relacionar com a pessoa e passamos a nos relacionar com os 
estereótipos que criamos, ou seja, a imagem que temos do ser "amado". Por exemplo: 
ela é uma fera...; ele é um mão de vaca...; ela não cede...; com ele não adianta nem 
tentar...; etc. 
Estes rótulos nascem de ironias, indiretas, sarcasmos: 
- "Você é mesmo folgado(a)"...; 
-"Tudo eu, tudo eu, você não serve para nada?"...; 
É difícil sermos tolerantes em alguns momentos e percebermos que o outro 
também tem suas dificuldades e reagimos em cima da falha do outro, como se 
fossemos donos da verdade. 
Num casamento cuja base é o amor não pode haver rótulos. Os parceiros 
aceitam as diferenças, discutem as dificuldades em lidar com o dinheiro e, 
entendem que somos seres humanos, dinâmicos, mutáveis, em constante 
evolução, logo, capazes de sentar, olhar no olho um do outro e conversar. 
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1.2 Espaço para as Diferenças 
É comum imaginarmos que, porque somos um casal, devemos buscar sempre 
os mesmos ideais, pensar sempre da mesma maneira, para "aumentar a sintonia", 
como se fosse possível, num passe de mágica, eliminar as diferenças individuais que 
formam nossa identidade e nosso carater. O casamento não transforma a natureza de 
ninguém. Pode até nos incentivar a fazer concessões, a sermos mais ponderados, 
mas jamais nos levará a um consenso sobre como poupar ou usar o dinheiro. 
Da mesma forma que, para uma amiga é importante gastar R$ 80 reais por 
mês em manicure, você prefere empregar essa mesma quantia na compra de dois 
DVD’s e seu marido terá as prioridades dele. Assim, se você adora viajar e ir às férias 
para casa de parentes, entendendo que é um prêmio merecido por você ter tido um 
ano de trabalho duro, certamente vai tentar convencer seu 
cônjuge a destinar parte do dinheiro comum da casa para seu 
projeto, a viagem. Ele ou ela, no entanto, pode estar mais 
interessado(a) em trocar o carro ou a geladeira. 
A partir do momento que compreendermos que cada ser 
humano funciona de um jeito, em função de sua personalidade, 
história de família, cultura, experiências acumuladas, e tem 
uma lista única de prioridades, vai ficar mais fácil respeitar as 
diferenças e conversar sobre elas e chegar a um acordo sobre 
o dinheiro e de que forma ele será empregado na família. 
Compreender é o sentimento que move uma relação conjugal. Compreender 
que o parceiro se sentirá oprimido se não puder gastar parte do salário dele em 
supérfluos é sinal de carinho e amor. Ao se mostrar aberta, em vez de recriminá-lo 
pela "nova bugiganga" que comprou, você ganha um aliado. Em retribuição, ele 
poderá aceitar a sugestão de resistir à liquidação "imperdível" de algo para ajudar na 
compra de um computador para a família. Mas para fazer estas trocas maduras é 
preciso negociar, conversar e praticar a conversa a dois. 
1.3 Regras de Negociação para o Casal 
a) Conversar ao primeiro sinal de insegurança ou pensamento que venham a 
atrapalhar o bom convívio familiar se desejarmos algo que vai comprometer o 
orçamento; 
b) Se desejarmos algo que vai comprometer o orçamento familiar devemos incluir o 
outro em nossa vontade para tomarmos a decisão sem comprometer o orçamento 
doméstico; 
 
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c) Ser flexível ao falar de seus desejos e necessidades; 
d) Escutar de verdade compreendendo a opinião do 
outro; 
e) Tentar entrar no mundo do outro; 
f) Colocar-se no lugar dele(a); 
g) Envolver-me em suas opiniões, entendendo-as; 
h) dar opções de escolha, ou um acordo, pois ninguém é dono da verdade; 
i) oferecer benefícios, ou seja, o que aquele investimento vai representar para a 
família; 
j) ter objetivos em comum quanto ao investimento do dinheiro; 
k) e, porque não reservar uma parte do dinheiro para o casal alimentar o romance 
como: um cinema, um jantar, e outras coisas que alimentem a paixão e fortalecem 
o relacionamento. 
No início, quando resolvem ficar juntos, o casal está imbuído das melhores 
intenções. Com o passar dos anos, as diferenças se acentuam, se não houver 
empenho em refazer acordos. Concordâncias surgem, desaparecem e reaparecem 
cotidianamente. A cumplicidade se estreita, levando adiante projetos comuns. Não se 
conhecem fórmulas e receitas prontas de sucesso. Mas é mais do 
que comprovado que o trio: 
� o diálogo amoroso ao pé do ouvido, 
� a compreensão da paixão e, 
� a doçura do olhar, são fundamentais para o bom 
entendimento do casal em todos os aspectos: no orçamento 
familiar, na educação dos filhos e sobre a vida do casal, 
podendo incluir a vida sexual. 
Tratar de assunto sério nos intervalos da propagação da TV ou procurar o 
parceiro só para se queixar da crise econômica e do cheque especial estourado é 
péssimo. 
Rir juntos, confessar inseguranças, falar de futilidades, jogar baralho a dois, 
mandar beijos, escrever bilhetes apaixonados e deixar para o companheiro encontrar, 
reafirma desta forma, a confiança e o sentimento que temos um pelo outro, ajudando 
a fortalecer a relação e, nos habilita a colocar um tijolo na obra interminável que 
construímos e chamamos de casamento. 
 
 
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1.4 Sugestão para montar seu orçamento domestico 
� Reúna os comprovantes de pagamentos do último mês. Se não tiver tudo a mão, 
comece hoje a anotar na Planilha Diária TODOS os seus gastos: do cafezinho ao 
juro do cheque especial, tarifas bancárias, chicletes das crianças, padaria, etc. 
Parece chato, mas é a melhor maneira de perceber onde a torneira está aberta 
para apertar o cinto. 
� Anote o quanto você ganha na Planilha Diária, se o companheiro trabalha anote o 
salário dele, e se faz bicos, anote o valor extra que entra. 
� Depois de organizada a Planilha Diária, onde você se organizou, passe a 
preencher a Planilha Mensal, anote as contas fixas que você paga mensalmente, 
em relação à Moradia, Alimentação, Saúde, Educação, Transporte, Pessoal, 
Lazer e Banco. 
� Some os valores lançados e compare com a entrada de dinheiro (o salário seu e 
do seu cônjuge). Se a conta das despesas com Moradia, Alimentação, etc., for 
maior que a entrada de dinheiro, prepare-se para cortar despesas. Comece 
cortando os gastos que não são necessidades como: Vestuário, Restaurantes, 
Bar, Bilhar, Cervejinha de todo dia, salão de beleza, CDs, cafezinhos fora de hora, 
docinhos ou salgados da rua, etc. 
� Com sua situação financeira diagnosticada, programe os gastos dos próximos 
meses. Pegue a Planilha de Previstos e Realizados e preencha. Na coluna de 
Previstos lance os possíveis gastos que você terá no próximo mês de acordo com 
os cortes que irá fazer junto com sua família, das despesas desnecessárias. 
� Terminando o mês, lance os valores na coluna Realizado todas as despesas do 
mês, e compare com os valores que você previu na coluna Previstas. Desta forma 
você poderá perceber se conseguiu junto com sua família economizar, por 
exemplo, de R$ 88,00 que paga de luz por mês e previu economizar, com ações 
concretas como apagar a luz daqueles ambientes da casa que não há ninguém, 
R$ 8,00, logo deveria pagar R$ 80,00 e o quanto deste valor à família conseguiuchegar perto ou passou, do PREVISTO. 
� Se, os ajustes feitos não forem suficientes para garantir sobra de dinheiro para 
pagar outras despesas, corte mais gastos desnecessários (ou supérfluos), ou 
comece a economizar nos Setores necessários, como pro exemplo: Alimentação 
onde podemos fazer uma Horta, se já temos, podemos aprender a usar melhor as 
folhas dos legumes como da Couve-Flor, Cenoura e Beterraba, por exemplo, 
onde podemos aprender a usar as folhas, talos e polpa das frutas e verduras. 
 
 
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Lembre-se: O Orçamento Domestico ajuda 
você a manter as contas em dia 
 
 
 
 
 
 
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2 ECONOMIA X FINANÇAS 
Os sinais da desaceleração econômica são1 
• A China, que crescia acima de 10%, está com 
dificuldade de manter o crescimento acima de 7% 
neste e nos próximos anos; 
• A Índia, que também chegou a crescer acima de 
10%, atingiu 4% no ano passado; 
• Países da América Latina, que cresciam forte 
estão com perspectivas piores: 
� México deve crescer apenas 2,3%; 
� Chile, deve desacelerar de 5,6%, no ano passado, para 4,2%; 
� Colômbia, de 4% para 3,5%; 
� Peru, está desacelerando para 5,4%, uma taxa baixa para o país. 
Retrospectiva da Crise Economica Mundial de 2008 
A crise financeira atingiu, em primeiro lugar, seu 
epicentro, nos EUA, que foram os primeiros a ver sua 
economia desacelerar. Na sequência, a desaceleração 
atingiu a Europa e se propagou para os países 
periféricos (Grécia, Irlanda, Espanha e Portugal), que 
estavam mais vulneráveis a uma mudança de curso, o 
que quase levou à quebra do sistema do euro no ano 
passado. 
As economias da China e dos emergentes 
desaceleraram apenas anos depois, algumas só neste 
ano de 2013. A capacidade de reação dos emergentes 
com políticas expansionistas diversas (estímulos 
creditícios, fiscais e monetários) adiou o impacto. Quando essa capacidade e sua 
eficácia se esgotaram, a desaceleração finalmente ocorreu. Na China, por exemplo, 
ficou evidente o esgotamento da capacidade de sustentar a expansão do crédito e 
dos investimentos. Em outros emergentes, o esgotamento se deu nos estímulos à 
expansão do consumo. 
O Brasil desacelerou antes dos outros emergentes, quando o crescimento 
caiu de 7,5% em 2010 para 2,7% em 2011 e para 0,9% em 2012. A frágil 
recuperação em 2013 deve levar o crescimento para algo em torno de 2%. A fase de 
desaceleração trouxe de volta dúvidas sobre a disposição de manter o arcabouço 
macroeconômico (e microeconômico) promotor de crescimento no longo prazo. E 
faltaram reformas que aumentassem a produtividade, que elevassem o investimento, 
principalmente em infraestrutura e educação. 
Inflação afeta a renda do brasileiro 
A inadimplência do consumidor patina e recua em ritmo lento nos últimos 
meses porque a disparada da inflação acabou achatando a renda das famílias, 
 
1
 Ilan Godfajn. Economista-Chefe e Sócio do Banco Itau. Artigo: A desaceleração do Brasil é global? Publicado em www. 
ESTADÃO.COM.BR, em 06/08/2013. 
� 
� 
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especialmente as mais pobres e que gastam mais com alimentos. Para manter o 
padrão de consumo, a saída encontrada pelas famílias foi assumir novas dívidas. 
Isso amplia o risco de inadimplência futura num cenário de alta da taxa de juros. 
O índice de calote dos empréstimos com recursos livres do sistema financeiro 
fechou 2012 em 8%, segundo o Banco Central (BC). Em março/2013, o último dado 
disponível, a inadimplência tinha recuado para 7,6%. A expectativa da Confederação 
Nacional do Comércio (CNC) era que a inadimplência recuasse para a média 
histórica, que é 7,3%, em outubro deste ano. Agora acredita que essa marca será 
atingida só em dezembro. Diversos economistas acreditam que este recuo poderá 
ser ,mais expressivo somente no primeiro semestre de 2014. 
Principais consequências da inflação alta 
A inflação alta é prejudicial para a economia de um país. Quando alta ou fora 
de controle, pode gerar diversos problemas e distorções econômicas. Taxas de 
inflação altas são aquelas que ficam acima de 6% ao ano. 
a. Desvalorização da moeda do país. 
Com a inflação elevada, a moeda vai perdendo seu valor com o 
passar do tempo e os consumidores (trabalhadores) que não tem 
reajustes constantes não conseguem comprar os mesmos produtos 
com o mesmo valor usado anteriormente. O preço dos produtos sofre 
reajustes constantes. Uma inflação de 50% ao mês (hiperinflação), por 
exemplo, corrói pela metade o salário dos trabalhadores. 
b. - Alta do dólar e aumento dos preços dos importados 
Outro problema é que enquanto a moeda do país se desvaloriza, as 
outras (principalmente o dólar) faz o movimento inverso. Se este país 
com inflação elevada é muito dependente de importações, os produtos 
importados aumentam de preço, fato que alimenta ainda mais a alta 
da inflação. 
c. - Diminuição dos investimentos no setor produtivo 
Num ambiente de inflação elevada, muitos investidores preferem 
deixar o dinheiro aplicado em bancos (para que ocorra a correção 
monetária) do que investir no setor produtivo. Embora dê uma falsa 
ideia de que o dinheiro está “rendendo” muito, muitas pessoas 
preferem as aplicações financeiras. 
d. - Clima econômico desfavorável 
Um país que sofre de inflação alta é visto no mercado internacional de 
forma negativa. Os grandes investidores e empresas evitam fazer 
investimentos produtivos de médios e longos prazos nestes países, 
pois sabem que a inflação alta é um indicativo de economia com 
problemas. 
e. - Aumento da especulação financeira 
Muitos investidores externos, em busca de rendimentos altos e 
rápidos, costumam fazer investimentos em países de inflação alta com 
o objetivo de tirar vantagens das altas taxas de juros. Este capital 
especulativo é prejudicial para a economia de um país, pois grandes 
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somas de capital podem entrar e sair rapidamente, causando 
instabilidade no mercado de câmbio. 
f. - Elevação da taxa de juros 
Muitos países usam o recurso da elevação da taxa de juros como 
mecanismo de controlar a inflação. A lógica é simples: com juros 
elevados o consumo diminui, forçando os preços a caírem. Porém, a 
alta dos juros desestimula a tomada de financiamentos, prejudicando 
assim os investimentos internos no setor produtivo, o mercado 
imobiliário e a venda de bens de consumo duráveis (veículos, 
eletrodomésticos, etc.). 
g. - Aumento do desemprego 
Países que não conseguem baixar e controlar a inflação sofrem, no 
longo prazo, com o aumento das taxas de desemprego. Isso acontece, 
pois ocorre diminuição significativa nos investimentos no setor 
produtivo. 
Indices de Preços 
Inflação 
A inflação é definida como um aumento contínuo e generalizado de preços 
dentro de alguma situação. É considerado como um processo e não como uma 
ocorrência passageira. 
Se os preços dos bens se elevam e em pouco tempo já se estabilizam, não se 
considera um processo inflacionário, apenas um ajuste na economia, caracteriza-se 
uma economia inflacionária quando os preços aumentam continuamente e por um 
longo período de tempo. 
A inflação não aconteceria se só existisse o aumento dos preços em um 
determinado setor e sim o aumento dos preços de todos os bens e serviçosproduzidos pela economia. Ela é medida pelos números-índices, ou seja, fórmulas 
matemáticas que informam a porcentagem de aumento nos preços dos bens e 
serviços num determinado período. No Brasil, não há um índice oficial para inflação 
de períodos passados. A inflação é medida por meio de diversos índices, divulgados 
por várias instituições, Eles são usados para medir a variação dos preços e o 
impacto no custo de vida da população. 
Os principais índices utilizados no Brasil, Índice Gerais de Preços (IGPs) e o 
Índice de Preços ao Consumidor (IPCs), e o IGP-M Índice Geral de Preços do 
Mercado. 
O IGPs procura transmitir uma ideia de inflação pesquisando todos os bens 
produzidos e consumidos numa economia, os IPCs enfatizam os gastos comuns de 
uma família. O IGP-M tem caráter mais amplo. Isto porque considera não só preços 
de produtos finais (de consumo), mas também os de atacado e da construção civil. 
No país são três as instituições que calculam índices de preços: 
1. Fundação Getúlio Vargas (FGV); 
2. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE; 
3. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). 
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16 
O que é um índice de inflação? 
Um índice de inflação é um indicador que mede a evolução dos preços de um 
agregado de bens e serviços num determinado período de tempo. Existe uma 
dezena deles no Brasil como herança da época da hiperinflação, quando o ritmo 
frenético de reajustes demandava acompanhamento diário ou semanal. O que 
diferencia um indicador de outro é o nível de renda e o perfil social das famílias 
pesquisadas, a abrangência, a cesta de produtos que serve de base para o 
levantamento de preços e o período de coleta. Cada índice tem o seu valor, 
dependendo do que se quer avaliar. 
 
Características dos principais Índices de preços do Brasil 
 
Figura 1 - Características dos principais Índices de preços do Brasil 
 
Índice Geral de Preços - IGP 
O IGP é obtido a partir da média ponderada desses índices, de acordo com a 
seguinte ponderação: 
�� IIPPAA 6600%% 
�� IIPPCC 3300%% 
�� IINNCCCC 1100%% 
Índice de Preços no Atacado - IPA 
Esse índice pesquisa a evolução dos preços na comercialização no atacado, 
em que são vendidos em grandes quantidades. 
Sua fórmula consiste numa média ponderada de 423 produtos. Sua medição 
é feita pela Fundação Getulio Vargas. 
IPCA-15 Do dia 16 do mês anterior Até o dia 25 do 2000
11 maiores ao dia 15 do mês de referência mês de referência
IBGE IPCA Não há 1 a 40 sm regiões 
Metropolitanas Do 1º ao dia 30 do mês Até o dia 15 do 1979
INPC 1 a 6 sm de referência mês subsequente
IPA 1 a 33 sm no IPC, Dia 11 do mês anterior ao
IGP-10 IPC que é computado dia 10 do mês de Até o dia 20 do mês 1993
INCC juntamente com referência de referência
IPA os Índices de 7 das princípais Dia 21 do mês anterior ao dia 20 do Até o dia 30 do mês de ref.
FVG IGP-M IPC Preços no Atacado capitais do mês de referência 1ª prévia dia 21 1ª prévia - até dia 10 1989
INCC (IPA) e na país a ultimo dia 2ª prévia dia 21 a 10 2ª prévia - até dia 20
IPA Construção Civil
IGP-DI IPC (INCC) Dia 1º ao último dia do mês de Até o dia 10 do mês 1944
INCC referência subsequente
Fipe IPC-Fipe Não há 1 a 20 sm Munícipio de Dia 1º ao último dia do mês de Até o dia 10 do mês 1939
São Paulo referência subsequente
Instituto Índice Índices Componentes Faixa de renda
Àrea de 
Abrangência Coleta Divulgação
Início da 
série
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17 
Sua criação foi em 1947, em 2010 foi denominado Índice de Preços ao 
Produtor Amplo, registram variações de preços de produtos agropecuários e 
industriais nas transações interempresariais, em estágios de comercialização 
anteriores ai consumo final. 
Índice de Preços ao Consumidor para Brasil (IPC) 
Este índice pesquisa a evolução dos preços no varejo, mede a inflação para 
as famílias com renda mensal entre um (1) e trinta e três (33) salários mínimos, 
calculado pela Fundação Getúlio Vargas, sua pesquisa de preços se desenvolve 
diariamente, cobrindo sete principais capitais do país: Rio de Janeiro, São Paulo, 
Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife. 
O cálculo do IPC é realizado com base nas despesas de consumo obtidas 
através da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). 
Os bens e serviços que integram a amostra foram classificados em sete 
grupos ou classes de despesa, 25 subgrupos, 87 itens e 456 subitens. 
As sete classes de despesa são: 
� Alimentação; 
� Habitação; 
� Vestuário; 
� Saúde e Cuidados Pessoais; 
� Educação, Leitura e Recreação; 
� Transportes e 
� Despesas Diversas. 
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) 
Este índice acompanha apenas a evolução dos preços dos materiais, 
equipamentos e mão de obra empregados na construção civil. 
Calculado pela Fundação Getúlio Vargas a pesquisa é realizada em 18 
capitais e envolve 56 itens de materiais e serviços e 16 de mão de obra. 
O peso dos materiais e serviços, no cálculo do INCC, são 61,1205% e da mão 
de obra, 38,7005%. 
Índice Geral de Preços no Mercado (IGP-M) 
Este índice é calculado pela Fundação Getúlio Vargas, ele registra a inflação 
de preços variados, desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e 
serviços finais. O IGP-M foi criado para ser usado no reajuste de operações 
financeiras, especialmente as de longo prazo. 
É muito usado na correção de aluguéis e tarifas públicas, como conta de luz. 
Serve para todas as faixas de renda. 
Seu cálculo é feito da seguinte forma, este índice é formado pelo IPA-M 
(Índice de Preços por Atacado – Mercado), IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor 
– Mercado) e INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado), com 
pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente. 
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18 
A pesquisa de preços é feita entre o dia vinte e um do mês anterior até o dia 
vinte do mês atual. 
Índice de Preços ao Consumidor – IPC-FIPE 
É considerado o índice mais antigo no Brasil. 
Começou a ser apurado em 1939, pela Subdivisão de Estatística e 
Documentação Social da Prefeitura Municipal de São Paulo. 
Em 1968 passou a ser calculado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da 
Universidade de São Paulo (IPE-USP), que foi sucedido pela Fundação Instituto de 
Pesquisas Econômicas (FIPE), criada em 1973. 
Recebeu a denominação atual em 1984. 
O IPC-FIPE é uma média ponderada dos preços dos bens e serviços 
consumidos pelas famílias paulistanas com renda entre um e vinte salários mínimos 
classificados nos seguintes grupos de despesa: 
� Alimentação 30, 8075%; 
� Habitação 26,5159%; 
� Transportes 12,9684%; 
� Despesas Pessoais 12,5199%; 
� Vestuário 8,6580%; 
� Saúde 4,5814%; 
� Educação 3,9484%. 
Isso nos indica que em média a alimentação é responsável por 30,8% das 
despesas das famílias pesquisadas e assim por diante. 
Índice de Custo de Vida do DIEESE (ICV-DIEESE) 
Este índice serve como base para que sejam feitas as reivindicações de 
reajustes salariais. 
O calculo é feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos 
Socioeconômicos (Dieese), que foi fundada em 1955 e criada para desenvolver 
atividades de pesquisa, educação e assessoria ao movimento sindical em situações 
relacionadas com o universo do trabalho. 
Atualmente o Dieese pesquisa a evolução dos preços dos bens e serviços 
consumidos pelas famílias paulistanas com renda mensal de um a trinta salários 
mínimos, classificados da seguinte forma: 
� Alimentação 27,44%; 
� Habitação 23,53%; 
� Equipamentos domésticos 6,13%; 
� Transporte13,62%; 
� Vestuário 7,87%; 
� Educação e leitura 6,91%; 
� Saúde 8,18%; 
� Recreação 2,08%; 
� Despesas pessoais 3,96%; 
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19 
� Diversos 0,28%; 
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC e IPCA) 
Os dois índices são de preço ao consumidor e calculados pelo Sistema 
Nacional de Preços ao Consumidor (SNIPC), órgão que foi criado pelo IBGE com o 
objetivo de produzir os índices de preços ao consumidor (INPC) e o índice nacional 
de preços ao consumidor amplo (IPCA). 
O período de coleta de ambos estende-se do dia um até o dia trinta do 
mesmo mês. 
O INPC me a inflação das famílias com rendimentos mensais de um a seis 
salários mínimos, residentes em regiões urbanas e o IPCA também mede a inflação 
das famílias, mas com os rendimentos entre um e quarenta salários mínimos. 
Taxa de Desemprego e queda de rendimento2 
A taxa de desemprego subiu para 6% em junho/13, conforme mostrou a 
Pesquisa Mensal de Emprego divulgada pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística em 24/06/13. Em maio, a desocupação estava em 5,8% e, em junho de 
2012, em 5,9%. Esta é a maior taxa para o mês desde 2011, quando marcou 6,2%. 
A desocupação abrange cerca de 1,5 milhão de brasileiros contra 23 milhões 
ocupados. 
Em termos salariais, o rendimento médio real habitual dos ocupados caiu de 
R$ 1.872,03 reais em maio para R$ 1.869,20 reais em junho. Contudo, na 
comparação com junho de 2012 (R$1.854,13 reais), houve um leve aumentou de 
0,8%. O rendimento não acompanhou a alta da inflação, que entre junho de 2012 e 
2013 acumulou alta de 6,70%. 
 
 FIGURA 2 – Evolução da taxa de desemprego mensal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: JORNAL O GLOBO, EM 06/06/2013. 
 
 
 
 
 
2
 Jornal O Globo, em 06/06/2013. 
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20 
� Estoques elevados podem ter feito a industria recuar: 
 
 FIGURA 3 – Evolução da Industria3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: G1.COM.BR 
Inadimplência 
A inadimplência no comércio no mês de julho/13 desacelerou pela quarta vez 
consecutiva e registrou a primeira queda do ano, em relação à julho do ano 
passado, informou a Confederação Nacional de Dirigentes Logistas (CNDL) com 
base em dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). 
Para as instituições, se por um lado a inflação acima do centro da meta e a 
alta dos juros forçaram o brasileiro a consumir menos e de maneira consciente, por 
outro, esses fatores também aumentaram o custo de vida do consumidor, fazendo 
com que o movimento no comércio apresentasse uma retração. 
Emissão de Cheques sem Fundos 
Em janeiro, 2,02% dos cheques emitidos em todo o país não tinham fundos, 
porcentual menor que os 2,04% registrados em dezembro de 2012, segundo aponta 
o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos, divulgado ontem. 
No entanto, na comparação anual o volume de cheques devolvidos 
aumentou. Em janeiro de 2012, o percentual de devoluções foi de 1,93%. 
Na análise regional, Roraima foi o estado que apresentou o maior percentual 
de cheques devolvidos (10,95%) e o Amazonas, o menor, 1,47%. Entre as regiões, a 
Norte foi a que apresentou o maior número de cheques devolvidos, com 4,22%, e a 
Sudeste mostrou o menor percentual de devoluções, 1,59%. 
Na avaliação dos economistas da Serasa, a melhoria das condições 
financeiras do consumidor, em decorrência da intensificação das renegociações de 
dívidas, contribuíram para o recuo na comparação janeiro ante dezembro, além dos 
juros e desemprego baixos. 
 
 
3
 Jornal eletrônico Globo.com, publicado em 02/07/2013 
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21 
Taxas de juros praticadas pelo mercado (pessoa física) 
 
Linha de Crédito 
Taxas atuais – SELIC em 26,5%a.a. 
Mês Ano 
Juros no comercio 6,74% 118,74% 
Cartão de Credito 10,63% 236,10% 
Cheque Especial 9,77% 206,06%% 
CDC Bancos 4,14% 62,71% 
Empréstimo Pessoal Bancos 6,60% 115,32% 
Empréstimo Pessoal financeiras 12,82% 325,24% 
TAXA MÉDIA (ARITM.) 8,45% 164,70% 
TAXA MÉDIA (GEOM.) 8,41% 163,56% 
 
 FONTE: http://www.bcb.gov.br/pt-br/sfn/infopban/txcred/txjuros/Paginas/default.aspx 
2.1 Exemplos de endividamento 
A fim de demonstrarmos o efeito nas taxas de juros descrevemos abaixo 
algumas simulações de crédito: 
Cartões 
Cartão de Crédito 
• Utilização do rotativo: Valor R$ 1.000,00 � Prazo: 30 dias; 
• Taxa de Juros de 10,63% ao mês – juros � R$ 106,30 
• Um aumento para 13,90% ao mês – juros � R$ 139,00 
Cheque especial 
• Utilização do limite: Valor R$ 1.000,00� Prazo: 20 dias; 
• Taxa de juros de 9,77% ao mês – juros� R$ 65,13 
Emprestimos 
Crédito Pessoal - Banco 
• Emprestimo de R$ 1.000,00 � Prazo: 6 meses 
• Taxa de juros de 6,56% ao mês – (0+6) � Parcela de R$ 206,95 � Total R$ 1241,73 
 
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22 
Crédito Pessoal - Financeira 
• Empréstimo no valor de R$ 1.000,00 por 12 meses 
• Taxa de juros de 12,78% ao mês – (0+12) 
• Parcela de R$ 167,31 � Total R$ 2.007,76 
Crediário de Loja 
• Compra de uma geladeira � preço à vista = R$ 800,00 
• Financiada em 12 vezes (0 + 12) 
• Taxa de juros de 6,74% ao mês (0+12) �Parcela de R$ 99,33 � Total de R$ 1.191,96 
2.2 Como renegociar dívidas 
Quem já não passou por uma renegociação de dívida em algum momento de 
sua vida? Seja por ter perdido o emprego, por ter perdido parte de sua renda, por ter 
comprometido demasiadamente seu orçamento por usar e abusar da utilização do 
cartão de crédito rotativo ou cheque especial, ter tido aumento de suas despesas 
muitas provocadas por elevação de tarifas públicas ou ter exagerado nos gastos. 
Nestes momentos temos a sensação de impotência e nos sentimos como se 
fossemos os únicos com tais problemas. 
As reações quase sempre são as 
mesmas: 
� Não aceitar que está com problema e tentar 
adiar a resolução dos mesmos; 
� Recorrer ao limite do cheque especial e vai-
se empurrando a dívida com a "barriga"; 
� Perde-se dinheiro por ignorar os juros. Se 
todo brasileiro é um técnico de futebol, por 
que não pode também entender de juros e 
ensinar para os seus familiares, vizinhos, 
amigos, colegas de serviço e fazer disto uma 
permanente fonte de alegria e razão? 
� Quem pensa que os cálculos são difíceis e lembram um jogo de xadrez está 
enganado. São cálculos simples, apresentados com tabelas e exemplos da 
compra de um carro, uma geladeira, um perfume, etc. 
2.3 Razão como Guia de Juros 
Nós brasileiros sabemos como ninguém que o futebol envolve arte, alegria e 
paixão. Já a economia envolve cálculo e razão. Com os dois lados da mesma moeda, 
a torcida anda sempre correndo atrás do seu time do coração e acompanhando cada 
drible dos craques, mas não tem dado a mínima bola para os juros absurdos 
praticados no mercado financeiro. 
 
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23 
Assim também como o cheque especial, cujos juros são em média 7,5% ao 
mês ou 138,18% ao ano. A mesma coisa tem sido no cartão de crédito, que tem juros 
médio de 13% ao mês e 333,45% ao ano, como também os juros do empréstimo 
pessoal das financeiras, cuja taxa média atinge 4% ao mês ou 60,10% ao ano. A 
torcida sente na pele que os juros são de lascar o couro do gramado, pior que um 
carrinho covarde para quebrar a canela do craque, mas não se defende, nem o juiz 
marca falta e nem ergue o cartão vermelho para o carrasco.Nos últimos tempos, 
como muitos dos consumidores ficaram endividados e esfolados em suas longas 
prestações, tem muita gente com o pé atrás. 
Mas não é suficiente. O assunto é tão importante, que se não prestar muita 
atenção, o consumidor perde para os juros de goleada e pode ficar assim que nem 
após a derrota da seleção brasileira contra um time internacional, que, sabidamente, 
seria facil ganhar o jogo, e se torna um desastre que dispensa comentários. Mas todo 
mundo sabe e acompanha as CPI’s sobre o futebol, entende e questiona o patrocínio 
da Nike na seleção brasileira. Enfim, o torcedor tem a sua opinião. 
2.4 Quem não sabe, paga caro... 
Uma situação muito diferente é perder dinheiro 
com juros sem ao menos saber os motivos. Ser lesado 
e enganado sem questionar por pura ignorância. 
Quem não sabe, paga caro. Corre o risco de ser 
“expulso” de campo e levar fama de caloteiro, vendo 
seu nome ir parar no SPC. Para que nada disso 
aconteça, é preciso aprender a calcular os juros. Mas 
aí aparece o problema. Isso envolve matemática e 
cálculos complicados que lembram mais um jogo de 
xadrez. Eis o primeiro e fatal engano. Os cálculos são 
simples, mas exigem muita atenção para acompanhar 
nas tabelas o índice correto. 
Os juros são absurdos e beiram a agiotagem, porque existe uma mistura de 
ganância e má avaliação de risco das lojas e instituições financeiras. Mas não é só 
isso. O comportamento do consumidor é um aspecto fundamental, pois ele não 
questiona os juros. Não reclama. Não se preocupa e ignora os juros. 
Entretanto, pouco se sabe, por exemplo, sobre a realidade dos juros em outros 
países. 
A taxa de juros do cartão de crédito no Brasil supera a de todos os países da 
América Latina, segundo estudo divulgado pela Proteste - Associação de 
Consumidores, EM 17/07/2012. As taxas dessa modalidade continuam elevadas no 
País, apesar das recentes reduções da Selic (taxa básica de juros), que na última 
reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) chegou a 8,5% a.a. neste mes de 
julho/13. 
 
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24 
Confira o levantamento realizado pela Proteste, com as taxas básicas de juros, 
a taxa anual do cartão de crédito e a inflação em cada um dos países pesquisados: 
 
País 
Taxa Básica 
de juros 
Inflação Taxa Real 
Taxa do Cartão 
de crédito 
Brasil 8,0% 4,9% * 2,96% 323,14% 
Peru 4,25% 4,0% 0,24% 55,00% 
Chile 5,0% 3,1% 1,84% 54,24% 
Argentina 11,15% 9,9% 1,14% 50,00% 
México 4,5% 4,3% 0,19% 33,8% 
Venezuela 15,65% 21,3% -4,66% 33,0% 
Colômbia 5,37% 3,2% 2,1% 29,23% 
Fonte: Proteste (*) Taxa acumulada nos últimos 12 meses 
2.5 Como se livrar do Cartão de Crédito 
Passo 1 – Como se livrar das dívidas de cartão de 
credito 
É natural que o consumidor que tem dívidas no 
cartão de crédito queira, o quanto antes, se livrar do 
problema. Mas de nada adianta negociar a dívida e 
acabar assumindo prestações que não cabem no bolso. 
Confira, a seguir, cinco dicas para colocar em prática se 
perceber que sua fatura está virando uma bola de neve 
Passo 2 – Pare de Gastar 
Ao primeiro sinal de que não vai conseguir pagar 
a fatura integralmente, deixe o cartão de crédito em casa 
e não faça mais compras com ele. "Se o consumidor continuar usando o cartão, a 
dívida vai virar uma bola de neve e vai ser mais difícil sair dela", diz a coordenadora 
institucional da associação de consumidores Proteste, Maria Inês Dolci 
Passo 3 - Avalia a Proposta 
Quando o consumidor paga o valor mínimo da fatura por alguns meses, é 
comum a administradora enviar para ele, automaticamente, uma proposta de 
parcelamento da dívida. Antes de aceitar essa proposta, analise com cuidado os 
valores e as chances de você conseguir arcar com aquelas parcelas. Nem sempre a 
oferta feita pelas empresas é interessante. 
Passo 4 – Cancele o Cartão 
"As empresas têm interesse em negociar com o devedor, mas não são 
obrigadas a fazer isso", afirma a assistente técnica do Procon-SP, Marta Cassis. Ela 
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25 
diz que o ideal é, antes de mais nada, pedir o cancelamento do cartão, e depois enviar 
uma proposta de pagamento para a administradora. "Enquanto ele está ativo, elas 
não costumam negociar a dívida", diz Marta Cassis. 
Passo 5 – Peça um Empréstimo 
Pode ser interessante pedir um empréstimo no banco em que você tem conta 
e, com o dinheiro, quitar a dívida do cartão, diz a assistente técnica do Procon-SP, 
Marta Cassis. Dados da Anefac mostram que os juros do cartão de crédito são de 
10,69% ao mês, enquanto o das linhas de empréstimo pessoal dos bancos é de 
3,59%, em média 
Passo 6 - Questione 
Se achar que os juros cobrados pela empresa estão altos demais, peça à 
administradora uma planilha com a evolução da dívida. Em caso de dúvida, questione 
a empresa. Se ainda assim você não entender como a dívida chegou àquele ponto ou 
não concordar com o valor, procure ajuda nos órgãos de defesa do consumidor, como 
o Procon. 
2.6 Cartão Qualidade4 
O Cartão Qualidade está presente nas atividades 
da rotina corporativa, como acionamento das catracas 
de acesso ao local de trabalho, cartão ponto e acesso 
restrito; e também é instrumento de crédito consignado 
para compras em rede conveniada. 
A liberação da margem consignável é automática 
e ocorre no dia 21 de cada mês. O crédito autorizado 
pode ser utilizado em supermercados, restaurantes, 
farmácias, postos de combustível e outros 
estabelecimentos. São mais de 700 pontos de venda 
conveniados em Curitiba e região metropolitana. 
Para fazer compras na rede conveniada, seu 
Cartão Qualidade funciona de forma parecida a um cartão de crédito, você paga 
somente no mês seguinte, mas com a vantagem de não haver nenhuma taxa ou 
anuidade. 
Crédito Consignado 
A margem consignável é liberada automaticamente no dia 21 de cada mês. O 
valor liberado é determinado pelo setor de Recursos Humanos de sua empresa. Se 
você fizer suas compras entre os dias 6 e 20 de cada mês, seu prazo de pagamento 
será de 55 dias. Somente o valor gasto será descontado do seu salário, pois não há 
juros, taxa ou qualquer acréscimo para o usuário. 
 
4
 www.cartaoqualidade.com.br 
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26 
Período de Compras e Descontos 
 
 
 
 
 
 
 
Para compras realizadas do dia 21 ao dia 05: redução automática do saldo 
consignável e desconto no final do mês do dia 05. 
Por exemplo, no dia 30 de julho realizou-se uma compra de R$ 100,00. Os 
R$100,00 serão abatidos do saldo em utilização e o desconto virá somente no 
contracheque de agosto. 
Para compras realizadas do dia 06 ao dia 20: redução do saldo consignável do mês 
seguinte e desconto também no final do mês seguinte. 
Por exemplo, no dia 10 de agosto realizou-se uma compra de R$ 100,00. O 
desconto virá somente no contracheque de setembro, porém, no dia 21 de agosto, ao 
consultar seu saldo consignável, notará que os R$ 100,00 estarão deduzidos deste 
saldo. 
FUNCIONALIDADES DO CARTÃO 
O Cartão Qualidade possui grande espaço para armazenamento de dados, o 
que permite que, a qualquer momento, novas funcionalidades sejam incorporadas. 
Identificação e Autenticação 
• Identificação funcional (crachá) - Os cartões podem ser customizados com o 
logotipo da empresa credenciada, nome, foto e outras informações cadastrais 
dos funcionários. 
• Controle de acesso e frequência - Libera as catracas da empresa controlando 
entradas e saídas. 
• Ponto eletrônico - Aciona os relógios-ponto permitindo o controle de jornada 
de trabalho. 
• Acesso a áreas restritas - Controla o acesso a áreas em que só é permitida a 
entrada de pessoasautorizadas. 
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27 
• Autenticação de usuário na rede corporativa - Efetua login na rede corporativa 
ou fornece acesso a máquinas, sistemas ou arquivos específicos. 
• Controle de utilização de impressoras - Para evitar a exposição de documentos 
confidenciais, o acesso e acionamento das impressoras podem ser feitos pelo 
Cartão Qualidade. 
• Registro de participação em treinamentos - A adesão aos eventos de 
capacitação ofertados pela empresa pode ser controlada por meio do Cartão 
Qualidade. 
Operações Financeiras 
• Crédito consignado para compras em rede conveniada - Estipulado sobre um 
percentual do salário definido pelo setor de Recursos Humanos de cada 
empresa, o crédito consignado serve para compra em estabelecimentos da 
rede conveniada. A utilização do crédito consignável oferece benefícios como 
maiores prazos para pagamento do mesmo valor cobrado à vista, sem nenhum 
juro; ausência de qualquer taxa ou anuidade; controle dos gastos por meio do 
desconto em folha de pagamento; aproveitamento de ofertas especiais para os 
usuários do Cartão Qualidade. 
• Empréstimo Consignado - O Cartão Qualidade também pode ser utilizado para 
fazer empréstimos bancários com taxas de juros bem menores do que as 
praticadas normalmente pelos bancos. Esses empréstimos podem durar até 72 
meses, com os pagamentos descontados mês a mês em sua folha de 
pagamento. 
2.7 Não existe venda a prazo sem juros... 
Na economia estabilizada, quando a inflação não existe ou tem níveis muitos 
baixos, os juros estão ligados para sempre à nossa vida. Dessa forma, os juros 
também podem ser um grande motivo de 
grande alegria para os consumidores. Nada de 
pagar à vista o que está anunciado em três 
vezes sem juros e não pedir um desconto de no 
mínimo 5%. Ou pagar à vista o que se diz ser 
em seis vezes sem juros e não obter uma 
redução de 10% a 15%. 
Não existe venda a prazo sem juros, dicas simples, mas valiosas, que ajudam 
os consumidores aprenderem a sobreviver aos juros absurdos. 
Afinal, a economia não é algo tão estranho para os brasileiros. Pelo contrário. É 
só dar uma olhada no passado recente e entender que em muitos momentos o 
envolvimento com a vida econômica lembra lances emocionantes e inesquecíveis de 
muitas Copas do Mundo. Como demonstra o Guia dos Juros, muitas vezes o futebol e 
 
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28 
a economia fazem uma tabelinha curiosa. Se todo brasileiro é um técnico de futebol, 
por que não pode também entender de juros e ensinar para os seus familiares, 
vizinhos, amigos e fazer disto uma permanente fonte de alegria e razão? 
2.8 Consumidor S.A. 
Juros altos e abusivos acabam de vez com os sonhos do consumidor brasileiro. 
E a grande causa dos recordes de inadimplência dos últimos tempos e do descontrole 
do orçamento pessoal. Aprender a lidar com os juros é conhecer o caminho do gol. 
Mais do que nunca, a bola está nas mãos, nos pés e na cabeça do consumidor. 
Associações de Consumidores e ONGs surgem no país em defesa do seu time. 
Nesse sentido, a pesquisa de juros é uma iniciativa com implicações 
consumista, pois aponta uma série de distorções e irregularidades prejudiciais ao 
consumidor, que precisa conhecer os seus direitos sagrados 
2.9 Código de Defesa do Consumidor 
Em relação aos juros, o Código de Defesa do 
Consumidor determina que, quando o preço à vista 
é diferente do preço a prazo, a loja tem que 
informar em destaque a taxa de juros anual que 
está praticando. Além disso, o governo baixou a 
Portaria n° 14, publicada no dia 22 de junho de 
1998, pela Secretaria de Proteção e Defesa do 
Consumidor, da Secretaria de Direito Econômico, 
órgão vinculado ao Ministério da Justiça. 
A Portaria n° 14 representa mais uma 
medida para acabar com as irregularidades na 
cobrança dos juros e estabelece em seu Art. 1° que 
os comerciantes 
"ficam obrigados a prestar aos 
consumidores seja na oferta do produto ou na prestação dos serviços e, 
em especial, na publicidade, informação correta, clara, precisa e ostensiva, 
sobre o preço à vista, as parcelas ofertadas, as taxas de juros ao mês e ao 
ano, em lugar visível e de fácil leitura, nos locais de atendimento". 
• Fugir dos credores como o diabo foge da cruz; 
• Recorrer ao velho agiota da esquina que nos "faz o favor" de descontar um 
cheque; ... 
• Ou, simplesmente não se toma nenhuma atitude e se aguarda a hora que 
algum cobrador ou empresa de cobrança bate na porta. Medidas esta que 
somente agravam ainda mais o problema. 
 
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29 
Entretanto, é neste momento que é necessário ter a cabeça no lugar e no 
bolso. Primeiramente vale destacar que o problema da inadimplência é muito grande 
no país e que as empresas estão sempre dispostas a negociar, abrindo mão de 
ganhos excessivos do que discutir o assunto na justiça. 
Porém, caso o consumidor inadimplente não saiba negociar o credor tenderá a 
tirar o máximo proveito da desinformação do devedor e fazendo um acordo que nem 
sempre é o ideal para o devedor. 
2.10 Passos para uma Boa Renegociaão 
1. Tão logo perceba que terá problemas de continuar pagando a sua dívida 
procure imediatamente e diretamente o credor informando sua situação. Esta 
medida evita que sua divida cresça muito e sem fim; 
2. O devedor é que sabe o que pode assumir de compromisso com o credor, por 
isso negocie os pagamentos (parcelas) sempre dentro de suas possibilidades 
financeiras. Não assuma um pagamento mensal maior do que possa suportar, 
pois se assim o fizer estará novamente procurando o credor no futuro. Se 
necessitar de prazos longos 12, 24, 36 meses, não deixe de pedir, ou seja, faça 
um acordo para cumprir e não para ganhar tempo. 
3. Evite negociar através de intermediários, como empresas de cobrança, estas 
empresas recebem sempre um percentual sobre o valor recebido do devedor e, 
assim sendo, têm sempre o interesse de cobrar o máximo possível do devedor. 
Além disso, o intermediário não possui muita autonomia para negociar, como 
por exemplo, diminuição de encargos ou alongamento dos prazos de 
pagamento; 
4. Não ter receio de sentar frente a frente com o credor. O que ele quer é receber 
de volta o dinheiro; 
5. Solicitar demonstrativo da dívida ao credor a fim de verificar o que está sendo 
cobrado (principal, juros de mora, multas, etc.); 
6. Solicitar o estorno dos excessos como juros de mora e multas valem lembrar 
que de acordo com o Código de Defesa do Consumidor a multa é limitada a 2% 
do valor da dívida, porém muitas lojas chegam a cobrar multa de 20% do valor 
da dívida, vale igualmente lembrar que o credor costuma estornar multas e 
juros de mora de quem solicita, porém quem não solicita tende a pagar um 
valor maior. 
7. Como referência o devedor deve se basear no valor principal que deixou de 
pagar (valor do carne, cheques emitidos, etc); 
8. Não aceitar multa superior a 2% do valor da dívida, nem a cobrança de 
honorários advocatícios ou despesas de cobrança (mesmo que cobradas por 
escritório de advogados), uma vez que de acordo com o Código de Defesa do 
Consumidor tais despesas devem ser pagas por quem contratou os serviços 
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30 
(no caso o credor). Somente são devidos honorários advocatícios quando a 
dívida está sendo cobrada judicialmente e com a autorização do juiz, o que 
dificilmente é feito pelas lojas. 
9. No parcelamento da dívida, pleitear juros menores, nunca se deve aceitar a 
primeira proposta do credor. 
10. Como referência vale ressaltar que estas taxas normalmente vão até 2% ao 
mês. Alguns credores, quando solicitado, chegam a parcelar a dívidasem juros 
a fim de receber de volta o valor principal da dívida, vale lembrar igualmente 
que o credor não faz propaganda disso para não incentivar outros a 
renegociação e assim reduzir seus lucros; 
11. Aqueles que possuam débitos, porém receberam o seu 13º salário e querem 
acertar à vista as suas dívidas sempre privilegiando o pagamento daqueles que 
possuem encargos maiores (cartão de crédito rotativo, cheque especial, etc) 
devem solicitar um desconto da mesma como forma de estornar os excessos 
(juros, multas, etc.). 
Tão logo formalize um acordo com o credor, o nome do devedor que deverá 
estar nos cadastros de restrição ao crédito (SPC, Serosa, etc), deverá ser excluídos, 
independente da dívida estar ou não totalmente paga. 
Por fim, caso a empresa se negue a baixar a restrição, cobrar multas e juros 
excessivos, cobrar despesas de cobrança ou honorários advocatícios ou se negue o 
demonstrar o débito, deve-se procurar o órgão de defesa do consumidor - Procon e 
formalizar queixa. 
2.11 Este é o momento de planejar sua vida e traçar seus objetivos 
Para que possamos atingi-los ou não ser surpreendidos durante o percurso faz-
se necessário a elaboração de um orçamento doméstico. 
Quem nunca se preocupou em elaborar um orçamento doméstico e administrar 
melhor suas finanças pessoais, tem hoje motivos de sobra para fazê-lo. Pois hoje, 
manter as contas em dia é uma questão de sobrevivência. Mas não basta só equilibrar 
receitas e despesas. E preciso garantir uma sobra (de pelo menos 10% da receita) 
para emergências. Para tanto, são necessárias disciplina e muita disposição para 
fazer eventuais ajustes além de caderno, lápis e calculadora. Confira, a seguir, os 
principais passos para elaborar seu orçamento. 
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31 
Observações importantes: 
1. Reúna os comprovantes de pagamento de 
todas as contas dos últimos três meses ou pelo 
menos do último mês, incluindo as faturas dos 
cartões de crédito e os extratos bancários; 
2. Verifique as despesas extras, taxas de extratos, 
saques, juros de saldo devedor de cartão, 
cheque especial, enfim todas as despesas 
extras em seu extrato bancário. 
3. Relacione, na coluna de despesas, todos os gastos dos últimos meses, 
4. Compare o valor total das despesas e ou taxas, com certeza os valores 
aumentaram, prepare-se para reduzir as despesas. 
Quando o EMPREGADOR solicita abertura de conta corrente para crédito 
da folha de pagamento, este está assumindo todas as despesas, tais como: 
� Aquisição do Cartão para efetuar saque de folha pagamento; 
� Conta Salário, não tem limites de saques e/ou saldo; 
� Funcionário não tem despesas com taxas, este valor é destinado ao governo para 
ser revertido socialmente. 
Soluções 
• Não incorpore o limite do cheque especial à sua renda. O crédito concedido pelo 
banco, pelo qual ele cobra taxa altíssima (que podem superar 200% ao ano), só 
deve ser usado em situações de emergência e por períodos curtos 
• Nunca use o cheque especial para pagar dívidas decorrentes de outros 
financiamentos. Nesse caso, você estará pagando juros sobre juros. 
• Use cartões de crédito para postergar o pagamento de dívidas. Mas, quando 
receber as faturas, liquide o débito integralmente. Quem rola a dívida, pagando 
apenas o valor mínimo, arca com juros altíssimos. 
• Informe-se sobre as taxas de juros (e não apenas sobre o valor das prestações) 
cobradas nos financiamentos. O valor da prestação pode caber no orçamento de 
hoje, mas não no de amanhã. 
• Procure pagar suas contas até o vencimento, de modo a evitar cobrança de 
multas. 
Cartão de Crédito – Como renegociar a divida 
 
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32 
a) Renegociar dívida, no caso de saldos devedores sem efetuar pagamento no 
período de dois meses deve negociar com a administradora; 
b) você deve encaminhar uma carta, o motivo do atraso e como se propõe a quitar 
o debito. 
c) Envie a carta sempre ao órgão emissor do cartão, que em 
geral é um banco, nunca mande o documento à 
administradora, a chamada bandeira do cartão; 
d) depois de fechado o acordo não deixe de cumprir, para não 
ter o nome incluído na lista de maus pagadores, 
e) neste caso seu limite e cartão estarão temporariamente 
suspenso no período de quitação da divida. 
Caso você não esteja concordando com os valores de juros, 
(sua divida estiver muito alta), vale a pena contratar um advogado 
na área bancaria (teria um custo de honorários), e discutir em 
juízo. Neste caso seu nome não pode ser enviado à SERASA ou 
SPC. 
Cheque sem Fundos 
• CCF – Cadastro de Emitentes de Cheque semFundo � cadastro mantido pelo 
Banco Central; 
• Inclusão é feita se algum cheque for devolvido por “Alínea 12” � sem fundos; 
• “Alínea 13” � conta encerrada; 
• “Alínea 14” � prática espúria; 
• Quando se tratar de conta-conjunta � todos os CPFs são inclusos; 
• Para retirar nome do CCF, faz-sse necessário solicitação por escrito ao Banco, e, 
juntamente, comprovante de pagamento do referido cheque; 
• Entrega do cheque, ou declaração do beneficiário dando quitação do debito 
devidamente autenticada em tabelião ou abonada pelo endossante, 
acompanhada com copia do cheque, certidões negativas dos cartórios de 
protesto relativo ao cheque em nome do emitente e pagar taxa e tarifa 
correspondente à exclusão junto ao Banco; 
• Outra hipótese � pode levar a exclusão de seu nome junto ao CCF após 
decorridos cinco anos da respectiva inclusão - seu nome será automaticamente 
excluído do cadastro de CCF; 
• Banco oferece empréstimos, limites de crédito, cartão de crédito, cheques. Mas 
nada é de graça, e as pessoas físicas caem na tentação destes valores se 
 
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33 
tornarem parte de seu salário e, cada dia que passa, os juros aumentam e fica 
mais difícil de sair desta bola de neve. Primeiro passo para se livrar de tarifas, 
somente ter conta salário, evitando cheques (cair na tentação de cheques pré-
datados em mercados, lojas, etc.); 
• Juro do cheque especial e empréstimos pessoais, tarifas bancárias. Procure 
pagar todas as dívidas inclusive as do cheque especial antes de entrar em novos 
financiamentos. Dependendo do caso, vale a pena renegociar os débitos, 
buscando condições mais vantajosas junto aos credores. 
• Se não tiver necessidade imediata do produto, aplique seu dinheiro num fundo de 
investimentos ou na caderneta de poupança e compre-o, depois, à vista. A 
economia com os juros será significativa. Não parcele suas compras, faça 
investimentos. 
• Aplicação Fundos de Renda Fixa e CDB até 29 dias incide IOF (imposto sobre 
operações financeiras); A partir de 30 dias a alíquota cai a zero. 
• IR - Imposto de Renda, é aplicado sobre todos os tipos de aplicações. Sua 
alíquota varia em função do prazo da operação. 
Prazo em 
Dias 
Até 180 
dias 
181 a 360 
dias 
361 a 720 
dias 
Acima de 720 
dias 
Alíquota 22,5% 20% 17,5% 15% 
Conta Corrente 
Os bancos têm o direito de cobrar quase tudo de você, mas também têm a 
obrigação de explicar muito bem o que estão fazendo com o seu dinheiro. Perguntar, 
chegar, negociar e pedir vantagens ao gerente são os meios para você manter sua 
conta corrente em dia. 
• Cuidados antes de abrir uma conta corrente: procure se informar sobre a 
situação do banco e conversar com algum correntista para saber como são 
atendidos, quais as queixas, etc. 
• E na hora de abrir a conta? Quando você abre uma conta, recebe um 
contrato de adesão, no qual estão escritas as "regras do jogo", quais os 
serviços que serão prestados e quanto pagará por eles. Ao assinar o contrato, 
você está concordando com as condições do banco. 
• E comosaber se as condições são boas? Lendo cuidadosamente o 
contrato. Atenção: alguns itens estão em letras bem miúdas, outros não são 
explicados de forma clara. Anote tudo o que não entender e peça para o 
gerente explicar. Some os valores de todas as tarifas que vai pagar para 
checar se o total não está muito alto (veja a tabela). Os bancos costumam ter 
"pacotes", oferecendo alguns serviços gratuitos (saques no caixa eletrônico, 
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34 
um extrato por mês, etc.). Veja se esses serviços interessam para você e se 
compensam o preço de outras tarifas. 
• O que o banco pode cobrar dos correntistas? Praticamente tudo que quiser 
(e estiver no contrato). O Banco Central exige apenas que os bancos forneçam 
um talão de cheques de 20 folhas por mês ou um cartão de débito sem cobrar 
nada. O resto, cada banco decide. 
• O banco pode aumentar o valor das tarifas? Até quanto pode aumentar? 
Pode e não há regulamentação para esses aumentos. Você precisa estar 
atenta: em toda agência está afixada uma tabela com os valores das tarifas 
cobradas por aquele banco. E elas também aparecem no seu extrato. 
• Com que frequência devo checar meu extrato? Uma vez por mês é o 
suficiente (a maioria dos bancos cobra para emitir extratos extras). Abra o 
extrato assim que chegar do correio, se por acaso tiver algo errado, quanto 
antes você tomar providências melhor. Confira o que entrou e saiu de sua 
conta, se não houve algum lançamento indevido e quanto está pagando de 
tarifas. 
• E se aparecer dinheiro a mais em minha conta, que eu não sei de onde 
veio? Antes de comemorar, cuidado. Se o dinheiro não for “seu” e caiu na sua 
conta por engano, mais cedo ou mais tarde a quantia será estornada, ou seja, 
sai de sua contra e é você quem tem que pagar. O melhor a fazer é procurar o 
gerente para tentar descobrir de onde veio o dinheiro. 
• Vale a pena ter duas contas correntes, em bancos diferentes? Não. Você 
vai pagar tarifas duas vezes e é mais difícil controlar os gastos de um unico 
banco. 
• E melhor um casal ter contas conjuntas ou individuais? A vantagem da 
conta conjunta é que vocês só vão pagar as tarifas uma vez. A desvantagem é 
que fica mais difícil controlar o saldo. No caso de cada um ter a sua conta, e as 
duas serem conjuntas, a vantagem é que vocês não pagarão tarifas (quando 
houver) se precisarem transferir dinheiro de uma conta para outra (lembrem-se 
da CPMF). 
• Ter cheque especial é um bom negócio? Entrar no cheque especial significa 
que voce gastou mais do que você tinha na conta. É um péssimo negócio. É 
como pegar dinheiro emprestado e pagar com juros altíssimos, o juro do 
cheque especial é um dos mais caros do mercado. Evite a todo custo. 
• E se eu cair naquele círculo vicioso: uso o cheque especial, meu saldo 
fica negativo, preciso entrar no especial de novo? É possível, 
recomendável e inteligente negociar as dívidas com o banco. Sente-se com o 
seu gerente e combine como parcelar a dívida e reduzir o juro. Você vai se 
surpreender com a facilidade de fazer isso e, principalmente, com a redução de 
custos que pode conseguir. 
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35 
• Se tiver problemas com meu banco, o que posso fazer? Primeiro, conversar 
com o gerente sobre suas queixas e ver o que ele tem a oferecer para você. 
Lembre-se: o dinheiro é seu, o banco não está fazendo nenhum favor e sim 
prestando um serviço e cobrando por isso. Se você é mal atendido(a) numa 
loja e, ainda por cima, o produto que quer comprar está mais caro do que nas 
outras, você não volta mais lá, certo? Com o banco, a mesma coisa: se não é 
bom para você, feche a conta e abra em outro banco. 
• Dá muito trabalho fechar uma conta? Há uma pequena burocracia, mas é 
fácil. Dá menos trabalho do que "esquecer" uma pequena quantia na conta e 
nunca mais usar. 
• Por quê? Se você não oficializa o fechamento da conta, vai pagar uma taxa de 
manutenção de conta inativa. Essa taxa não é ilegal. Suponha que o banco 
lance, todo mês, essa quantia em sua conta e você não tenha mais saldo. 
Depois de algum tempo, será cobrada. E voce terá que pagar juro pelos 
pagamentos atrasados. 
• Se eu não conseguir resolver meus problemas no banco conversando 
com o gerente, o que posso fazer? Você pode procurar o Banco Central ou 
o PROCON da sua cidade e se é possível fazer algo, pois se lembre que você 
assinou um contrato com o banco permitindo certas coisas. Como os bancos 
não estão enquadrados no Código de Defesa do Consumidor, nem sempre é 
fácil de negociar. 
Tarifas Cobradas pelos Bancos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tarifas cobradas pelos Bancos 
Como as taxas de serviços bancários não são tabeladas, mostramos aqui uma 
média dos preços cobrados pelos bancos. Fique esperto, pois para atrair 
clientes muitos bancos oferecem alguns desses serviços sem cobrar nada. 
Serviços Valores médios em 
reais Confecção de ficha cadastral 
Abertura de conta 
Confecção de cartão magnético comum 
Confecção de cartão magnético múltiplo internacional 
Confecção de cartão adicional 
Talão de cheque com 20 folhas (2º talão no mês) 
Cheque sem fundo devolvido 
Cheque sustado 
Inclusão no cadastro de cheque sem fundo 
Exclusão do cadastro de cheque sem fundo 
Cheque compensado 
Cheque de transferência bancária sem CPMF 
Concessão de cheque especial / conta garantida 
Débito autorizado em conta corrente 
Saque em caixa automático externo / banco 24 horas 
Emissão de DOC 
Depósito em outra agência 
Extrato de conta em terminal eletrônico 
Extrato de conta via fax, internet etc. 
Abertura de crédito 
Renegociação de dívida 
Segunda via de documento 
É bom saber...5 
� ... se a dívida estiver em discussão na Justiça, o devedor não pode 
ser incluído nos cadastros de inadimplentes. 
� ... depois da quitação ou renegociação do débito, o nome tem de ser 
retirado das listas de devedores em no máximo cinco dias. Se isso 
não ocorrer, procure os órgãos de defesa do consumidor ou um 
advogado com os comprovantes de pagamento em mãos. 
� Em último caso, será preciso ingressar com uma ação judicial de reparação por 
danos. 
 
5
 Rrevista Claudia – Abril/2002 
 
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37 
� ... você tem direito a processar, por danos morais, o credor e a entidade de 
proteção ao crédito caso seu nome seja incluído indevidamente em uma 
dessas listas. 
� ... nos contratos financeiros - empréstimos bancários, crediários de financeiras, 
leasing ou consórcio - a multa máxima por atraso de pagamento é de 2%. É 
permitida ainda uma taxa de juros por dia de atraso, a tal comissão de 
permanência, que todos os tipos de contrato é possível cobrar juros de mora de 
1% ao mês se a quitação for feita após o vencimento. 
Orçamento Básico...6 
Veja abaixo quanto os gastos com um filho representam, aproximadamente, no 
total do orçamento familiar (100%): 
� De O a 3 anos 10 a 15%;(*) 
� De 4 a 10 anos 15 a 25%;(*) 
� De 11 a 17 anos 25 a 30%.(*) 
(*) Esses valores são somente uma média. O total de gastos, em cada faixa 
etária, pode ser maior ou menor, dependendo das necessidades de cada família. 
3 MORADIA 
3.1 Abusos no Aluguel7 
Os inquilinos devem ficar atentos ao pagar o 
aluguel com atraso. Geralmente, o contrato estipula 
dois valores, um com desconto e outro sem. Essa 
decisão da imobiliária ou do locador não é ilegal 
mas, muitas vezes, contém abusos e ilegalidades. Um exemplo é quando o 
proprietário cobra multa por atraso sobre o valor mais alto. 
Os contratos de aluguéis não são obrigados a

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