Buscar

Aula de Direito Empresarial II (2)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Empresarial II
Títulos de Crédito
Papéis que simbolizam uma troca de moedas, não é dinheiro nem contrato, exemplo: Cheque.
Crédito
É a transação entre duas partes, na qual uma delas (credora) entrega a outra (devedora) determinada quantidade de dinheiro, bens ou serviços, em troca de uma promessa de pagamento (Maria Bernadete Miranda).
São elementos essenciais no Crédito:
Confiança; e
Tempo.
Arnaldo Rizzardo ressalta a existência de dois elementos para o crédito:
Subjetivo (confiança); e
Objetivo (prestação).
Por sua vez, Sérgio Covello, identifica quatro elementos:
Confiança;
Prazo;
Interesse; e
Risco.
Importância do Crédito
Possibilita a imediata mobilização de riqueza através do crédito permitindo um maior crescimento da economia, o crédito desenvolverá seu papel na economia quando presentes as seguintes características:
Certeza;
Segurança; e
Facilidade na Circulação.
Classificação do Crédito
Em função da garantia assegurada ao credor:
Crédito Real
Penhor (bem móvel)
Hipoteca (bem imóvel)
Crédito Pessoal (garantia fidejussória)
Aval
Fiança
Quanto à finalidade do crédito:
Créditos de consumo – aplicados na satisfação pessoal de necessidades.
Créditos de produção – aplicados na produção de bens ou desenvolvimento de atividade econômica, são exemplos:
Crédito rural
Crédito industrial.
Quanto ao prazo o crédito se classifica em:
Crédito de curto prazo – prazo inferior a 1 ano;
Crédito de médio prazo – prazo entre 1 e 3 anos;
Crédito de longo prazo – prazo superior a 3 anos.
Quanto ao devedor em:
Crédito público – o devedor é o Poder Público.
Créditos privados – o devedor é o particular e de acordo com sua destinação, podem ser:
Individuais
Industriais
Agrícolas
Marítimos
Quanto a origem dos créditos:
Crédito interno – obtido dentro do território nacional;
Crédito externo – obtido fora do território nacional.
Quanto ao instrumento de crédito (forma de representação), o crédito será representado por:
Contrato; ou
Título de crédito, sendo exemplos:
Cheque;
Nota promissória;
Letra de câmbio;
Ações empresariais;
Duplicatas.
Quanto aos documentos de legitimação:
Títulos de crédito próprio – são documentos que legitimam o credor para o exercício do direito. Nos títulos de crédito, o titular do direito é o proprietário do documento, seu direito é autônomo em relação aos antigos proprietários do título. São exemplos a letra de câmbio e a nota promissória.
Títulos de crédito impróprio – são documentos probatórios que não se destacam do contrato que os origina, não têm a função de circulação típica dos títulos de crédito próprios. Os títulos impróprios se dividem em:
Comprovantes de legitimação – são documentos que comprovam o direito que decorre de um contrato, em regra, não são transferíveis. São exemplos as passagens de ônibus, os recibos de depósito e os ingressos para espetáculos públicos.
Títulos de legitimação – também são documentos que comprovam o direito que decorre de um contrato, no entanto, são transferíveis, são exemplos os vales postais.
Títulos de Crédito 
Letra de Câmbio 
Durante muito tempo o mais importante título 
Distinções – Aspectos Gerais 
Os títulos de crédito são papéis de troca (função econômica = capacidade de circulação, de ser negociado).
Difere do contrato que, salvo exceções, não tem capacidade de circulação, de ser transferido.
Operação de Crédito
Crédito é a troca de dinheiro presente por dinheiro futuro (vantagem) - a atividade de crédito é uma atividade obrigacional.
Títulos de crédito e dinheiro.
Não são a mesma coisa, o título de crédito é uma promessa, dinheiro é um bem de capital (patrimônio), tem curso forçado (moeda de curso forçado é aquela que é aceita pela economia por força de lei).
O título de crédito não obriga ninguém a recebê-lo, por exemplo o cheque.
Os títulos de crédito são mecanismos de pagamento pro solvendo e não pro soluto.
Cessão de crédito “pro soluto” o cedente responde pela existência e legalidade do crédito, mas não responde pela solvência do devedor; já na cessão “pro solvendo”, responde também pela solvência do devedor.
No pagamento PRO-SOLUTO, as promissórias são entregues e recebidas como pagamento, a título de solução, e dando quitação.
No pagamento PRO-SOLVENDO, os títulos não se tornam autônomos, não se desligam do negócio respectivo, o preço só se considera real e definitivamente pago depois de saldada a última das notas promissórias.
Código Civil
Parte geral das obrigações - leitura.
Títulos de Crédito e Contrato.
Ambos são espécies obrigacionais.
Quanto a natureza jurídica o contrato é bilateral enquanto o Título de Crédito é unilateral.
Dizer que o título é quesível (denominação de dívida a ser paga na residência ou domicílio do devedor) e não portável, pois portável é o título em que cabe ao devedor ir pagar no domicílio do credor, não tem nada a ver com "ao portador", título ao portador é aquele cuja transferência se faz por simples tradição do título, pois este não identifica o nome da pessoa beneficiária.
Código Civil
Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.
Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
Título de Crédito
Funções de um Título de Crédito
Um título de crédito tem como função provar a existência de uma obrigação, eventualmente para constituir a obrigação, simplificando o exercício do direito, dando mais certeza e segurança aos credores.
Tem como função a transferência do direito representado no documento, que é sua função principal: facilitar e agilizar a circulação de riquezas!
Em síntese são funções fundamentais:
Constituir um meio técnico para o exercício de direitos de crédito; e
Facilitar e agilizar a circulação de riquezas.
Na economia moderna aponta-se três exigências para a circulação de riquezas:
Simplificação das formalidades;
Certeza do direito adquirido;
Segurança na circulação.
Títulos de Crédito Típicos e Atípicos
Tomazette entende ser admissível a criação de títulos atípicos por parte de particulares, ou seja, títulos não previstos na lei, principalmente quando os títulos típicos não forem capazes de atender às necessidades privadas.
Fundamenta tal assertiva no disposto no art. 903 do Código Civil/2002.
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.
Entende o autor que o Código Civil se aplicaria nas lacunas dos títulos típicos e integralmente aos títulos atípicos, e que os títulos nominativos ou à ordem podem ser emitidos sem a necessidade de autorização legal específica, conforme art. 907 do CC:
Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.
Um documento criado por particulares valerá como título de crédito se atender ao que estabelece o art. 889 do Código Civil.
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.
§1º - É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.
§2º - Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente.
§3º - O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.
Características
Título de Crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado (Cesare Vivante).
Código Civil
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Neste conceito estão presentes os três elementos essenciais de um título de crédito:
Autonomia das obrigações;
Literalidade;
Cartularidade ou incorporação.O professor mencionou outro elemento (princípio ou característica): abstração.
Princípios do Título de Crédito
Os princípios se constituem em normas jurídicas com alto grau de abstração que podem ser cumpridas em diferentes graus, principalmente quando entram em conflito com outros princípios eles não se eliminam, mas sim se adaptam e convivem.
O mesmo não se aplicam às regras que são normas jurídicas que, mediante caso concreto, devem ser aplicadas, excluindo da aplicação norma que conflita com outra.
De acordo com Tomazette são princípios do título de crédito: Cartularidade ou incorporação; Literalidade; Autonomia; Abstração; e Independência.
O professor não reconhece a “independência” mas acrescenta o “Princípio da legalidade cambial” e o “Princípio do formalismo ou rigorismo cambiário”.
Cartularidade
O documento é necessário (imprescindível) para o exercício do direito, é a ideia essencial do princípio da cartularidade ou incorporação. É a base documental, também denominado incorporação, pois o direito se incorpora à cartula (papel).
CC - Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
Newton de Lucca afasta a expressão "incorporação" por entender que o direito não está incorporado ao título, pois perdido o título não se perde o direito.
A cartularidade significa que o título é o sinal imprescindível do direito. O documento é necessário para o exercício dos direitos nele mencionados.
Da mesma forma, para se ter prova do pagamento do título é necessária a entrega do próprio título, não se aplicando a regra da validade do pagamento realizado a credor putativo (sem o título), contida no art. 309 do Código Civil.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. 
Aquele que é proprietário ou possuidor legítimo do título do documento também é titular do direito cartular nele incorporado, sendo necessária a apresentação do original para instruir ação executiva.
Exceções:
Execução sem o original (vide jurisprudência do STJ) – mitigação da cartularidade:
Por questões de segurança (valor elevado ou risco de perda)
Impossibilidade fática de juntada do original (presente em outro processo)
Permissão para, na restauração dos autos, utilizar cópia autenticada.
O STJ entendeu ser possível a apresentação de cópia autenticada do cheque.
O devedor só poderá desconstituir se conseguir provar que há indícios de fraude na fotocópia.
Variações em relação a duplicatas mercantis ou de prestação de serviços que pode vir a ocorrer o protesto por indicações, sendo a execução baseada no protesto desde que acompanhada de comprovante de entrega das mercadorias.
As duplicatas são reguladas pela Lei nº 5.474, de 18 jul. 1968.
Títulos virtuais
Há exceção à cartularidade? Mundo real x mundo virtual.
Na verdade temos uma redefinição da cartularidade dada a desmaterialização dos títulos de crédito.
Daí a existência de títulos de crédito denominados "eletrônicos", pois dado o avanço tecnológico não são materializados em papel, condição admitida no art. 889, §3º do Código Civil:
§3º - O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.
As ações (sociedades anônimas), um dos principais títulos de crédito, são totalmente virtuais.
A Lei nº 11.076/2004, que disciplina os títulos do agronegócio criou títulos eletrônicos, como se observa abaixo:
Art. 3º O CDA e o WA serão:
I - cartulares, antes de seu registro em sistema de registro e de liquidação financeira a que se refere o art. 15 desta Lei, e após a sua baixa;
II - escriturais ou eletrônicos, enquanto permanecerem registrados em sistema de registro e de liquidação financeira.
Literalidade
O direito a ser exigido é aquele que consta no título!
A obrigação que deve ser cumprida é a que está retratada no título.
Não se aplica a regra do art. 112 do CC nos títulos de crédito.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
A literalidade pode ser:
Direta - São os direitos que constam do título de crédito.
Indireta - corresponde à exceção, quando uma certa obrigação não conste do título de crédito, mas que são supridas pela legislação. Constitui-se em uma flexibilização da literalidade, ao aceitar que certas vantagens sejam postuladas, embora não constem do título, mas que tem respaldo legal.
Exemplos: vencimento, juros de mora e lugar de pagamento.
LUG - Art. 48 - O portador pode reclamar daquele contra quem exerce o seu direito de ação:
1 - O pagamento da letra não aceite não paga, com juros se assim foi estipulado;
2 - Os juros a taxa de 6 por cento desde a data do vencimento;
3 - As despesas do protesto, as dos avisos dados e as outras despesas;
A literalidade confere certeza quanto à natureza, ao conteúdo e a modalidade da prestação prometida ou ordenada.
O princípio não se aplica integralmente à duplicata que admite:
Quitação em separado (Lei nº 5.474/68, art. 9°);
Compensação de valores não previstos no título (Lei nº 5.474/68, art. 10); e
Assunção de obrigação fora do título (aceite presumido)
Autonomia
É o mais importante de todos os princípios e corresponde à independência entre as obrigações cambiais, gerando a cadeia de solidariedade cambial.
Os Títulos de Crédito nascem para circular, ou seja, serem transferidos para outros.
Os títulos à ordem e os escriturais (nominais) exigem que as pessoas insiram seus nomes quando de suas transferências.
Cada uma das pessoas tem uma obrigação perante ao credor, obrigação que não se resolve em razão de um vício ou defeito de outra obrigação, pois as obrigações são independentes.
Inoponibilidade das exceções pessoais em relação à terceiro de boa-fé.
Independência entre as várias obrigações (relações cambiais)
A emite um Título de Crédito (TC) para B
A é o emissor - devedor principal
B é o credor
B transfere o TC para C, mediante endosso.
B deixa de ser credor para ser devedor de C
C transfere o TC para o D, mediante endosso
C deixa de ser credor para ser devedor de D
O último credor, poderá exigir a obrigação de cada devedor anterior (A, B e C).
D decide executar B
B tomou conhecimento de que A, emissor do título, é incapaz, o defeito dessa obrigação não contamina as demais obrigações.
Caso a execução se desse contra A, que por ser incapaz poderia oferecer exceção dada sua incapacidade.
Há inoponibilidade das exceções pessoais para os demais devedores (subprincípio do princípio da autonomia)
CC - Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. 
Na autonomia as obrigações cambiais existentes entre os vários coobrigados são autônomas entre si.
Abstração
Princípio não fundamental, pois não encontrado em todos Títulos de Crédito, mas de muita importância.
Possibilita classificação quanto à causa (natureza dos direitos incorporados ao documento):
Abstratos (desvincula)
O direito representado no documento não depende da relação que lhe deu origem, há uma distinção entre a relação cartular e a relação fundamental (causal). A obrigação que consta no título é incondicional em relação aos possuidores de boa-fé. Ex. Cheques, Letras de Câmbio e Notas Promissórias.
Causais (não desvincula)
O direito representado não se desvincula da relação que lhe deu origem, o título faz menção à sua causa. São exemplos as duplicatas que estão sempre ligadas à compra e venda e à prestação de serviços. O credor tem ciência da causa do título e que o seu direito pode ser afetado por essa causa. Ex. Duplicatas.
Não deve ser confundido com o princípio da autonomia!
Pelo princípio da abstraçãoo título de crédito se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem, portanto, vícios referentes à relação causal não podem ser opostos.
O professor é totalmente contra autores que afirmam que a abstração nasce da autonomia.
A abstração corresponde à desvinculação do título com o negócio jurídico fundamental, basal, causal!
A duplicata requer o aceite, este não será obrigatório se a mercadoria não for entregue ou, se entregue, contiver defeitos na quantidade ou na qualidade.
A abstração não é automática, o TC abstrato é aquele que tem a possibilidade de tornar abstrato, são condições para se tornar abstrato:
Circulação (transferência); e
Boa-fé (em relação ao coobrigado).
Relação Fundamental: A para B
Relação Cambial: B para A, não houve circulação! Não há abstração.
O TC abstrato mais comum é o cheque. São basicamente três: cheques, NP e Letras de Câmbio. Podendo ser considerados as debêntures e bilhetes de loterias.
Esses são títulos potencialmente abstratos.
Os TC que não cumprirem os requisitos (boa-fé e circulação) não se tornam abstratos.
Súmula nº 258 STJ
A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
Segundo o professor o termo correto seria abstração.
OBS.: Há autores que comentam que os títulos causais podem se tornar abstratos.
Os Títulos de Crédito nascem de uma relação jurídica anterior (por exemplo, um negócio jurídico), geralmente um contrato ou ato unilateral (por exemplo uma promessa de recompensa), uma multa de trânsito.
Quando você emite um TC ele se desvincula do negócio/relação jurídica.
Os TC abstratos quando emitidos não podem ser descumpridos pelo vício do negócio que lhe originou.
Princípio da legalidade cambial
Não há TC que não esteja tipificado em lei, ou seja, todo e qualquer TC tem que estar previsto em lei.
Equivale dizer que em matéria cambiária não se aplica o princípio da autonomia da vontade.
Esse princípio, clássico, funcionou sem questionamentos até a promulgação do CC de 2002.
O professor entende não existirem os títulos de crédito atípicos, pois haveria redução da segurança que os títulos possuem.
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Princípio do formalismo ou rigorismo cambiário
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados. 
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. 
Títulos em branco ou incompleto
Súmula STF 387
A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
TC - Circulação
Classificação dos títulos de crédito quanto sua capacidade de circulação (transferência)
TC ao Portador
CC, art. 904 a 909
A transferência se dá por mera tradição
Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.
O portador é legitimado à prestação do crédito inserido no TC
Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
Necessidade de lei especial – inexiste atipicidade para os títulos de crédito ao portador.
Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial. 
Exemplos de TC ao portador no direito brasileiro
Cheques no valor até R$ 100,00 (Lei nº 9.069/95, criou o plano real).
O título não precisa de endosso, a transferência se faz por simples tradição.
Bilhetes de loteria
É TC ao portador se não for assinado no verso, de acordo com o art. 6° do Decreto-lei nº 201/67.
Art 6º O bilhete de loteria, ou sua fração, será considerado nominativo e intransferível quando contiver o nome e endereço do possuidor. A falta desses elementos será tido como ao portador, para todos os efeitos.
Nominativo = intransferível
Portador = abstração nos TC ao portador (parágrafo único do art. 905)
Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
Limitações: revogação de vários TC ao portador
Lei 8021/90 - proibição de liquidações financeiras sem identificação do beneficiário.
Lei 8088/90 - proibição ou extinção da emissão de títulos ao portador.
Título dilacerado
CC – Art. 908. O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas.
CPC – Art. 912. Ocorrendo destruição parcial, o portador, exibindo o que restar do título, pedirá a citação do devedor para em 10 (dez) dias substituí-lo ou contestar a ação.
Parágrafo único. Não havendo contestação, o juiz proferirá desde logo a sentença; em caso contrário, observar-se-á o procedimento ordinário.
Título extraviado 
CC - Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos. 
Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato. 
CPC – 907 a 911
Art. 907. Aquele que tiver perdido título ao portador ou dele houver sido injustamente desapossado poderá:
I - reivindicá-lo da pessoa que o detiver;
II - requerer-lhe a anulação e substituição por outro.
Art. 908. No caso do no II do artigo antecedente, exporá o autor, na petição inicial, a quantidade, espécie, valor nominal do título e atributos que o individualizem, a época e o lugar em que o adquiriu, as circunstâncias em que o perdeu e quando recebeu os últimos juros e dividendos, requerendo:
I - a citação do detentor e, por edital, de terceiros interessados para contestarem o pedido;
II - a intimação do devedor, para que deposite em juízo o capital, bem como juros ou dividendos vencidos ou vincendos;
III - a intimação da Bolsa de Valores, para conhecimento de seus membros, a fim de que estes não negociem os títulos.
Art. 909. Justificado quanto baste o alegado, ordenará o juiz a citação do réu e o cumprimento das providências enumeradas nos ns. II e III do artigo anterior.
Parágrafo único. A citação abrangerá também terceiros interessados, para responderem à ação.
Art. 910. Só se admitirá a contestação quando acompanhada do título reclamado.
Parágrafo único. Recebida a contestação do réu, observar-se-á o procedimento ordinário.
Art. 911. Julgada procedente a ação, o juiz declarará caduco o título reclamado e ordenará ao devedor que lavre outro em substituição, dentro do prazo que a sentença lhe assinar.
Títulos Nominativos
O título é emitido com indicação nominal do beneficiário.
São também chamados títulos escriturais.
A transferência se dá por meio de registro mantido pelo emitente, que será assinado tanto pelo emitente quanto pelo adquirente.
Exemplo: ações de sociedade anônimas; títulos no mercado financeiro (CDB, LCA; CCB; CCI)
Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.
Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente.
Regra de Exceção – possibilidade de transferência por endosso em preto.
Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário.
A transferência por endosso em preto é válida entre as partes, mas requer averbação no registro para ter eficácia perante o emitente.
§1° A transferênciamediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante.
Direito à averbação: requer a comprovação da autenticidade da cadeia de endosso.
§2° O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes.
§3° Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente.
Transformação do título de crédito nominativo
Art. 924. Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser transformado em à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa.
Art. 925. Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de boa-fé fizer a transferência pelos modos indicados nos artigos antecedentes.
Art. 926. Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por objeto o título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a competente averbação no registro do emitente.
Títulos à Ordem
Confere mais segurança que o título ao portador. Possui a identificação do credor.
A circulação exige a tradição e o endosso.
O endosso pode conter “Cláusula Não a Ordem.”
Não confundir com Título de Ordem / promessa (pagarei em tal dia, x reais)
No Título a Ordem o devedor incumbe a um terceiro o pagamento da dívida.
"A" é o sacador; "B" é o sacado; "C" é o beneficiário, o credor.
Os títulos de ordem podem ser nominativo ou ao portador.
Geralmente os títulos de ordem (comando) são à ordem (capacidade de circulação)
•	A transferência se dá por endosso
CC, art. 910 a 920
Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título.
§ 1º - Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.
§ 2º - A transferência por endosso completa-se com a tradição do título.
§ 3º - Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente.
Art. 911. Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco.
Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas.
Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante.
Parágrafo único. É nulo o endosso parcial. 
Art. 913. O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em branco ou em preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso. 
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
§1º - Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário.
§2º - Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores.
Art. 915. O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da ação.
Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída.
§ 1o O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu.
§ 2o Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o endosso-mandato.
§ 3o Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante.
Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título.
§ 1o O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador.
§ 2o Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé.
Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil.
Art. 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior.
Títulos à Ordem – Endosso
Conceito
Declaração cambiária que tem por objeto e efeito a transmissão do Título de Crédito.
Endosso é a declaração formal, literal, unilateral, facultativa, incondicional, integral pela qual se transfere o Título de Crédito e em consequência os direitos nele incorporados.
LUG – Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.
Outra forma de transferência do Título de Crédito é a cessão de crédito, embora não tenha a mesma simplicidade e segurança do endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
Cláusula a Ordem
A cláusula a ordem é uma condição para que se transfira o Título de Crédito por meio do endosso, essa cláusula é presumida nas Letras de Câmbio, Notas Promissórias (LUG - art. 11) e no cheque (lei nº 7.357/85, art. 17).
LUG – Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.
Por ser implícita a cláusula no cheque, na Letra de Câmbio e na Nota Promissória só será possível impedir o endosso com cláusula de não a ordem ou outra equivalente expressa.
Cláusula não à Ordem
Impede a transferência do Título de Crédito por endosso 
Ocorre por medida de segurança, de regra, inserida pelo emitente.
Não impede a circulação por meio civil (cessão de crédito), quando o devedor deverá ter ciência da cessão.
Retira a possibilidade de circulação cambial 
LUG - art. 11
Art. 11 - Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula a ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.
CC – Art. 911. Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco.
Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas.
Forma do Endosso
A vontade de transferir deverá ser formalizada no próprio Título de Crédito, que pode ser:
A simples assinatura do beneficiário no verso do título
A assinatura no anverso acompanhada de expressão que indique a intenção de transferir o Título de Crédito.
O endosso firmado por procurador é admitido desde que o procurador seja dotado de poderes especiais para efetivar o endosso.
Espécies deendosso
O endosso pode ser em Preto ou em Branco.
Aquele que endossa deixa de ser credor e passa a ser endossante.
Quem recebe o título, o endossatário, passa à condição de credor.
No endosso em preto o endossante indica o nome do endossatário, dando mais segurança ao Título de Crédito, pois somente o endossatário poderá exercer o direito cambial.
O endossatário poderá fazer um novo endosso, que poderá ser escrito no verso ou no anverso do Título de Crédito.
No endosso em branco, o endossante não menciona o nome do endossatário, esse endosso só poderá ser lançado no verso do Título de Crédito.
Neste caso o TC passará a circular como se fosse ao portador, a transferência se dará por simples tradição.
O endossatário, do endosso em branco, poderá:
Fazer um novo endosso para transferir o título;
Completar o endosso em branco com o nome do endossatário; ou
Transferir o título pela tradição.
Para coibir a transferência por simples tradição, a lei nº 8.088/90, art. 19, estabeleceu que:
"Todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por endosso em preto."
Segundo Fábio Ulhoa Coelho ainda é possível o endosso em branco, desde que ele seja completado na hora do pagamento, essa é a orientação que segue o STJ.
Endosso Parcial
O endosso deve sempre transferir a totalidade dos direitos incorporados ao Título de Crédito, dado o princípio da cartularidade que impede a cisão do direito, pois o documento terá que ser apresentado para o exercício do direito.
O endosso só pode ser total.
CC - Art. 912. Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.
O endosso parcial de uma Letra de Câmbio é nulo (LUG - Lei Uniforme de Genebra, art. 12)
LUG - Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não escrita.
O endosso parcial é nulo.
O endosso ao portador vale como endosso em branco.
Endosso Condicional
É nulo termo condicional, o endosso é válido, a condição é nula.
CC - Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante.
LUG - Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não escrita.
Cláusula temporal é possível
Efeitos do Endosso 
Transferência do título (efeito translativo)
Torna o endossante responsável pela aceitação e pagamento do título (responsabilidade)
O objetivo do endosso é a transferência do Título de Crédito, por inteiro, de todos os direitos inerentes ao título.
Com a transferência o endossatário poderá, na condição de novo proprietário do direito:
Apresentar o título para aceitação e para pagamento;
Levá-lo a protesto;
Transferi-lo novamente; e
Ajuizar ações que se fizerem necessárias.
A transferência abrange todas as garantias inerentes ao título.
O endossatário adquire os direitos inerentes ao título de modo autônomo (exige sua boa-fé), tais direitos são totalmente desvinculados da situação do endossante.
Responsabilidade do endossante
O endossante perde o direito mencionado no título, mas continua vinculado ao título na condição de coobrigado, respondendo pela aceitação e pagamento, salvo se houver cláusula contrária.
O efeito que leva à responsabilidade é regra para as Letras de Câmbio e Notas Promissórias (LUG - art. 15), para os cheques (Lei nº 7.357/85) e para todos os títulos aos quais se apliquem essas regras (duplicatas, cédulas de crédito...)
LUG – Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra.
O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada.
Lei nº 7.357/85 – Art. 21 Salvo estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento.
O Código Civil, art. 914, inverte a ordem para os títulos atípicos, o endossante não responde pelo pagamento, salvo cláusula expressa em sentido contrário.
CC - Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
§1º - Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário.
§2º - Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores. 
Em ambos os artigos (CC – art. 914, LUG – art. 15) cabem cláusula em contrário.
Nos títulos típicos, quem endossa o título, em regra, garante ao endossatário e aos endossatários seguintes que o título será aceito e pago no vencimento, salvo em cláusula em contrário.
Caso o coobrigado principal não realizasse o pagamento, os demais respondem solidariamente.
Endosso sem garantia
Pode o endossante, ao efetuar o endosso de uma Letra de Câmbio, declarar que não se responsabiliza pelo aceite e pagamento do título.
Proibição de novo Endosso. (Cláusula proibitiva de novo endosso – incluída por um endossante)
CC – Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Essa cláusula (LUG - art. 15) não retira a responsabilidade do endossante, nem impede propriamente a realização de um novo endosso, mas afasta a responsabilidade do endossante em face das pessoas a quem o título for posteriormente endossado.
Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra.
O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada.
Endosso Tardio versus Endosso Póstumo
Vencimento, é o marco temporal em que o título está maduro, pronto para ser exigido. – CC, art. 902 e LUG, art. 40
Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela validade do pagamento.
§1° No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.
§2° No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.
Modalidades de vencimento – LUG, art. 33
Art. 33 - Uma letra pode ser sacada
- à vista
Vencimento à vista, ocorre quando esse título pode ser considerado vencido contra sua apresentação. Criado o título pelo emitente (devedor) já se torna exigível, cabe ao credor decidir o momento (LUG, art. 34)
Art. 34 - A letra à vista é pagável a apresentação. Deve ser apresentada a pagamento dentro do prazo de um ano, a contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes.
O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a apresentação conta-se dessa data.
- a um certo termo de vista;
Títulos pré-fixados (data certa)
- a um certo termo de data;
- pagável num dia fixado (a data certa)
É válido o endosso dado após o vencimento?
Modalidade LUG
Existe um prazo entre o vencimento e o protesto.
O endosso no prazo para o protesto é denominado “endosso tardio”.
Protesto – Lei n° 9.492, art. 1° “Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida”, tem por objetivo a preservação e a garantia de direitos contra os coobrigados.
Art. 20 - O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito antes de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto.O endosso concedido após o prazo para protesto é denominado endosso póstumo, sem valor cambial, tem valor apenas de cessão de crédito.
Caso o endosso ocorra após o protesto por falta de pagamento ou após o prazo para efetivação do protesto por falta de pagamento, ele não produz os efeitos do endosso, mas apenas efeitos de cessão ordinária de créditos - é o chamado endosso póstumo.
Modalidade CC
O endosso posterior ao vencimento da obrigação é válido e produz os mesmos efeitos do endosso anterior. CC – Art. 920.
Art. 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior.
Endosso Impróprio
O endosso é impróprio quando não transfere a titularidade do título de crédito, ou seja, não transfere o direito obrigacional pertencente a alguém.
São espécies de endosso impróprio:
Endosso mandato (cobrança/procuração); e
Endosso penhor (caução/garantia).
Na prática o endosso caução se equipara ao endosso mandado
Diferença entre as formas de endosso:
Endosso Próprio
Translativo da titularidade
Endosso Impróprio
Apenas autoriza o exercício dos direitos literais contido na cártula.
O endosso mandato nasceu da necessidade na área comercial, dado os títulos de crédito serem obrigações quesíveis, cabendo ao credor buscar o devedor em seu domicílio, essa dificuldade operacional criou a prática do endosso mandado (cobrança). 
O endosso legitima a cobrança por outro que não é titular, mas que está autorizado a cobrar, protestar, etc. A expressão “para ....” é necessária para especificar a finalidade do endosso.
O endosso mandato transfere todos os poderes cambiais, exceto a titularidade.
Endosso Mandato
LUG – Art. 18 - Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur em recouvremente), "para cobrança" (pour encaissement), "Por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador.
Iniponibilidade das exceções cambiais nos endossos impróprios
A (emitente) B (beneficiário) C (endossatário mandatário)
C irá cobrar A, ocorre que C e A possuem outra relação jurídica onde C é devedor de A, A não poderá opor exceções contra C pois o título pertence a B.
Os coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções que eram oponíveis ao endossante.
A LUG contém um erro pois a morte ou incapacidade é do endossante.
O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandatário.
Endosso-mandato no Código Civil
CC – Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída.
§1° - O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu.
§2° - Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o endosso-mandato.
§3° - Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante.
Endosso Penhor
Art. 19 - Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração.
Os coobrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais deles com o endossante, a menos que o portador, ao receber a letra, tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.
Endosso-penhor no Código Civil
Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título.
§1° - O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador.
§2° - Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé.
Jurisprudência
Súmula 475
Súmula 475: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
Vícios extrínsecos: ausência de causa de emissão nos títulos causais.
Vícios intrínsecos: ausência de requisitos essenciais para a validade do título de crédito.
Endosso translativo (endosso próprio) é o ato cambiário, praticado unilateralmente pelo endossante, que consiste em lançar a assinatura na cártula, com a finalidade de transferir, para o endossatário, a titularidade dos direitos incorporados ao título de crédito “à ordem”.
Súmula 476
Súmula 476: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
A súmula regula a situação do endosso-mandato tratando diferentemente duas situações, a saber:
Quando o mandatário excede os poderes e as instruções transmitidas pelo mandante;
Quando o mandatário apenas dá fiel cumprimento ao mandato outorgado pelo endossante.
Assim, acaso o mandatário atue fielmente no cumprimento do mandato outorgado não poderá ele ser responsabilizado por eventuais danos decorrentes do protesto indevido do título.
Lei Uniforme de Genebra (LUG)
Até o advento do CC 2002 as normas gerais de TC (LC e NP) eram regidas pela LUG (Decreto nº 57665/66 – instrumento normativo que incorporou ao Direito brasileiro o tratado internacional LUG). Uma das fontes do Direito empresarial é a lex mercatória, norma internacional que regula as relações comerciais internacionais – uniformizando-as.
A LUG tem uma importância especial pois regula a LC e a NP e nenhum título de crédito é mais dotado de características cambiais que a Letra de Câmbio.
A partir do CC/2002 a regra básica deixou de ser a LUG e passou a ser o próprio código civil, como se observa no seu art. 903.
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.
Não existindo na lei que trata determinando TC referência à LUG as regras gerais aplicáveis são as contidas no CC, observe o art. 25 da Lei das Duplicatas.
Lei nº 5.474, de 18 de julho de 1968 (Lei das Duplicatas)
Art. 25 - Aplicam-se à duplicata e à triplicata, no que couber, os dispositivos da legislação sobre emissão, circulação e pagamento das Letras de Câmbio.
A LUG regulamenta os quatro mais importantes Títulos de Crédito: Letras de Câmbio; Notas Promissórias; Cheques e Duplicatas.
Exceções Cambiais
LUG – Art. 17 - As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.
A relação pessoal B endossa - C endossa - D
Relação pessoal não pode ser oposta.
A é incapaz, essa situação não pode ser oposta a C ou D.
Se D agiu com dolo para prejudicar o devedor, as exceções pessoais serão transladadas para o portador (efeito,translativo).
LUG – Art. 7º - Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser validas. (Aplicação da Autonomia)
Aval
Conceito
É a garantia pessoal (fidejussória) em matéria cambial.
A garantia pode ser dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra ao título de crédito.
A garantia não é real é pessoal.
Título de crédito com garantia real: Certificado de Crédito Rural Hipotecário (CCRH) – Garantia pignoratícia.
Forma de realizar o Aval
A (emitente) B (beneficiário) C (endossante1) D (endossante2)E (endossatário)
|------------------------ Cadeia de Endosso ------------------|
“D” com receio da falta de condição de pagamento por parte de “A”, “B” ou “C” requereu a D’ que avalizasse o título, ou seja, que concedesse uma garantia. D é o avalizado e D’ é o avalista.
Solidariedade Cambial
Toda assinatura inserida em um Título de Crédito gera responsabilidade. Existindo mais de uma assinatura, todos são coobrigados, todos têm responsabilidade. 
Há uma multiplicidade de devedores, onde todos são responsáveis pela dívida toda, portanto há solidariedade passiva.
A solidariedade cambial possui elementos que a diferencia da solidariedade comum (são semelhantes apenas no conceito).
A comum se baseia na partição (fracionamento) da responsabilidade enquanto a cambial se baseia na regressividade da responsabilidade cambial (a ação de regresso é pela totalidade).
Na cadeia de endosso acima, o credor “E” executou “C” que resgatou a dívida, a partir de então “C” passou a ser o novo credor, na condição de subrogatário, que só poderá executar B e A.
Na existência de um avalista de “A”, o A’, a execução também poderá ser contra o avalista ou contra o avalizado.
Caso o avalista realize o pagamento, a execução só poderá ser contra A, caso este não possui meios de pagamento, o avalista fica com o crédito (prejuízo).
Nos avais simultâneos aplica-se a solidariedade comum, baseada na repartição.
Características
As principais características do Aval são a autonomia e a equivalência.
Autonomia
Obrigação do avalista não está subordinada à existência/validade/eficácia da obrigação avalizada.
Equivalência
Avalista é devedor do título da mesma forma que a pessoa por ela avalizada.
O art. 32 da LUG refere-se à posição na cadeia de regresso.
LUG – Art. 32 – O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.
A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma.
Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra.
Forma
Aval em branco
Assinatura do avalista lançada no anverso do título.
Assinatura do avalista no verso ou anverso desde que seguida da expressão “por aval” ou semelhante.
Não se indica o avalizado
A legislação irá suprir (CC, art. 899)
Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
§1º Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.
§ 2º Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
“A” “B” “C” “D”
Devedor final igual ao emitente
A’ é o avalista de “A”, aval em branco, neste caso equipara-se ao emitente, ocorre no cheque e na nota promissória.
Devedor diferente do emitente.
Isto ocorre na Letra de Câmbio, que se constitui em uma ordem de pagamento, onde o emitente não é o devedor final. O mesmo ocorre com a Duplicata.
Aval em preto
Requer a identificação do avalizado.
Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; [...]
Lei estabelece o critério de identificação do avalizado.
LUG, art. 31 - sacador
Art. 31 - O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa.
Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval.
O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador.
O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação entender-se-á ser pelo sacador.
CC, art. 899 – emitente ou devedor final
Aval no Código Civil
Regulado pelos art. 897 a 900.
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
§2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
§1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.
§2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.
O CC veda o aval parcial, enquanto a LUG admite o aval parcial.
Aval versus Fiança
Ambas são garantias pessoais, a principal diferença entre ambas é que a garantia cambial se baseia no princípio da autonomia, enquanto a fiança é garantia civil que se baseia no princípio da subsidiariedade.
	AVAL
	FIANÇA
	Garantia nos títulos de crédito
	Garantia nos contratos
	Garantia Cambial
	Garantia Civil
	Obrigação autônoma
	Obrigação Acessória
	Não admite o benefício de ordem
	Admite o benefício de ordem
	A nulidade da obrigação principal não acarreta nulidade, salvo vício de forma.
	A nulidade da obrigação principal acarreta sua nulidade (CC, 824)
	Na forma do CC, é vedado o aval parcial
	A Fiança pode ser parcial
	Não permite reforço ou substituição.
	Permite reforça/substituição do devedor.
	Requer outorga uxória
	Requer outorga uxória
	
	
Benefício de ordem (CC, art. 827)
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
Nulidade da Fiança
Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor.
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo feito a menor.
Fiança pode ser menor
Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.
Outorga Uxória: Regra de Validade ou Eficácia? Regra de Validade.
Considera nulo o aval sem que exista a outorga
Presunção da outorga uxória – dívida contraída no interesse do casal.
Lugar do Aval
Aval em Preto
Qualquer lugar
Aval em Branco
Se pelo menos consta a fórmula do aval, em qualquer lugar.
Simples Assinatura, se no anverso do título significa Aval, caso no verso, significa Endosso.
Obs.: A jurisprudência do STJ entende que uma assinatura “solta” no verso do título pode ser considerada Aval, se induvidoso que não se trata de endosso.
Aval Antecipado
Alguns doutrinadores defendem a possibilidade do aval antecipado
Avais Simultâneos (coavais) versus Avais Sucessivos (aval do aval)
Avais simultâneos
Duas ou mais pessoas avalizam conjuntamente, garantindo a mesma obrigação cambial.
Aplica-se a solidariedade civil – terá direito a regresso da cota-parte.
“A” “B” “C” “D” – Cadeia cambial
Avais Sucessivos
Avalista avaliza outro avalista
Solidariedade cambial – terá direito a regresso do valor total.
STF – Súmula 189
Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
STJ – Súmula 26
O avalista do Título de Crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
STJ - Súmula 258
A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
O prof. entende que a S STJ 26 antecipou a S STJ258, pediu para estudarmos a respeito.
Outorga Uxória/Marital e o Aval
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
[...]
III - prestar fiança ou aval; 
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Letra de Câmbio
Conceito
É uma ordem de pagamento, o emitente é denominado sacador, o devedor é denominado sacado, sendo exigido o aceite, passando a ser denominado aceitante, que pagará o valor ao portador do título.
Legislação Aplicável
Lei Uniforme de Genebra (LUG)
Aval 
Endosso
Endosso gera responsabilidade
Cancelamento de endosso
Lei brasileira (Decreto 2044/1908)
Letras em branco
Prazo para pagamento e protesto.
Pluralidade de sacados – aplicação da lei nacional
Perda ou extravio – lei nacional estabelece que pode ser utilizada ação de anulação ou substituição do título.
Código Civil – aplicação reduzida às situações acessórias (art. 903)
Fluxograma da Letra de Câmbio
Saque
A LC se inicia com o saque, quando se indica a quem pagar, o valor a pagar, a praça de pagamento e o sacado, aquele que deverá pagar. A obrigação de pagar do sacado só nasce quando houver o aceite.
“A” (sacador) “B” (sacado = devedor)
“C” (tomador)
Apresentação para Aceite
Aceite (sacado passa à condição de devedor principal)
Por quê aceitar? O aceite se dá pela existência de relação fundamental entre aceitante e sacador.
Apresentação para pagamento
Ocorrerá após o aceite, no prazo de vencimento.
Não aceite (sacador = garantidor – Art. 9° da LUG)
Vencimento antecipado, exige protesto por falta de aceite.
Cobrança
Protesto
Aval antecipado = aval do sacado
Aceite parcial.
Vencimento
LUG, art. 33
Art. 33 - Uma letra pode ser sacada:
- à vista;
- a um certo termo de vista;
- a um certo termo de data;
- pagável num dia fixado.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

49 pág.

Perguntas Recentes