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Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE ENGENHARIA DE RESERVATÓRIOS DE PETRÓLEO I Aula 14: Fluxo de Líquidos nos Meios Porosos – 4ª Parte Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Apresentação do conteúdo da aula 1. Fluxo de Fluídos Líquidos em Meios Porosos; • Poços direcionais e horizontais, caraterísticas e aplicações; • Áreas drenadas, comparação e métodos de cálculo; • Zona danificada; • Queda da pressão pelo efeito de película; • Poços Multilaterais, aplicações; • Vazão dos poços horizontais; • Cone de água nos poços horizontais e vazão crítica. Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços Direcionais e Horizontais Características dos poços direcionais e horizontais • Poços para de desenvolvimento dos campos de petróleo passaram a ser preferencialmente dos tipos direcionais e horizontais; • No Brasil, da ordem de cinquenta por cento dos poços marítimos direcionais perfurados anualmente são horizontais; • A evolução tecnológica e ferramentas associadas têm revolucionado os conceitos da perfuração de poços; • Os poços inclinados permitem atingir objetivos afastados da cabeça do poço; • Os poços horizontais permitem expor maior extensão do reservatório e assim maximizar a recuperação dos reservatórios com menor número de poços produtores; • A perfuração de poços direcionais, além de aumentar a produtividade e diminuir custos, reduz o impacto ambiental que é um dos grandes problemas associados às atividades da indústria de petróleo e gás. Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços Direcionais e Horizontais Aplicações dos poços direcionais e horizontais • Os poços direcionais permitem que vários poços de desenvolvimento sejam perfurados a partir de uma plataforma, reduzindo custos; • Permitiram desenvolver a técnica de poços multilaterais, sendo ramos perfurados a partir do mesmo poço de origem; • Poços horizontais são os que atingem ângulos próximos de noventa graus, expondo grandes trechos do reservatório, aumentando a vazão de óleo produzido; • O aparecimento de motores steerable MWD, brocas apropriadas tornaram possível a perfuração horizontal. Figura 1.1 reproduzida L A S Rocha et al op cit em “saiba mais ” Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços Direcionais e Horizontais Aplicações dos poços horizontais - continuação • Reservatórios de rochas carbonáticas fraturadas e de baixa permeabilidade e porosidade tem limitada sua explotação comercial usando-se poços verticais, dai que o uso de poços horizontais viabilizam esses reservatórios. Interceptam diversas fraturas ou fissuras; • Os poços horizontais viabilizaram a explotação dos recursos não convencionais na América do Norte em rochas de baixíssima permeabilidade; • Formações fechadas de óleo pesado com baixa permeabilidade também podem viabilizar sua extração com poços horizontais; • Campos offshore, onde é crítico o posicionamento das plataformas marítimas de produção, os poços horizontais com longo trechos horizontais viabilizaram essa explotação em bacias como Mar do Norte e do Alaska; • Nas etapas de recuperação, aumenta o índice de Injetabilidade com uso desse tipo de poços, quando comparado com poços verticais. Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços Direcionais e Horizontais Aplicações dos poços horizontais - continuação • Problemas de cone de água ou de gás podem ser minimizados com poços horizontais; • Reservatórios de baixa permeabilidade possibilitam aumento da área drenada por cada poço e consequente diminuição do número de poços; • Nos reservatórios de alta permeabilidade, permitem a diminuição da velocidade de fluxo e a turbulência nas imediações do poço, aumentando sua produtividade; • Nos métodos especiais de recuperação utilizando injeção de vapor utilizam poços horizontais, como no SAGD Steam Assisted Gravity Drainage. Processo SAGD Figura 15.32 reproduzida de A J Rosa et al op cit em “saiba mais” Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços Horizontais Comparação das regiões de drenagem entre poços vertical e horizontal O poço horizontal em geral drena um volume maior do que o poço vertical; O poço vertical drena um volume cilíndrico, enquanto o poço horizontal drena um elipsoide, como mostram as figuras ao lado; • h espessura do reservatório; rw raio do poço; L comprimento do trecho horizontal do poço; re raio da área drenada. Figura 3.34 reproduzida de A J Rosa et al op cit em “saiba mais” Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços Horizontais Área de drenagem em um poço horizontal – exemplos Na figura ao lado, há áreas de drenagem de dois poços horizontais, calculando-se a área como sendo uma elipse no plano horizontal com cada extremidade do poço sendo o foco da elipse. Método dos semicírculos A₃₀₀ = 𝜋𝑟² + 2𝑟ₑ 𝐿 = 3,14x225²+ 2x225 x300 = ≅ 294000𝑚2 A₆₀₀ = 𝜋𝑟² + 2𝑟ₑ 𝐿 = 3,14x225²+ 2x225 x600 = ≅ 429 000 𝑚² Método da elipse cujos eixos: a=L/2 + rₑ e b= rₑ A₃₀₀ = 𝜋𝑎𝑏 = 3,14 [ 300 2 + 225 ] 225 ≅ 265 000 𝑚2 A₆₀₀ = 𝜋𝑎𝑏 = 3,14 [ 600 2 + 225 ] 225 ≅ 371 000 𝑚2 Acompanhar exercícios nos exemplos 3.9 e 3.10 pg 253/255 na op cit A J Rosa. Figura 3.52 reproduzida de A J Rosa et al op cit em “saiba mais” Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços Horizontais Zona danificada. Comparação entre os poços vertical e horizontal • Os formatos das zonas danificadas devido à invasão dos fluidos durante a perfuração tanto no poço vertical como horizontal. Figura ao lado; • Na parte superior, a zona invadida é maior devido ao maior tempo de exposição; • No poço horizontal, a zona invadida é maior devido ao tempo maior necessário para sua perfuração. A invasão tende a ser mais acentuada e o dano mais severo que no furo vertical. Figura 3.39 reproduzida de A J Rosa et al em “saiba mais” Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços Horizontais Queda de pressão pelo efeito película. Comparativo entre os poços vertical e horizontal A queda de pressão devido ao efeito de película de um poço horizontal é dada pela equação: ∆𝑝 = qh 𝐵𝜇 2𝜋𝑘𝐿 s Essa queda de pressão é menor no poço horizontal do que no poço vertical. O cumprimento L é em geral maior do que a espessura da formação h; a vazão do fluxo nas paredes do poço por unidade de comprimento é menor. • Reservatórios de alta permeabilidade têm sucesso com a extração por poços horizontais; • A estimulação de um poço horizontal pode não ser tão vantajosa com seria em um poço vertical, devido ao pequeno ganho de produtividade que seria obtido. Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços multilaterais Os poços multilaterais otimizam a produção, reduzem os custos e há máxima recuperação das reservas. Usam-se: • Em reservatórios de óleo pesado ou baixa mobilidade; • Reservatórios de baixa permeabilidade ou naturalmente fraturados; • Reservatórios pequenos, depletados ou de baixa pressão; • Reservatórios em camadas ouformações laminares; • Reservatórios isolados ou compartilhados. Em reservatórios de óleo pesado Figura 5.19 reproduzida de L A S Rocha et al op cit em “saiba mais” Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Vazão dos poços horizontais Vazão em regime permanente • Em regime de fluxo permanente, a pressão em qualquer ponto do reservatório não varia com o tempo, sendo raros reservatórios que operem nesse regime. Entretanto, as soluções nesse regime são amplamente usadas por vários motivos; • Existem diversas equações para previsão da vazão nos poços horizontais qh em regime permanente; • Em geral, o comprimento do poço horizontal é maior do que a espessura do reservatório, então a equação de Borisov (op. cit.) fica assim simplificada: qh= 2𝜋𝑘ℎ(𝑝ₑ−𝑝𝑤) 𝐵𝜇ln (𝑟ₑ/( 𝐿 4 ) • No fluxo incompressível e unifásico, a produtividade do horizontal se assemelha com a produtividade de um poço vertical com uma fratura vertical de condutividade infinita; • Acompanhe os exercícios resolvidos do exemplo 3.11 pg.257/258 da op. Cit. A J Rosa . Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços horizontais Cone de água e/ou gás em poços horizontais • Nos poços horizontais, o gradiente de pressão é praticamente uniforme em todo o reservatório com ligeiro acréscimo nas imediações do poço; a diferença dos poços verticais é que a grande parte da queda de pressão ocorre nas imediações do poço; • Devido à maior produtividade, os poços horizontais podem ser produzidos com menores diferenciais de pressão minimizando ou retardando a formação de cones; • Os poços horizontais, quando invadidos pela água, estarão irremediavelmente perdidos; • Os poços horizontais podem não ter como objetivo o aumento de vazões de produção de poços, podem também ter uso no retardamento do índice de produção de água, para prevenir o aparecimento prematuro de água nos poços produtores. Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE Poços horizontais Cone de água e/ou gás em poços horizontais • Na correlação de Chaperon (op. cit. em A J ROSA), a vazão crítica de óleo em um poço horizontal é dada pela seguinte expressão: qoch=0,005261 𝐿 𝑦ₑ ∆𝜌 𝑘ℎ² 𝛽ₒ𝜇ₒ F em m³ std/d • L comprimento do poço; yₑ a dimensão da área de drenagem perpendicular ao eixo do poço em metros; ∆𝜌 a diferença de massa específica dos fluídos em g/cm³; k permeabilidade horizontal; md; h espessura da zona de óleo; 𝛽ₒ fator volume de formaçaõ do óleom³/m³ std; 𝜇ₒ viscosidade do óleo cp; F função adimensional da permeabilidade vertical. • A vazão crítica de óleo em um poço horizontal em presença de possível cone de gás: q ocgh = ℎ² − ℎ−𝐼 ²ln ( 𝑟ₑ 𝑟𝑤 ) ℎ² − ℎ−𝐼 ²ln ( 𝑟ₑ 𝑟′𝑤 ) qocgv onde qocgv = 0,002627 𝑘 𝛽ₒ𝜇ₒ [𝜌ₒ −𝜌𝑔 ln ( 𝑟 𝑟𝑤 ) ] (h² - (h - Iᵥ )² ) Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE DAKE, L. P. Engenharia de reservatórios. Fundamentos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. cap. 6. FARUK, Civan. Reservoir Formation Damage. Gulf Publishing Company Book Division, 2000. JAHN, F. et al. Introdução à exploração e produção de hidrocarbonetos. Rio de Janeiro: Elsevier Campus, 2012. ROCHA, L. A. S. et al. Perfuração Horizontal. Rio de Janeiro: Interciência. ROSA, Adalberto Jose et ali. Engenharia de reservatórios de petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. cap. 3. Saiba mais Poços direcionais e horizontais Engenharia de Reservatórios de Petróleo I AULA 14: FLUXO DE LÍQUIDOS NOS MEIOS POROSOS – 4ª PARTE VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Fluxo de Gases em Meios Porosos; Equações de difusividade; Fluxo turbulento e efeito de película. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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