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Copyright © Portal Educação 2015 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP:79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Tiago Pereira Nocera CRB 1/2995 Portal Educação P842m Mamografia / Portal Educação.- Campo Grande: Portal Educação, 2015. 205p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-436-0404-6 1. Mamografia. I. Portal Educação. II. Título. CDD 616.1907572 2 SUMÁRIO 1 HISTOLOGIA DA MAMA - TECIDOS ENVOLVIDOS ....................................................................... 9 1.1 TECIDO EPITELIAL ........................................................................................................................ 9 1.1.1 Epitélio de Revestimento ......................................................................................................... 10 1.1.2 Epitélio Glandular ..................................................................................................................... 11 1.2 TECIDO CONJUNTIVO ................................................................................................................. 12 1.2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito (TCPD) ......................................................................... 14 1.2.2 Tecido conjuntivo de propriedades especiais ....................................................................... 15 1.3 SISTEMA TEGUMENTAR ............................................................................................................. 16 1.4 SISTEMA LINFÁTICO ................................................................................................................... 17 1.4.1 Linfa ........................................................................................................................................... 19 1.4.2 Circulação linfática ................................................................................................................... 20 2 MASTOLOGIA .................................................................................................................................. 21 2.1 EMBRIOLOGIA DA MAMA ............................................................................................................ 21 3 ANATOMIA DA MAMA .................................................................................................................... 24 2.3 ESTRUTURA DA GLÂNDULA MAMÁRIA ..................................................................................... 26 2.3.1 Estruturas da Mama .................................................................................................................. 27 2.3.1.1 Estruturas Externas ................................................................................................................. 27 2.4 FISIOLOGIA DA MAMA ................................................................................................................. 31 2.4.1 Irrigação Sanguínea .................................................................................................................. 31 2.4.2 Artérias ...................................................................................................................................... 32 2.4.3 Veias .......................................................................................................................................... 33 2.4.3.1 Veias Profundas ....................................................................................................................... 34 2.4.3.2 Veias Axilares .......................................................................................................................... 34 2.4.3.3 Veia Intercostal ........................................................................................................................ 34 2.4.4 Ductos principais e seus Ramos ................................................................................................. 34 2.5 CLASSIFICAÇÃO DA MAMA ......................................................................................................... 35 2.5.1 Mama Fibroglandular ................................................................................................................ 35 2.5.2 Mama Fibroadiposa .................................................................................................................. 36 2.5.3 Mama Adiposa ........................................................................................................................... 36 2.6 INERVAÇÃO .................................................................................................................................. 36 2.7 DRENAGEM LINFÁTICA ............................................................................................................... 37 3 2.7.1 Drenagem Linfática do Membro Superior ............................................................................... 37 2.7.2 Drenagem Linfática da Mama .................................................................................................. 38 3 PROCESSO DE CARCINOGÊNESE ............................................................................................... 40 4 CÂNCER DE MAMA ........................................................................................................................ 44 4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ......................................................................................................... 44 4.2 DETECÇÃO PRECOCE CÂNCER DE MAMA ............................................................................... 46 4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES MAMÁRIOS .......................................................................... 49 4.3.1 Tumores Não Invasivos ............................................................................................................ 49 4.3.1.1 Carcinoma ductal in situ (CDIS) ............................................................................................... 49 4.3.1.2 Carcinoma lobular in situ (CLIS) .............................................................................................. 51 4.3.2 Carcinomas Invasivos .............................................................................................................. 51 4.3.2.1 Carcinoma Lobular Infiltrante (CLI) .......................................................................................... 51 4.3.2.2 Carcinoma ductalinfiltrante (CDI) ............................................................................................. 52 4.3.2.3 Carcinoma Tubular .................................................................................................................. 54 4.3.2.4 Carcinoma Medular .................................................................................................................. 54 4.3.2.5 Carcinoma Mucinoso ............................................................................................................... 55 4.3.2.6 Carcinoma Papilífero ............................................................................................................... 55 4.3.2.7 Carcinoma Inflamatório ............................................................................................................ 55 4.3.2.8 Doença de Paget ..................................................................................................................... 56 4.3.2.9 Tumor Filódes ..........................................................................................................................56 4.3.2.10 Metástases ............................................................................................................................. 57 4.4 ALTERAÇÕES BENIGNAS DA MAMA .......................................................................................... 57 4.4.1 Princípios Gerais no Manejo das Alterações Benignas ........................................................ 57 4.5 SEMIOLOGIA ................................................................................................................................ 58 4.6 EXAME FÍSICO ............................................................................................................................. 60 4.7 CÂNCER DE MAMA MASCULINO ................................................................................................ 62 4.8 SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA ............................................................................ 62 4.9 ESTADIAMENTO ........................................................................................................................... 63 5 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS ALTERAÇÕES MAMÁRIAS .......................................................... 65 5.1 AUTOEXAME ................................................................................................................................ 66 6 EXAMES INVASIVOS ...................................................................................................................... 68 6.1 PUNÇÃO ASPIRATIVA COM AGULHA FINA E CITOLOGIA ASPIRATIVA .................................. 68 6.2 BIÓPSIA ........................................................................................................................................ 68 6.3 CITOLOGIA ................................................................................................................................... 69 4 6.4 HISTOLOGIA ................................................................................................................................. 70 6.5 CONDUTA NO NÓDULO DE MAMA ............................................................................................. 71 6.6 CINTILOGRAFIA ........................................................................................................................... 72 7 EXAMES NÃO INVASIVOS ............................................................................................................. 73 7.1 ULTRASSONOGRAFIA ................................................................................................................. 73 7.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA .......................................................................................... 73 7.3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ....................................................................................................... 74 7.4 MAMOGRAFIA .............................................................................................................................. 75 8 ASPECTOS HISTÓRICOS ............................................................................................................... 77 8.1 DESCOBERTA DOS RAIOS-X ...................................................................................................... 77 8.2 DESENVOLVIMENTO DA MAMOGRAFIA .................................................................................... 77 8.2.1 Mamografia no Brasil................................................................................................................ 79 9 FÍSICA DA RADIAÇÃO .................................................................................................................... 82 9.1 INTERAÇÃO ELÉTRON-ALVO ..................................................................................................... 82 9.2 MECANISMOS DE PRODUÇÃO DE RAIOS X ............................................................................. 82 9.2.1 Radiação de Frenamento (Bremsstrahlung) ........................................................................... 82 9.2.2 Raios X Característicos ............................................................................................................ 83 9.3 ESPECTRO DE EMISSÃO DOS RAIOS-X .................................................................................... 83 9.4 A PRODUÇÃO DE RAIOS-X NO TUBO ........................................................................................ 84 9.5 INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA COM A MATÉRIA ...................................... 86 9.5.1 Efeito Fotoelétrico .................................................................................................................... 86 9.5.2 Efeito Compton ......................................................................................................................... 87 9.5.3 Formação de Par ....................................................................................................................... 88 9.5.4 A absorção fotoelétrica e o efeito Compton na formação da imagem ................................. 89 9.5.5 Função do Espalhamento no Radiodiagnóstico .................................................................... 89 9.5.6 Desvantagem da Radiação Espalhada: Diminuição do Contraste ....................................... 89 9.5.7 Vantagem da Radiação Espalhada - Possível Ferramenta para Caracterizar Tecidos ....... 90 10 MAMOGRAFIA ............................................................................................................................... 91 10.1 REQUISITOS TÉCNICOS ........................................................................................................... 91 10.2 ASPECTOS FÍSICOS DA MAMOGRAFIA ................................................................................... 91 10.3 PRINCÍPIOS DO FUNCIONAMENTO DO MAMÓGRAFO .......................................................... 93 10.4 MODOS DE OPERAÇÃO ............................................................................................................ 98 10.5 CONTROLE AUTOMÁTICO DE EXPOSIÇÃO ............................................................................ 98 10.6 FORMAÇÃO DA IMAGEM EM MAMOGRAFIA ........................................................................... 99 5 10.6.1 Classificação da Mama ........................................................................................................... 99 10.6.2 Absorção Diferencial dos Raios X ......................................................................................... 99 10.7 INDICADORES TÉCNICOS DA QUALIDADE DA IMAGEM ....................................................... 101 10.7.1 Resolução Espacial e Ruído da Imagem .............................................................................. 102 10.7.2 Contraste Radiográfico ......................................................................................................... 102 10.7.3 Densidade Óptica (DO) .......................................................................................................... 103 10.7.4 Artefatos ................................................................................................................................. 103 10.8 NÍVEIS DE REFERÊNCIA EM MAMOGRAFIA .......................................................................... 104 10.9 INDICAÇÕES PARA MAMOGRAFIA.......................................................................................... 105 10.9.1 Mamografia para Rastreamento ........................................................................................... 105 10.9.2 Mamografia Diagnóstica ........................................................................................................ 106 11 LESÕES DETECTADAS NA MAMOGRAFIA - SINAIS RADIOLÓGICOS DE CÂNCER DE MAMA .................................................................................................................................................108 11.1 NÓDULO..................................................................................................................................... 108 11.2 MICROCALCIFICAÇÕES ........................................................................................................... 110 11.3 ASSIMETRIA FOCAL E DIFUSA ................................................................................................ 113 11.4 DISTORÇÃO FOCAL DA ARQUITETURA ................................................................................. 114 11.5 OUTRAS LESÕES ...................................................................................................................... 115 12 PADRONIZANDO AS DESCRIÇÕES ........................................................................................... 116 12.1 TIPOS DE MAMA ....................................................................................................................... 116 12.1.1 Nódulo..................................................................................................................................... 119 12.1.2 Microcalcificações ................................................................................................................. 120 12.1.3 Assimetria Focal e Difusa ..................................................................................................... 121 12.1.4 Distorção Focal da Arquitetura ............................................................................................. 121 13 CLASSIFICAÇÃO RADIOLÓGICA E CONDUTA ......................................................................... 122 14 MAMOGRAFIA DIGITAL............................................................................................................... 125 14.1 E O QUE MUDA NO SISTEMA CR ............................................................................................ 127 14.2 VANTAGENS DO SISTEMA DIGITAL (CR) ............................................................................... 129 15 EXAMES COMPLEMENTARES ................................................................................................... 132 15.1 TOMOGRAFIA AXIAL COMPUTADORIZADA E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ....................... 132 15.2 ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA ............................................................................................ 132 15.2.1 Indicações de Ultrassonografia Mamária ............................................................................ 133 15.2.2 Sinais Ultrassonográficos de Malignidade .......................................................................... 134 15.3 USO INAPROPRIADO DA ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA ................................................. 134 6 15.4 PADRONIZANDO AS DESCRIÇÕES ......................................................................................... 134 15.4.1 Tipo de Mama ......................................................................................................................... 135 15.5 CLASSIFICAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E CONDUTA ........................................................ 136 15.6 COMPLEMENTAÇÃO DA MAMOGRAFIA COM A ULTRASSONOGRAFIA .............................. 139 15.6.1 Complementação Adequada ................................................................................................. 139 15.6.2 Complementação Inadequada .............................................................................................. 139 16 TÉCNICA RADIOLÓGICA ............................................................................................................. 141 16.1 INCIDÊNCIAS BÁSICAS ............................................................................................................ 142 16.1.1 Craniocaudal – CC ................................................................................................................. 142 16.1.2 Médio-lateral oblíqua - MLO .................................................................................................. 145 16.2 INCIDÊNCIAS COMPLEMENTARES ......................................................................................... 147 16.2.1 Craniocaudal forçada – XCC ................................................................................................. 147 16.2.2 Clivagem - CV ......................................................................................................................... 149 16.2.3 Médio-lateral ou perfil externo - ML ou P ............................................................................. 151 16.2.4 Lateromedial ou perfil interno – LM ..................................................................................... 153 16.2.5 Caudocranial – RCC............................................................................................................... 154 16.3 MANOBRAS ............................................................................................................................... 156 16.3.1 Compressão localizada ......................................................................................................... 156 16.3.2 Ampliação (magnificação) ..................................................................................................... 156 16.3.3 Associação entre Compressão e Ampliação ....................................................................... 158 16.3.4 Manobra Angular ................................................................................................................... 158 16.3.5 Manobra Rotacional - “Roll” - RL ou RM ............................................................................. 159 16.3.6 Manobra Tangencial – TAN ................................................................................................... 161 16.4 TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS ESPECIAIS ............................................................................... 161 16.4.1 Mama Feminina ...................................................................................................................... 161 16.4.2 Mama Masculina (ou feminina muito pequena) ................................................................... 161 16.4.3 Mamas com Próteses de Silicone......................................................................................... 162 16.4.4 Pacientes Mastectomizadas e Mama Reconstruída ............................................................ 164 16.4.5 Pacientes com Volumosos Tumores.................................................................................... 164 16.4.6 Mamas com Cirurgia Conservadora e Radioterapia ........................................................... 165 16.4.7 Peça Cirúrgica ........................................................................................................................ 165 17 FAZENDO A “CÂMARA CLARA” ................................................................................................ 167 17.1 A LESÃO SÓ APARECE EM UMA INCIDÊNCIA ....................................................................... 167 17.2 SE A LESÃO VISIBILIZADA É VERDADEIRA ............................................................................ 167 7 17.3 DISTORÇÃO ARQUITETURAL E CIRURGIA ANTERIOR ......................................................... 168 17.4 NÓDULO PALPÁVEL ................................................................................................................. 168 17.5 MICROCALCIFICAÇÕES ........................................................................................................... 168 17.6 ARTEFATOS .............................................................................................................................. 169 17.7 LESÃO CUTÂNEA ...................................................................................................................... 169 18 IDENTIFICAÇÃO DOS FILMES ....................................................................................................170 18.1 MODELO DE NUMERADOR ...................................................................................................... 170 18.2 LOCALIZAÇÃO NO FILME ......................................................................................................... 170 18.3 PADRONIZAÇÃO DAS ABREVIAÇÕES .................................................................................... 171 19 AUDITORIA DE RESULTADOS ................................................................................................... 172 19.1 INDICADORES DE DESEMPENHO ........................................................................................... 172 19.2 DEFINIÇÕES E CÁLCULO ......................................................................................................... 173 19.2.1 Mamografia de Rastreamento ............................................................................................... 173 19.2.2 Mamografia Diagnóstica ........................................................................................................ 173 19.2.3 Mamografia de Rastreamento Positiva ................................................................................ 173 19.2.4 Mamografia Diagnóstica Positiva ......................................................................................... 173 19.2.5 Mamografia de Rastreamento Negativa ............................................................................... 174 19.2.6 Mamografia Diagnóstica Negativa ........................................................................................ 174 19.2.7 Verdadeiro Positivo (VP) ....................................................................................................... 174 19.2.8 Verdadeiro Negativo (VN) ...................................................................................................... 174 19.2.9 Falso Negativo (FN) ............................................................................................................... 174 19.2.10 Falso Positivo (FP) ............................................................................................................... 175 19.2.11 Valor preditivo positivo (VPP) ............................................................................................. 175 19.2.12 Sensibilidade (S) .................................................................................................................. 176 19.2.13 Especificidade (E) ................................................................................................................ 176 19.2.14 Taxa de Detecção de Câncer .............................................................................................. 176 19.2.15 Taxa de Reconvocação ....................................................................................................... 176 20 CONTROLE DE QUALIDADE EM MAMOGRAFIA ...................................................................... 177 20.1 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA IMAGEM ............................................................................... 177 20.2 REQUISITOS TÉCNICOS .......................................................................................................... 179 20.2.1 Requisitos da Portaria nº. 453/98 .......................................................................................... 179 20.2.2 Ajustes para realização dos testes....................................................................................... 180 20.2.3 Equipamentos necessários para os testes .......................................................................... 180 20.3 TESTES ...................................................................................................................................... 181 8 20.3.1 Alinhamento entre o campo de raios X e o receptor de imagens ...................................... 181 20.3.2 Desempenho do controle automático de exposição .......................................................... 182 20.3.3 Força de Compressão ........................................................................................................... 183 20.3.4 Alinhamento da Placa de Compressão ................................................................................ 183 20.3.5 Teste da Integridade dos Chassis (contato filme-écran) .................................................... 184 20.3.6 Qualidade do Processamento ............................................................................................... 184 20.3.7 Qualidade da Imagem ............................................................................................................ 185 20.4 ROTINAS DE MANUTENÇÃO .................................................................................................... 186 20.4.1 Mamógrafo .............................................................................................................................. 186 20.4.2 Processadora ......................................................................................................................... 187 20.4.3 Chassis e Écrans ................................................................................................................... 187 20.4.4 Produtos Químicos para o Processamento ......................................................................... 187 20.4.5 Câmara Escura ....................................................................................................................... 188 20.4.5.1 Material para Limpeza da Câmara Escura ............................................................................ 188 20.5 ARTEFATOS .............................................................................................................................. 188 20.6 ANÁLISE DOS FILMES PERDIDOS .......................................................................................... 190 20.7 PERIODICIDADE DOS TESTES E ROTINAS ............................................................................ 191 20.8 CAUSAS DE IRREGULARIDADE NO PROCESSAMENTO ...................................................... 192 21 RESPONSABILIDADES................................................................................................................ 193 21.1 RESPONSABILIDADE DO MÉDICO RADIOLOGISTA .............................................................. 193 21.2 RESPONSABILIDADES DO TÉCNICO EM RADIOLOGIA ........................................................ 193 22 AMBIENTE DE TRABALHO ......................................................................................................... 194 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 200 9 FIGURA 1 - EQUIPE DE SAÚDE FONTE: Banco de imagens do Portal Educação. 1 HISTOLOGIA DA MAMA - TECIDOS ENVOLVIDOS 1.1 TECIDO EPITELIAL O Tecido Epitelial é especializado em revestir e proteger todas as superfícies do organismo, o tecido epitelial é formado por células justapostas e geralmente poliédricas. Essa justaposição celular acarreta a escassez de substâncias intercelulares nos tecidos epiteliais. A grande capacidade de coesão entre as células é outra característica e ocorre em razão a especializações de membrana e ao glicocálix. Por serem também desprovidos de vasos sanguíneos, os epitélios são nutridos pelo tecido subjacente, que é o tecido conjuntivo. Os vasos capilares sanguíneos chegam somente até o tecido conjuntivo, onde fornecem os nutrientes necessários para a manutenção de vidas nas células. O tecido conjuntivo, por difusão, passa parte do material nutritivo para o epitélio. Assim, justifica-se o fato de se encontrarem células vivas no epitélio, embora esse tecido não 10 seja vascularizado. Os tecidos epiteliais, portanto, estão sempre apoiados sobre uma camada detecido conjuntivo subjacente. Essa camada de tecido conjuntivo é denominada lâmina própria. O epitélio não se encontra apoiado diretamente na lâmina própria. Entre ambos existe uma camada acelular, constituída de proteínas e glicoproteínas, chamada membrana basal. Essa membrana, permeável aos nutrientes provindos da lâmina própria, permite que o epitélio seja convenientemente alimentado, além de servir de suporte, promovendo sua eficiente fixação no tecido conjuntivo subjacente (lâmina própria). O tecido epitelial pode se originar dos três folhetos embrionários:Ecdoderme: epitélios de revestimento externos (epiderme, boca, fossas nasais, ânus); Endoderme: epitélio de revestimento do tubo digestivo, da árvore respiratória, do fígado e do pâncreas; Mesoderme: endotélio (vasos sanguíneos e linfáticos) e mesotélio (revestimento de serosas). Além de revestir e proteger as superfícies do organismo, os epitélios têm ainda o papel de elaborar secreções. Pode-se, então, reconhecer dois tipos básicos de tecidos epiteliais: de revestimento ou protetores e glandulares ou secretores. 1.1.1 Epitélio de Revestimento Recobrindo as camadas mais superficiais da pele e "atapetando" todas as superfícies internas do corpo, os epitélios de revestimento constituem a camada limítrofe entre a matéria viva e o meio ambiente. Isso significa que qualquer substância, para entrar ou sair do organismo, precisa, necessariamente, atravessar o tecido epitelial. Quando uma pessoa digere determinado alimento, o fluxo do bolo alimentar ocorre no sentido boca -> faringe -> esôfago -> estômago -> intestino. Porém, enquanto o alimento permanece dentro de qualquer um desses órgãos, a rigor ele se encontra fora do organismo. Apenas quando as partículas alimentares atravessam, por exemplo, o epitélio que reveste internamente o intestino, e passa para o interior dos vasos sanguíneos, podemos dizer que o alimento penetrou verdadeiramente no organismo. Nos vertebrados, a associação entre o epitélio e o tecido conjuntivo que lhe serve de suporte, revestindo as superfícies internas do organismo, constitui a pele. Quando essa associação reveste as cavidades internas que se comunicam com o meio externo temos as membranas mucosas, como: a mucosa bucal, a gástrica, a nasal, a intestinal, etc. A associação que reveste as cavidades internas são chamadas membranas serosas (que reveste o pulmão, o pericárdio, que reveste o coração e o peritônio que reveste os órgãos abdominais). Nos 11 vertebrados, a pele é constituída por duas porções: a epiderme - formada por tecido epitelial - e derme - formada por tecido conjuntivo. Os epitélios de revestimento podem ser classificados de acordo com o número de camadas celulares e o formato das células. Quanto ao número de camadas celulares - levando em conta o número de camadas que constitui o epitélio pode ser: simples - quando formado por apenas uma camada de células; estratificado - quando formado por duas ou várias camadas de células; pseudoestratificado - quando formado por apenas uma camada de célula, de tamanhos diferentes, que conferem ao epitélio uma aparente estratificação; na verdade, trata-se de uma variação do epitélio simples. Quanto ao Formato celular - Tomando por base o formato das células que o compõem, o epitélio de revestimento pode ser: pavimentoso ou plano - quando as células são achatadas em forma de ladrilhos; prismático - quando as células têm a forma de prismas; cúbico - quando as células têm a forma de um cubo; de transição - quando constituídos por várias camadas de células dotadas de grande flexibilidade e cujo formato varia, conforme a distensão ou contração dos órgãos onde ocorre. 1.1.2 Epitélio Glandular Com função secretora, os epitélios glandulares originam-se de grupos de células que proliferam a partir dos epitélios de revestimento, formando as glândulas. Existem três critérios de classificação das glândulas: Quanto ao local onde a secreção é eliminada; Quanto ao modo de eliminar as secreções e quanto ao número de células que formam a glândula. * Local de eliminação das secreções - Dependendo do local em que eliminam suas secreções, as glândulas classificam-se em: Exócrinas: eliminam o produto elaborado na superfície do epitélio de revestimento que originou a glândula; para tanto, as glândulas exócrinas são dotadas de dutos ou canais que transportam a secreção desde a glândula até o epitélio; exemplos: glândulas sudoríporas, mamárias, lacrimais, sebáceas e salivares. Endócrinas: não tem contato físico com o epitélio do qual se originam; são desprovidas de dutos ou canais transportadores, sendo suas secreções coletadas por vasos sanguíneos; tais secreções são chamadas de hormônios; exemplo de glândulas endócrinas: hipófise, tireoide, adrenais, ovários e testículos. 12 Mistas: apresentam duplo comportamento, isto é, são ao mesmo tempo exócrinas e endócrinas; o pâncreas, por exemplo, tem atividade exócrina quando elabora e elimina o suco pancreático, com função digestiva; têm atividade endócrina ao elaborar a insulina e o glucagon, hormônios que regulam a glicemia (taxa de glicose no sangue). Modo de eliminação das secreções - As secreções glandulares são eliminadas de diversas maneiras. De acordo com esse critério, existem glândulas: merócrinas - as células eliminam exclusivamente os produtos secretados (glândulas lacrimais, salivares e sudoríparas); holócrinas - as células se desintegram e são eliminadas juntamente com o produto (glândulas sebáceas dos mamíferos); apócrinas - as células eliminam a secreção juntamente com parte de seu conteúdo protoplasmático; em seguida, a célula secretora regenera-se (glândulas mamárias). Número de células - Considerando o número de células que constitui as glândulas, estas podem ser: unicelulares - compõem-se de uma única célula; exemplo: glândulas caliciformes das fossas nasais, cuja função é secretar o muco, uma substância de caráter viscoso que retém as partículas do ar no tubo respiratório; pluricelulares - constituídas por grupos de células. 1.2 TECIDO CONJUNTIVO O tecido conjuntivo é constituído por células diferenciadas e por abundante material intercelular. Este material intercelular é formado por substância fundamental, também chamada de matriz, e por elementos fibrilares. A substância fundamental é formada por água e por macromoléculas alongadas, como pelas glicosaminoglicanas, pelas proteoglicanas, pelas glicoproteínas e pelo ácido hialurônico. Os elementos fibrilares são as fibras elásticas, as fibras reticulares e as fibras colágenas. Esse tecido possui vasos sanguíneos, nervos e células sem justaposição. O tecido conjuntivo tem diversas funções, como: preencher, estabelecer conexão entre os diversos tipos de tecidos ou órgãos, sustentar (osso e cartilagem), transportar substâncias (sangue) e auxiliar na defesa (glóbulos brancos). O tecido conjuntivo propriamente dito, principalmente o tecido adiposo, armazena lipídios. Além disso, o conjuntivo frouxo armazena água e sódio. Contêm células fagocitárias (macrófagos) e células que produzem anticorpos 13 (plasmócitos). Ressalta-se ainda a importante função de proteção à penetração de bactérias e partículas estranhas da substância fundamental amorfa, em razão à viscosidade do tecido. O tecido conjuntivo participa da inflamação, que é uma resposta do organismo à penetração de bactérias ou substâncias químicas irritantes. Quando eventualmente o tecido não consegue destruir estas bactérias, o próprio tecido forma uma barreira fibrosa para conter a inflamação. Suas células têm capacidade de multiplicação e, além de regenerar o próprio tecido, podem regenerar outros tecidos que tenham capacidade regenerativa baixa ou nula (cicatrização). Em consequência à associação entre o tecido conjuntivo e os vasos sanguíneos e linfáticos,o tecido conjuntivo tem a capacidade de transportar nutrientes para as células de outros tecidos, como também eliminar o refugo do metabolismo, pelo caminho inverso. As Fibras são de natureza proteica e se distribuem conforme o tipo de tecido. Na substância intercelular destacam-se os seguintes tipos de fibras: Colágenas - fibras mais frequentes do tecido conjuntivo; formadas pelas proteínas colágenas, de alta resistência à tração e têm coloração esbranquiçada; Elásticas - fibras formadas pela proteína elastina; dotadas de elasticidade, têm coloração amarelada; Reticulares - as fibras mais finas do tecido conjuntivo; são constituídas por uma proteína chamada reticulina, muito semelhante ao colágeno. O conjuntivo possui células próprias e células vindas do sangue. Cada uma com características próprias. São elas: Fibroblasto e Fibrócito - são as células jovens, em plena atividade produtiva. Já os fibrócitos são as células velhas, que já terminaram seu trabalho de fabricação dos fibroblastos. Os fibroblastos são as células mais comuns do tecido conjuntivo. Caracterizam-se por serem células grandes, contendo um núcleo oval evidente e citoplasma rico em ergastoplasma e em prolongamentos citoplasmáticos. Os fibroblastos têm a função de sintetizar fibras do tecido conjuntivo e as proteoglicanas e glicoproteínas da matriz. Os fibrócitos apresentam pouco citoplasma e são pobres em ergastoplasma, além de possuírem um núcleo menor e alongado. Havendo um estímulo, como ocorre nos processos de cicatrização, o fibrócito pode voltar a sintetizar fibras, reassumindo a forma de fibroblasto. Plasmócito - são células pouco numerosas no conjuntivo. Têm formato oval e núcleo esférico com cromatina em grumos, dando ao núcleo, aspecto de roda de carroça. São células que sintetizam e secretam anticorpos e imunoglobulinas. Aparece em grande número nos locais onde há inflamação crônica e em locais sujeitos a penetração de micro-organismos, como por exemplo, na mucosa intestinal. Os plasmócitos derivam do linfócito tipo B ativado e produz o anticorpo necessário para a resposta do organismo frente à penetração de moléculas estranhas (antígenos). Mastócito - são células altamente nutritivas, grandes, globosas, com o citoplasma repleto de grânulos e com 14 núcleo esférico central. Eles têm a função de produzir e armazenar mediadores químicos do processo inflamatório. A liberação desses mediadores químicos, como histamina e fator quimiotático dos eosinófilos, promove reações alérgicas, as chamadas reações de sensibilidade imediata. Macrófago - são células de defesa muito ativas que contêm muitos lisossomos. Eles têm a função de fagocitar, secretar substâncias que participam do processo imunológico de defesa e atuar como célula apresentadora de antígenos. Quando estimulados (infecções) os macrófagos modificam-se sendo chamados de macrófagos ativados, ficando assim com maior capacidade de matar e digerir partículas estranhas. Dependendo do tamanho do corpo estranho, podem até se unir, formando células gigantes multinucleadas. Origina-se dos monócitos. Na realidade trata-se da mesma célula em diferentes fases morfológicas. Célula Adiposa - tem a função de armazenar energia sob a forma de lipídeos, de proteger e de amortecer. Ela pode armazenar o lipídeo de duas maneiras: ou preenche totalmente o citoplasma, deixando a célula com aspecto globoso, ou o lipídeo ocupa o citoplasma celular, como pequenas gotas. Quando o lipídeo ocupa todo o citoplasma, o tecido recebe o nome de tecido adiposo unilocular e quando o lipídeo ocupa pequenas partes do citoplasma, chama-se de tecido adiposo multilocular. Existem diversos tipos de tecido conjuntivo, sempre formados pelos constituintes básicos (fibras, células e substância fundamental amorfa). A variação dos nomes do tecido conjuntivo está na diferença do principal componente de cada local. 1.2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito (TCPD) Tecido conjuntivo frouxo é o mais comum dos tecidos conjuntivos. Preenche os espaços entre as fibras e os feixes musculares. Serve de apoio ao tecido epitelial, estando sob a pele de todo o corpo. É encontrado na pele, nas mucosas, nas glândulas e em torno dos vasos sanguíneos e linfáticos, formando a fáscia e a tela subcutânea. É um tecido delicado, flexível e pouco resistente à tração. Este tecido tem todos os elementos estruturais típicos do conjuntivo, portanto ele é constituído por células, por fibras e pela substância fundamental, não havendo predominância de um destes componentes. Tecido conjuntivo denso é adaptado para oferecer mais resistência e proteção, mesmo sendo menos flexível que o tecido conjuntivo frouxo. Caracteriza-se por ter predominância de fibras colágenas e pouca substância fundamental amorfa. 15 Esse tecido divide-se em dois tipos: denso não modelado (Fibroso): contêm fibroblastos, fibrócitos e abundância de fibras colágenas entrelaçadas, que dão resistência e elasticidade ao tecido. É encontrado formando as cápsulas que envolvem o fígado, o baço, o osso, a cartilagem e a parte profunda da pele (dando forma as partes do corpo). Denso modelado (Tendinoso): contém fibroblastos, fibrócitos, abundância de fibras colágenas dispostas paralelamente e fibras orientadas paralelamente, que dão resistência, mas pouca elasticidade ao tecido. Ele forma os tendões (ligação dos músculos aos ossos) e os ligamentos (ligam os ossos entre si). 1.2.2 Tecido conjuntivo de propriedades especiais O tecido adiposo é caracterizado por células adiposas, as quais denominam de adipócitos, que armazenam muita gordura. Estas células possuem um vacúolo central (pode aumentar ou diminuir de acordo com o metabolismo do indivíduo). A quantidade de gordura difere nas partes do corpo. Histologicamente os adipócitos são esféricos quando isolados, mas têm forma poliédrica quando justapostos para formar o tecido adiposo. Nos preparados histológicos de rotina, o lipídio é extraído durante o processo de desidratação com solventes orgânicos, o que dá o aspecto de uma rede delicada de polígonos irregulares. Tem a função de isolante térmico, de proteção dos órgãos contra choques mecânicos e de reserva energética. A gordura constitui uma forma eficiente de armazenamento de calorias porque apresenta cerca do dobro da densidade calórica dos carboidratos e das proteínas. É um tecido ricamente irrigado por vasos sanguíneos. Podem ser vistos capilares na maioria dos ângulos da malha de adipócitos justapostos. Além disso, com coloração especial, é possível visualizar fibras nervosas amielínicas e mastócitos. A quantidade de tecido adiposo em um indivíduo é determinada por fatores genéticos e pela ingestão de calorias. A mobilização e deposição dos lipídios sofrem influência de fatores neurais e hormonais. A noradrenalina é essencial para mobilização dos lipídios, pois ela inicia uma série de passos metabólicos nos adipócitos que levam a ativação da lípase. A lípase é uma enzima que cinde os triglicerídeos. 16 1.3 SISTEMA TEGUMENTAR O tegumento comum constitui o manto contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao meio ambiente. Esse invólucro somente é interrompido ao nível dos orifícios naturais (narinas, boca, olhos, orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga pela respectiva mucosa. Sob o ponto de vista anatômico o tegumento comum é formado por dois planos, o mais superficial denominado cútis ou pele e o mais profundo tela subcutânea. Dentre os dependentes da cútis encontramos uma série de estruturas chamadas anexos cutâneos, que são os pelos, as unhas e as glândulas (sebáceas, sudoríferas, ceruminosas, vestibulares nasais, axilares e mamas). A pele tem como funções: regulação da temperatura corporal pelo fluxo sanguíneo e pelo suor; Proteção, barreira física, infecções, desidratação e radiaçãoUV. Sensibilidade, por meio de terminações nervosas receptoras de tato, pressão, calor e dor; Excreção de água e sais minerais, componentes da transpiração; Imunidade, células epidérmicas são importantes para a imunidade; Síntese de vitamina D, em função à exposição aos raios UV; Absorção de substâncias, principalmente gordurosa, como hormônios, vitaminas e medicamentos. A pele é constituída por duas membranas que se justapõem e aderem intimamente e que são a epiderme (por fora) e a derme ou cório (por dentro). Epiderme, delgada túnica superficial derivada do ectoderma embrionário, formada por várias camadas de células achatadas (epitélio pavimentoso estratificado). A camada mais periférica da epiderme é constituída por células mais resistentes, queratinizadas, as quais se acham em constante descamação, sendo substituídas pelas subjacentes, do que decorre constante renovação. A epiderme é mais espessa ao nível da palma e da planta e mais delgada nas pálpebras, prepúcio, pequenos lábios vaginais e o escroto. A melanina é o principal pigmento epidérmico, controlado pelo hormônio melanócito-estimulante (MSH) da adeno-hipófise (lobo anterior). A derme é constituída de tecido conjuntivo (mesodérmico) denso. Na palma e planta a derme é percorrida por cristas e sulcos, utilizáveis para identificação individual (papiloscopia ou dactiloscopia). É na derme que encontramos a raiz dos pelos e a maioria das glândulas anexas que terminam,pelo menos uma das extremidades das fibras musculares dos músculos cutâneos da cabeça, pescoço, palma, dartos escrotal e grandes lábios, músculo aréolo-papilar da mama e eretores dos pelos. 17 A Hipoderme (tela subcutânea) - É formada por um tecido adiposo subcutâneo de estrutura lobular e bastante difuso, que pode atingir uma espessura de 3 cm. Nesta camada subcutânea penetram grandes vasos sanguíneos e ramificações nervosas. O tecido adiposo constitui grande reserva energética e lipídica do nosso organismo, podendo chegar a pesar muitos quilos nas pessoas obesas. Esta reserva energética é mobilizada quando a energia utilizada pelos músculos (glicogênio) se esgota. FIGURA 2 - ESTRUTURA DA PELE FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema- tegumentar/imagens/sistema-tegumentar-10.jpg>. Acesso em: 26 jun. 2013. 1.4 SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático é um sistema circulatório complexo, composto por uma rede de órgãos, linfonodos, ductos e vasos linfáticos que produzem e transportam a linfa dos tecidos para a corrente sanguínea. O sistema linfático é um dos principais componentes do sistema 18 imune do organismo, faz parte da defesa natural do organismo contra as infecções e também do sistema circulatório, juntamente com o sistema arterial e venoso. Os linfonodos são nódulospequenos, moles e em forma de feijão que normalmente não são visíveis nem fáceis de sentir ao tato. Eles são encontrados em grupos por várias partes do corpo, como pescoço, axilas e virilha. Os linfonodos produzem os linfócitos, os monócitos e as células plasmáticas. Além disso, eles também filtram o líquido linfático e eliminam materiais estranhos, como bactérias e células cancerosas. Ao serem detectadas bactérias no líquido linfático, os gânglios aumentam de tamanho à medida que produzem e fornecem uma quantidade extra de glóbulos brancos para ajudar a combater a infecção. Os órgãos que compõem o sistema linfático são as amígdalas, as adenoides, o baço e o timo. É um sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea. É constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos. Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da parte inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do tórax) e o duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e de parte do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração. Linfa: líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos. Os gânglios linfáticos estão situados no pescoço, axilas e virilha. Internamente, são encontrados principalmente no tórax (mediastino) e abdômen. As amígdalas, o timo e o baço também fazem parte do sistema linfático. Manutenção de proteínas que escapam dos capilares; Defesa: fagocitam e neutralizam agentes infecciosos a partir da produção de anticorpos; Absorção e condução dos lipídios (biomoléculas que se armazenam sob a forma de gordura). http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003230.htm http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/001289.htm 19 1.4.1 Linfa Líquido claro, transparente, alcalino, amarelo claro ou opalescente, de sabor salgado. É semelhante ao plasma, mas sem hemácias, 99% dos glóbulos brancos da linfa são linfócitos, que são transportados pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e, filtrado nos linfonodos ou nódulos linfáticos. Após a filtragem, a linfa é lançada ao sangue, desembocando em artérias. A linfa se produz pelo excesso de líquido que sai dos capilares sanguíneos ao espaço intersticial ou intercelular, sendo recolhida pelos capilares linfáticos que drenam aos vasos linfáticos mais grossos até convergir em condutos que se esvaziam nas veias do pescoço. A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da pulsação das artérias próximas e do movimento das extremidades. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço denominado edema. A linfa é composta por um líquido claro pobre em proteínas e rico em lipídios, parecido ao sangue, mas com a diferença de que as únicas células que contêm são os glóbulos brancos que migram dos capilares, sem conter hemácias. A linfa é mais abundante do que o sangue. A linfa pode conter micro-organismos que ao passar pelo filtro dos gânglios linfáticos são eliminados. O sangue que extravasa dos vasos sanguíneos é representado pelo plasma (parte líquida) sem as células vermelhas que são muito grandes e, por isso, não passam pelas paredes dos vasos, mas ricas em células brancas de defesa (linfócitos). Dessa forma, o líquido fica límpido, o que deu o nome ao mesmo. Durante a digestão, como grande parte do sangue está concentrado nos órgãos gastrointestinais, ocorre um grande extravasamento de plasma com concentração elevada de lipídios provenientes da digestão, fazendo com que a linfa mude para uma coloração mais amarelada passando a se chamar quilo. Como a função de todo o sistema linfático é a de ser o nosso maior sistema de defesa do organismo, toda a linfa ou outro fluido extracelular, é captado e drenado pelos canais linfáticos até reservatórios chamados linfonodos ou gânglios, que fagocitam e neutralizam os agentes invasores (micróbios, bactérias, vírus) que por ventura estiverem no meio extracapilar. Após a neutralização ou simples passagem pelos gânglios, a linfa continua seu sentido superior passando por um canal único da região torácica que liga o sistema linfático novamente ao sistema venoso, onde a linfa retorna então, já livre de qualquer infecção para a circulação. Possuem a função de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter como vírus e bactérias. Nele percorrem linfócitos, macrófagose plasmócitos. A proliferação 20 dessas células provocada pela presença de bactérias ou organismos estranhos determina o aumento do tamanho dos gânglios, que se tornam dolorosos, formando a íngua. O tempo em que a linfa permanece nos linfonodos é o tempo que os mesmos precisam para neutralizar os agentes invasores. Se os mesmos ficarem sobrecarregados, outros linfonodos são solicitados. 1.4.2 Circulação linfática As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo conduzidas pelos capilares sanguíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação por meio do sistema linfático. Entretanto, mesmo macromoléculas passam para o sangue via capilares venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema venoso capte muito mais proteínas que o sistema linfático. Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração proteica média dos tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa fisiológica que previne a formação do edema e recupera a proteína extravasada. Ao fluir pelos capilares, pré-coletores e coletores, o fluxo linfático proveniente de várias regiões do corpo, desemboca nos dois principais ductos coletores do corpo humano: o canal linfático direito e o ducto torácico. Os ductos coletores transportam a linfa em direção às cadeias ganglionares. O transporte da linfa pode ser explicado pela hipótese de Starling sobre o equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial, desembocam no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação celular. Em seguida, o líquido intersticial, por intermédio das pressões exercidas, retoma a rede de capilares venosos. Várias pressões são responsáveis pelas trocas por meio do capilar sanguíneo: a pressão hidrostática sanguínea impulsiona o fluido pela membrana capilar, em direção ao interstício. A pressão osmótica sanguínea tende a movimentar o fluido do interstício em direção ao capilar. A pressão de filtração surge da relação entre as pressões hidrostáticas e osmóticas. A pressão tissular é a pressão exercida sobre o fluido livre nos canais tissulares. 21 2 MASTOLOGIA 2.1 EMBRIOLOGIA DA MAMA As mamas são órgãos pares, situados na parede anterior do tórax. São estruturas complexas, consideradas anexos cutâneos. Externamente, cada mama, na sua região central, apresenta uma aréola e uma papila. Na papila mamária exteriorizam-se 15 a 20 orifícios ductais, que correspondem às vias de drenagem das unidades funcionantes, que são os lobos mamários. A função fisiológica principal das mamas é a produção do leite para a amamentação, porém desempenham papel relevante na sensualidade feminina, embelezam a silhueta do corpo feminino e desempenham também função erógena. A formação das mamas, no desenvolvimento embrionário, se dá por volta da 6ª semana gestacional. São apenas pequenas estruturas chamadas de crista mamária. Essas formam espessamentos maciços na epiderme, chamados de brotos mamários – ectoderme. A partir do broto mamário primário, temos a formação de brotos mamários secundários, que dão origem aos ductos lactíferos e seus prolongamentos até formarem de 15 a 20 ductos. Isso ocorre por estímulos hormonais que chegam até o embrião pela circulação fetal. Depois vão se formando junto a outras estruturas do corpo do embrião, o tecido conjuntivo, formado pela ectoderme e o tecido adiposo, formado pela mesoderme. Antes do nascimento a epiderme da glândula mamária forma uma depressão chamada fosseta mamária, por esta razão nos recém-nascidos as papilas mamárias são deprimidas e pouco desenvolvidas. Após a fase gestacional e o nascimento, o recém-nascido tem uma evolução dos mamilos a partir da fosseta mamária – é como se elas brotassem. Isto acontece por causa do desenvolvimento do tecido conjuntivo envolta a sua aréola. São estruturas planas que pesam em média uma grama, alguns dias após o nascimento. Geralmente as mamas se tornam edemaciadas e possuem ductos lactíferos. Pode ocorrer a secreção de um fluido em pequena quantidade e sem gordura chamado de “leite de bruxa” pela mama do recém-nascido até duas semanas após o nascimento, isso ocorre pela influência de hormônios. Esses tipos de mama com ductos e sem seios lactíferos permanecem presentes na puberdade quando sofrerem a ação de outros hormônios. 22 Na puberdade, nas mulheres, pelo desenvolvimento ovariano ocorre a produção de hormônios – estrógenos – que estimulam o desenvolvimento da glândula mamária e seus ductos. Nesta fase ocorre a reserva de tecido adiposo e um aumento do tecido fibroso. Durante esta fase outros hormônios auxiliam no desenvolvimento da mama: progestógenos, prolactina, corticoides e GH também influenciam. Quando a mulher entra no seu ciclo menstrual ocorrem algumas variações na estrutura da glândula mamária, como o aumento da quantidade de ductos e das estruturas secretoras da mama - estímulos da ovulação (estrógeno). Há também um aumento do tecido adiposo e da porção hídrica do tecido fibroso, melhorando sua lubrificação. Por esta razão na fase pré- menstrual ocorre um aumento do volume das mamas. Na gestação a mama aumenta consideravelmente de tamanho. Nesse período as glândulas passam por um crescimento porque ocorrem ramificações dos ductos lactíferos, lóbulos e alvéolos. Ocorre ainda à produção dos elementos secretores, o tecido fibroso e adiposo diminui para dar espaço a esses elementos. Aumenta também a quantidade de plasmócitos, imunidade passiva para o recém-nascido. Esse crescimento é ditado pela ação de vários hormônios produzidos nesta fase-estrógeno, progestógenos, mamatrófico placentário, tiroxina e somatotrófio. Geralmente depois do quarto dia após o parto ocorre a produção do leite sob a ação do hormônio para essa produção, como o manuseio da mama, o choro do recém-nascido e a amamentação propriamente dita. Antes que isso ocorra, é liberado o colostro, líquido pré-lácteo que contém: proteína, vitamina A, sódio, cloreto, linfócitos e monócitos (células de defesa), minerais, lactoalbumina e anticorpos produzidos pelos plasmócitos – IgA secretora – para compor a defesa do organismo do recém-nascido. Quando diminui a produção do estrógeno e dos progestógenos, a prolactina é produzida e secretada pela glândula hipófise, localizada sobre a sela túrcica do osso esfenoide, que ativa a secreção do leite para substituir o colostro. O leite é liberado para a sucção pelo recém-nascido pelo hormônio ocitosina, que estimula as células mioepiteliais que envolvem os ductos alveolares da mama. Esta estimulação provoca uma contração desses tecidos, fazendo com que o leite seja empurrado do alvéolo mamário para o ducto, e depois do ducto até o seio lactífero ou ampola, passando para as aberturas dos ductos lactíferos encontrados, desembocando no mamilo ou papila mamária. O efeito da estimulação que a sucção realiza na amamentação é um aumento na produção da prolactina que produzirá mais leite, e assim ocorre a sequência da lactação por meses. 23 FIGURA 3 - ORIGEM DAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS FONTE: INCA, 2002. 24 3 ANATOMIA DA MAMA As mamas são estruturas complexas, consideradas anexos cutâneos, sendo verdadeiras glândulas sudoríparas especializadas. Desenvolvem-se a partir de anexos cutâneos na região peitoral do embrião, na chamada “linha do leite”, que se estende da axila à região inguinal, podendo persistir como mamas acessórias ao longo dessa linha na vida adulta. Cada mama ocupa, normalmente, a face anterolateral do tórax,da segunda a sexta costelas. A glândula mamária é considerada um órgão acessório da reprodução e apesar de não fazer parte do sistema reprodutor propriamente dito, auxilia na função com o aleitamento materno. A mama está presente em ambos os sexos: nos homens ela não apresenta desenvolvimento, porém nas mulheres este desenvolvimento ocorre desde a fase embrionária até a vida adulta quando ainda sofre alterações hormonais, como no período da gestação e lactação. A pele que envolve a glândula mamária externamente mede entre 0,1 e 0,5 mm de espessura, sendo que a maioria se encontra na faixa entre 0,1 e 0,3 mm. Tecidos cutâneos acima de 0,3 mm são raros e devem ser avaliados. A mama é um órgão que faz parte do sistema tegumentar, é um órgão anexo da pele, pois seu parênquima – tecido inferior da pele que separa a porção do músculo – é composto por cutâneas. O parênquima mamário tem como limites a borda medial do esterno, o músculo grande dorsal, a clavícula e, inferiormente, o sulco submamário, podendo, às vezes, atingir a parede abdominal superior. Na porção superoexterna, a glândula se insinua até o andar inferior da axila, constituindo a cauda de Spence ou prolongamento axilar. O parênquima é envolvido por revestimento cutâneo semelhante, em textura, ao do resto do corpo. Existem dois planos: às fáscias superficial e profunda, sendo a primeira acoplada à derme e a segunda facilmente identificada junto à aponeurose do grande peitoral. Trabéculas conjuntivas unem as duas fáscias, chamadas de ligamentos suspensores de Cooper, não existindo plano definido entre esses ligamentos e a derme. O tecido glandular é entremeado de estroma conjuntivo e de gordura, cuja proporção relativa varia de acordo com a idade e as características biológicas individuais (como por exemplo, o índice de massa corporal e o volume da mama), estando constituído em média por 48% de tecido gorduroso. A tendência, com o passar dos anos, é de o parênquima se atrofiar e ser substituído por tecido adiposo, processo conhecido por lipossubstituição fisiológica da mama, 25 que se inicia em torno dos 35 anos. A unidade anatomofuncional da mama é o lobo mamário, havendo aproximadamente 15 - 20 deles, representados por 20 ductos terminais que se exteriorizam pelo mamilo. Cada ducto drena um lobo formado por 20 a 40 lóbulos. Cada lóbulo consiste de 10 a 100 alvéolos. A estrutura da mama é composta por diversos segmentos: tecido glandular; tecido fibroso e tecido adiposo; Além do sistema muscular (sustentação e fixação), sistema endócrino (ação hormonal para o desenvolvimento da glândula), sistema linfático (por meio de seus vasos ocorre à drenagem de líquidos intersticiais da estrutura) e sistema circulatório (irrigação sanguínea para a glândula). A mama está localizada na porção anterior do tórax bilateralmente, anterior ao músculo peitoral maior, que realiza a sustentação das estruturas mamárias. É um órgão porque possui um formato cônico arredondado. Sua formação começa na altura do segundo até o sexto par de costelas verticalmente, ou seja, desde a prega axilar até a prega inframamária. E da margem axilar-lateral, até a margem esternal-medial-horizontalmente. Entre as mamas encontramos um sulco intermediário que as separa. Os músculos importantes na região da mama são os peitorais, maior e menor, o serrátil anterior, o músculo grande dorsal, bem como a aponeurose dos músculos, oblíquo e retoabdominal. A inervação é, basicamente, dos nervos intercostais laterais (do terceiro ao sexto). Do ponto de vista da anatomia cirúrgica, tem especial interesse os seguintes nervos: o intercostobraquial (segundo nervo intercostal), que atravessa a axila e, se for seccionado durante a linfadenectomia, produz área de anestesia na face interna do braço; o longo torácico (nervo de Bell), que corre paralelo ao gradeado costal e inerva o serrátil anterior, músculo que estabiliza a escápula (acidentes com esse nervo ocasionam a “escápula alada” e a perda de força no ombro), o nervo de Bell marca o limite posterior da dissecção da fáscia profunda, o toracodorsal, que vem do plexo braquial, cruza a fossa subescapular e inerva o grande dorsal, sendo importante a sua preservação quando se pretendem reconstruções com esse músculo. 26 FIGURA 4 - ANATOMIA DA MAMA FONTE: Disponível em: <http://leonardoflor.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html>. Acesso em: 26 jun. 2013. 2.3 ESTRUTURA DA GLÂNDULA MAMÁRIA As mamas são órgãos pares situados na parede anterior do tórax, sobre os músculos, Grande Peitoral. Em homens e mulheres, as mamas são idênticas até a puberdade, quando o estrogênio e outros hormônios iniciam o desenvolvimento da mama nas mulheres. Esse desenvolvimento geralmente ocorre em torno de dez anos de idade e continua até cerca dos 16 anos, embora a faixa seja ampla e possa variar de 9 a 18 anos. Os estágios de desenvolvimento da mama são descritos como estágios de Tanner de 1 a 5. O estágio 1descreve uma mama pré-púbere. O estágio dois é o brotamento mamário, o primeiro sinal de puberdade na mulher. O estágio três envolve o aumento adicional do tecido mamário e da auréola, e o estágio quatro ocorre quando o mamilo e a aréola formam um montículo secundário no ápice do 27 tecido mamário. O estágio cinco é o desenvolvimento continuado de uma mama maior com contorno próprio. O tecido mamário é um parênquima epitelial formado por dois sistemas: o lobular e o ductal, envolvidos por tecido conjuntivo fibroso e adiposo, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. O sistema lobular é formado pelos lobos mamários que são a unidade anatomofuncional da mama, em número de 10 a 20, que são constituídos pelo agrupamento de inúmeros lóbulos (pequenas formações saculares reunidas em número de 10 a 100). Já o sistema ductal é constituído por um ducto principal e suas ramificações intra e extralobulares (ductos galactóforos). O alvéolo mamário envolve o ducto galactóforo, e ao redor da luz do ducto encontram-se as células lactóforas que produzem o leite materno. No mesmo local também estão às células mioepiteliais que se contraem espremendo a célula da mama. A artéria torácica externa, com origem na região da axila, irriga a metade externa da mama. O retorno venoso é representado por três grupos de veias: ramos perfurantes que alcançam a veia mamária interna, ramos que chegam diretamente à veia axilar e ramos que alcançam as veias intercostais. Em geral, o retorno venoso acompanha a arquitetura do sistema arterial. 2.3.1 Estruturas da Mama 2.3.1.1 Estruturas Externas Ácino - Porção terminal da “árvore” mamária, onde estão as células secretoras que produzem o leite; Ducto Lactífero - Sistema de canais (15-20) que conduz o leite até a papila, o qual se exterioriza pelo orifício ductal - Unidade ductal terminal: Ramos do ducto principal, formando a unidade ductal terminal do lóbulo, que consiste nos ductos terminais, extra e intralobular. Papila - Protuberância composta de fibras musculares elásticas onde desembocam os ductos lactíferos. 28 Lobo: A mama humana contém de 15 a 18 lobos. Cada lobo tem um ducto principal que se abre no mamilo. Lóbulo: O ducto intralobular terminal e os ductos apresentam revestimento especial, e ao perder o tecido conectivo formam um lóbulo. Em alguns textos um grupo de dúctolos corresponde ao Ácino. Os ductos terminais, extra e intralobulares podem ser identificados por duas características: O ducto terminal extralobular é revestido por tecido elástico, enquanto o intralobular e os ductos não. O ducto terminal extralobular é coberto por células colmares, enquanto o ducto terminal intralobular contém células culoides. Os detalhes anatômicos são importantes, uma vez que certas doenças mamárias desenvolvem-se em localizações anatômicas específicas. Pele: composta por tecido de sustentação e revestimento que protege a glândula mamária. A epiderme e a derme compõem a pele, e sob ela há um tecido celular subcutâneo - a hipoderme. Aréola: Porção pigmentada, localizada ao redor do mamilo – papila mamária. Possui cerca de 3 cm de diâmetro e sua coloração pode ser modificada durante a gestação. Geralmente após o segundo mês de gravidez sua pigmentação escurece pelo acúmulo de melanina produzida pelos melanócitos – células localizadas na derme para proteção contra os raios UV. A cor da aréola depende e varia conforme o tom de pele de cada mulher. A aréola possui todos os órgãos anexos da pele: glândulas sudoríparas – suor, para manter a temperatura da pele; glândulas sebáceas – sebo, para manter a oleosidade local; e o folículo piloso que está localizado ao redor da aréola e forma pequenas proeminências na superfície chamadas tubérculos areolares – tubérculos de Montgomery. As glândulas sebáceas secretam durante a gestação um líquido oleoso que lubrifica a aréola e a papila mamária, protegendo-as da sucção que o recém-nascido realiza. A saliva – ptialina ou amilase – é uma enzima digestiva que pode provocar o ressecamento e rachaduras no mamilo e até mesmo na aréola. O folículo piloso pode ou não projetar o pelo para a superfície da aréola, glândulas sebáceas desembocam no folículo piloso sua secreção. Mamilo: É uma proeminência arredondada que se localiza no centro da aréola, localiza-se aproximadamente na altura do quarto espaço intercostal e contêm as aberturas dos ductos lactíferos. Tem aproximadamente 0,7mm de diâmetro, mas sua largura e comprimento variam de acordo com o tamanho e a forma da mama. Não possui gordura, pelos ou glândulas sudoríparas, e o músculo eretor do pelo ou músculo denominado aureolopapilas situado na aréola, quando contraído, promove o endurecimento da papila mamária ou mamilo. Durante a 29 gravidez o mamilo pode aumentar de tamanho, bem como a aréola se tornar mais escura, isso ocorre para que as estruturas fiquem mais visíveis, aparentes para o recém-nascido. FIGURA 5 - ARÉOLA MAMÁRIA, MAMILO FONTE: Disponível em: <http://www.misodor.com/LACTA.html>. Acesso em: 26 jun. 2013. 2.3.1.2 Estruturas Internas As glândulas mamárias possuem características exócrinas e apócrinas. Sua função é secretar o leite que contém proteínas, incluindo a caseína, os lipídeos e carboidratos, a lactose, os linfócitos e os monócitos que são anticorpos para os recém-nascidos, e os minerais e vitaminas lipossolúveis. Tudo isso para mandar uma nutrição adequada para o desenvolvimento do recém-nascido. A glândula mamária é composta de: Tecido glandular; Tecido fibroso; Tecido adiposo; Ligamento suspensor de Cooper; Lobo; Lóbulos; Alvéolos; Ampola (seio lactífero); Ductos; Abertura dos ductos lactíferos; Estroma de tecido conjuntivo; 30 Tecido Glandular: É composto por 15 a 20 lobos com aparência piramidal, cuja base é a porção mais profunda. Seu ápice encontra-se voltado para a superfície, e em conjunto, essa estrutura forma a mama. Cada lobo é uma glândula mamária, pois cada porção possui sua parte secretora e seu ducto próprio. Tecido Fribroso: Penetra nos lobos, dividindo-os em lobos e são unidades funcionais do parênquima mamário. Há centenas de lobos em cada mama, e em cada lobo encontram-se pequenos sacos chamados alvéolos, e possui células glandulares para formar o epitélio secretor responsável pela secreção do leite. Os ductos que saem dos lóbulos se agrupam e originam ductos calibrosos. Estes formam a partir daí aproximadamente 15 ductos lactíferos que desembocam na papila mamária – superfície. Cada ducto possui uma porção dilatada chamada seio lactífero que se localiza inferiormente à aréola e é responsável pela reserva do leite durante a gestação e a lactação. Os alvéolos são circundados por células mioepiteliais que contraem e expulsam o leite dos lobos para que cheguem aos seios lactíferos. Isso acontece pela ação da ocitosina, hormônio produzido pela glândula hipófise, que estimula as contrações uterinas para o parto após este fato, estimulam as contrações dos alvéolos e lobos mamários. O estroma do tecido conjuntivo auxilia a sustentação do tecido adiposo. Ligamentos suspensores são faixas de tecido conjuntivo, presas à derme para sustentação e suspensão da glândula mamária, dividindo-a em septos que subdividem a gordura superficial do tecido glandular e proporciona um contorno liso às mamas. Tecido Adiposo - todo o restante da mama é preenchido por tecido adiposo ou gorduroso, cuja quantidade varia com as características físicas, estado nutricional e idade da mulher. Ligamentos de Cooper - responsáveis pela retração cutânea nos casos de câncer de mama, são expansões fibrosas que se projetam na glândula mamária. As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, o que torna esses órgãos mais densos e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase que exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós- menopausa. Têm como função principal a produção do leite para a amamentação, mas têm também grande importância psicológica para a mulher, representando papel fundamental na constituição de sua autoestima e autoimagem. Embelezam a silhueta do corpo feminino e desempenham também função erógena e de atração sexual. 31 2.4 FISIOLOGIA DA MAMA Na infância, as meninas apresentam discreta elevação na região mamária, decorrente da presença de tecido mamário rudimentar. Na puberdade, a hipófise, uma glândula localizada no cérebro, produz os hormônios folículo-estimulante e luteinizante, que controlam a produção hormonal de estrogênios pelos ovários. Com isso, as mamas iniciam seu desenvolvimento com a multiplicação dos ácinos e lóbulos. A progesterona que passa a ser produzida quando os ciclos menstruais tornam-se ovulatórios, depende da atuação prévia do estrogênio, é diferenciadora da árvore ductolobular mamária. Na vida adulta, o estímulo cíclico de estrogênios e progesterona faz com que as mamas fiquem mais túrgidas no período pré-menstrual, por retenção de líquido. A ação da progesterona, na segunda fase do ciclo, leva a uma retenção de líquidos no organismo, mais acentuadamente nas mamas, provocando nelas aumento de volume, endurecimento e dor. Depois da menopausa, em razão à carência hormonal, ocorre atrofia glandular e tendência à substituição do tecido parenquimatoso por gordura. No período da gestação, o estímulo de estrogênio e progesterona (hormônios esteroides) é máximo, em consequência à sua produção pela placenta, mas outros hormônios também se elevam na gestação, sem os quais não seria possível a lactação. São eles: prolactina, hormônios da tireoide, corticosteroides e lactogênio placentário. A plenitude funcional das mamas ocorre na amamentação, com a produção e saída do leite. A ejeção do leite, no momento das mamadas, é reflexo basicamente da contração das células mioepiteliais, que circundam os ácinos, estimuladas pela liberação de outro hormônio, a ocitocina, que é produzido na hipófise posterior ou neuro-hipófise. A mulher que não amamenta jamais atinge a maturidade funcional da mama. 2.4.1 Irrigação Sanguínea O principal suprimento sanguíneo vem das artérias mamárias, interna (60% da mama) e torácica lateral (30% da mama). O restante do suprimento sanguíneo é realizado pelo ramo peitoral da artéria toracoacromial, ramificação lateral das 3ª, 4ª e 5ª artérias intercostais e às artérias subescapular e toracodorsal juntas. 32 FIGURA 6 - SÍTIOS DE MESTÁSTASE : FONTE: INCA, 2002. 2.4.2 Artérias A vascularização
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