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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Curso de Psicologia Fundamentos Epistêmicos da Psicologia 2017.1 EU, VIDA E TRABALHO Jeane Cristiane Costa da Silva Cabral Rio de Janeiro 28 de abril Desde muito cedo, aprendi o valor do trabalho, tendo vindo de uma família humilde, porém com muitas pessoas valorosas, que sempre fizeram questão de mostrar que sem o trabalho você não é ninguém. Diferente daquilo que se espera no desenvolvimento de uma criança em sua infância, descobri bem cedo certas lições que normalmente são aprendidas com o tempo, depois de adquirida certa maturidade. Por ter sido uma criança madura além do previsto, arrisco-me a dizer que vi minha infância “descer pelo ralo”. Aprendi bem cedo qual é o verdadeiro significado do trabalho, sinônimo de independência, crescimento, desenvolvimento pessoal e principalmente fonte de sobrevivência. Sempre me questionei: trabalhar para viver ou viver para trabalhar? Toda criança deve ser preparada para ser responsável, pera aí! Será que essa imposição que é feita pela sociedade implica em não ser criança de verdade? Ver seus pais labutando dia-a-dia para trazer o sustento e conforto, será que vale a pena mesmo? A vida é nosso bem maior! Trabalhar é bom, porém quem o faz demasiadamente, passa pela vida sem nem mesmo ter apreciado as verdadeiras maravilhas que ele tem a nos oferecer, tendo por vezes a sensação de não ver a vida passar. Será que é tão importante assim viver trabalhando em busca de um resultado que, na grande maioria das vezes, não dá para suprir as necessidades mensais de sua família? Trabalhar é muito bom, porém viver com qualidade de vida é bem melhor! Do que adianta trabalhar duro de sol a sol e não poder colher os frutos desse trabalho, ter que deixar que outros façam aquilo que você levou uma vida inteira para construir. Como é bom o sentido real da palavra liberdade, porém sempre vem acompanhada de responsabilidade. Seria maravilhoso viver em uma sociedade onde pudéssemos ser totalmente livres, sem amarras. Sabendo-se que teríamos de produzir de alguma forma, para prover o nosso próprio sustento, sem horário, sem regras, ou seja, viver pela lei da sobrevivência. Embora seja essa uma utopia, se houvesse essa possibilidade a qualidade de vida seria bem melhor, pelo menos em termos de saúde. Investiria-se menos em medicamentos, hospitalizações, etc... Viver só para o trabalho é uma espécie de escravidão, seja um modesto trabalhador ou um grande empresário, ambos se encontram na mesma categoria, só muda o cenário. O empresário por sua vez tem recursos para cuidar de sua saúde quando não a mais tiver. Já o operário, nem recursos para cuidar de sua saúde. Se fizermos uma reflexão, “ganhar a vida” é perdê-la, se olharmos por esse ponto de vista. Trabalhar em um contexto normal, obedecendo as regras impostas pela sociedade na qual estamos inseridos, porém, visando seu bem-estar, é perfeitamente saudável. Bens materiais são bons, mas não são tudo. Chegar em casa, poder beijar sua esposa ou marido, abraçar seus filhos, conseguir conversar sobre o dia de cada um, é muito gratificante, isto é, poder acompanhar o crescimento dos nossos filhos e nossa família é tudo. É preferível que se tenha um emprego modesto, no qual possa ser aplicado esse estilo de vida com mais qualidade. A base principal de um indivíduo é a família. Todas as pessoas deveriam se questionar sobre algumas questões: 1) O que é mais importante: viver para trabalhar ou trabalhar para viver? Se a resposta for a primeira opção, isso acarretará consequências desagradáveis, cedo ou tarde. 2) Sou feliz naquilo que faço? A resposta a esse questionamento deve ser “sim” para, no mínimo, 65% dos casos. Do contrário, problemas poderão ser verificados. 3) Será que sou um bom (uma boa) chefe de família? A resposta a essa pergunta, sendo positiva ou negativa, é decisiva para a boa tomada de decisões e está dentro de cada um de nós. Na maioria das vezes, por comodismo ou até mesmo por necessidades primárias, optamos por não responde-las. Ainda sobre os questionamentos levantados anteriormente, é importante termos em mente que as escolhas feitas em cada um deles implicará em consequências não apenas em nossas vidas, mas também na vida daqueles que nos cercam, englobando família, amigos e colegas de trabalho. Contudo, o importante é ser feliz, pois esse é um importante sinal de que, possivelmente, estaremos no caminho certo. Ganhar a vida é perde-la? Esse questionamento é muito importante e exige de nós muita atenção e sensatez. Mais uma vez, vale a pena enfatizar que a vida é feita de escolhas e que, uma vez tomada uma decisão de forma equivocada, por vezes sem prensar, é certo que teremos que arcas com as consequências por tempo indefinido. Bibliografia LE BLANC, Guillaume, Ganhar a vida é perde-la? Editora ALAÚDE.
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