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Apostila - Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.

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DIREITO CIVIL
APOSTILA
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
Conjunto de normas sobre as próprias normas do ordenamento.
Funções:
Regras sobre vigência e eficácia das normas;O sistema jurídico não pode ter lacunas.
Critérios para solucionar conflitos entre normas;
Critérios hermenêuticos; 
Mecanismos para preencher eventuais lacunas no Direito;
Garantir segurança e estabilidade ao sistema jurídico.
Fontes do Direito:
Lei;
Costume;
Analogia;A Lei é a principal fonte do Direito: civil law.
Princípios Gerais do Direito;
Doutrina;
Jurisprudência;
Equidade.
Aspectos temporais da norma:
Vigência: art. 1o: A lei começa a vigorar 45 dias após oficialmente publicada. Após passar pelo devido processo legislativo e ser promulgada e publicada, terá o prazo, chamado vacatio legis, de 45 dias para que entre em vigor. Existe a possibilidade da norma trazer uma disposição em contrário, podendo alterar o prazo. É a entrada da norma no mundo jurídico, condicionada à aptidão prévia para produzir efeitos.
Validade: Norma inserida no ordenamento jurídico que obedeceu ao devido processo legislativo. Devidamente promulgada e publicada.
Eficácia: Produção de efeitos da norma em si.
Considerações: 
§ 1o: Uma lei brasileira no exterior, se admitida, vai começar a vigir em três meses. Porém, pode ter disposição em contrário.
§ 3o: Sempre que houver uma correção no texto da norma, o prazo da vacatio legis volta a correr do início. 
§ 4o: Se a necessidade de correção surgir enquanto a lei já estiver vigorando, isto é, após o prazo da vacatio legis, a correção realizada será considerada como uma nova lei, retirando a lei "errada" do ordenamento.
Uma lei é feita para produzir efeitos de maneira permanente. Quando uma norma é produzida, em regra, permanece no ordenamento até ocorrer um evento que a retire.
Existem normas que, por sua própria natureza ou por disposição expressa do legislador, tem sua vigência temporária.
Uma lei criada apenas para determinado evento, existirá apenas durante o evento, após, a lei perderá seu sentido. Ex.: Lei Geral da Copa.
Revogação: ocorrerá quando uma nova lei retirar a existente do ordenamento.
	a. Expressa, quando a lei diz claramente: revogam-se as disposições em contrário ou revoga-se a lei X. 
	b. Tácita, quando a própria lei, por ser incompatível com a lei antiga, retira-a do ordenamento. 	
	a. Total: totalmente retirada do ordenamento. 
	b. Parcial: somente parte do conteúdo é retirada. 
Lei geral não revoga lei especial, ou seja, a lei que versa sobre um assunto genérico não vai interferir na vigência de uma norma que versa sobre a mesma matéria mas de uma forma específica.
Somente as mesmas espécies de lei conseguem revogar entre si.
Efeito Represtinatório: Vedado no nosso ordenamento, porém poderia acontecer quando uma determinada lei que foi revogadora de outra, é revogada, ou seja, a lei que ela revogou voltaria a vigir. Ex.: Existem as leis A, B e C: A lei B revogou a lei A, caso a lei C venha para revogar a lei B, se houvesse efeito represtinatório, a lei A voltaria ao ordenamento.
Obrigatoriedade no cumprimento: Ninguém se escusa do cumprimento de uma norma alegando seu descumprimento. Artigo 3o. Princípio da Obrigatoriedade.
O juiz deverá atender aos fins sociais e às exigências do bem comum quando for aplicá-la a um caso concreto. Artigo 5o. Critério hermenêutico.
Sistema jurídico não pode ser omisso. Trata LINDB de fornecer critérios para que haja um sistema integrativo das normas. O conjunto de leis pode ser omisso sobre um determinado assunto quando o legislador o exauriu. Contudo, pelo princípio do acesso à justiça, o juiz não pode se furtar a resolver aquele caso que é posto sobre a sua jurisdição. 
	Utiliza:
	1. Analogia: Juiz busca um problema semelhante àquele que tem em mãos e verifica qual foi a forma que se solucionou, fazendo uma analogia entre os dois casos para a solução. Artigo 4o. Utiliza-se quando o sistema não dá resposta por meio das leis.
	2. Costume: Regras sociais que acabaram tendo observância reiterada, ganhando notoriedade.
	3. Princípios Gerais do Direito: Normas extraídas da Constituição Federal, do sistema jurídico, implicitamente. Há nas leis e na CF diversos comandos que não são regras, são um conjunto de valores abstratos.
	4. Meios Indiretos: Jurisprudência: conjunto reiteirado de decisões. Doutrina: estudiosos discorrem, em caráter cientifico, sobre um determinado assunto que pode ser utilizado para dar uma solução para o caso concreto.
Os valores da sociedade vão se alterando e o direito precisa acompanhar essas modificações: a norma nova, que revoga a anterior, reflete melhor nas novas necessidades da sociedade.
Conflitos da lei no tempo: tem aplicação imediata - quando entra em vigor, já passa a produzir seus efeitos. Eventualmente, uma norma poderia afetar algumas relações que existiram antes de sua entrada em vigor, por isso, a LINDB traz alguns critérios que vedam essa possibilidade, sendo assim, impede que a norma nova quebre atos que se constituíram no tempo antes de sua vigência.
1. Ato Jurídico Perfeito: ato que se consumou segundo a lei vigente a seu tempo, ou seja, você realizou um ato que estava de acordo com o ordenamento naquele momento, e já houve a exaustão dos efeitos jurídicos dele, não podendo ser afetado por uma nova norma que eventualmente modifique o regime de leis existentes.
2. Direito Adquirido: Se incorporou ao patrimônio e à personalidade do seu titular, não podendo a lei afetar isso. Ex.: Aposentadoria: preenchidos todos os requisitos para pedir a sua aposentadoria, uma norma posterior que venha a ampliar o prazo da aposentadoria não poderá afetar o seu rol de direito, pois ela já foi incorporada à personalidade daquele que fazia jus a esse direito. Artigo 6o.
3. Coisa Julgada: Decisão no âmbito do poder judiciário que possui caráter de imutabilidade, ou seja, o trânsito em julgado material da decisão, não cabendo mais rediscussão no âmbito do próprio poder judiciário e que, portanto, não pode ser afetado por uma lei nova.
Conflitos da lei no espaço: as leis são feitas para entrar em vigor em todo o território nacional, decorrendo da soberania.
1. Princípio da Territorialidade: as normas são aplicadas em todos os territórios do Estado, ou seja, além do país: embaixadas brasileiras, consulados, navios de guerra em qualquer lugar, navios mercantis em territórios como o alto mar e aeronaves.
2. Princípio da Territorialidade Moderada: admite algumas exceções, mas dizem muito mais respeito ao direito penal.
3. Extraterritorialidade: aplicação de uma norma estrangeira no Brasil, segundo os princípios e tratados adotados. Em determinado caso, a norma brasileira deixa de incidir para que uma norma estrangeira tome o espaço.
4. Estatuto Pessoal: norma jurídica que diz que a lei nacional vai acompanhar os seus habitantes.
Lei do Espaço: forma como o conjunto de leis e ordenamentos existentes no mundo se relacionam. É a lei que define qual lei vai ser aplicada para determinado caso. A LINDB traz minuciosamente diversos critérios, dizendo um dos principais modais de aplicação da norma diz que ela deve incidir de acordo com o domicílio daquele que vai pleitear o direito sobre determinado tema. 
O Artigo 7o diz que se aplica a lei do domicílio em relação a determinados assuntos: começo e fim de personalidade, nome, capacidade e os direitos de família.
Obs. Domicílio é a sede natural da pessoa, ou seja, o lugar onde ela se estabelece com ânimo definitivo, se aplicando tanto às pessoas jurídicas quanto às naturais. - Artigo 70.
Ex.: Um argentino, domiciliado na Argentina, e uma brasileira, domiciliada no Brasil, decidem constituir matrimônio, A regra de capacidade será determinada pelas leis Argentinas para a pessoa domiciliada na argentina, e pelas leis Brasileiras àquela domiciliada no Brasil. O juiz, para proferir o ato e verificar a validade, terá que observar se houve o completo respeito às leisde capacidade da Argentina e do Brasil.
§ 1o: Se o casamento for realizado no Brasil, deve ser aplicada a lei brasileira em relação ao impedimento dirimente - aqueles impedimentos cuja violação importa nulidade absoluta ou relativa - e à formalidade da celebração - regras que o ordenamento brasileiro traz que devem ser observadas para que o casamento seja válido.
§ 2o: Autorização da LINDB para estrangeiros que desejam se casar no Brasil, para que autoridades nacionais diplomáticas ou consulares realizem o casamento. Obs. Brasileiros casarem dentro do consulado brasileiro - fora do país - perante à autoridade consular, será um casamento válido. Exigência é que sejam conacionais, ou seja, ambos da mesma nacionalidade. Se forem de nacionalidades diversas, não será válido.
§ 3o: Regra é que haja o domicílio comum, porém, havendo domicílios diversos, qual foi o primeiro domicílio conjugal. Usa-se esse critério para invalidade do matrimônio e para o regime de bens.
§ 5o: O estrangeiro casado que se naturalizar brasileiro, poderá requerer ao juiz, desde que tenha anuência do cônjuge, no ato da entrega do decreto de naturalização, poderá requerer a adoção do regime de comunhão parcial de bens. Essa alteração vai resguardar os direitos de terceiros e o interessado tem que se responsabilizar por fazer o registro adequado dessa espécie de alteração.
É possível que haja o reconhecimento do divórcio feito no exterior, entre cônjuges brasileiros, perante autoridade judiciária do país competente, desde que as formalidades exigidas pela norma civil brasileira sejam respeitadas e de que haja homologação de sentença pelo STJ. Artigo 5o.
Hipótese de Sucessão no Direito Internacional:
A sucessão do de cujus vai ocorrer no local onde ele tinha domicílio, mesmo que ele tenha deixado bens em outro país.
§ 1o: A sucessão de bens estrangeiros será regulada pela lei brasileira em benefício dos herdeiros brasileiros, a não ser que aquilo que a lei pessoal do de cujus determine seja mais vantajosa.
§ 2o: A capacidade do legatário e do herdeiro será determinada pelo local de domicílio do herdeiro - aquele que está na sucessão por via legal - ou do legatário - aquele que recebe o seu quinhão por meio de um testamento -. O meio pelo qual se dá a sucessão é determinado pelo domicílio do decujus, ou seja, a sucessão ocorre de acordo com as normas do seu domicílio. As regras sobre a capacidade do herdeiro e legatário, ou seja, a possibilidade de responder por esse patrimônio, serão do domicílio deste legatário ou herdeiro. Ex.: As leis de sucessão será a do Brasil, mas, supondo que o de cujus tinha domicílio na Itália, a lei italiana vai dispor se o herdeiro ou legatário tem capacidade para suceder.
	A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal do de cujus - só a justiça brasileira tem competência para reconhecer de ações referentes aos bens imóveis aqui situados - 
não pode uma autoridade estrangeira julgar casos que digam respeitos aos bens imóveis, sob pena de agressão à soberania.
	Há condições para que uma lei, ato ou sentença passe a valer no país (limite à extraterritorialidade), nos termos do artigo 17, não pode ofender a soberania nacional, a ordem pública ou os bons costumes - não poderia ser aplicada a norma da Holanda que permite o consumo de certos entorpecentes, uma vez que é vedado pelo nosso ordenamento, e tem relevância penal.
	Para qualificar os bens e regular a relação deles concernentes, valerá a lei do local onde se situa a coisa, a França disporá sobre como ocorrerá a qualificação dos bens ali situados, sendo exceção a isso em relação aos bens móveis transportados pelo proprietário, valendo o domicílio deste, ou se destinarem a transporte (idem) e no caso de penhor (domicílio em que a pessoa que tem a posse do bem penhorado se encontra).
	O direito obrigacional também não atende à norma do domicílio, sendo aplicada a norma onde a obrigação foi celebrada, sendo que o mesmo se aplica em relação às provas dos fatos ocorridos em país estrangeiro (local onde nele vigorar). 
Competência do Poder Judiciário brasileiro:
	A LINDB descreve sobre a competência do Poder Judiciário brasileiro, ou seja, aqueles assuntos em que este pode ter competência para conhecer - processar e julgar.
	A justiça conhecerá, em regra, dos casos em que o réu for brasileiro ou tiver cumprido aqui a obrigação. 
	Somente a justiça brasileira poderá conhecer de ações que disponham sobre bens imóveis situados em território brasileiro. Trata-se de imposição no sentido de que cabe à autoridade judicial brasileira, em detrimento de outras, tratar sobre o assunto. É competência privada da justiça brasileira.
	Para que as sentenças judiciárias que são produzidas no exterior, tenham valor executivo - para que sejam aptas ao exercício do Estado-Juiz em vista à cumprir com determinado título - no Brasil, e dar cumprimento ao que consta nele, precisam observar os requisitos: 
A decisão estrangeira deve ter sido proferida por juiz competente; 
As partes devem estar devidamente citadas ou a revelia deve ter sido legalmente verificada - proteção ao devido processo legal, ampla defesa e contraditório;
A decisão deve ter sido passada em julgado - caráter de imutabilidade - e estar revestida com as formalidades necessárias para execução no lugar em que foi proferida.
Traduzida por intérprete autorizado, mesmo que o juiz e as partes que mitigam conheçam do idioma original, pois o processo tem caráter de publicidade, o legislador prestigia essa regra na LINDB;
A norma deve ter sido homologada pelo STJ, no texto da lei fala no STF, porém com a emenda constitucional (45/2004) passou a ser da alçada do STJ. Hoje, a homologação de sentença estrangeira é do STJ.
Não depende de homologação a sentença meramente declaratória do estado das pessoas. Ex.: Há uma sentença estrangeira que reconhece a paternidade de uma pessoa, não cabe a questão da homologação - este controle de verificação observa se a decisão atendeu aos requisitos formais do devido processo legal para verificar se estão de acordo e podem ingressar no direito brasileiro, porém, não vislumbram um reexame do mérito da questão, mas analisam se não ofendem a ordem pública, a soberania nacional ou os bons costumes.
A carta rogatória não precisa passar pelo rito homologatório, pois não se trata de título executivo, trata-se de um pedido que uma corte nacional recebe de uma estrangeira e que visa a prática de determinado ato para instruir o feito de lá; nem o título executivo extrajudicial em si, porque assim entendeu o nosso legislador.

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