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Direito Constitucional I Caso Concreto n2

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Caso concreto nº: 2 DATA: 15/08/2014 
Disciplina: Direito Constitucional I. Professora: Isabella Figueiredo. 
Aluno: Pedro Leonardo Souza Alves. Matrícula: 201307039049. 
Turma: 2001. Turno: Vespertino. Sala: E-202. 
Tema: Aplicabilidades das normas constitucionais 
 
1. Numa audiência no Juizado Especial Cível, em cujo processo o autor 
pleiteava uma indenização por danos morais no valor de R$ 3.000,00 
(três mil reais), o advogado da empresa demandada, com amparo no 
art. 133 da Constituição da República, pleiteou a extinção do processo 
sem apreciação de mérito (CPC, art. 267, IV), sob o fundamento de que 
o advogado é essencial à administração da justiça. O autor, mesmo não 
tendo formação jurídica, ofereceu defesa alegando que a Lei n.º 
9.099/95 lhe garantia a possibilidade de postular em juízo sem 
assistência de defensor técnico. Diante de tal hipótese, considerando a 
aplicabilidade do art. 133, CRFB, seria correto afirmar que a Lei n.º 
9.099/95 padece de vício de inconstitucionalidade? 
 
Não há vício na Lei nº 9.099/95 porque esta já foi considerada 
constitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Em 2003, o STF 
manifestou-se definitivamente, por meio da ADI nº1.539/03, 
reafirmando e estendendo a interpretação cautelar da ADI nº1.127/94, 
no sentido da não obrigatoriedade de advogado em determinadas ações. 
 
O artigo 133 da Constituição Federal pode ser considerado como um 
exemplo de Norma de Eficácia Contida, uma vez que produz os seus 
efeitos, porém admite ser restringida ou contida em seus efeitos por 
legislação infraconstitucional. Portanto, podemos dizer que o artigo 133, 
CF tem aplicabilidade imediata e direta, mas não integral. 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 
ACESSO À JUSTIÇA. JUIZADO ESPECIAL. PRESENÇA DO 
ADVOGADO. IMPRESCINDIBILIDADE RELATIVA. 
PRECEDENTES. LEI 9099/95. OBSERVÂNCIA DOS 
PRECEITOS CONSTITUCIONAIS. RAZOABILIDADE DA 
NORMA. AUSÊNCIA DE ADVOGADO. FACULDADE DA 
PARTE. CAUSA DE PEQUENO VALOR. DISPENSA DO 
ADVOGADO. POSSIBILIDADE. 1. Juizado Especial. Lei 
9099/95, artigo 9º. Faculdade conferida à parte para demandar 
ou defender-se pessoalmente em juízo, sem assistência de 
advogado. Ofensa à Constituição Federal. Inexistência. Não é 
absoluta a assistência do profissional da advocacia em juízo, 
podendo a lei prever situações em que é prescindível a 
indicação de advogado, dados os princípios da oralidade e da 
informalidade adotados pela norma para tornar mais célere e 
menos oneroso o acesso à justiça. Precedentes. 2. Lei 9099/95. 
Fixação da competência dos juízos especiais civis tendo como 
parâmetro o valor dado à causa. Razoabilidade da lei, que 
possibilita o acesso do cidadão ao judiciário de forma simples, 
rápida e efetiva, sem maiores despesas e entraves burocráticos. 
Ação julgada improcedente. 
 
Tema: Recepção 
 
2. A Emenda Constitucional nº 1/69 permitia a criação, em sede de Lei 
infraconstitucional, de monopólios estatais. Com o advento da 
Constituição da República de 1988, a possibilidade de criação de 
monopólios por lei não foi mais contemplada. 
 
À luz da teoria da recepção, é possível sustentar a manutenção de 
monopólios estatais criados em sede infraconstitucional pelo 
ordenamento pretérito e não reproduzidos pela Constituição de 1988? 
 
Segundo Nivaldo Oliveira da Silva em sua obra “Teoria da Recepção”, 
a recepção é o instituto pelo qual a nova constituição, independente de 
qualquer previsão expressa recebe norma infraconstitucional pertencente 
ao ordenamento anterior, com ela compatível, dando-lhe, a partir 
daquele instante, nova eficácia. 
 
Ou seja, a luz da teoria da Recepção, A nova constituição recepciona 
todas as leis infraconstitucionais da legislação anterior, objetivando 
dessa forma a segurança jurídica no Estado. Caso a Lei de Monopólios 
estatais seja declarada inconstitucional, ela deverá ser retirada 
posteriormente através de uma nova lei, revogação ou arguição de 
descumprimento de preceito fundamental (ADPF).

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