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1 Definitividade Devemos observar, entretanto, que, para parte majoritária da doutrina, a atividade jurisdicional não se pode pautar em caráter de definitividade indistintamente, pois nem sempre a atividade jurisdicional fará coisa julgada. Isso é o que ocorre no processo cautelar e nas demandas de jurisdição voluntária, cujas decisões são consideradas atividade jurisdicional, mas, em regra, não fazem coisa julgada (SILVA, 1997, p. 10). Alguns autores afirmam existir uma quarta característica da jurisdição, a saber, sua natureza declaratória. Segundo essa concepção, no exercício da função jurisdicional, o Estado não constitui direitos subjetivos, mas, sim, declara direitos preexistentes, que serão então reconhecidos por decisão judicial. No entanto, a existência de sentenças condenatórias ou constitutivas não infirmam a regra aludida, pois em tais decisões, além da parcela declaratória, haveria a condenatória (que impõe um comando, uma imposição dirigida ao réu) ou constitutiva (que cria novas situações jurídicas, não direitos subjetivos). Assim, a decisão proferida pode ter caráter meramente declaratório, declaratório e constitutivo ou declaratório e condenatório. A “natureza declaratória” não é característica da jurisdição, mas sim da cognição. Com efeito, embora na execução também exista atividade jurisdicional, ela não possui natureza declaratória.
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