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1 
 
Duração razoável do processo 
 
Para Jobim (2012), a consagração do direito à duração razoável do processo como um 
direito fundamental pela Constituição Federal, fez com que o princípio deixasse de 
ser considerado uma subespécie de outros princípios ou mero acessório da efetividade 
processual. 
 
Por isso, discordando de parte da doutrina, afirma que a efetividade do processo 
poderá ocorrer, ainda que não realizada num prazo razoável: "Não sendo tempestivo o 
processo, mas efetivado o direito material do autor, o processo não deixa de ser 
efetivo, apenas deixando de ser tempestivo" (JOBIM, 2012, p. 126). 
 
Assim, o autor entende que o princípio da duração razoável do processo é parte do 
denominado "processo justo", que engloba outros princípios e garantias que regem o 
processo civil. 
Não é novidade que a lentidão da justiça torna qualquer litígio mais penoso quando a 
tutela jurisdicional não se dá em tempo adequado. O que se visa combater é a demora 
injustificada decorrente de entraves judiciais, respeitando-se todas as garantias 
constitucionais e o devido processo legal, corroborando o instituto da segurança 
jurídica. 
 
A resolução das demandas administrativas e judiciais em tempo hábil traz maior 
fluidez à máquina estatal e os efeitos da morosidade não se prolongam 
indefinidamente, causando prejuízos econômicos e sociais. 
 
As questões que tornam o Judiciário mais lento na entrega da prestação jurisdicional 
refletem a insatisfação social com as mazelas públicas levadas ao Judiciário, 
avolumando o número de processos. 
 
 
 
 
 2 
Na intenção de solucionar a questão da morosidade foram criados mecanismos de 
simplificação e adoção de institutos que, segundo Greco, relegaram a segundo plano 
"a preocupação com a qualidade das decisões" e permitiram a supressão das garantias 
fundamentais do processo (GRECO, 2012). 
 
Daí que a forte pressão por celeridade processual não garante uma prestação 
jurisdicional satisfatória. Os meios criados para agilizar as decisões no volume cada 
vez maior de demandas acabam por suprimir outros direitos. 
 
Isso quer dizer que nem sempre o resultado entregue aos que submetem seus litígios 
ao Estado preenchem as condições de um processo justo. Para Greco, essa aceleração 
que suprime outros direitos corresponde a um grave retrocesso na eficácia dos direitos 
fundamentais que foram arduamente conquistados. 
 
Bedaque afirma que o processo efetivo necessariamente observa o equilíbrio entre 
segurança e celeridade ao proporcionar às partes o direito material. Observa, no 
entanto, que entregar a tutela com celeridade, sobrepondo valores como a segurança 
jurídica e outros princípios indispensáveis às garantias individuais, somente com 
intenção de reduzir a demora, fere o processo justo (BEDAQUE, 2010). 
Razoável será o tempo necessário para a cognição da causa até a efetiva entrega (ou 
não) do bem pretendido pela parte, ou seja, de todo o iter processual até a 
efetivação do provimento final. 
 
A razoável duração do processo tem como características: 
 
 a universalidade; 
 a limitabilidade; 
 a cumulatividade; 
 a irrenunciabilidade.

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